Tristeza Passa

O homem não é nada em si mesmo. Não passa de uma probabilidade infinita. Mas ele é o responsável infinito dessa probabilidade.

É espantoso como o ciúme, que passa o tempo a fazer pequenas suposições em falso, tem pouca imaginação quando se trata de descobrir a verdade.

Passa-se a acreditar naquilo que se repete frequentemente para si mesmo, quer seja verdade ou mentira. Isso passa a ser um pensamento dominante na mente.

Quem não conhece a verdade não passa de um tolo; mas quem a conhece e a chama de mentira é um criminoso!

De homem a homem verdadeiro, o caminho passa pelo homem louco.

O tempo passa e o homem não percebe.

Enquanto protelamos a vida passa por nós a correr.

A vergonha, isso passa quando a vida é longa.

O que a história conta não passa do longo sonho, do pesadelo espesso e confuso da humanidade.

O amor não passa de uma asneira cometida por duas pessoas.

Olho a noite pela
vidraça. Um beijo, que passa
acende uma estrela.

Uma vez descoberto, o ciúme passa a ser considerado por quem é objeto dele como uma desconfiança que autoriza a enganar.

O beijo fulmina-nos como o relâmpago, o amor passa como um temporal, depois a vida, novamente, acalma-se como o céu, e tudo volta a ser como dantes. Quem se lembra de uma nuvem?

O prazer do crime passa, o arrependimento sobrevem e o remorso perpetua-se.

A moda, afinal, não passa de uma epidemia induzida.

Os reis são para os seus ministros como os cornudos para as esposas: nunca sabem o que se passa.

Mais um ano. Mais um palmo a separar-me dos outros, já que a vida não passa de um progressivo distanciamento de tudo e de todos, que a morte remata.

A gratidão da maioria dos homens não passa de um desejo secreto de receber maiores favores.

Nada do que está em potência passa ao ato senão por outra coisa que está já em ato.

O conhecimento do próximo tem isto de especial: passa necessariamente pelo conhecimento de si mesmo.