Voce vai ser pra Sempre

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CORAÇÃO DE MÃE

Demétrio Sena, Magé – RJ.

Não confie na mãe prática;
burocrática;
sempre justa, nunca intensa...
Nessas mães indiferentes,
que amenizam com presentes
a não presença...
Nem confie na mãe próloga,
psicóloga,
segura e cheia de teses...
Nessas mães que dão seus filhos
aos cuidados do talvez
ou dos reveses...
Mas confie na mãe cética;
epiléptica
de perdida e preocupada...
Nessas mães que não têm rumo,
pois dos rumos de quem amam
nem sobra estrada...
E confie na mãe rústica,
sem acústica
pros requintes da razão...
toda mãe de alma e alma,
cujo corpo se perdeu
no coração...

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DESCARINHO

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Ia sempre sondar se estavas bem,
como foram as horas dos teus dias,
se ninguém te feriu nem com palavras
ou descuidos de alguma natureza...
Era bom esquiar no teu semblante,
passear na ilusão de que me vias,
ler na folha do instante o meu poema;
meu diário das gotas do teu ser...
Pouco a pouco senti a solidão
do carinho, dos olhos, das palavras,
do meu chão e dos passos de costume...
Recolhi estes pés que me levavam
ao encontro contínuo do deserto;
cada dia mais perto da distância...

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LIVRE

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Quem achar que me cala se perde ao achar;
sempre fui de voar pelas asas da escrita;
sou do céu, muito embora, o diabo em poeta;
um alado que atrita com verdades prontas...
Querem crer que me vetam, mas caem do vento
esses pobres arcanjos avessos ao sonho,
que momento a momento se deseternizam
com a falsa grandeza de suas censuras...
Aos que pensam que penso que podem me atar
ou que tenho temor de seus gumes e farpas,
dou as cartas e vivo; sigo; faço amor...
Os que julgam que julgam desgastam martelos,
perdem elos e nunca terão a corrente
de prender minha mente; amarrar minhas asas...

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QUEBRANTO

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Ninguém precisa me derrubar,
porque no fim
sempre acordo e caio em mim...

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DOCE MENTIRA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Sempre fui o romeiro e sempre foste a graça;
minha fé, mesmo intensa, nunca te alcançou;
meu amor é fumaça que a brisa dispersa
e meu show é silêncio que devoro em seco...
Sou a velha esperança que se desidrata;
perde o sonho no espaço da própria quimera;
uma data pra nunca no seu calendário;
primavera invadida pelos gafanhotos...
Mesmo assim jamais pulo desse Titanic,
não é doce morrer na solidão sem fim
de não ter só pra mim esse amanhã contínuo...
É melhor naufragar ao alcance da imagem
que virou a miragem de minha verdade
mentirosa, improvável, mas revigorante...

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DA PALAVRA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Sempre fiz da palavra o meu porto seguro,
minha arca, meus bichos, terra prometida,
no dilúvio das mágoas, paixões e saudades;
minha dor preferida; tristeza feliz...
Navegar nas palavras me aporta no sonho,
me distrai de morrer, me prolonga e põe asas,
faz do mundo este aquário dos olhos de crer
nas pessoas; no tempo; no dom de seguir...
Ser o deus da palavra do céu que desenho,
ter amor ao que tenho e poder decantar,
possuir as não posses da vida comum...
E poder reciclar esse nada em meu ser,
é meu show pra mim mesmo nesta solidão;
a palavra me salva de não ser quem sou...

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VIRADA SOCIAL

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Não se há de negar que o mundo sempre foi bom pra uns... isso é mau. Considerando-se que não há justiça plena, bom seria que o mundo, ao invés de bom, fosse mau pra uns.

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TIRE A ROUPA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Sempre que tiver chance, fique nu. Não por libido, exibicionismo nem assédio. Qualquer momento de alguém com mais ninguém é uma chance de se livrar dos panos como quem se livra de algemas, aguilhões e rédeas, para circular pela casa, e se possível, pelo quintal. Faça isso feito aquele corcel sem dono que percorre planícies, riachos e descampados, como se o mundo fosse todo seu e se resumisse ao alcance de seus olhos e sua marcha.
Mostre para si mesmo, sua nudez. Tire a roupa com silêncio de prece; contrição de culto, e renda um louvor ao vento; à boa solidão de quem não quer companhia. Faça da liberdade ou do ato simples de ser quem é, sua grei momentânea; sua fé; seu credo. Saiba que a nudez autentica o ser humano, certifica sua essência e garante a honestidade plena do invólucro. Corpo nu é transparência; vitrine d´alma; expositor de quem veste a pele, tão só a pele, para se harmonizar com a eternidade breve do ambiente propício.
Fique nu pra se ver. Pra se ter. Pra se ler entre as linhas da perfeição de não ser perfeito. De ser perfeito não ser. Sinta o corpo abstrato, apesar de corpo, e su´alma carnal, mesmo que alma. Sinta-se até um pouco Deus, pois se Deus existe, certamente caminha, voa ou paira completamente nu sobre as planícies, os riachos e descampados do suposto paraíso.

