Voce a Luz do meu Viver
Estou procurando por algo um pouco… menos romântico e mais pé no chão. Sabe, com pessoas que não foram feitas uma para a outra, mas que estão dispostas a se arriscarem, mesmo se não tiverem chance alguma.
Flores Murchas
Desmaiadas na vida
Pálidas desabrochadas
As cores de partida
As pétalas cansadas
Ainda com viço
Afadigadas...
Murchas flores
Flores murchas
Tristes louvores
Versadas...
De perfume postiço
E as forças exiladas
Feitiço
Da existência traçadas
Do fado mortiço
De inevitáveis jornadas
Murchas flores
Flores murchas
Tristes louvores
Desenganadas...
Perfazendo o curso
Revoadas
Incurso...
Flores murchas
Murchas flores
Tristes louvores
Encantadas!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02 dezembro, 2022, 18’52” – Araguari, MG
Versão musical para o poema “Flores Murchas”
COVARDE
Se, assim, bater de novo à minha porta
Ah saudade! deixai quieta a minha dor
Não mais me traga sensação que corta
Que açoita a emoção com aflitivo ardor
Do pouco o tudo na recordação importa
E nada comporta um gesto tão opressor
Pois bem, cada lágrima pesar transporta
Então, dar-me-ás suspiro pra lhe transpor
Mas, aí! no peito bate forte está aflição
Sussurra em voz alta, em árduo alarde
Avidando um aperto no sisudo coração
Tremo... Sôfrego... E doloroso... sufocado,
... me deixo bater a saudade como covarde
E me ponho a sofrer como um apaixonado!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04 dezembro, 2022, 11’42” – Araguari, MG
CONVICÇÃO
Por saber que não mais de te versarei
Permita que entre nós só a recordação
Deixada nos versos cheios de sensação
Que existiu um dia, agora, não mais irei
Não que eu quiz, e que ingrato serei
Saiba que te amei em cada emoção
Loucamente, na minha maior paixão
Entendo, que poesia tivemos, eu sei!
Não que a escrita te apagou, narrativo
Vive a saudade, num maçante motivo
Em uma poética evidente e tão picuinha
Mas, neste perseverar em ser presente
Um tormento parece-me tão unicamente
E, sabes que não mais será prosa minha!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07 novembro, 2022, 21’00” – Araguari, MG
NATAL EM SONETO (dezembro)
24 de dezembro, uma noite tão presente
Noite Cristã, zelo ao Pequeno Nazareno
Um amigo amor, um desígnio tão pleno
A infância em recordação, inteiramente
Nestes veros meu cantar doce e ameno
No pisca-pisca de sentimento inocente
Lépida cantiga, total sensação que sente
Mesa posta, nossa gente, o crer sereno
Ó Menino Nazareno, sentido, confiança
Aquela verdade que nos traz esperança
Aquela inspiração que nos dá devoção
E, no coração o tanger do fervor imerso
Neste emocional, só um pequeno verso:
Dum soneto de Natal em devota canção!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04 dezembro, 2022, 19’42” – Araguari, MG
CÂNTICO DO CERRADO
Já não ouvem os cantos das seriemas
Estridentes brados vindos do cerrado
Cessaram as sonatas, coaxes e poemas
Dos sapos, tão trêfego e tão sussurrado
Onde andarão as maritacas e as emas
Que nas planícies vinham dar significado
Pela imensidão do sertão e ecossistemas
Onde andarão? Foram apartadas do prado?
Já não ouvem aqueles apelos suplicados
O silêncio invade, os feitiços são penados
Os jatobás e os ipês não sombreiam mais
O chão tão desprezado de cuidados urge
Torna-se escasso a cada alvor que surge
Cala-se o sertão nas urgências essenciais
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07 dezembro, 2022, 05’42” – Araguari, MG
chove lá fora
acordei
e vi que chove
observei
que não era só lá fora
revestido de breu
minh’alma
também, chora!
dengosa
amorosa
queixando de tudo
do silêncio mudo
da carência
daquela ausência
amargo sentido
coração partido
ah! e o meu amor
na sofrência, na dor...
chove lá fora
cá dentro do alento
também chora!
triste sentimento
sem compaixão
sedento
cheio de ilusão
lamento... dura hora
vão... solidão
chove lá fora!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18 dezembro, 2022, 13’37” – Araguari, MG
versão para “Chove”
Eternamente
Sobre o sonho escrevi teu nome um dia
Mas a ilusão a levou tal escrita na areia
Onde o mar apaga, insisto, mas todavia
A emoção vela pra que a saudade a leia
Ó fado breve, tão fugaz, desdita aflição
O que é mortal tem seu tempo. O final
E nós passaremos, e os enredos ficarão
Afinal, o que ampara é o vínculo imortal
E, assim, me parece que só o vil perece
Não! O amor, o afeto, nem tudo some
Coração consome e a alma engrandece
Nos meus versos, jacente é o seu nome
Então, nos teus abraços, eternamente
Recordação duma felicidade incontida
Tão grande, querida, vontade se sente
Pois, lembrar-te-ei mesmo após a vida!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19 dezembro, 2022, 05’42” – Araguari, MG
Voltei, mas já tô querendo é desvoltar, porque eu acho que voltei demais no tempo. Eu fiz que fui, não fui e acabei nem “fondo”.
Soneto penoso
Emoção! ao sentires a poesia pacata
O abandono duma prosa de amor
Trova que fere, canto que maltrata
É pranto que nasce de grande dor
Quando ouvires d’alma rude sonata
Rugindo de um sentimento traidor
E perceberes uma poética ingrata
Entenda, são versos dum sofredor
Cá, esconde as angústias, o tédio
Onde o coração sofre duro assédio
Do desagrado, em verso amargoso
Pois, um poema que magoa, soa
Na sensação... e o sentir atraiçoa
E, quase sempre, resiste penoso!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21 outubro, 2023, 08’51” – Araguari, MG
TODO AMOR
No sentimento, há um soneto lindo
Que mais parece uma leve emoção
Sussurrante, com o versar sorrindo
Na versão aquela perfeita inspiração
Atraente sensação, o afeto incluindo
Suspiros em versos, mimos em botão
E, que torna o fascínio tão bem vindo
Com seus sentidos, saboridos, então!
E, assim, verseja a prosa no agora
Com significado do fulgor da aurora
Que rega o coração com o tal vigor
Ah! paixão... bom ter-te neste carinho
Sem que seja um cárcere de espinho
Mas, sim, a poética com todo o amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22/10/2023, 15’51” – Araguari, MG
POESIA DESFOLHADA
Ela com toda a sofrência. A dor pesada
Verso miserável, o sentimento a vincar
Contrita, suspirosa, lacrimosa, fadada
A cada árduo momento o seu poetizar
Toda sofrência... E, de alma surrada
A sensação de desamparo a fervilhar
Aflita, inquieta, trêmula, atrapalhada
O canto desentoado, põe-se a chorar
Como não sentir a este triste ensejo!
Onde outrora era prosa e doce beijo
Olhares, gestos e, a poética sincera
Tristura! Trova lastimosa, rejeitada
Hoje, nesta dura poesia desfolhada
Tal folha outonal, o amor degenera.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
26/10/2023, 16’10” – Araguari, MG
- Relacionados
- Frases para namorada que mostram o quanto ela é especial para você
- Frases de motivação: palavras para encontrar o incentivo que você precisa
- Você é especial para mim: frases que tocam o coração
- Frases de raiva que dizem o que você não consegue falar
- Adoro Você
- Sobre a vida: frases que capturam a essência de viver
- Pensamentos de Natal para refletir e celebrar esta época de luz
