Um dia Percebemos Mário Quintana
Os ventos gélidos e inesperados
descendo pelas arestas da
embargada palavra
povoam de nostálgico inverno
a primavera recém-chegada.
Do oculto traço que o sol
Dispara
Surge o arco refletindo
Gotículas
Seriam da chuva as cores
Filtradas
Ou das pueris lágrimas do
Pianista
Executando escalas sucessivas?
Ao final das contas quem propaga
e respira volubilidade:
quem despreocupado desdenha
ou quem frauda a impoluta verdade?
A maior e mais verdadedira prova de amar
está no diario de se aprender
a conviver com alguém.
doando,receber,compreederaceitar,sendo aceito,
copartilhando,apoiando,vivendo, e por fim...
Amando!!!
BREVIDADE
Guarda a ambição no inventário
que a caminhada é um piscar de olhos
qual íris na tempestade.
MOMENTO
O dia sugere-me repouso
Abro um livro qualquer
Escancaro o jardim.
Sutilmente
A paz adormece em mim.
A VOZ
Como explicar ao Dono
que numa perspicaz cilada
devolveram-lhe uma voz
mutilada?
Procura-se uma voz
em eco disfarçada!
A PÁGINA EM BRANCO
A página em branco
aprisiona o poeta
pena que paga
por abrigar palavras
que a pena exangue
ao final desperta.
Durante longos anos, a vida vai colocando à nossa frente caminhos, estradas e trilhas: as escolhas dependem de nós
Enquanto o tempo passa
nesse mundo tardio
ouço música, faço versos
tipo ondas do mar, um barquinho no rio.
Boa melodia nunca é excesso.
Muito melhor é cantar
pra não se sentir vazio.