Textos sobre Vida Bob Marley
O rio do amar.
Guiando meu coração
Nas margens calmas de um rio
Um nome paira sobre minha mente
Como um bom presságio, um aviso,
Lembro-me de como era bonito estar do se lado
Seus olhos me avisavam que eu corro perigo
Seus lábios me diziam que não era possível
Mais não é fácil guiar o coração nas margens desastrosa
Da solidão, ao ver uma luz eu acreditei que seria um refugio
Um lar um lugar seguro pra eu ficar, a onde eu encontrei um
Abismo com um final, um túnel com uma saída.
Apeguei-me, mais o fim estava próximo ainda não ouvi da
Sua boca, mais sei que sim seus olhos me dizem, seus lindos
Lábios mesmo fechados gritão que não.
Mesmo que você fale que eu só te trago o bem,
O destino em nossos caminhos manda
E o futuro um caminho difícil de trilhar, eu posso
Ajudar-te, te amar, e tudo que você não teve
Com outras pessoas eu vou te dar.
Um rio calmo trilha seu caminho sempre por
Onde a correnteza o leva, assim como o
Destino que guia nossas vidas
Por onde a gente menos
espera.
ALGO SOBRE A SAUDADE
Saudade é o que se sente - lá - no escuro
quando a última luz se apaga triste.
Saudade é não ter algo que existe,
é sentir n'alma só, um vão murmuro.
Saudade é um perder-se só, consigo.
Saudade é um ir nu que não vai tudo
Porque fica por dentro, fica mudo.
Saudade é não ter-te cá, mas comigo.
Que sangre o arrebol das tardes findas
e jorrem do lembrar lágrimas frias;
É sinal de saudade que quer vindas.
E cante eu cá saudade, dor, lamento,
e cante tu, vontades de regresso,
Cantaremos nós, pois, os bons momentos.
Transparência ofende
Nos últimos dias estive refletindo sobre qual é a diferença entre ser uma pessoa transparente, que não tem grandes coisas a esconder simplesmente porque não tem vergonha de ser quem é (com todo o pacote de defeitos e qualidades que traz consigo) e, por outro lado, ser alguém que se expõe demais.
Cheguei a conclusão que tudo depende das “lentes” de quem observa, do meio em que a pessoa está inserida e do grau de compreensão e censura que o observadores, de maneira geral, dedicam a quem tem coragem de dizer ao mundo quem é ou quem acha que o outro é, como no caso das polêmicas das biografias não autorizadas que vem sendo tão discutidas nos últimos dias.
Pensem comigo, na natureza observamos que diversas espécies de animais ao longo da evolução adquiriram características semelhantes ao seu habitat para que passassem despercebidas frente aos seus predadores. Nesse caso, discrição igual à vida.
Nas guerras, por exemplo, os soldados que partiam para o ataque no front eram os primeiros a morrer. Ou seja, quanto maior a coragem, maior a chance de morrer.
Culturalmente também somos alicerçados em moldes de subserviência hierárquica onde o lema ainda é “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Sendo assim, muitas vezes calar-se num ambiente social ou laboral significa autopreservação.
Por outro lado, também existem em nós verdades internas, valores de vida que são formados ao longo de nossa existência e que, quando confrontados, também nos adoecem. Entenda por valores tudo o que nos é precioso como seres humanos no mundo: a maneira como queremos ser tratados, como tratamos os outros, os limites sociais. Bem, basicamente creio que são os limites de respeito e reconhecimento que precisamos ter para conviver em sociedade de maneira civilizada. Ou, em outras palavras, as ações que teremos e com as quais poderemos deitar e dormir em paz durante a noite.
Vocês já se perguntaram por que admiramos tanto a arte? Vocês conhecem artistas que sentem de menos?
Quem sente extrapola, derrama, transborda, choca, incomoda e, principalmente, não cala.
A fala dos sentimentos aparecerá. No artista, em sua arte (seja pintando, escrevendo, esculpindo). Em nós, seres humanos normais, os sentimentos também falarão e, se sua voz não vier à tona em palavras devido aos limites sociais que geram pactos de silêncio coletivo frente às injustiças do dia-a-dia (inclusive as que acontecem conosco e com nossos amigos), falarão por doenças pois nossa mente não suporta a dor de não ser quem é.
