Voar como um Passaro Ate seu Coracao
Sentir raiva é natural e tão benéfico quanto o medo. Ainda que os vejamos como sentimentos ruins, eles nos protegem de riscos reais como o de sermos manobrados por outrem ou de ficarmos indefesos diante das ameaças. Ambos são molas propulsoras para recomeços de modo a que a energia dispendida possa ser usada para corrigir rumos e atingir o ponto de equilíbrio que precisávamos. As coisas são como são, e a raiva nos ajuda a enxergá-las, prevenindo novos sofrimentos e revelando-se uma grande aliada nas lições que não aprendêramos até então. E a consciência de todo esse ganho culmina por dissipá-la, devolvendo a alegria – agora real e sem disfarces – ao coração.
O ateu enxerga a si próprio como o estágio máximo da evolução universal; o crente se coloca na posição de escolhido de Deus; e o buscador se rende à constatação de coisas muito além de seu conhecimento para pôr abaixo qualquer barreira que impeça a verdade de chegar até ele.
Em se tratando do incerto e do inusitado, a dúvida se apresenta como única alternativa inteligente. Reduzir-se toda a existência à microscópica dimensão cognitiva de nossa ciência não revela apenas excesso de pretensão: passa atestado de ignorância travestida de sapiência.
"Equilíbrio" - como nos atesta a física - é o ponto que se mantém equidistante dos dois extremos. Isso se faz mais importante ainda no campo mental.
Negacionistas é como a ciência chama àqueles que negam tudo do que não entendem, ou criam versões próprias da realidade para eles mesmos. Só não lhes ocorre que a verdade continuará sendo a que é, independente de a aceitarem ou não, o que deixará a descoberta mais traumática do que optar pela dúvida até que ela se revele de forma inequívoca e incontestável.
Não é papel nosso atuar como juízes de realidades diferentes da nossa. O nome dado a tal ato é preconceito. Precisamos é tentar entendê-la. Se não for possível, pelo menos respeitá-la.
Acreditar ou não num deus é uma crença como outra qualquer: apenas se crê que exista ou se crê que não exista. Mas, apesar disso, os dois lados se veem no domínio de uma "verdade", inalcançável a ambos, de que se utilizam para menosprezar-se mutuamente em vez de tentar entender que são exatamente iguais, somente seguindo em direções contrárias.
Resposta à Fernanda Young, para sua Carta à Tristeza:
Pois é, Fernanda. Folgada como é, comigo ela faz o mesmo. Vez por outra bate na porta,e quando abro ela ai entrando de mala e cuida, se achando a dona do pedaço, como é dedeu feitio. Pensa que vai chegar e se instalar de vez, pois abre o guarda-roupas e ocupatodos os meus cabides – com toda pompa e circunstância – como se fosse ficar para sempre.
Mas como sei bem como ela é, num primeiro momento finjo que concordo. Por educaçãopermito que entre e ocupe todos os meus espaços sem oferecer resistência, como aconteceuainda esta semana mesmo. Mas no dia seguinte já deixo claro que se trata do meu espaço,e que sua estada é – e sempre o será – bem breve, deixando a mala dela bem à vista para
que não se esqueça. Sempre que chega faço assim: não a ignoro nem a expulso; só nãodeixo que se assenhore de tudo.
Logo na primeira vez em que tentou se instalar, disposta a transformar sua vida em casamento,falei em alto e bom tom que isso nunca aconteceria, pois que temos naturezas bem diferentes:e o rompimento se daria em seguida por absoluta incompatibilidade de gênios: ela é amargae eu amo a vida, ela torna tudo pesado e eu curto ser leve, ela gosta da noite e eu adoro o sol.
Então não batemos! Acho que funciona, pois logo ela faz as malas de novo e procura outro lugarpra ficar, já que sabe que por aqui nunca vai passar mesmo de uma hóspede rápida e passageira!
