Tiago Frases

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Seus olhos não são pombas, mas o arrulho silêncio que convoca a primavera e faz o tempo da colheita parecer uma espera doce.

A sua voz é a música que me faz esquecer que a cidade é feita de muros, cada palavra sua derruba a muralha da minha solidão.

Minha amada, você é a macieira que se destaca no bosque comum, e eu só desejo a sombra onde a paz e o fruto proibido coexistem.

O beijo de sua boca é o pergaminho que reescreve o meu passado, transformando todas as minhas cicatrizes em mapas para o seu abraço.

A busca na noite e a força do amor
nas fendas do rochedo, onde o mundo nos procura, é lá que a nossa voz se torna suave e a nossa figura é vislumbrada em sua máxima pureza.

O amor não é o fogo, mas a madeira nobre que o suporta, é a lenha que, mesmo queimando, exala um perfume de cedro e jamais vira cinza.

Eu a procurei nas praças e nas ruas, não a achei nos lugares comuns, mas sim no jardim fechado que reservamos para o nosso reencontro secreto.

A sua paixão é a força da morte e a voracidade do Sheol, uma lei mais antiga que o tempo, que não aceita resgate ou suborno.

Meu coração vigia mesmo quando o corpo dorme, pois sabe que a visão da ausência é a pior das tormentas no silêncio da noite.

Que a sua boca se torne a adega onde a minha alma bebe o vinho do esquecimento de todas as tristezas passadas.

Meu rastro na solidão foi a bússola que te trouxe até mim. Nenhuma sombra, nenhum abismo deteve os passos do teu amor. Tu vieste sem cansaço, somente com propósito.

No deserto, o conforto virou dor, eo silêncio me acusava sem piedade. O frio do esquecimento quase apagou meu nome… Até que ouvi a voz do Pastor chamando por mim.

Teu caminho até mim foi traçado com sangue na terra. Cada pedra feriu Teus pés, não porque eu merecesse, mas porque Tu escolheste me amar.

A cura é um ofício demorado, a alma não se regenera, ela é pacientemente remendada, ponto a ponto, com o fio da perseverança.

O fardo da alma não é a matéria que nos pesa, mas o custo da teatralização de uma leveza que inexiste.

O vácuo existencial é a área de segurança que o Divino insiste em demarcar para provar que toda outra plenitude é apenas uma ilusão temporária.

A coragem presente é o memorial erguido por todas as vezes em que o terror do passado falhou miseravelmente em nos quebrar.

Há uma serenidade selvagem em entender que certas feridas da alma não precisam de testemunhas, apenas de silêncio para cicatrizar.

A exaustão transcende o físico: é a fadiga da alma que trava uma guerra invisível nas trincheiras da própria consciência.

O esforço supremo reside em desmantelar as fortalezas autoimpostas que, em nome da defesa, nos aprisionam à não vida.