A sociedade atual é uma bomba-relógio de transtornos mentais. Depressões e quadros ansiosos são os mais comuns. Os números da Previdência Social, mesmo que subnotificados, indicam claramente o crescimento dessas doenças, desses doentes, de nossa perda da razão.
Sucumbir ao que nos agride pode sim parecer o mais adequado socialmente num primeiro momento, porém, estamos criando uma sociedade de doentes mentais, de pessoas que não aguentam mais viver com tanta dor e com o aniquilamento constante das próprias vontades e sentimentos.
Se a transparência ofende, que ofenda.
MALDADE
Se em alguma circunstância se questionar sobre a maldade, eis aqui uma possibilidade.
Ausência de amor,
Tanto a si, quanto ao próximo,
E talvez, um pouco de dor,
Causada por um malfeitor
Ilusão de que o material
Vale mais do que o espiritual,
Escassez de altruísmo,
E em resposta, o individualismo
Desmemoria de valores e ideais
Buscam o que almejam feitos canibais
Enxergam o preço de tudo
Perdem de vista o valor do nada
Desconhecimento de que apenas perpetua a alma
O que é feito para tal,
Ó Céus, esquecem que a maldade
Pode ser letal.
Declínios de Amor Twilight in the sky
Antes que a noite caia sobre a terra
Antes de sentir o medo frio
O crepúsculo do amor murcham no céu.
Quando o coração chora insaciável
sussurra através da noite
e tardia lábios secos sem vida,
Suave, para baixo do pescoço de cada amante
mãos seguram as rédeas do amor secreto;
e quando olhamos para ele um sinal concreto,
suas lágrimas estão no crepúsculo do céu.
Depoimento sobre uma Best:
Amigos? Isso é pouco perto do que somos...
Um olhar e ja deciframos o que está acontecendo...
Uma risada e ja nos compreendemos...
Conselhos? Isso é pouco...
Conversas? Isso é para os fracos
Telepatia? Ainda não chegamos lá.
O que nós somos??
Bests...Apenas Bests
Origens
(Jelres Freitas - Abril/2012)
A minha mente voa,
Sobre as asas dos meus pensamentos,
Tão rápido quanto o vento,
Que está ao meu rosto roçar.
Quantas viagens,
Tantas bagagens,
Qual tuas origens?
Para onde tu vais?
Trazes lembranças,
Em tuas entranhas,
Quão grande primícias
É poder recordar.
Oh, pensamentos sem fim...
Viraste um excelente motim,
E tens dado a mim,
Uma oportunidade de amar.
'PARÁGRAFOS'
Às vezes acordo na madruga e
ponho-me a pensar sobre o universo.
O meu universo.
Tão fechado.
Tão inóspito.
Aos meus tímpanos barulhos vários
e à minha inquietude o frio matinal.
Sou levado a filmes que
repetidas vezes já o assisti.
A melancolia e o desespero assombra-me.
Encoraja-me.
Olho para o reflexo embaçado no espelho.
Penso: já não sou o mesmo do café da manhã de ontem.
A cama há muito está vazia, exceto por uma sombra
que durante décadas não se achou.
Encontra-se perdida.
É uma alma penada com decreto temporário.
Aprisionada.
Não a prisão destinada aos malfeitores.
Quisera fosse.
É a prisão do inacabado.
Do incômodo.
Do inconformismo.
Nos últimos anos vinha dizendo que não sabia mais escrever sobre sentimentos, que não suportava ler uma palavra que se relacionasse a paixão e que dispensava todas as dicas de leitura que constassem histórias de casais apaixonados. Mas me deparei com uma situação que não tenho outra escolha a não ser escrever; ou ir me matando aos poucos.
Aprendi a guardar meus segredos, porém estão escondidos tão superficialmente, que revelo pelo olhar e pelo sorriso quando enxergo aquele homem. Queria que estivesse guardado a sete chaves.
