Acostumado Sozinho
"Sempre fui tão acostumada a carregar tantas coisas sozinhas, cuidar das pessoas, me preocupar somente com os outros, que para mim é estranho imaginar que alguém queira me dar á mão e me ajudar passar por essa fase difícil, que alguém de verdade queira me apoiar, e verdadeiramente se preocupa com a situação do meu coração. Mas acho que é chegada a minha hora de ser cuidada – não sou cem por cento forte e muito menos consigo carregar o mundo sozinha nas costas.
Também quero ser abraçada, ser colocada no colo. Ser protegida e sentir que não estou sozinha, que não estou apenas por conta própria. Quero ser amparada e hoje aceito ser. Sem orgulho, sem desculpas. Permito-me receber ajuda da mesma forma em que ajudei por tantas vezes de forma altruísta. A vida é feita de troca de afeto, de empatia, de solidariedade, de demonstrar sentimentos a quem confiamos. Acumular pesos é uma autodestruição que não mereço e nem quero compactuar.
Não quero adoecer diante das minhas aflições, pois mesmo que eu seja forte quase o tempo todo, não o sou, ninguém o é, tão autossuficiente para que não possa fraquejar em alguns momentos. Aceito minhas limitações, aceito que quem não esteja envolvido nos meus problemas talvez tenha mais discernimento para me orientar, abrir meus olhos e assim, ao meu lado, buscar soluções. Aceito que mereço ser amada, tanto quanto eu amo. E o amar só existe se tiver liberdade para ser quem eu sou, verdadeiramente humana: uma fortaleza, mas que assume também suas fragilidades, sem medo."
_Um ansioso_
Neste mundo de ilusão
Acostumei com a solidão
Está frio o meu coração
Estou sozinho na multidão
Não consigo ver a luz
A solitude me seduz
A alegria se me reduz
E ao vazio me conduz
A vida, sentido não me faz
Sinto que eu não sou capaz
Nada mais aqui me satisfaz
Dentro de mim não há paz
Não sei porque sou assim
Eu me perdi dentro de mim
Será que esse é o meu fim?
Não acredito em certo "sim"
Quero saber quem eu sou!
A ansiedade me sufocou
E o meu futuro me roubou
Desesperança me causou
Quanto tempo ainda resta?
Para mim acabou a festa!
Mais uma noite como está?
Meu pensamento contesta!
No meu passado há um corte
Penso, talvez não tenho sorte?!
Estou abraçado com a morte
Espero que eu seja mais forte
Enfim, tranquei a minha porta
Na verdade, quem se importa?
É esse "quem" que me corta,
Numa estrada estreita e torta
Não chore quando eu me for
Eu falei a ti sobre minha dor
Você não ouviu o meu clamor
Não me jogue flores por favor
Dessa vida estou tão cansado
Tanta coisa eu tenho passado
Como sempre tudo dá errado
Dentro de mim tem um fardo
Que eu carrego em meu peito
Tanto bullying e preconceito
Estas coisas fizeram efeito
"Hoje" não durmo, eu só deito
Queria um dia ser alguém
Porém de mim sou refém
O céu ainda me convém
Talvez eu possa ir além
Eu não sei se vou suportar
Mas ainda quero acreditar
Que tudo isso vou aguentar
E de coisas boas me fartar.
Só permitimos o prolongar da dor, quando nos acostumamos e pensamos que ela se cura sozinha por medo de suportar o efeito do remédio que se chama. . . ATITUDE!
Será que eu realmente te amo, ou apenas me acostumei com a ideia de não estar sozinha, sem amor, e sem cuidado?
"Fique sozinha um tempo.
Mas, não muito tempo;
Pois vc pode se acostumar;
E perder a chance de ser feliz com alguém..."
Haredita Angel
09.05.22
Ao fugir por medo de amar tornei-me refém da saudade. Não queria me relacionar, já havia me acostumado a gostar sozinho.
E o coração que antes só batia, apanha.