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RESPOSTAS NO AMOR
Amo... vejo envasado em nobre sentimento
Todo o meu ser em fulgor, a alma em união
Contempla-me a glória, inteireza na emoção
Ame! - E deixe o mal com o seu sofrimento!
Sofro... quando me encontro em desilusão
De espinhos, arranhão, então fique atento
O desdém que humilha, não há argumento
Pois, o contento, se deixa levar pela paixão
Se tem irrisão, perdoe, o perdão é prece
Árduo é o caminho, e perverso a injúria
E ter um bom alívio é o que se esquece
Amor... amar... amo, trova dum profeta
Ao coração enriquece, sem ser luxúria
A eterna inspiração do ser, de ser poeta!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, outubro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Medos
Nebulosa nuvem circunda meu pensamento,
Uma furtiva lágrima escorre pela face,
De repente uma tristeza corroí meu sentimento,
Ao não me sentir a direção de sua inspiração,
De ser personagem na história de seu coração.
Ah! Se eu pudesse expressar toda essa aflição,
De medo,
De angustia,
De sofreguidão,
Entranhadas na carne,
Assombradas pela solidão,
Que traz insônia,
Que tira o sossego,
Provoca dor.
Só porque desejei seu amor,
Seus beijos,
Seu olhar que traz calor,
Seus abraços de desejos,
Por mim,
Para mim,
Sentir, enfim,
Sua empolgação,
Tanto quanto demonstro por ti.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
13/11/2007
HORAS TANTAS
Horas tantas, aterrado e um tanto aflito
Confidenciei para a lua o meu detrimento
Do acaso, que com as desditas foi escrito
E se a fito, ainda o sinto no pensamento
Atroa, n'alma um pávido e nuvioso grito
Titilando dores em um amofino violento
Arremessando os anseios para o infinito
Tal o choro do cerrado aflado pelo vento
Clemente lua, que o meu azar sentiste!
No firmamento confessei o meu pranto
Enfardado pelas nuvens transparentes
E no meu peito, uma solidão tão triste
Onde o poetar a soluçar em um canto
Escorre silenciosas lágrimas ardentes
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
30 de julho de 2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
SONETO SEM AMOR
Meu amor pouco ao meu alcance
Nas nuances até hoje em segredo
Não tive uma chance, pouca chance
Dele, surpresa, desilusão e tal medo
Meu amor, o olhar foi de relance
Na vida o desencontro foi enredo
Andou por andar, nenhum elance
Confiando no amor pra amar, ledo!
Pedinte viver, atravessou sem ter
A glória de um amor para amar
Passou por passar, pobre viver!
Aí de mim, na sina de encontrar
Nem digas, ó implacável haver
Nem sorriso, gesto, pra poetar...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
06 de setembro de 2019
Cerrado goiano
Canto em Versos
O meu poetar une versos
dos amores, dos reversos
porém, não são submersos
nem tão pouco dispersos...
É uma exaltação aos universos:
das trovas, dos mundos diversos
das dores e louvores tão imersos
nas palavras e sigilos complexos
De simples poemas abstersos...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
SONETO DA AUSÊNCIA
O cerrado já não mais é meu confidente
o pôr do sol não mais ouve o meu plangor
os cascalhos do segredo fazem amargor
e a saudade já não mais está condizente
Não mais estou melancólico no rancor
nem tão pouco sou aquele imprudente
e ao vento nada mais contei contente
deixo o tempo no tempo ao seu dispor
Até da recordação eu tenho medo, dor
o entardecer tornou-se inconcludente
e o olhar se perdeu nas ondas de calor
O poetar fez da madrugada noite ingente
carente nas buscas do tão sonhado amor
e hoje o meu eu no cerrado está ausente
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
06/06/2016
Cerrado goiano
TORMENTO NO SONETO
O fado, comigo, não teve deleite
Tem um gosto agridoce meu dia
Devoluto, e sem lisonja fugidia
Na ventura me sinto um enjeite
Lembranças, só são de nostalgia
Um poetar desnudo, sem enfeite
Inspiração desmaiada como leite
E a lágrima de tão pouca alegria
As doces palavras sem onde deite
O ânimo com nuance sem ousadia
O coração desprezado, quem aceite
E mesmo, num tal tormento, quereria
Um olhar de afogo, sorriso que afeite
Onde minha sorte, pudesse ter alforria
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro, 2016
Cerrado goiano
Papel e Tinta
Laivei o meu pincel
no cinza do cascalhado
no entardecer fogueado
no chão ressecado
no desbotado areado...
