Aceitação
Ontem mesmo, achava que sabia dirigir a jornada e, por décadas, lutei com a frustração de sempre estar errada. Porém, a saga do desvencilhar-me de expectativas, trouxe-me muitos aprendizados que, inclusive, foram fundamentais para a construção desse momento presente. Portanto, sou grata também a meus pensamentos ingênuos. Hoje, olhando os pássaros despreocupados brincando em meu jardim, fiz yakisoba escutando Phil Collins. E ficou muito bom. Paz na alma é tudo.
Depois que aprendi que, nesta vida, não se morre apenas uma vez, perdi o medo da morte. Entendi que, da mesma forma que o corpo físico, quando morre e se deteriora, transforma-se em parte da terra e dá vida a outros organismos, a morte de ciclos, escolhas, verdades, personalidades ou de posturas perante a própria vida, inevitavelmente faz nascer um novo capítulo e novas possibilidades. E também que, com a superação dos apegos emocionais, o fim de algo em nós que não mais nos serve amplia a gama de realidades possíveis dentro da breve passagem pela existência.
Na montanha russa da vida,
quando árduo parecer o adiante,
lembra que és carro, estrada infinita
e a própria montanha gigante.
Independentemente do elemento algoz ser um fator externo ou tua própria agonia, aprenda a observar seus sentimentos antes de aceitá-los como determinantes imperativos de suas reações. A mente é um mecanismo de teu corpo físico, não o que você realmente é. E a perturbação mental, a permissão da desarmonia desse aparelho, é opcional, portanto, disciplinável.
Tudo na vida são escolhas. E,
por mais amor que tenhamos,
não podemos fazer escolhas
nas jornadas Ímpares de outras
pessoas. Cabe a nós apenas
respeitar e desejar amor e
felicidade.
Cada pessoa conhece seu mundo da
maneira que o enxerga. O conflito de
realidades é a causa da turbulência. É uma das poucas coisas frente a qual não nos restam saídas que não desistir. Aceitar e encerrar é uma benção.
Eu e você somos garotas difentes porque enquanto você era a menina que não usava maquiagem ou vestido porque queria se diferente das outra garotas. Eu fazia o mesmo mas eu só estava sendo eu mesma
A pessoa quer terminar o relacionamento? Aceita.
Aquele amigo deseja ir embora e procurar novas amizades? Aceita.
Fulano não quer assunto? Aceita.
Talvez a sabedoria da vida esteja em entender que ninguém é obrigado a nada.
Na dúvida, coloque - se no lugar do outro: Você gostaria que te obrigassem a ficar?
Na busca por perfeição, tudo se torna imperfeito. Ao contemplar a imperfeição, ganhamos um mundo perfeito.
Não cuido da vida de ninguém, para não ter que cuidarem da minha. Meu maior foco são os estudos, então não me interessa saber oque acontece na sua vida, pois estou ocupado construindo a minha.
Passamos muito tempo escondendo quem realmente somos, temendo julgamentos externos, sem perceber que, frequentemente, somos nossos próprios críticos. A verdadeira liberdade vem com a aceitação de nossa essência, revelando que nossos maiores heróis e heroínas somos nós mesmos.
Artificialidade.
Ser real incomoda, o natural tem se tornado intolerável aos olhos daqueles que buscam a todo momento a perfeição.
Se não tem o seio farto, coloca.
Se tem barriga, tira.
Se o nariz é largo, afina.
Se o cabelo é curto, faz alongamento.
Se os dentes não são bonitos o bastante, faz faceta.
Se os próprios traços não agradam, faz harmonização fácil.
São tempos difíceis, onde o natural está entrando extinção.
Não sou contra melhorar algo no qual possa nos incomodar, ou fazer algo para realçar o que gostamos em nós.
Mas sim, sou contra essa ditadura da beleza, que faz com que essas indústrias da estética ganhem rios de dinheiro as custas da nossa insatisfação, na maior parte das vezes, inventada por eles mesmos.
Estão criando pessoas que não se aceitam como são, que nunca estão satisfeitas, tudo isso pra tentar atingir o inatingível.
Há beleza em todos os tipos de corpos, traços, cada um com sua singularidade.
Não temos que ser iguais e muito menos nos encaixar em um padrão cruel e limitante.
Precisamos mudar a maneira de nos olhar e aprender a nos apreciar sem filtro.
Nosso corpo é o nosso templo e é preciso que amemos ele.
É preciso entender que somos breves.
Estamos de passagem nesse mundo louco nos preocupando com coisas tão banais, mais vale um coração leve e um sorriso no rosto, do que o peso de não ter vivido a vida como ela merecia ser vivida.
Afinal, o que de fato importa, é o que somos por dentro.
Não o é visível aos olhos, mas a alma consegue ver.
A virtude de esperar é não pensar no tempo,
É deixar que o sol se ponha e nasça,
Sem pedir que a noite acabe ou que o dia se prolongue.
A paciência é a simplicidade de quem vive,
De quem sente a terra debaixo dos pés,
E sabe que a árvore cresce sem que ninguém olhe para ela.
O segredo é não apressar os rios,
Que correm como devem,
Nem olhar o relógio como se ele fosse o dono da vida.
A serenidade vem de não querer além do que há,
De aceitar que o vento passa,
E que a folha, ao cair, encontra o chão no tempo certo.
A paciência não é espera imposta,
É estar em harmonia com o que é.
O mundo segue o seu rumo,
E nós seguimos com ele,
Simples, como quem sabe
Que tudo chega quando tem de chegar.
Outono chegou, sem mistérios nem sombras,
as folhas caem como quem se despe por vontade,
o ar frio não traz aviso, é apenas o que é.
A castanha abre-se na mão, oferta simples,
uma bênção da terra, sem pedir nada de volta.
O mundo veste-se de cor, mas não por vaidade,
as árvores mudam como quem aceita o tempo,
e eu, no meu caminhar tranquilo, olho e sorrio,
não há mais do que a alegria de estar aqui,
o outono é apenas o que o outono deve ser.
Tudo é tão claro como o ar entre os ramos,
não preciso de mais para entender,
que o sol que se põe não se despede triste,
apenas dá lugar à noite, e isso também é alegria.
Semanas evidentes.
Hoje, sem forças me encontro
Na esperança de uma aliança.
Ainda que meu erro, minha sentença,
Seja feita de meu ser.
Nessa luta, nesse desespero,
Embora nessa linha, nesse espelho,
Esteja o meu erro,
A ausência do conforto do meu eu.
Na busca de me encontrar, me perco
Na luta de te esquecer, lhe encontro
É como se eu soubesse a resposta de tudo
Mas de nada me servisse a própria.
Como de nada, antes, me ocorresse
Algo que sei que jamais cogitaria
Tudo como um fruto de minha mente
Que fantasiada se ascendia.
Entre olhares que guardamos na memória,
E palavras que guardamos no silêncio,
Onde foi que nos perdemos?
E, nessa angústia, me derramo.
Procuro no mar às lágrimas
Um pouco de que me caiu do resto, a alma.
Já o tempo, esse estranho cúmplice,
Me leva as mágoas, e embeleza as dores
Mas nunca devolve o que já foi,
Pois não há como voltar em algo que nunca de fato existiu.
E amanhã, acordo-me
E recordo-me
Nesse erro, essa luta,
Como sempre, pois aos mares não há como se apressar
Como nunca, pois de fato apenas tenho a lidar, não sonhar.
