Versos de Paz
Eu, brisa, quando vejo um vento forte, cheio de vida, dou-lhe a última porção de ar que me resta para que ele se torne um furacão
Estou chegando a conclusão (tardia é verdade, mas que sempre me ocorreu) que as pessoas querem sempre algo de nós, mas nunca nos querem.
O tamanho da solidão de um criador é proporcional à abrangência que ele deseja para o êxito de suas obras e personagens.
Havia um tempo em que o espetáculo da humanidade era a própria vida, mas agora a vida se tornou espetacularizada e desumanizante. A vida não existe mais, porém, curiosamente, está a todo instante sendo filmada.
A euforia é a manifestação violenta no público de um vazio do ente privado. A alegria é o canto do eu na sensível harmonização da plateia.
A maior das violências se opera contra aquele que não pode protestar, justamente porque lhe é ausente um projeto de consciência e, consequentemente, julgamento moral que o motivaria a tal ação.
O problema do internauta é confundir a realidade (na qual está inserido) com a totalidade da realidade (na qual todas as pessoas são participantes).
Deus é um momento intimo, longe do fluxo de orlas ou de imagens sobressalentes de quem precisa se auto afirmar pra se sentir em paz ou vender alguma coisa usando sentimentos nobres.
Escrever é talvez a arte mais solitária de todas e, por isso, a que habita uma possibilidade incrível de escuta interna e reinvenção de mundos e de si. É escrever com você, contra você, através de você e a partir do outro, sem o outro saber que lhe faz companhia nessa travessia.
Política social como assistência. Democracia como privilégio. Cidadania como tutela. Burocracia como atraso. Complicado Brasil!
Não gosto de mar manso. Não gosto de gente mansa. Gente mansa é mar traiçoeiro. Mar manso é mar morto.