Carrego dentro de mim batalhas que ninguém viu, mas cada uma delas moldou meu peito como ferro aquecido, não pedi para ser forte, fui obrigado pela vida, e mesmo assim aprendi a amar no intervalo das dores, sou testemunha da minha própria ressurreição diária.
A fé que me move não nasceu em templos, mas nas noites em que chorei até não restar voz, foi ali que descobri o Deus que me reconstrói em silêncio, não preciso vê-lo para saber que Ele me sustenta, sinto-o no lugar exato onde a dor tentava me matar.
A esperança renasce em mim como uma chama teimosa, mesmo quando o vento da vida sopra para apagá-la, eu a protejo com as mãos feridas e calejadas, porque sei o quanto ela já me salvou, e continuarei acendendo-a até o fim dos meus dias.
Quando penso que estou inteiro, descubro novas rachaduras, e percebo que ser humano é aprender a cair com elegância, a aceitação do próprio caos é libertadora, quem tenta ser perfeito morre antes de viver, eu prefiro ser real, mesmo que doa.