Vou Morrer

⁠Se o teu coração
convidar-me para infinitos,
eu vou.

⁠Sempre

Não prometo amar-te para sempre.
Sempre é pouco tempo.
Quero amar-te para lá do sempre.
Vou amar-te todos os dias e noites
sem a ajuda do sempre.
Irei beijar-te constantemente
até ultrapassar todo o sempre.
Não serei sempre o mesmo,
porque sempre que amanheço: amo-te
e sempre que te amo anoitece apenas no mar.

⁠Que mais eu vou querer?
se tudo o que faz
vibrar a minha alma,
encrespar os meus poros,
pulsar a minha existência, encontrei em ti.

⁠No meu coração há uma multidão, mas é a ti que eu vou procurar nessa multidão.

⁠Como não posso ver-te: vou amarrotar a distância.
Como não posso beijar-te: vou escrever os teus lábios.
Como não posso anoitecer contigo: vou sonhar-te até ser dia.
Como não posso existir sem ti: vou ser eternamente existência neste cósmico amor.

⁠⁠Se tu flores,
eu também vou:
floresceremos
juntos.

⁠Vou caminhar
até aonde
a lua me levar.
Talvez encontre
o teu beijo.

Não consegui cumprir a promessa de não escrever um livro sobre você. Não bastasse, ainda vou registra-lo na biblioteca nacional e agendar o lançamento para breve. Quem imaginou que um coração partido e reflexões sobre a poesia do silêncio faria tudo isso?⁠

"Eu vou para casa porque meu pai não é desse Mundo."

⁠Um dia vou apertar minha mão direita
com a esquerda onde fica o coração
e andar pela vida ambidestra
com o aquentado seguro das mãos

⁠INTERMITÊNCIA


Vim de muito longe
do breu molhado do útero de minha mãe

Vou para muito longe
para o negrume infinito da eternidade

A vida é um rápido intervalo de luz
em meio à escuridão

⁠Quando minha hora chegar, vou estar no fuso horário do Japão

⁠Queria que você fizesse um print e me guardasse nas nuvens que é para lá que um dia eu vou

⁠Quando eu sumir e a vida continuar, vou sentir saudades de lembrar de mim

⁠A cada velório que vou eu me enterro aos pousos

⁠Vou deixar o agora de lado
ir para o amanhã do hoje
me encontrar com o ontem
e me banquetear junto
com meu menino
meu moço
e meu impartível velho rapaz

⁠Vou revisitar meu baú de ossos
explorar todas minhas lembranças
esmiuçar os cantos e recantos da memória
pois um dia até ela haverá de não existir

⁠O HOJE ANTES DO AMANHÃ

Não vou esperar
as formigas em tua boca
carcomerem tua história,
hoje prefiro-te como agora:
incompleta imperfeita e inconcluída

⁠Vou te comer pelas beiradas, amor,
até chegar ao fundo quente do teu coração.

Mas quando eu estiver lá, amor,
não adianta insistir,
pois não vou sair não.

⁠Vou me fingir de morto
para você me notar,
pois o ausente dos retratos
é aquele que é mais lembrado.