Trovas de Amor
TROVA : O QUE É O QUE É...?
Você não pode plantar, mas pode consumir.
Você não pode vender, mas pode adquirir.
Nossas leis, na verdade, é uma vergonha.
A resposta da pergunta cretina é: ______.
FIM DOS TEMPOS
O Mar Morto já está morrendo...
A Sempre-viva começa a agonizar...
A Natureza toda se vê sofrendo...
Só o Homem não consegue enxergar.
Flores nascem, flores morrem
Nos galhos aboletadas,
Sem ter ninguém que as socorre
Fenecem acorrentadas.
Não gasto tudo que ganho
Não falo mal de ninguém
Não fico mais com estranhos
Não sonho com nada também.
Quase que chorei pensando,
Que a vida já me esqueceu,
Mas agora estou lembrando
Fui eu mesma quem perdeu!
Cada passo que dou aqui,
Vai de encontro ao meu destino.
Não tem como ser feliz
Se a vida não for um hino.
" Fiz "
De tudo eu fiz pra que valesse a pena
e, para tal, de muito eu abri mão
movido por amor e por paixão
na entrega verdadeiramente plena!...
Fiz como pude e como o coração,
sangrando tanto afeto nessa arena
imposta no querer que me condena,
mandou-me amar com tanta devoção.
Se hoje se difere a nossa estrada
e nem sequer te sintas mais amada
eu sei que, do que pesa, a culpa é minha...
Por condenado, fiz o meu destino
sabendo que serei qual peregrino
na solidão em que a alma em mim caminha!
Fogo-fáuto
Como eu queria ser o desumano vagabundo a sobrevoar sem norte, sem medo, o mundo.
À sorte o meu lugar de não saber se atravesso o ser da pedra que sou e desmereço,
Barão fino puro o traço da goela ao laço, dádivas, duro dizeres trovas e apanhares sovas.
Do desgosto que foi do outro morte só por selo, trovador e fogo posto, finado em fim de Agosto,
Que do meu jazido brotem noites de fogo-fáuto que eu o verei de azul do alto,
Desde que sobrevoe o mundo desumano e vagabundo, deixem-me pérfido morar no fundo.
Pela minha cadaverina fecundo o solo onde amarei de novo, serei broto, povo e Papaverina
E ao meu lugar vou ousar ser bela sem que ninguém me atropele... ali irei ser flor a brotar.
Hei-de ser pelas mãos de quem amar deslumbrando de mim e do o meu encanto.
Nada posso contra o querer, sou de novo vagabundo, sobrevoo sem medo nem norte o mundo
Não vejo mar nem o azul do fundo, vejo purpura, cor de encanto e de novo morro pro mais belo acordar.
QUEIMANDO IMPOSTOS
Todo final de ano soltam fogos de artifício,
Que para a sociedade não deixam benefício.
Ninguém reclama desse real e caro malefício,
Já que a sociedade vive num eterno sacrifício.
Nem divulgam quanto custa esse desperdício,
O que por si indica superfaturamento propício.
E o povo cai na festa banalizando todo suplício,
Deixando claro que o protesto feroz foi fictício.
TROVA SEM PRESSA
Ninguém me convence,
Pois na minha mente,
A velhice anda sempre,
Vinte anos à minha frente.
FORÇA DO PENSAMENTO
Minha mente holográfica, feliz, lhe desenha sorrindo,
Bem à minha frente lhe vejo e me iludo de esperança.
Embora, sem deixar vestígios, se desmanche esvaindo,
Minha mente insiste em não lhe apagar da lembrança.
DE ACORDO:
O Povo diz que o Povo não sabe votar,
É o comentário geral após cada Eleição.
Os politiqueiros disso vão se aproveitar
E sem culpa alguma confirmar o bordão.
" OLHAR DE "
O que ela está pensando? Não sei, não…
Parece que já tem bem definida
(por conta, em tudo, do que deu-lhe a vida)
a sua mais secreta opinião!...
Mas, esse olhar a parecer perdida
não deixa de expressar-me que ela, então,
compôs, pra si, sua própria conclusão
da qual não me dará qualquer medida.
Como a poesia estende liberdade,
me sinto livre e estou bem à vontade
pra dar aqui, pra tal, minha impressão…
É, todo, o olhar de quem bem gostaria
de que o rapaz se declarasse, um dia,
e lhe cobrisse, inteira, de paixão!
