Versos de Silêncio
" O Peso do Silêncio "
Se fez presente apenas com o olhar
Não era necessário palavras para contar o que de certo todos já sabiam.
Eu me afogava em instantes,
Em incontáveis minutos que se seguiam com ar de desesperança
A instabilidade e o caos tomavam conta
Do que eu já nem sabia mais se seria possível existir
Por mais que eu me afastasse
Não havia recuo
Por mais que eu dormisse
Não encontrava descanso
A Noite parecia eterna
O tempo se arrastava devagar
Cada momento era uma uma eternidade
E então, à solidão tornou-se minha única única companhia
A ausência de sentido meu único propósito
E a saudade um sentimento que não passava.
Poesia - Karina Cardoso Maia Cruz
O silêncio que une
Há amizades que não precisam de palavras. Elas se comunicam por gestos, por ausências respeitadas, por fé emprestada nos dias em que a nossa falha.
Sozinho no silêncio, esperando ouvir sua voz, de coração apertado e mãos trêmulas. Borboletas florescem em meu estômago, fazendo um nó na garganta e me falta o ar. Seu nome me chama, Bárbara, e eu sou teu, como o dia é da noite, para toda eternidade. Juntos, imperfeitos, mas belos aos seus olhos, como os meus. Quero te tocar todos os dias e sentir seu cheiro pela manhã, seu corpo quente, seus cabelos encaracolados, seu corpo entrelaçado ao meu, com todas as curvas, como compõe a galáxia. E seus laços nos amam e nos unem para ser maior e melhor. Amo poder te amar, e te amar me faz poder !!Te amo ...
HUMIDAN
Gosto de falar, mas gosto mais do meu silêncio, pois só ele me diz tudo que eu preciso saber.
R.C.G.Medeiros
Olhei, Virou Poesia
Olhei para o mundo e vi mais do que olhos comuns enxergam.
No silêncio da rua, nas sombras da noite, no sorriso tímido de alguém… tudo virou poesia.
Cada detalhe que parecia pequeno, carregava um universo escondido.
Um gesto simples se transformava em versos, uma palavra dita ao acaso se tornava canção.
Olhei para dentro de mim e percebi que também sou feito de poesia.
Nos meus medos, encontrei metáforas.
Nas minhas cicatrizes, nasceram estrofes.
E no meu peito, um coração que insiste em rimar esperança com vida.
Porque quando o olhar aprende a sentir, nada mais é só comum:
o vento é poema, a chuva é canto, e até a dor tem sua beleza.
Olhei… e tudo o que vi, virou poesia.
Carrego no peito um silêncio pesado,
um nó que não se desfaz.
A confiança que eu guardava com tanto cuidado
escorregou pelos meus dedos e se desfez em pedaços.
Olho no espelho e não me encontro,
vejo sombras onde antes havia luz.
A insegurança me abraça,
e a traição do silêncio me fere mais que mil palavras.
Sonhos que plantei com ternura
agora estão deitados no chão, partidos.
E eu me pergunto:
como recolher o que se perdeu em nós,
se até o chão me falta?
Há em mim amor e raiva,
esperança e medo,
um turbilhão que me arrasta.
E nesse vendaval só desejo
reencontrar a mim mesma,
inteira, forte, capaz de florescer outra vez.
O silêncio que corrói aos poucos,
Como uma uma carne deixada aos abutres.
Você sabe que está ali, mas está só!
Não tem barulho, não tem um toque, é só o vazio. Vazio esse que antes florescia com um simples “oi”, mas o abismo que separa é o orgulho com o medo de não machucar e acaba machucando.. e assim vamos vivendo
“Entre o silêncio e o caos, existe quem busca sentido:
Fé, moral, existência e os mistérios que inquietam a alma e provocam a mente.”
A Pedagogia do Mito
O mito não mente,
ele ensina em silêncio,
na dança da palavra
que atravessa o tempo.
É raiz que fala,
voz que ecoa no tambor,
sabedoria que veste o corpo
com memórias de cor.
No mito, não há distância,
há presença que guia,
é lição que não se fecha
na página fria.
É saber do fogo,
da água, do vento, do chão,
um livro aberto no céu,
um aprendizado em canção.
Pedagogia do mito
é roda que nunca se encerra,
é criança aprendendo com a lua,
é ancião dialogando com a terra.
Na boca que conta,
na escuta que floresce,
a vida se torna escola,
e o mito, mestre que tece.
A música não nasce,
ela desperta.
Surge do sopro invisível
que ecoa no silêncio do universo,
um fio sagrado que costura o tempo
e toca a eternidade.
