Tristeza pela Morte do Pai
Debruço no peitoral da existência esperando a luz do fim do túnel brilhar no meu espírito.(Do livro de crônicas Romanceiro de Goiânia - Doracino Naves).
Eu estava ficando completamente insana. Minhas atitudes não coincidiam mais com minhas palavras, eu era absurda. Era teimosa, exagerada, dramática, tinha o desejo do mundo girar a meu redor, tinha o desejo de seu mundo girar a meu redor. Hoje sou um fundo, sem fundo. Uma alma perdida a procura de um corpo que lhe sirva. Hoje sou a mente que nunca pensa, as pernas que nunca andam. Hoje sou o coração, o que nunca bate por ninguém, a não ser você. Era engraçada, hoje sou apenas desleixada. Era tanto, mais tanto que chegava até a ser de verdade. Hoje sou, sou nada, um fundo sem fundo, uma alma perdida a procura de um corpo que lhe sirva a procura de uma mente que lhe acolha, de um coração que bata por mim de olhos que só me vejam. A procura de alguém. Que com o tempo foi recebendo nome, olhos, boca, com o tempo fui chamando de você.
... e a sociedade dos vivos receava durante todo o dia ser obrigada a ceder o passo à sociedade dos mortos. Era a evidência. Bem entendido, era sempre possível esforçar-se por não a ver, fechar os olhos e recusá-la, mas a evidência tem uma força terrível que acaba sempre por vencer. Qual o meio, por exemplo, de recusar os enterros no dia em que aqueles que amamos têm necessidade de ser enterrados?
Eu vejo um morto andar
Eu nao vejo um morto mija, mas sinto seu cheiro podrificar
O morto sua ou é seu proprio cheiro
Varios banhos o morto vai tomar, mas seu cheiro não vai mudar
Cheiro de morto, o morto
Que mesmo morto se mata
Conhecendo ou desconhecendo o morto
Ele é o morto que não morre
Enquanto morto sorri
Em sua propria morte chorara
Dinheiro não trás felicidade, quem acha que dinheiro compra tudo na vida e capaz de fazer tudo por dinheiro até a morte.
Medo
Medo de ver a polícia estacionar à minha porta.
Medo de dormir à noite.
Medo de não dormir.
Medo de que o passado desperte.
Medo de que o presente alce voo.
Medo do telefone que toca no silêncio da noite.
Medo de tempestades elétricas.
Medo da faxineira que tem uma pinta no queixo!
Medo de cães que supostamente não mordem.
Medo da ansiedade!
Medo de ter que identificar o corpo de um amigo morto.
Medo de ficar sem dinheiro.
Medo de ter demais, mesmo que ninguém vá acreditar nisso.
Medo de perfis psicológicos.
Medo de me atrasar e medo de ser o primeiro a chegar.
Medo de ver a letra dos meus filhos em envelopes.
Medo de que eles morram antes de mim, e que eu me sinta culpado.
Medo de ter que morar com a minha mãe em sua velhice, e na minha.
Medo da confusão.
Medo de que este dia termine com uma nota infeliz.
Medo de acordar e ver que você partiu.
Medo de não amar e medo de não amar o bastante.
Medo de que o que amo se prove letal para aqueles que amo.
Medo da morte.
Medo de viver demais.
Medo da morte.
Já disse isso.
As vezes, a vontade de morrer e mais forte do que estar vivo. Mas depois lembro que todos estamos mortos por dentro
Se a vida fosse feita apenas de momentos felizes, o tempo passaria tão rápido que morreríamos sem perceber que o tempo passou.
Você se escondeu na vala porque acha que ainda há esperança. Mas sua única esperança é aceitar o fato de que já está morto. Quanto antes você aceitar isso, mais rápido vai agir como soldado. Sem misericórdia, sem compaixão, sem remorso. Toda guerra depende disso.
A natureza possuía seus próprios métodos para lidar com o excesso populacional. Livro: A dança da morte
A vida é uma estrada curta e rápida, depois dos trinta, uma semana parece um dia, um mês parece ser uma semana! Os meses passam voando, não sei se é mais um dia ou menos um... ainda assim, vivemos como se fossemos eternos aqui! Sendo que a única certeza da vida é a morte!
Estamos caminhando para a nossa autodestruição. Trocando o conhecimento pela ignorância, o amor pelo ódio, a paz pela guerra e a vida pela morte.
Concordar com um sorriso no rosto e desconforto em sua alma
é o gatilho para noites mal dormidas e distúrbios emocionais!
Pior que a mentira, é não acreditar, em suas próprias verdades!
Percebo que, tal como raramente estamos preparados para perdermos amigos, famílias e amados, também nunca estamos preparados para a nossa própria morte. Nunca estamos preparados para sanar os nossos próprios remorsos.
Os minutos serão eternamente melancólicos e carnavalescos sem a sua presença.
Minh'alma chora com a sua ausência; os planetas do meu universo se desalinham sem teu amor, ainda que seja por um segundo sequer.
Sentirei sua falta, por favor não crie caos onde te cedi morada, por favor, volte para o mundo que jurou governar e que por ti as terras sangram.
Ascendência
Eu, filho do caos e da isolamento,
faço deste pequeno e ínfimo verso
nascido em meu lúgubre universo,
meu último testamento.
Meus sentimentos jamais serão perdoados.
Detentores de natureza renitente,
Estes são meus pecados.
Quando elas me gritam,
meu peito dói.
Não suporto mais isso.
Quero acabar com essa dor que me destrói.
Eu, filho do amor e da exaltação,
hei de enterrar em meu túmulo
todo sentimento que em acúmulo
me levou a pecar contra meu coração.
O céu jamais se fez azul sobre minhas pestanas.
Mas quando o encaro, peço que me mate.
Que em meu túmulo se enterrem mentes insanas,
e assim como meu sangue se façam escarlate.
A constrição aumenta em meu peito.
Em meu quarto se mostra desconfortável sensação.
Recende a solidão.
E mais uma vez, a morte atavia o meu leito.
Eu, filho do rancor e da ardente paixão,
Renuncio toda dor.
Amaldiçoo todo amor
que me levou a cair em depravação.
Quando tamanho sofrimento
descera sobre minh'alma,
senti o último momento
em que me fora roubada a calma.
Abnego minha existência.
Já não sinto mais inevitável
vontade de com meu eu ser afável.
Em meu calvário se pagara a penitência.
Eu, filho do ver e da verdade,
através de meus versos encontro piedade.
Oriundo da terra, verdadeiro colo,
anuncio meu retorno ao solo.
Meus olhos, frutos da própria terra,
vis criaturas peçonhentas
que na verdade encontram tormentas,
sua Ascenção encontram na guerra.
Se ao teu ver, minha existência enfraquecida,
em meus olhos, expressão da realidade,
se encontre tamanha debilidade,
toma tua foice, ceifa a estéril vida.
Eu, filho da vida e da própria morte,
a quem rejeitara a própria sorte,
tornara-me da dor, escravo passivo.
À noite, sofredor cativo.
Quando em meu andar
eu hesitar em dar o primeiro passo,
deixe que em meu penúltimo ruflar
se desfaça esse eterno laço.
Elas, cujas lâminas marcam em meu braço
a falta de um único abraço
gritam o notar da minha ascendência.
Seu nome, depressão.
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