Sei que agora você vai ficar bem, como eu já estou desde que ela desistiu e se foi daqui de novo,em busca de outro lugar pra morar. Sempre tenta, é claro, mas em algum momento vai acabarentendendo que por aqui é que não vai ser!
Espero que se recupere tão rápido quanto eu, e ponha pra fora esse seu sorriso outra vez.
Um beijo pra você!
Luiz Roberto Bodstein
Ensinaram-nos desde sempre a tratar a dor como inimiga. Daí que quando se aproxima nossa atitude é tentar afugentá-la, ignorar sua presença, ou escapar para algum lugar onde não esteja, como se ela não fosse esperar por nossa volta!Isso é um erro, pois não a podemos enganar. Acolhe-a, portanto, dá-lhe atenção, deixa que fique o tempo que precisar e decida quando ir por si mesma, como faz todo bom professor. Sem tua resistência aprenderás mais rápido e ela retomará seu caminho, pois tem muitos alunos como eras até descobrir que tinhas ao teu lado o melhor dentre todos os teus amigos!
Quando penso em desistir lembro que não posso pensar como indivíduo, mas como espécie... E como espécie o que menos importa é o que faço, mas seu significado.
O caráter é como a lâmina de uma faca que pede reação ao primeiro sinal de ferrugem: quando aparece pode ser removida com um leve passar da esponja, mas logo se integra para fazer com ela uma coisa única que não permite mais separar-se uma da outra.
E não sendo logo retirada do faqueiro a corrosão se estende a todas as que lhe estão próximas, não restando uma que não se transforme em prolongamento da que deixou de ser aço para ser ferrugem.
Toda ciência humana só se faz confiável quando toma o aqui e agora como parâmetro para qualquer realidade que tente provar. Sempre que for utilizada para embasar conceitos definitivos se terá apenas uma nova crença – não importando sua natureza – mas nunca ciência.
Calcula-se que menos de 10% das pessoas enfrentam a verdade tal como é, por mais assustadora ou dolorosa que se mostre. Dentre as demais, outro décimo é das que a negarão até o último de seus dias, mas nada a lamentar neste caso, já que escolheram o próprio destino. O mais triste são os 8/10 restantes de pessoas boas que se descobrirão equivocadas até aquele exato momento, mas nunca terão coragem o bastante para confessá-lo sequer a si mesmas.
Não! Eu não sou tão corajoso como você imagina. Sou apenas persistente, e nunca desistir de tentar de novo me dá força e fôlego o bastante para não permanecer no chão!
Alguém já teve notícia de santo de casa que fez milagre? A história geralmente os descreve como gemas descobertas em porta-jóias alheios, e das quais os seus se apropriam depois como os mais devotados “herdeiros in memorian”.
À religião e à ciência é difícil aceitar algum tipo de vida superior à do homem, tida como obra prima da criação. Então a negarão à luz das leis que criaram para si mesmas, antes de admitir qualquer coisa que não se coloque submetida a elas. E, contrariamente ao defendido, isso se deve bem menos às premissas dos institutos do que à arrogância dos que os conduzem.
Alguns fazem uso da filosofia como quem decora uma taboada, sem nunca explorar a fórmula que os aproxime de onde a experimentação pode conduzi-los.
O câncer do obscurantismo não é uma expressão de retórica. Como qualquer câncer, é uma doença incurável que permanece latente na célula do organismo social por longo tempo e periodicamente escapa do núcleo onde se esconde, espalhando-se descontroladamente pelas células saudáveis para minar-lhes a resistência até a completa extinção da vida. Como todo parasita que se nutre sem nada dar de si – já que mata por natureza – ao final do processo terá destruído o hospedeiro para morrer com ele, sem lógica ou propósito, posto que nunca os teve.
Como ponto de equilíbrio entre o crer e o não crer, o mínimo que o bom-senso nos cobra é nos mantermos abertos para o mistério.
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