É uma paixão nova, regada de admiração, respeito e acima de tudo uma vontade de tê-lo por perto sempre. Sabe quando uma pessoa te conquista sem querer, e você esquece os mil e um problemas que isso poderia vir a ter? Eu sei.
Ser independente de qualquer pessoa e sentimento são características fortes em mim, mas ele chegou, e sem nem saber, transformou-me em uma completa dependente de tudo que havia nele. Pela manhã, tarde, noite e madrugada fico involuntariamente refletindo cada palavra que me disse, por mais sem sentido que pareça. E quando deito a cabeça no travesseiro, sorrisos surgem.
Mas ele não pode saber... Ninguém pode. Há diversos fatores que nos impedem de sermos - nós -. Eu não sei onde quero chegar, mas quero. Ele é diferente de todos que já conheci, é como se qualquer coisa que eu fizesse, e se ele estivesse junto, valeria profundamente à pena. Como diria o brilhantíssimo Bukowski: Sentia-me como se estivesse apaixonado por algo que fosse muito bom, mas não sabia exatamente o quê, exceto que estava ali, bem perto.
Estou ciente que isso não vai ser para sempre, provavelmente daqui alguns anos não iremos nem mais nos veremos, mas eu vivo o momento e me entrego a ele. Esse homem é como uma onda de calor com tempo indeterminado para passar, que me aquece e me faz ter vontade de me apaixonar a cada dia.
Portanto, por mais que não pareça, estou sofrendo. Mas é um sofrimento bom... É uma mistura de – faz parte – com - caramba, estou me apaixonado -, e isso já é ótimo. Como novamente diria Charles, “O amor quebra meus ossos e eu rio”. E uma vez aprendi que se te arranca sorrisos, vale a pena.
❝ ...Minha liberdade tem cheiro e a beleza do amor,
só ele tem poder sobre mim. Só o amor pode me controlar,
vivo por que amo, e sou grata a Deus pelo imenso amor
que derrama sobre mim todos os dias. E que este amor
seja derramado a todos os corações sedentos de amor...❞
---------------------------------------------Eliana Angel Wolf
O que é a morte...
joga seu véu negro suavemente
Sobre as pessoas ou animais que amamos
e sai de fininho como chegou...
Sem olhar pra trás, se vai...
Deixando apenas o corpo inerte
E corações despedaçados a chorar
Com força e coragem
Temos que reconstruir
os pedaços que sobraram
e seguir nossa vida!
Maria Jeremias Santos
Hoje eu estava com uma vontade imensa de escrever algo, mas me debati com uma tremenda dúvida: sobre o quê eu deveria escrever então decidir escrever sobre príncipes e sapos... Você deve está pensando – Príncipes e sapos?
Mas é isso mesmo, vou mostrar a vocês que um sapo pode ter mais qualidades que um príncipe.
Muitas mulheres dizem que os homens não prestam e que eles as fizeram sofrer bastante, e etc... Mas enquanto isso há outras mulheres que dizem que encontraram homens que só a fizeram bem. E ainda tem mais, têm outras que dizem que homem romântico, sincero, fiel e inteligente, não existe mais e isso é o maior absurdo do mundo. Sim eles existem, as mulheres só estão procurando no lugar errado.
Toda mulher gostar de idealizar o homem que combina para ela e quase sempre elas desejam um príncipe e suas vidas, elas nunca querem um sapo. E é aí que está o erro, nem sempre o príncipe tem as qualidades para fazer uma mulher feliz de verdade, às vezes eles têm, mas logicamente que eles vão querer uma princesa também, e homem quando têm muitas opções ele só que a melhor e assim os homens acabam machucando as mulheres. E muitas vezes esses supostos príncipes só têm a aparência mesmo. E a mulher é um bicho que em 90% dos casos escolhe logo pela a aparência e o resto que se exploda e ainda depois quando descobri que o seu príncipe que de príncipe só tinha a aparência, vem esculachar todos os homens. Será mesmo que a culpa é dos homens?
