Versos de Tempo
UMA TENTATIVA
Revolva-se o bom do tempo,
Todo silêncio.
Estanque-se os batimentos dos corações,
As pancadas das águas no fim do mar,
Silencie a abelha em sua arquitetura
Doce, doce.
Clareia e o mundo guisa, e faz barulho.
Quando não se emudece com o teu grito.
Tempo, para o silêncio,
Ou dá uma trégua
Da comoção de se estar vivo.
Vivo e só.
Morto e vivo, uma contracena,
Mentiras reveladas ao vento. Deus,
Feridas sem o vermelho rubro,
Tampa que não cobre a extinta morada.
De vertentes escorra, repúdio –
Tal como acostumaram a morte.
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naeno*comreservas
PROCISSÃO
Empurro o tempo com a barriga,
E será mesmo assim,
Que se conduz o andor tão delicado?
Não os paus nem a mão da fortaleza
Mas a imagem frágil da Santinha.
E aonde é que vai dar
A procissão comigo à frente,
Se daqui pra trás é que minha alma tende.
E deixo dia frouxo pra correr,
De mim que bulo em nada,
Nem sou incriminado por um exagero.
Santo leve que aos paus se engancha,
Se a correnteza for, como não espero,
Medonha.
Ligo os meus pensares numa linha tênue
Que faz que me liga
Mas à ponta pende,
Meu corpo monstruoso, indelicado espera,
Não me preparei pra morrer na véspera.
E sigo e toco e vou apartando o povo,
Procurando à frente, o que deixei atrás.
A na discórdia dos corpos do espaço,
Perco o meu provento,
Me perco do tempo,
Que já empurra com sua frente larga,
Do meu pé não deixa,
Minha vida não larga.
NATAL
por um tempo eu vi toda a alegria
que podia o mundo.
Era um Deus menino a falar baixinho
De um amor profundo.
E nesse momento de contentamento
Do meu coração
Me senti tão perto de meu Deus presente
E elevei as mãos.
E naquele tempo era tão comum
Tantos reis na terra
A obediência de um homem pra o outro
Até matar na guerra.
Foi assim que Deus
Ao julgar violada toda sua lei
Não mandou profetas, todos ofendidos
Ele mesmo veio.
E chegou tão simples
Numa manjedoura, num leito de feno
Mas era o mais bonitos
E todos O olhavam, como a um Deus supremo.
E quando eu me lembro
Que aquele Menino foi tão diferente
Me angustia a alma
Por saber que os homens foram tão ausentes.
Quizera que o mundo
Só por um segundo O visse de novo
E deixasse Ele, como sempre quiz
Conduzir seu povo.
Eis aí o meu servo
A quem eu amparo por todo caminho
Sobre Ele eu faço repousar meu braço
Todo o meu carinho.
— Passei tanto tempo da minha vida me preocupando com ele, que esqueci de mim... E sinto saudade.
— Dele?
— Não, de mim.
Se alguém quizer me ver chorar
Fale o seu nome uma vez
E me recorde aquele tempo amargo
O grande mal que você fez.
O tempo vai, o tempo vem
Como a verdade e o mar
O mundo dá o que o mundo tem
A liberdade e o luar
E o brilhar
O céu não nasce azul, não
E um pássaro voou
Deixem que esta mão se bata por mim
Já não há razão pra que nada seja assim
Não é a dor que é cruel
É o amor que rasga a pele e
Grita, sente, o meu corpo junto ao teu até morrer
Prende, quente, o meu rosto de guerreira e de mulher
Grita, sente, o meu corpo junto ao teu amanhecer
Prende, quente, o meu corpo junto ao teu até morrer
Grita, sente... de guerreira e de mulher
Prende, quente... junto ao teu até morrer
Grita, sente... de guerreira e de mulher
Prende, quente... junto ao teu até morrer
Grita, sente....
Foi cansando assim que percebi que meu tempo é particular. Não controlo nada e muito menos tenho poder para decretar quando será a hora certa. Ele tem cautela quando quer. Sabe estudar o terreno em que está entrando e não perde nenhum detalhe. Sempre olha pela janela e tenta sugar todas as informações antes de concordar com alguém que quer roubar minha atenção. Jamais permite que entrem sem bater e assim ele é vagaroso, indeciso, tomando muito mais tempo do que seria para desejar.
Ai surge um motivo que faz com que ele perca o controle. Tempo, tempo, tempo... Não existe mais tempo. Existe urgência de ser ali e agora. Já não existe cuidado. Existe pés fora do chão e descaso com o resultado. Ah, já não há mais medo e sim a vontade de cometer erros e imprudência sem razão. Ele não se importa com mais nada e só quer viver naquela rapidez. Mal olha o terreno antes de entrar e só pensa no momento em que vai desfrutar de cada lote daquela boca.
