Vestido de Noiva de Nelson Rodrigues

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A busca da felicidade no amor é uma aventura ao desconhecido. Para este "tour" necessitamos de, pelo menos, um guia: Nosso caráter.⁠

Inserida por NelsonMedeiros

⁠O homem sempre buscaou a felicidade através dos milênios, mas nunca fez nada para merecê-la.

Inserida por NelsonMedeiros

O PERFUME

Ela evolava rara e doce essência ...
De pronto prendeu-me sua fragrância!
Então, numa invencível e estranha ânsia,
ao seu corpo me rendi, sem prudência!

Seu aroma era a marca da constância,
e, sempre que a via, em nossa vivência,
ela enchia de meiga experiência
mi! alma, mal saída da infância!

O passado, porém, no tempo, é bruma
que em sua viagem sem volta, esfuma
nossos momentos mais inebriantes!

Mas, hoje eu pude ver o ontem no ar
ao sentir que a jovem, na orla do mar,
tinha o perfume daqueles instantes!

Inserida por NelsonMedeiros

⁠NUMA FESTA DE SÃO JOÃO

Era São João... O luar passeava
Na ruazinha apinhada de gente!
Uma noite por ano, tão somente,
E por isso a rua inteira dançava!

Uma figura, porém, se esgueirava
De encontro ao vate que, ansiosamente,
A esperava... E o longo beijo, fremente,
Um grande amor, então, profetizava!

Um instante de luz... Lance sem par,
Lembrança que mesmo agora eu desfruto,
Pois que ela embala o outono da idade!

Mas, até hoje eu não sei me explicar
Como este amor que nasceu num minuto,
Morre em dor que já beira a eternidade!

Inserida por NelsonMedeiros

⁠LEI DO RETORNO


Desde sempre eu soube, sem ser profeta,
Que longe estamos de sermos perfeitos!
Não somos maus, mas com mil preconceitos,

Mais andamos na curva que na reta!
Carregamos, ainda, mil defeitos
mas, mesmo assim chegaremos na meta!
E não é preciso ser bruxo ou asceta

Pra entender que as opções têm efeitos!
Por isso é que eu sei, por convicção,
Que algo existe a nos chamar à razão

E mostrar a dor que a incúria acarreta!
É a Lei do Retorno, inata na mente,
que nos cobra o desatino pendente,
No momento exato e na hora certa!

Inserida por NelsonMedeiros

⁠RASTROS DE ILUSÃO

Lembro bem daquele mês de janeiro,
daquela praia em recanto sem par,
do desejo insano de a encontrar
e, enlaçar seu corpo, esbelto e faceiro!

A brisa, trazendo o aroma do mar,
mais parecia um sussurro agoureiro
dum adeus previdente e derradeiro
praquele amor de verão, singular!

O tempo avançou, porém, o desejo
de tê-la inda ficou, ardente e pleno
pois, na paixão a loucura norteia!

Então, prenhe de ilusão, num lampejo,
Quis ver de novo a praia, o mar sereno,
Mas, só vi rastros de beijos na areia!

Inserida por NelsonMedeiros

⁠Medita o bardo em silêncio profundo...
Na tarde cinza dum dia sem cor,
a alma chora seu revés sem rancor
mas, o coração se afoga em lago imundo!

Descem lágrimas em pingos de dor...
Cada suspiro é lamento rotundo
e, só a tristeza habita o seu mundo
desprovido da alegria do amor!

Sua alma é noite escura de agonia...
Porém, no fundo, uma luz a brilhar,
traz promessa de novo porvir, pois

a tristeza, embora possa durar,
é passageira como a ventania
que destrói, mas traz beleza depois!

Inserida por NelsonMedeiros

⁠A vida sempre responde aos nossos atos impensados. Às vezes nos adverte com receios e preocupações, mas na persistência nos pune com a dor.

Inserida por NelsonMedeiros

⁠Nossos desvarios emocionais, que são frutos de repetições milenares, somente nos abandonarão quando conseguirmos nos libertar de nós mesmos.

Inserida por NelsonMedeiros

⁠A POLONESA

No limiar da minha juventude,
Inda trazendo restos da infância,
Do piano da jovem em plenitude
Escutei uma trilha d! outra instancia!

Revivido em sonâncias de virtude,
Chopin resplandecia em substância!
Então, pela primeira vez, eu pude
Aspirar da “Polonaise”, a fragrância!

Curvei o tempo e sentindo somente
A eterna inspiração daquele artista,
Quase vi sua musa polonesa!

A cena marcou tanto a minha mente,
Que até cri fosse aquela pianista,
Minha musa d! outrora, com certeza!

Inserida por NelsonMedeiros

PAIXÃO PRIMÁRIA⁠


Dos escombros da vida visionária,
Onde não existem dores nem medos,
Restaram tão somente os arremedos,
Daquela afinidade involuntária!

Uma empatia extraordinária,
Que chegou embutida em mil segredos!
E, mergulhado, então, em seus enredos,
O vate sentiu a paixão primária!

