Versos de Rosa
As linhas se estiram, levadas. Passam águas. Passa o tempo.
A estrada do amor, a gente já está mesmo nela, desde que não pergunte por direção nem destino. E a casa do amor – em cuja porta não se chama e não se espera – fica um pouco mais adiante.
Em noite de roça, tudo é canto e recanto. E há sempre um cachorro latindo longe, no fundo do mundo.
Se não fosse a borboleta, a lagarta teria razão?
Nus e em paz é que navegamos no destino.
O céus, vi uma estrela cadente... Fechei os olhos e imaginei a gente. Quão duro seria o destino se não nos permitisse mais uma vez se reencontrar... A quem eu poderia proclamar ? Ao abrir os olhos 3 lágrimas caíram, olhei de volta para o céu e estava tudo escuro, procurei pelas estrelas e não encontrei... Ao ver a lua te imaginei, essa Lua te representa, as estrelas que se foram são as chances perdidas. Olhei novamente 2 estrelas cadentes passaram juntas, procurei a lua e não a encontrei... As estrelas eram nós, e elas faziam um espetáculo juntas... A lua se fez estrela para poder me acompanhar, a lua amava a estrela, mas nunca poderia tê-la, então ela se moldou de uma forma que ninguém acreditava... Mas por amor, a lua deixou de ser a rainha da noite e se tornou a fiel companheira...
Tão longo ouvia, tanto mais eu me descompenetrava. O que produzia, próprio em mim, íntimo, um silêncio, uma diminuição de peso.
O micróbio é humilde, o vírus que se infiltra, o pó, o pão, o glóbulo de sangue, o esperma, o interminável futuro na sementinha, o vingativo chão, a água ínfima: o átomo é humilde; humilde é Deus.
Suspeitas são piores do que fatos. Fatos se explicam e suspeitas são covardias que pensam espalhar verdades. Clóvis Rosa, 1943.
O nada é uma faca sem lâmina, da qual se tirou o cabo...
Todos toleram na gente só os dissabores do diário e pouco sal no feijão.
A lógica é a prudência convertida em ciência; por isso não serve para nada.
As coisas pesam mais do que as pessoas.
O obscuro das ideias, atrás da ingenuidade dos fatos.
Meu duvidar é uma petição de mais certeza.