Por esse motivo, mulheres escolham “os sapos”, aparência não é tudo, caráter é um dos valores mais importante em uma pessoa, e 80% dos sapos tem um ótimo caráter, pois o que lhe falta em beleza os sapos compensam no resto, e esse resto faz uma diferença grande. Qual mulher não gostaria de ser tratada como uma princesa? Qual mulher não gostaria que um homem a fizesse se sentir especial? Digam-me agora?
Então em vez de olhar para a barriga de tanquinho, olhem para aqueles que talvez estejam um pouco abaixo ou acima do peso, aqueles que passam horas, dias e até mesmo meses imaginando o que fazer para impressionar uma mulher, imaginado detalhe por detalhe para fazer-la se sentir única e especial perto dele. Sabe onde vocês mulheres encontram os sapos? Sabe onde você encontra um homem: romântico, sincero, fiel e inteligente? Vocês ainda lembram-se daqueles que tentaram ficar com vocês? E vocês abriram a boca para falar que não dava que com eles era só amizade, que não podia ficar se não ia estragar a amizade? Pois é minhas queridas, eu garanto que metade desses homens que tentaram ficar com vocês e vocês falaram isso, metade deles tem a capacidade de fazer uma mulher feliz de verdade.
Os sapos são geralmente aqueles que vocês chamam de amigos, os sapos são os homens que todas as mulheres procuram, mas que não conseguem enxergar. Se você quiser ser feliz escolha “um sapo”, ele saberá dá o valor que você merece, saberá lhe tratar como merece, ele lhe tratará como uma princesa, que é assim que todas as mulheres deveriam ser tratadas.
Agora são vocês que escolhem: Vocês vão querer arriscar com um príncipe ou tentar com um sapo que tem mais chances de fazer vocês felizes?
Tudo que eu escrevi aqui também servem para os homens.
PS: A beleza interior é mais importante do que a exterior.
No dia em que o peso amortecer-se
Sobre teus ombros e tropeçares,
Que a argila dance para equilibrar-te.
E, quando teus olhos congelarem-se
Por trás da janela cinzenta,
E o fantasma da perda chegar a ti,
Que um bando de cores
Índigo, vermelho, verde
E azul-celeste,
Venha despertar em ti
Uma campina de alegria.
Quando a vela se esfiapar no barquinho
Do pensamento, e uma coloração
De oceano escurecer abaixo de ti,
Que surja por sobre as águas
Uma trilha de luar amarelo
Para levar-te a salvo para casa.
Que o alimento da terra seja teu,
Que a claridade da luz seja tua,
Que a fluidez do oceano seja tua,
Que a proteção dos antepassados seja tua.
E, assim, que um lento vento
Teça estas palavras de amor
À tua volta, um invisível manto,
Para zelar por tua vida.
HODIE ou CRAS?
Certa vez, um jovem foi conversar com um padre sobre suas dúvidas em relação a vida. O jovem dizia para o padre sobre todos os seus planos para o futuro e todos os passos que precisaria dar até alcançá-los. Dizia este jovem:
- Ah padre, amanhã eu serei um filho melhor! Serei um filho perfeito, o filho que meus pais sonharam. Amanhã eu estudarei para um concurso importante. E juro amanhã terei um namoro sério.
O padre observava todo aquele discurso em silêncio. Fitava o menino e pensava algo para dizer. Na sala em que se encontravam estava uma imagem de Santo Expedito. O jovem padre sorriu ao avistar aquela imagem e disse:
- Meu filho, já viu aquela imagem de Santo Expedito? Observe a cruz na mão do santo e o corvo aos seus pé. E me diga o que vês!
O jovem olhou a imagem e observou que nas mãos soldado romano havia uma cruz e escrita na cruz estava a palavra HODIE e da boca do corvo pisado por Santo Expedito saía a palavra CRAS.
- Padre estou vendo duas palavras em latim. Hodie e Cras mas não sei o que significam.