Mas, um flagelo mudou seu destino...
Os entraves chegaram exacerbados
E se perdeu a alma em desatino!

Chegaram como lavas de vulcão...
E dos seus sonhos hoje incinerados,
Só as cinzas ficaram em sua mão!

Inserida por NelsonMedeiros

⁠OUTRAS GENTES...

Todo poeta é um sonhador admirável!
Viaja no tempo, e através de sua mente,
Sonda as estrelas... Pressente o futuro, e sente
O limiar de um mundo novo, mais estável!

Vê a humanidade mais séria, confiável,
Que acredita na igualdade e no amor, somente!
Um mundo sem ódio, sem guerras, coerente
Na igual atenção ao ditoso e ao miserável!

Nele, o homem é voltado para a caridade,
Para a harmonia, para a justiça e a bondade
Que são, no ser humano, virtudes latentes!

Reza, então, o vate... Que isso se torne real...
Que um dia, toda alma humana se canse do mal,
E a fraternidade alcance todas as gentes!

Inserida por NelsonMedeiros

⁠VÃ PROCURA

Diz-me tu que buscando o teu amor
Singraste mares, rios e oceanos!
Varaste terras por meses e anos
Na procura fremente e sem pudor!

Que olhando os céus, embora com fervor,
Rogaste favores quase profanos!
Ouviste magos, desvendaste arcanos
Porém, sem nunca tê-lo a seu dispor!

Digo-te: Siga em frente rumo norte,
Pois, que o verdadeiro amor não é sorte,
Antes, é benção que já conheci!

Um dia, quando o achares, finalmente,
Descobrirás que achaste, tão somente,
O vate que sempre esperou por ti!

Inserida por NelsonMedeiros

ESQUECER É PRECISO...



Vi tudo outra vez... Ela na sacada,

As tardinhas, as manhãs, as marés,

O sol, a brisa, as espumas do mar

Beijando a areia, a praia a nossos pés!



Mas, o amor é volúvel como as ondas...

Chega e volta num vai e vem constante!

E, como a onda, ela veio e voltou,

Deixando um rastro na areia molhada!



A praia de mi! Alma está deserta...

Meu mar azul estertora em ressaca

Sob um céu gris, sem sequer uma estrela!



Eu não queria mais sonhar com ela,

Não tê-la em meu pensamento..., mas como

Se jamais eu me lembro de esquecê-la?⁠

Inserida por NelsonMedeiros

⁠EGOISMO

No peito estreito, onde a alma delira,
ergue o egoísta seu reino sombrio!
Seu coração é prenhe de vazio,
e a empatia jaz ali, em mentira!

Cego ao clamor da dor alheia, é frio
e surdo aos rogos que a bondade inspira!
Só para si o mundo inteiro gira,
e nele vai, para um norte sem brio!

Deixando rastros de seu desamor,
segue isolado, em torre de vaidade,
colhendo espinhos onde existe flor!

Rompendo os laços da fraternidade,
há de encarar, ao fim, o próprio horror,
de não saber do amor e afinidade!

Inserida por NelsonMedeiros

⁠Depois dos cinco anos de idade aprendemos a ler, nas linhas da escrita, e descobrimos as belezas do pensamento humano. Depois dos sessenta, aprendemos a ler nas entrelinhas de suas atitudes, e descobrimos as feiuras seus pensamentos.

Inserida por NelsonMedeiros

⁠Existem coisas que não vemos. Saber delas e crer nelas, porém, não basta. Necessário vivê-las. E esta vivência consiste em praticar, diuturnamente, respeitando nossas limitações, os princípios superiores que adotamos baseados na razão.

Nelson de Medeiros

Inserida por NelsonMedeiros

⁠A precipitação, no julgamento de atos alheios, é filha do medo e herdeira da insegurança pessoal, desencadeando, via de regra, rancores, injustiças e vinganças cujas consequências vão muito além do nosso imaginário.

Inserida por NelsonMedeiros

⁠MESA DE BAR

A noite é fria... Lá fora a chuva incessante
Lembra tua ausência que chega a todo instante...
O seresteiro indiferente à minha dor,
Solfeja notas de saudades em langor!
A canção me diz de cabelos anelados,
Longos cachos de fios negro – prateados,
A lembrar teu rosto amado, teu corpo esguio...
Versos de queixumes, lamentos entoados,
Que dentro d! alma ressoam em tons magoados,
E então me perco num olhar distante e frio...
As mãos do artista deslizam ágeis, ardentes
E ao som do piano ando em voos transcendentes...
Na febre dos desejos e da insanidade,
Vejo-me longe, fora da realidade...
Onde estás? Que fazes doce criança?
Meu alento! Derradeira esperança!
Ah! Sorte madrasta... Incauta solidão!
Pobre vate: Inunda de dor a face ingrata,
Tal qual a chuva lá fora, caindo em prata,
Inunda de lágrimas a negra imensidão!

Inserida por NelsonMedeiros


Somente os fracos de sensibilidade tomam a bondade por fraqueza.

Inserida por NelsonMedeiros