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UM OLHAR

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Sempre olhei ao redor e vi um campo
que supera os seus frutos negativos;
chão de vivos; de gente que reluz;
toca fundo e seduz os pés e as asas...
Meu olhar se derrama sobre a vida,
sem o medo que o tempo instituiu;
com a vasta esperança que se tem
no caminho; no bem; no ser humano...
Nunca vi esse velho fim dos tempos
que ressoa nos templos desde sempre;
vejo, sim, recomeços; renascenças...
Gente má não supera o dom do amor;
a garoa fecunda; não a enchente;
minha mente plantou que o mundo é bom...

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PARA SEMPRE ALÉM

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Com o tempo aprendi que meu saber é vago,
ele tem o sabor do que não trago em mim,
ou a força da farsa de qualquer vontade
que ficou na vontade; no querer profundo...
Só existe a certeza de que nada é certo,
ninguém fez o desenho do que tem que ser;
viverei de viver, pois nada mais importa;
nem a porta que oculta os segredos da vida...
A partir do presente o passado é raiz,
o que tenho guardado é pra manter quem sou,
ser feliz é caminho que requer seguir...
Aprendi a fazer esta prece ao meu tempo;
a dizer este amém que não dispensa o pé
nem as asas que chamam para sempre além...

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CÓDIGO SEM BARRA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Ela sempre me apronta
uma triste surpresa,
e não fujo; sou presa;
dou espaço; dou asa...
Coração nem aponta
para quanto mereço;
meu amor é sem preço;
é por conta da casa.

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SINCERAMENTE ADEUS

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Sempre fui um perito em saltar das relações que apresentem o mais leve declínio. Se tem que haver o infarto, que seja fulminante. Morrer a prazo está fora de cogitação para os meus afetos... os meus.
Toda conquista é gradativa, e vale a pena subir degrau por degrau, porque o prazer é assim. É como beber socialmente; gole a gole. Fazer a língua estalar com sutileza no céu da boca, e sentir bem mais do que o sabor... a essência do que se bebe.
Desconquista, não. Ela não pode ser gradativa, porque neste caso, é agonizar. Se há de reduzir a cumplicidade, frear a entrega ou estabelecer parâmetros, é o começo do fim. Contagem regressiva. Quando percebo essa contagem, prefiro ignorar os degraus e ir direto ao fim, pois é melhor me quebrar do que me consumir.
Não quero mais sua tática de me fazer notar que os tempos mudaram. Que já não somos os mesmos daqueles anos. Rejeito a contabilidade ou administração fria de uma nova forma de afeto, por ser uma novidade somente sua.
No que tange a nossa relação, ainda sou aquele menino e os tempos não mudaram. Não me tornei prudente ou probo. Meu afeto não despertou para os novos rumos da realidade que nos rodeia. Posso dizer que não cresci.
Por esse olhar adverso, essa contramão de conceitos que divergem na forma de revivermos nossa história, resolvi dar adeus. As adaptações racionais, as aparas e a contemporização criam sucos gástricos que me consomem nas entranhas do sentimento.
Pulo da escada que você sugere. Vou direto ao chão, para não chegar lentamente à mornura de uma relação básica. Uma espécie de limbo afetivo que não combina com o que já fomos... ou fui por nós.

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VETADO

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Desde sempre me guardo e preciso lhe dar
meus acúmulos, fardos, verdades contidas,
minhas vidas atadas num feixe de sonhos
costurados na sombra do afeto escondido...
Nunca pude acender uma luz ostensiva
que revele os sentidos, lance os sentimentos,
tome os ventos pro nada e não possa voltar
da corrida sem freio e da queda provável...
Guardo gestos, palavras, olhares e graus
deste fogo abafado em esperanças gastas
entre pastas de arquivos que temem morrer...
Não me tenho pra mim, jamais fui do meu eu,
porque sempre fui seu, mas me calo tão fundo
que meu mundo me veta para o seu olhar...

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FRANCO ATIRADOR

Demétrio Sena, Magé -RJ.

Renato é louco por negras.
Maurício sempre quis ruivas.
Ao mesmo tempo João
bate o pé, não abre mão
daquelas moças bem brancas...
Marcelo sempre foi fã
das nordestinas porretas.
Antonio adora morenas;
Armando é mais radical,
prefere pretas bem pretas...
Enquanto isto se sabe
que a preferência de Rafa
não é morena nem ruiva;
não é chinesa nem índia...
é só jogar a tarrafa.

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PALAVRAS

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Não existe nunca mais
que seja para sempre,
nem pra sempre que perdure
até nunca mais.