Laivei o meu pincel
na luz do horizonte
na sombra atrás do monte
no suor da fronte...
E no branco do papel
vão aparecendo inquinações:
de folhas secas, chão árido
amarelados ipês, buritis, ar cálido
pequis, céu divino e estrelado
num desenho do cerrado...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro de 2016
Cerrado goiano
epílogo
se te pareço ingrato
cerrado
olhe o meu aparato
verás que não sou errado
nem sem tato
apenas um saudoso
do meu lugar exato
amoroso
onde eu fui e sou
verboso
pois, aqui acabou
o que vim fazer
e se fico ou se vou
é escolha, não só prazer.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
CRISTO (soneto)
Quando a teus pés oh Cristo Amado
Desces da cruz e pende no meu peito
Ungindo de amor, luz num tal respeito
Que fazes do meu cigalho imaculado
Eu, pecador e, um tanto imperfeito
Sinto-me nos teus braços, levado
Orando consolo em ti crucificado
Arrebatado no amor, eu a ti preito
Mas quando me vejo, enevoado
De pouca fé, um coração estreito
Perdão! No abatido envergonhado
Fraquejado, pouco ouvi o preceito
Me empanturrando no vil pecado
Só em ti Cristo! És o acaso perfeito!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Janeiro, 2017
Cerrado goiano
SONETO SEM SORTE
Amor, quantos espinhos há na tua haste
Arranhando a solidão aqui no meu peito
Errante nos sóis e chuvas, sem ser eleito
Entre estações sós, num triste contraste
Saudades passam, e não passa o efeito
Porém, tu e eu, amor, no mesmo engaste
O fado faz que a desventura nos arraste
Por outonos, num desfolhamento do leito
Pensar que custa tanto, tanto desgaste
Quando poderia ser diferente, ser feito
Com companhia, desde que chegaste
Mas tu e eu simplesmente sem preceito
Ali onde o passado no remorso choraste
Semeamos a sorte sem nenhum proveito
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Janeiro de 2016
Cerrado goiano
SONETO PELO CAMINHO
O meu fado pôs a me versejar
Pelas trilhas do destino nefando
Me fez chorar, rir, foi interrogando
Acerca do amor pôs a ignorar
Subi e desci, e a vida foi forjando
Desafinei certamente ao disciplinar
E pude segredar na noite de luar
Assim, estórias foram desfiando
Por vielas, ruas e, becos a andejar
Andei, e ele comigo foi andando
Pelos caminhos o diverso a poetar
Agora, o canto maduro, no comando
Lembranças, tudo tem tempo e lugar
Na estrada, continuo caminhando...
(até Deus chamar!)
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
20/01/2017, 14'00"
Cerrado goiano
SONETO TRISTE
Hoje acordei com meu verso triste
Escorrendo pelo papel só inclinação
Cabisbaixa a inspiração e, pelo chão
Querendo lira na sorte que não existe
Pois, cada cisma, na cisma consiste
E o prazenteiro é em vão, e assim são:
Desferrolha fagulhas infeliz do coração
Petrechando a consternação em riste
As minhas angústias querem expansão
Minha dor, está ali sozinha, é imensidão
Tão calada, não entenderão o que sente
Aí quem me dera, não a ter! Pois então?
A tenho!... E pouco cabe na solidão...
Quando caberia aqui: - verso contente!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Janeiro, 2017, 05'55"
Cerrado goiano
NAS ENTRELINHAS DO SONETO
No sentimento, do amar, seja meu amor
Basta estar ao meu lado, o querer haver
Ao olhar-me, ouça o coração, por ti bater
Adentre, rogo-te, quero ser o teu amador
Nas mãos, tenho flores, pra lhe escrever
Tocando nos versos tais qual um beija flor
Palavras entoadas de afago a lhe compor
E paixão, pois você é vida no meu viver!
