Alague seu Coracao de Esperancas Fernando Pessoa

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Nunca devemos dizer tudo, pois seria tolice; mas é indispensável que aquilo que se diz corresponda ao nosso pensamento; de contrário, é maldade.

Quando não podemos gozar a satisfação da vingança, perdoamos as ofensas para merecer ao menos os louvores da virtude.

Se, por vezes, o juiz deixar vergar a vara da justiça, que não seja sob o peso das ofertas, mas sob o da misericórdia.

A glória é um veneno que se deve tomar em pequenas doses.

O compromisso multiplica por dois as obrigações familiares e todos os compromissos sociais.

A paixão da leitura é a mais inocente, aprazível e a menos dispendiosa.

O dinheiro só é poder quando existente em quantidades desproporcionadas.

Nenhum animal é mais calamitoso do que o homem, pela simples razão de que todos se contentam com os limites da sua natureza, ao passo apenas o homem se obstina em ultrapassar os limites da sua.

As pessoas generosas são más comerciantes.

A igreja é o único lugar onde alguém fala comigo e não tenho de responder.

Não deves contar ao teu amigo que foste chifrado. Mesmo que não se ria de ti pode aproveitar a informação.

A ausência é a causa de todos os males.

O mal do nosso tempo é a superioridade. Há mais santos do que nichos.

Os anos que uma mulher subtrai à sua idade não são perdidos. Ela acrescenta-os à idade de outras mulheres.

Todo o universo poderia ser conduzido por uma única lei, se essa lei fosse boa.

Deve respeitar-se o casamento enquanto é um purgatório, e dissolvê-lo quando se tornar num inferno.

A demasiada atenção que se emprega em observar os defeitos dos outros, faz que se morra sem ter tido tempo de conhecer os próprios.

Poucos homens foram admirados pelos seus criados.

Não existe nada igual ao sabor do pão partilhado.

A descoberta

Seguimos nosso caminho por este mar de longo
Até a oitava da Páscoa
Topamos aves
E houvemos vista de terra
os selvagens
Mostraram-lhes uma galinha
Quase haviam medo dela
E não queriam por a mão
E depois a tomaram como espantados
primeiro chá
Depois de dançarem
Diogo Dias
Fez o salto real
as meninas da gare
Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis
Com cabelos mui pretos pelas espáduas
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
Que de nós as muito bem olharmos
Não tínhamos nenhuma vergonha.

Oswald de Andrade
ANDRADE, Oswald. Poesias Reunidas, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978

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