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AMIZADES EROTIZADAS

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Amizades entre gêneros opostos têm sempre um quê de sensualidade. É um quê que na maioria das vezes não avança, porque a natureza da relação já se arraigou tanto, a ponto de não caber outro contexto. Se o contexto de amizade for violado, logo depois não haverá mais nada. Amizade, amor nem paixão. Talvez rancor, pela consciência da perda causada com a troca de relacionamento. Às vezes, pela forçação infrutífera de um dos lados. Isto equivale a dizer que amizade é eterna. Relação amorosa, especificamente, não. Por isso, trocar aquela por esta pode ser o que chamam comprar gato por lebre.
Mas algumas relações desta natureza crescem tanto e ficam tão profundas, mesmo não se tornando paixão nem amor, considerando o sentido específico da palavra, que não dá para mantê-las, cruamente, no exato nível das grandes amizades. Tampouco para transformá-las em romances. Quando isso ocorre, a única saída é deixar a natureza cumprir o seu papel improvisador, e não fugir da erotização do laço. Inicia-se, nesse patamar, o que há tempos classifico de amizade erotizada. Muito mais do que íntimas, as amizades erotizadas têm o poder de preservar o que já existe, sem que nenhum sentimento seja confundido nem haja traição, considerando que, na maioria das vezes, ambos ou pelo menos um dos lados já vive uma relação especificamente amorosa. Um compromisso.
Nas amizades erotizadas, a fantasia é permitida em palavras afetuosas, gestos e afagos um pouco mais apimentados e até exposições incomuns; porém, sem a relação sexual; o beijo apaixonado; o compromisso e o sentimento de posse que posteriormente poriam tudo a perder com cismas, cobranças, ciúmes, e o rompimento definitivo. Terminal de sentimentos irremediavelmente negativos.
Por isso nunca transforme em romance uma grande amizade. Quase nunca dá certo. O quase é para não me chamarem de radical. Prefira erotizar o relacionamento, para não correr o risco de perder, de uma vez por todas, uma pessoa especial em sua vida. O romance durável costuma ser aquele que já nasce romance ou se torna paixão, amor futuramente conjugal, sem passar pela grande amizade. Se você conhece casos que deram certo, em definitivo, fora desse contexto, esteja certo: conhece as exceções disponíveis à sua volta.

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EDUCAÇÃO E CUIDADO

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Use o sinto muito de segurança... sempre peça desculpas.

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PRA SEMPRE NUNCA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Só me deixe saber que não ardo sozinho,
que meu fogo não queima sem oxigênio,
minha taça de vinho nem exala cheiro
e meus olhos não nadam num nada sem fim...
Saberei não deixar que o saber me domine,
guardarei o silêncio sobre a flor dos lábios,
pra manter os espinhos do corpo grelhado
entre sábios contornos deste sentimento...
Sempre fui prisioneiro do segredo exposto
ao seu rosto, seus olhos, ninguém, nada mais,
em discretas paisagens do mapa inseguro...
Nem lhe peço esse filme, somente umas cenas,
umas pontas amenas, remotas e vagas,
uma vaga no sonho do pra sempre nunca...

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MEUS MEDOS

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Sempre tive um medo imenso de ficar grande sem crescer. De amadurecer sem ficar maduro. Curtir a vida, os lances, oportunidades, e não curtir minha essência.
Desde cedo não sabia como era isso, mas o meu coração girava em torno dos medos. Queria o corpo em sintonia plena com o espírito, para que o rótulo correspondesse ao conteúdo. Meu rosto, meu resto e minhas palavras não fossem a propaganda enganosa de quem não sou.
Tinha pavor de brilhar e mesmo assim permanecer no escuro de uma ignorância equivocada, com ares inúteis de sabedoria. Temia puxar um saco de filosofias hipócritas, bondades plásticas e religiosidades vãs, de conveniências e chaves que abririam as portas da sociedade. Da popularidade familiar. Do prestígio ao meu redor e os apupos externos de quem olha e pronto. Não importa ver, porque isso dá prejuízo; afasta os favores e subtrai prestígios com vistas a vantagens futuras.
Tenho muitos; muitos vícios, defeitos e desmandos. Bem maiores do que os que julgo, até condeno em terceiros, mas temia os vícios, defeitos e desmandos menores. De quem vai mas não vai. Finge que não, no entanto é. Finge que sim, porém não. Tudo sempre a depender das perdas e os danos; dos lucros e as cotas... ou até das sobras e as sombras que lhes restem ou não.
Tive medo imenso de aprender a fingir. A simular. Ganhar na estampa e levar a melhor na lábia. Ser quem não sou. Talvez até jamais ser; só estar. Fazer acordo com as rotações do mundo, as demandas da vida e as músicas conforme as quais devo dançar nas horas desconsertantes. Nos momentos em que não vejo saída, se não for pelas concessões.
Jamais deixei os meus medos. Eles me ajudam a ser menos pior do que sou. Não os troco pela coragem sonsa de abrir mão das minhas verdades para supostamente me dar bem.

Inserida por demetriosena

ESCRITO A GIZ

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Quero sempre a certeza do que fiz
ou do quanto restou para fazer,
o que basta, o que ainda pede bis,
foi sofrido, marcou e deu prazer...

Só existe o presente a se viver;
um enredo que o tempo escreve a giz;
amanhã pode ou não amanhecer,
se vier é lacuna e marco xis...

Fico atento pras múltiplas escolhas,
ganho fronde, resseco e perco folhas,
me renovo ao sabor da novidade...

Já me canso de sua indiferença;
dou adeus, e por justa recompensa
não lhe devo lembrança nem saudade...

Inserida por demetriosena

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