Entre sussurros e suspiros és puro ardor
Em primaveras no meu peito a florescer
Desenhando sensações ao meu redor
Em ti esqueço que existe qualquer ser
Tudo é livre, tu fazes do versar um relator
Nas entrelinhas do soneto, o amor ter!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, abril. 05'40"
Cerrado goiano
A UM TRISTE (soneto)
O meu destino é talvez a do azar
Jurando as venturas... de maneira
Que com o acaso se possa sonhar.
Vidas de má sorte várias, herdeira!
Outros êxitos talvez já pude gastar
Fui, um aventureiro na tranqueira
Do fado. E infausto agora a chorar
Ou pesado no sortilégio, na beira...
É brado num temor sem tamanho
Num luto da felicidade: permitidos
Mártir na dor, um desígnio estranho
Por isso, lamento aflição e pranto
Sentimentos dos heróis vencidos.
E com a alma cartada no recanto...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro, 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Canção
Não te cies do fado, nem do meu olhar
que o vento nos puxa pela alma sedenta
que as estrelas no céu se põem a poetar...
E nosso desejo se faz eternidade juventa.
Apressa-te, amor, que o tempo é de amar
que amanhã não importa, te quero agora!
Não demora tão longe, não me deixe estar
sozinho, num nácar de silêncio, janela a fora
o pensamento, se fores sonho, quero sonhar!
Seja já! Mesmo que a estória fale de outrora
o coração traça rotas que nunca pude tatear.
Apressa-te, amor, dispa está solidão, és abrigo
pegue na mão, me abrace, e assim vamos estar.
Se não te disse, com os meus versos te digo:
Como foi bom poder te encontrar!… e ficar!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
05/04/2019
São Paulo
(um mês)
Apanhador do cerrado
Uso o meu olhar para apanhar o cerrado
As palavras tortas compõem o mato crivado
De cascas grossas, cascalhos e céu estrelado
O chão na temporada de sequia, é maltratado
Os jatobás fatigados tão firmes como as perobas
Rodeiam os pequizeiros, tão "bãos" como as guarirobas
Cheiro forte sabor da terra, como as doces gabirobas
Entendo bem o sotaque é o povo deste chão
Sou daqui, tenho respeito a toda esta tradição
Povo das sucupiras, flores rasteiras e abelhas arapuá
Tudo aqui tem força, tem suor, é aqui, é acolá
Assim como a magia do canto da seriema e do sabia
Deste cerrado místico, torto, certo e errado, sempre a brotar
Que o tal desencanto encanta o poeta no poetar
Este quintal que é o maior do mundo, que faz sonhar
Me faz ser apanhador do cerrado, no meu versar.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
30/03/2016, 22'22" – Cerrado goiano
Minerês
Ô minas, arguém já te poetô
Eu sempre tenho poetado
E ainda poetando eu tô
Cadquê, meu estadão amado
Ocê é trem bão dimais
E óio aqui os sêus mistério
Tão difícil, decifrá jamais
Tal arrilia é tão sério
Que o poeta proseia, proseia
E ainda fica o quê proseá...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
27 de abril, 2016 – cerrado goiano
Parodiando Patativa do Assaré
DE VOLTA
Aqui vai o meu olhar de volta, pro vazio
pois pra mim o céu aquietou, emudeceu
depois que o seu silêncio me escreveu
a distância e, a poesia ficou com fastio
Se tudo tem seu tempo, em mim doeu
ao deixar o seu gosto sem o seu feitio
ao sentir que já me esqueceu, arrepio
e que no seu amor, não tem mais o meu
Olha pra mim, só restou a minha metade
dum coração solitário, onde, eu sou réu
e neste cancioneiro, está triste fatuidade
Se ainda ouve de mim uma canção, eu
ouço o seu suspirar na minha saudade...
Que grita, uiva, na poesia deste plebeu.
© Luciano Spagnol- poeta do cerrado
Cerrado goiano, 5 de dezembro, 2019
noite fria
de nada vale orelha de cobertor
sem ter companhia...
a companhia do meu amor.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Cerrado goiano, 13 de dezembro de 2015
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