É a língua das estrelas,
o segredo dos rios,
o canto oculto que as árvores guardam
nas raízes mais antigas.
Quando uma nota vibra,
a alma se recorda de si mesma.
O coração, antes pesado,
se torna leve como brisa.
O espírito se ergue,
viajando em asas invisíveis
por mares sem nome
e céus que não se medem.
A música é cura,
é oração sem palavras,
é portal que abre mundos
e devolve ao ser humano
o que ele esqueceu:
que dentro dele há cosmos,
há infinito,
há luz.
- Brendon Siatkovski
No silêncio onde tudo vibra,
minha alma enfim compreende:
o que penso, o que sinto, o que faço —
devem dançar na mesma corrente.
EU SOU o compasso exato
de uma sinfonia interior.
Não é ilusão nem mágica vã,
é lei que o espírito entende:
aquilo que sentes profundo
é o que a vida te rende
E onde ponho meu olhar, brota o fruto.
Se vejo sombra, ela cresce em mim.
Mas se escolho o perfume do mundo,
a vida me beija no fim.
Semeio ternura e esperança,
e o campo inteiro se veste de flor.
A colheita é sempre o reflexo
do que vibrei com amor.
"Estrelas Silenciosas: O Universo do Autismo."
No silêncio que envolve o olhar distante Um universo se desvenda ao acaso, Onde a mente navega, incansante, Em padrões que tecem um novo compasso. Cada traço de luz, um código secreto, Emaranhado de cores e sensações, O autismo é um mundo, vasto e concreto, Onde a alma encontra suas expressões. Nas asas do pensamento, voa alto, explorando horizontes infinitos, Sem limites, num voo sem asfalto, Desvendando segredos tão bonitos. Na dança das estrelas, um ritmo sem igual, Onde a diferença é celebração, Cada ser é um poema fluimal, Na sinfonia da sua própria canção. Autismo é luz que brilha no escuro, Uma janela para o mundo interior, Onde o amor se revela, puro e seguro, Num abraço que transcende qualquer dor. E assim, este silêncio que irradia para além, O autismo ensina, com sua forma única, Que a beleza está, além do que se vê além, Na arte de ser quem se auto-retrata.
"Teia De Devoção."
Em meio ao silêncio e a luz suave da capela, Incenso que flutua no ar e aroma de acalma, Corações que se abrem, fiéis se ajoelham em prece, Fé que transcende ao que é terreno, e crê. Como murmúrio ao vento, orações sussurram, Espirituais caminhos se entrelaçam através do tempo, Sagradas cúpulas, no infinito tocam arcos, Almas dessa e de outras se envolvem em eterno apreço. Dogmas e rituais, histórias que offs contam, Na tapeçaria da vida, homens e deuses trariam: Divino olhar, sereno, terno e amoroso, Chama os homens de volta ao propósito intuitivo chama os homens de volta ao propósito único. Religião, fio dourado que tece o destino, Tece o humano ao divino, laço nascido Na busca por sentido, em sem fim jornada, Cada passo é prece, em quem crê, coração.
Entre o passo e o horizonte
No silêncio dos dias,
a esperança cresce devagar,
como semente que insiste
em quebrar a terra dura do olhar.
Cada tropeço se torna ponte,
cada queda, lição sutil.
O futuro nasce nos detalhes,
na coragem de seguir, no brilho do abril.
O impossível se curva
ante quem insiste em caminhar,
e o sonho, mesmo tímido,
começa a florescer no ar.
Pensamento V
Claro silêncio
A ânsia de fazer atropela o compreender.
A reação impulsiva engana o pensamento.
O ego isola mais que o silêncio.
Mas o silêncio — esse, é íntimo do entendimento.
Poema III
Repente de um poeta
Já vi cacto dar flor no silêncio da aflição,
E vi lágrima em dor, em sorriso e oração.
Quem planta o sonho bruto, colhe verso em cada mágoa —
O que rega o futuro? Suor e lágrima, vulgo: água.
O sol não tem compaixão, a chuva virou promessa,
E a terra só dá legume se a fé não for só conversa.
O filho da estiagem tem coragem desde os ossos —
Não murmura a miséria, nem destrata um dos nossos.
Já vi homem ter dinheiro e morrer sem ter sentido,
E matuto sem um troco dividir o seu abrigo.
A riqueza que perdura não se mede por moeda —
Mora é na intenção, no coração de um poeta.
Penso, logo sinto
como o fluxo de um rio,
sangue que pulsa,
circula e arde,
invade,
silêncio que vira arte
percepção que transforma
cada gota molecular
na mônada do ser.
Sobe e desce dentro de mim,
toda a construção
circulando dentro de você.
