Um Depoimento Pro meu Irmao q Amo muito
"Faço análise há trinta anos e a única frase inteligente que já ouvi do meu analista é a de que preciso de tratamento".
O único homem que se comporta de forma sensata é meu alfaiate. Ele tira minhas medidas novas todas as vezes que me vê, enquanto todos os outros continuam com suas medidas velhas e esperam que eu caiba nelas.
Eu definitivamente não consigo me desligar das pessoas. Todo mundo é meu pra sempre, mesmo que seja eu quem tenha ido embora.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Ah, meu amor, não tenhas medo da carência: ela é o nosso destino maior. O amor é tão mais fatal do que eu havia pensado, o amor é tão inerente quanto a própria carência, e nós somos garantidos por uma necessidade que se renovará continuamente. O amor já está, está sempre.
Não importava se tinha razão, devia me calar. No meu tempo, ser educado era ficar em silêncio. Na mesa, não podia emitir som que não fosse da natureza do garfo e da faca. Criança aceitava, não falava. Como um bicho doméstico, um galo, um cachorro, um gato, um canário belga. Encabulava quando raspava a louça, arranhava as rodas ao estacionar no meio-fio do prato. Meu pai falava sem parar dos negócios, dos vizinhos, do futebol e eu escutava com continência e louvor. Nunca me passou pelos ouvidos nenhuma pergunta inteligente para fazer, até porque as perguntas inteligentes surgem das bobagens e não corria riscos. Se as conversas tivessem sido gravadas na época, descobriria que não apareci na própria infância. Entrava com um "obrigado" e saía no "com licença". Não questionava os hábitos, preocupado em me ver livre o mais rápido possível daquela cena. Não sabia como viver para me sentir morto. Não sabia como morrer para me sentir vivo. Meus bolsos cheios de bolas de gude para acompanhar as mãos. Os bolsos do meu pai cheios de chaves para desafiar as mãos. Os bolsos de minha mãe cheios de pedras do terço para esquecer as mãos. A sobremesa era sagu ou arroz de leite, que comia com vagar e ódio, já que consistia na mesma merenda da escola. Passava o dia comendo sagu ou arroz de leite. A canela em cima do doce me arrepiava de careta, emburricava a respiração. Me censurava antes da censura, me proibia antes da negação, me cavava antes de ser enterrado. Pensativo como quem se penteia no espelho. Prestativo como quem tem culpa por crescer. Nas saídas em família, permanecia igualmente calado, omisso, aceitando que as pessoas secassem seus dedos no meu rosto em cada encontro. Quando recebia um elogio público de comportado, o pai sorria, a mãe sorria, e bem que tentava sorrir, mas os dentes eram de leite e logo cairiam. Nunca levantei a voz. Falava para dentro, com a cabeça inclinada de cavalo cansado. Tinha serenidade porque não encontrava outro sentimento para colocar em seu lugar. Não havia estômago para chegar ao fim da esperança. Não estava escuro para me defender com vela, muito menos claro para procurar sombras. Conhecia de cor o ato de contrição, apesar da dificuldade de inventar pecados. A humildade lembrava covardia, o que explica minha vontade insana de fazer calar esse tempo, o meu tempo de camisa fechada até o último botão.
Toda a minha alma lhe pertence. Se minha inteira existência não fosse sua, a harmonia do meu ser ter-se-ia perdido e eu teria morrido.
E, por favor, não confunda o meu ponto de vista com cinismo. Os cínicos de verdade são aqueles que dizem a você que tudo vai dar certo.
Você pode me acorrentar, você pode me torturar, pode até destruir o meu corpo, mas você nunca vai aprisionar a minha mente.
Sou bandida
Sou solta na vida
E sob medida
Pros carinhos teus
Meu amigo
Se ajeite comigo
E dê graças a Deus
O dia que meu principe chegar, ele vai me encontrar bebendo, fumando e aos beijos com o dragão. E se ele reclamar, ainda vai tomar um esporro: "Ninguém mandou demorar tanto.
A vida, meu amor, é uma grande sedução onde tudo o que existe se seduz. Aquele quarto que estava deserto e por isso primariamente vivo. Eu chegara ao nada, e o nada era vivo e úmido.
Do livro Brida...
Estava na prais com o meu pai, e ele me pediu para ver se a temperatura da água estava boa.
Ela estava com cinco anos, e ficou contente de poder ajudar; foi até a beira da água e molhou os seus pés.
"Coloquei os pés, está fria", disse para ele.
O pai pegou-a no colo, caminhou com ela até a beira do mar, e sem qualquer aviso, atirou0a dentro da água.
ela levou um susto, mas depois ficou contente com a brincadeira.
"Como está a água?" perguntou o pai.
"Está gostosa", respondeu.
"Então, daqui pra frente, quando você quiser saber alguma coisa, mergulhe nela".
Sonho. Não sei quem sou neste momento.
Durmo sentindo-me. Na hora calma
Meu pensamento esquece o pensamento,
Minha alma não tem alma.
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