Versos de Medo
As coincidências são mesmo aleatórias? Ou são conexões que não entendemos? Raízes que se deslocam invisíveis sob nossos pés e guiam nossas vidas. Será que estamos no controle? Ou será que os resultados já foram decididos? Acho que, no final, tudo o que podemos fazer é… erguer nossas cabeças… olhar para o horizonte… e esperar que o destino nos favoreça… ao menos por enquanto.
Eu sei que sempre te critico por você fingir ser alguém que não é, mas pra mim também não é fácil ser como a gente.
Eu tinha medo disso. Da gente. De mim. E hoje é a primeira vez que eu me sinto eu mesma há meses. Fazia tanto tempo! Eu tinha esquecido como era. Você me faz sentir eu mesma.
Ela não esquece. Parece que ainda temos 12 anos, e que o objetivo dela é me punir por algo que nem foi culpa minha.
Vamos sair e fazer nosso melhor, porque mesmo se perdermos, continuaremos vencedores em nossos corações.
Me entende, eu não quis, eu não quero, eu sofro, eu tenho medo, me dá a tua mão, entende, por favor. Eu tenho medo, merda! Ontem chorei. Por tudo que fomos. Por tudo o que não conseguimos ser. Por tudo que se perdeu. Por termos nos perdido. Pelo que queríamos que fosse e não foi. Pela renúncia. Por valores não dados. Por erros cometidos. Acertos não comemorados. Palavras dissipadas. Versos brancos. Chorei pela guerra cotidiana. Pelas tentativas de sobrevivência. Pelos apelos de paz não atendidos. Pelo amor derramado. Pelo amor ofendido e aprisionado. Pelo amor perdido. Pelo respeito empoeirado em cima da estante. Pelo carinho esquecido junto das cartas envelhecidas no guarda-roupa. Pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados. Pela culpa. Toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa. Por tudo que foi e voou. E não volta mais, pois que hoje é já outro dia. Chorei. Apronto agora os meus pés na estrada. Ponho-me a caminhar sob sol e vento. Vou ali ser feliz e já volto.
Porque te dá um medo filho da puta: ser feliz, medo de amar, medo de ser bom. Tudo que faz bem pra gente, a gente tem medo.
"Parecia muito fácil matar-me em um acesso de desespero. Era bastante fácil fazer-me de mártir. Mais difícil era não fazer nada. Suportar a vida. Esperar".
A dor é espiritual: embora a saudade esteja no apego e de ficar só, que temos medo, a dor dói, a justificativa é sua!
“E na hora que eu te beijei, foi melhor do que eu imaginei. Se eu soubesse tinha feito antes, no fundo sempre fomos bons amantes”
Sou uma ferida fechada. Sou uma hemorragia estancada. Tenho medo de deixar sair uma letra ou um som e, de repente, desmoronar.
