Os segredos me assam como pedras, quentes e impossíveis de segurar.
Cada passo ecoa como se eu caminhasse sobre ossos antigos.
Preferi as sombras ao brilho falso das expectativas alheias.
Há um tom de fim em tudo que me olha com curiosidade.
A misericórdia aqui chegou tarde, e trouxe uma mala vazia.
Meu riso foi recolhido por mãos que nunca souberam o calor.
Não há trilha de volta para quem já perdeu até o caminho.
O futuro me deve respostas, não pago juros por promessas.
A solidão é uma arquitetura prática, não reclama, apenas ocupa.
Os desejos envelhecem com rancor quando não se realizam.
À noite, minhas memórias tramam silenciosamente contra mim.
A esperança, quando visita, pede licença e sai sem explicação.
Traziam salvação em bandejas, eu recusei por saber o preço.
As lembranças pesam mais quando não há quem as leve.
No fim, resta a calma glacial de quem já aprendeu a perder.
Olhe para a luz que nasce de uma entrega, ali se refaz o coração.
Há cura no silêncio de quem confia além do próprio medo.
Abrace a manhã após a tempestade: cada gota rega um novo nascer.
Quem fixa os olhos na verdade encontra pés para caminhar novamente.
A fé é ponte construída com passos pequenos e coragem imensa.
Ajude-nos a manter vivo este espaço de descoberta e reflexão, onde palavras tocam corações e provocam mudanças reais.