Verso de Declaração de Amor

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Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.

Adélia Prado
Poesia reunida. Rio de Janeiro: Record, 2015.

Nota: Trecho do poema Ensinamento.

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Amor tem que doer um pouco
tem que ter gostinho de luta
e de saudade
que é pra não apagar o fogo da paixão
e tudo virar apenas amizade.

O amor usa o correio,
o correio trapaceia,
a carta não chega,
o amor fica sem saber se é ou não é.

Adélia Prado
Poesia reunida. Rio de Janeiro: Record, 2015.

Nota: Trecho do poema Corridinho.

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O dinheiro compra ansiolíticos, mas não a capacidade de relaxar. Compra jóias, mas não o amor de uma mulher. Compra um quadro de pintura, mas não a capacidade de contemplar. Compra seguros, mas não a habilidade de proteger a emoção. Compra informações, mas não o autoconhecimento. Compra lentes de contato, mas não a capacidade de ver os sentimentos não expressos. O dinheiro compra um manual de regras para educar quem amamos, mas não compra um manual de vida.

(Parte retirada do livro O Vendedor de Sonhos – E a revolução dos anônimos)

AMOR PACÍFICO E FECUNDO!

Não quero amor que não saiba dominar-se,
desse, como vinho espumante,
que parte o copo e se entorna,
perdido num instante.

Dá-me esse amor freso e puro como a tua chuva,
que abençoa a terra sequiosa,
e enche as talhas do lar.

Amor que penetre ate o centro da vida,
e dali se estenda como seiva invisível,
até os ramos da árvore da existência,
e fça nascer
as flores e os frutos.
Dá-me esse amor que conserva tranquilo o coração,
na plenitude da paz!

Alguém já sofreu por amor?
Eu não acredito nisso!
Se o amor é verdadeiro não existe sofrimento...

O amor é uma coisa real,
e a gente nunca deve se esquecer.

TEUS OLHOS

Olhos do meu Amor! Infantes loiros
Que trazem os meus presos, endoidados!
Neles deixei, um dia, os meus tesouros:
Meus anéis, minhas rendas, meus brocados.
Neles ficaram meus palácios moiros,
Meus carros de combate, destroçados,
Os meus diamantes, todos os meus oiros
Que trouxe d'Além-Mundos ignorados!
Olhos do meu Amor! Fontes... cisternas...
Enigmáticas campas medievais...
Jardins de Espanha... catedrais eternas...
Berço vindo do Céu à minha porta...
Ó meu leito de núpcias irreais!...
Meu sumptuoso túmulo de morta!...


Não existe amor que sobreviva só de sentimentos,
sem a conversa mansa.

Submetido à dor,
todo amor passa pelas fases do sacrifício,
da raiva, da revolta, da tristeza,
do sofrimento puro e simples,
até o momento em que a pessoa (que era amada)
já não faz diferença alguma...

— E o amor, o amor, cara. O que eu faço com isso? (...)
— Amor não existe. É uma invenção capitalista.

Lá no morro
De amor o sangue corre
moça chorando
Que o verdadeiro amor sempre é o que morre

Chico Buarque

Nota: Trecho da música Malandro quando morre.

Só nos sobrou do amor
A falta que ficou...

O amor, poeta, é como cana azeda,
A toda boca que não prova engana.

Exagerado
Jogado aos teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado

Cazuza

Nota: Trecho da música Exagerado.

E sou meu próprio frio que me fecho
longe do amor desabitado e líquido,
amor em que me amaram, me feriram
sete vezes por dia em sete dias
de sete vidas de ouro,
amor, fonte de eterno frio

Muitos amaram teus momentos de alegre graça,
e tua beleza, com falso ou vero amor,
Mas um homem amou a alma peregrina em ti,
E as mágoas de teu rosto sempre a mudar.

William Butler Yeats
The Collected Poems of W. B. Yeats (1989).

Nota: Trecho do poema When You Are Old.

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Alma, criada para amar ardente,
A tudo corre, que lhe dá contento,
Se despertada do amor se sente.
Do que é real o vosso entendimento
Colhe imagens que em modo tal desprega,
Que alma prá elas sente atraimento.
Se alma, enlevada, ao seu pendor se entrega
Esse efeito é amor, própria natura,
Em que o prazer novo liame emprega.
E, como fogo se ala para a altura
Por sua forma que a elevar-se tende
Ao foco, onde o elemento seu mais dura,
Assim pelo desejo a alma se acende,
Ação espiritual que não se aquieta,
se não consegue a posse que pretende.
Vê, pois, que da verdade excede a meta
Quem acredita e aos outros assevera
Que todo amor de si é coisa reta.

Dante Alighieri
A Divina Comédia

Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito mais o que fazer
Escuto a correria da cidade, que alarde
Será que é tão difícil amanhecer?

Chico Buarque

Nota: Trecho da música Samba e amor.

Se o amor existe, seu conteúdo já é manifesto. Não se preocupe mais com ele e suas definições.
Cuide agora da forma. Cuide da fala. Cuide do cuidado. Cuide do carinho.
Cuide de você. Ame-se o suficiente para ser capaz de gostar do amor e só assim poder começar a tentar fazer o outro feliz (ou melhor, permita-lhe ser feliz com você...)