Dizem que o tempo é o melhor remédio, mas quanto tempo demora para curar um coração partido? Para conseguir olhar o horizonte sem lembrar da pessoa amada?
Quem disse que o tempo cura tudo nunca soube o que é o amor verdadeiro.
Escrevo porque nas palavras encontro saida..
Escrevo para o tempo passar...
As vezes a insônia é minha companheira inseparável..
INFÂNCIA
Quando eu era menino
A vida era minha namorada.
E foi o tempo da melhor amada.
A vida também era menina,
E brincávamos de viver,
Desfazíamos tudo
Só para acomodar de novo.
Tínhamos tempo para tudo,
Até que a vida e eu fomos mudando
Eu me esticando
E ela se encurtando.
E por desavença, numa dessas brincadeiras,
Bati nela com uma cadeira,
E desencadeou-se um desencanto.
Duas caras de espanto.
Do meu lado, eu a desfazia,
Do seu, ela me agoniava
Com seus achaques de pura raiva.
E nunca mais nos demos bem,
Embora nos abracemos todos os dias,
Não passam de normalidades,
Um fala e o outro responde.
De mim, não há um amor que volta,
Dela recebo beijos à toa,
Acho que nos esquecemos, um do outro.
Assim como o tempo avança, quem sou eu e quem e meu amigo desaparece, assim como eles mudam!
tal como as nuvéns que andam pelo céu.
FAZ TEMPO
Tanto tempo faz,
Tempo já demais
E este tempo jaz
No meu coração.
Tempo que eu nem conto,
E este contraponto,
Dado em minha vida,
Sem mostrar saídas,
Tempo que me assusto
Dava tanto assunto,
E eu nem sei ligar,
Uma coisa a outra.
Se a vida é autora,
Desse meu penar,
Se a vida tem
A ver com esse desfecho,
O preço é muito mais,
Do que avalio e penso,
O tempo não se ausenta,
E eu larguei de contar.
Contar as desventuras,
Minhas amarguras,
Vou te suportar.
UMA TENTATIVA
Revolva-se o bom do tempo,
Todo silêncio.
Estanque-se os batimentos dos corações,
As pancadas das águas no fim do mar,
Silencie a abelha em sua arquitetura
Doce, doce.
Clareia e o mundo guisa, e faz barulho.
Quando não se emudece com o teu grito.
Tempo, para o silêncio,
Ou dá uma trégua
Da comoção de se estar vivo.
Vivo e só.
Morto e vivo, uma contracena,
Mentiras reveladas ao vento. Deus,
Feridas sem o vermelho rubro,
Tampa que não cobre a extinta morada.
De vertentes escorra, repúdio –
Tal como acostumaram a morte.
TEMPO TEMPO
O tempo continua sua contagem e ninguém sabe,
A que alturas já está, em seu dedilhar acertado,
Se o que me resta ainda sonhar, me cabe
O querer mudar em mim a sorte, que delicado.
Eu ignoro desde quando fazes tuas contas
Mas consciente de que a cada dia aponta,
Essas mudanças que me fazem afrontas,
Pois recontar nos dedos, sabe-se dele pronto.
Ah tempo das discórdias resolvidas, mas
Ah tempo das feridas inda hoje abertas,
Ah tempo destemperado, frágil fugaz,
Considera meus ais, nas tuas contas certas.
Tempo em que posição estais agora, finda,
Em mim o tormento de querer saber de ti,
Mostra-me o teu rosto e verei ainda,
No crepúsculo um vulto a se espargir.
Conta-me de ti, que tudo de nós já sabes,
Acertas tuas contas, o que levastes a mais,
Ou o que deixastes menos, do que a ti cabes
Deixa-me quieto, passa, são só meus ais.
"O Tempo "
"...é muito bom que o tempo passe...ele nos mostra que viver tem múltiplos encantos... viver nos arremete à experiências maravilhosas...ou não!!mas isso não importa...o que importa de verdade é o que aprendemos e como aprendemos...de tudo sempre fica um pouco!!"
A CIDADE DOS MEUS OLHOS
Já houve um tempo em que da janela,
Se via uma cidade projetada na calçada,
Um espaço curto e fraterno,
Onde as pessoas se acenavam de perto,
Beijavam-se de perto,
Despediam-se de perto,
E se abraçavam várias vezes no dia.
A janela existe com uma fila de jarros,
Com flores silvestres, tiradas dos beirais das serras.
Meus olhos me arremetem ao tempo da Cidade,
Agora esverdeada em sua base,
E colorida em seu cume.
Mas deu noutro lugar diferente.
As pessoas de dispersaram,
Alguns venderam outros compraram,
Pedaços, vãos inteiros de terras.
E tomaram distância umas das outras
Ainda bem que resistiu o amor.
E elas agora se beijam de longe,
Acenam-se de longe,
Despedem-se de longe,
E quase não se vêem.
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