Trazer
Quero respirar o seu ar,
e por ambição reunir
todas as Cheganças
e trazer as festanças
para de fato encantar,
nutrir mútuo venerar
para te enamorar.
...
Quero o beijo,
o cheiro e tudo
o quê é teu inteiro
o amor bem feito.
(Amor-Perfeito)
...
O Chibamba da infância
tomou outras formas
na vida adulta ainda que breve,
Discretamente nos arremete,
um terço ajuda a dispersar,
Porque crescemos só no tamanho,
a criança miúda ainda dentro
se encontra mesmo sem pensar:
Ela sempre estará no mesmo lugar.
...
Vou de Chico para lá e para cá,
Chico-Puxado, Chico-de-Ronca,
Sou fandangueira há muito
tempo que já perdi até a conta.
...
O fandango toca
no coração,
Vamos de Chimarrete
e você me levando
pelo salão.
...
A mente engraçada
guarda várias
cidades submersas,
assombrações
e alucinações
que quando provocada
os diabos vão à tona
e saem um por um para dançar
sem data e sem hora para acabar.
Trazer o frescor e o manto etéreo
da tal poética primícia feminina,
por todas as direções e a tez escrita
sobre o quê nasceu para ser eterno
ou até mesmo ser incompreendida;
É um risco assumido no Universo
com o compromisso de ser o vento
que o acaricia, os cabelos emaranha
e balança as Anáguas-de-Vênus.
Soprar outras sementes de flores
multicoloridas pela perpétua estrada,
sob o nosso Hemisfério Celestial Sul,
Deixar que na sua aura despreocupada
a Via Láctea cumpra o destino de tudo
entre nós o quê pode vir adiante a ser.
Prossigo como quem fecha em silêncio
uma carta íntima com o selo de cera
com a inicial do seu próprio nome:
Para que não me tire mais da cabeça,
e não abrir brecha para que nos esqueça.
Trazer o momento
mais marcante e infância
à tona para su'alma,
Com os pés descalços,
sem temer percalços
e com as mãos dadas
sob o céu de setembro
enquanto o Jacarandá de Minas
enfeita os nossos cabelos,
os mútuos enleios
e a primavera dos desejos.
Trazer o diferente,
nutrir o sentimento
inesquecível entre a gente,
Deixar que floresça
com os oitis setembrinos
para que os frutos doces
do amor sejam colhidos.