- Meu jovem! O corvo representa o Inimigo e da sua boca sai a palavra CRAS que significa AMANHÃ e na cruz de Santo Expedito está a palavra HODIE que significa HOJE. A imagem nos diz que devemos pisar sobre as seduções de deixarmos para amanhã a ideia de sermos melhores. Precisamos com o exemplo deste jovem soldado termos a pressa para sermos agradáveis à Deus. O ontem não existe mais, o amanhã ainda não existe... só temos o HOJE para fazermos a Vontade de Deus.
NUVEM DE ALGODÃO
Vamos dar a volta ao mundo,
Sobre as nuvens de algodão.
E ver tudo num segundo,
O que há na imensidão.
E ao chegar no horizonte,
E o arco-iris encontrar,
Vamos passar pelo monte,
E escorregar até o mar.
Vamos convidar o sol,
Todas estrelas, e o luar,
Para passear com a gente,
E assim todos, se alegrar.
Que o passeio não tem fim,
E nem lugar para chegar.
Vamos nós neste infinito,
Tão bonito de sonhar.
Elciomoraes
Não quis escrever sobre o namoro entre duas pessoas, entre dois amantes novos ou antigos, tive vontade de escrever sobre o medo que impede você de amar...
O medo é como um dragão, fantástico em seu poder de destruição e mágico pelos segredos e lendas que o rodeiam. Ele é paralisante, quando permitimos, alimentando nosso presente com as decepções do passado.
Há vários tipos de medo, mas este em especial impede a criação de vínculos reais entre duas pessoas e uma entrega autêntica na relação.
Este medo faz do compartilhar a vida e a intimidade com alguém algo por demais temido.
Prece-pício
Estou debruçado sobre a janela
em plena madrugada.
A fumaça do cigarro são meus olhos
que se desintegram ao léu.
Minha testa, encostada no gélido aço
da grade, me faz estremecer.
A noite é fria como os viciados.
De vez em quando um carro, um cão...
um mendigo.
Mas nada se move
a não ser minha alma convulsionada.
À frente, algo sugere amplidão,
mas não passa de precipício.
Não preciso das grades.
Sou mais perigoso do que qualquer bandido.
Sou autodestrutivo e não espero perdão.
Não há melhor hora
para descobrirmos quem somos.
E mesmo assim estou abismado,
pois sou uma gárgula dependurada
e paralisada
nessa construção sem sentido,
jorrando dor e desatinos
sobre meus inimigos adormecidos.
Por que tudo é tão distante?
Minhas mãos não alcançam
meus próprios desejos.
Desejos são fumaça
que se acaba com a última tragada vazia
num suspiro intoxicado.
Os garis correm atrás do caminhão
e sou deixado para trás.
Mas sou aquele lixo impertinente
que se acumula nas horas claras do dia.
Apenas dejetos... Desertos.
6
Quero ir embora.
Mesmo que seja naquele fétido caminhão.
Quero ir, jogado no meio do lixo, como tal;
sendo espremido, moído e descartado,
para não mais me debruçar sobre a janela
nem desesperar na noite úmida
desta maldita cidade.
Sou mais santo sentado sobre essa pedra a beira-mar
Do que deuses estranhos que você coloca diante desse altar
Sou mais verdadeiro com mentiras sinceras
Do que esse sorriso sombrio que seu caráter revela
Belos discursos para os famintos e os ignorantes
Os convencendo que só chega a paz pela guerra
Estamos aprisionados pelo medo da tragédia anunciada
Nos tratam como não existimos ,como contos de fada
O respeito pelo próximo a cada minuto se distancia
A ganancia enlouqueceu o homem cegou sua alma
Culturas abusivas que transformam homens em nobres assassinos
Estamos vivendo em um caos terrestre
Somos jogados numa estrada escura sem direção
Somos forçados acreditar que o mundo melhor é uma ilusão
Leis perversas que abreviam a linha do tempo para um rápido final
E a insana tolerância provocando suicídio mental
Estou nadando contra corrente
Contrariando a ideologia do novo mundo
Que ensina que todo mal e justificado
Sinto muito mais não adoro criaturas invés do criador
Não me ajoelharei a nenhuma estátua
Nenhum general condecorado me curvarei como meu salvador
Não faço a vontade de falso profeta e sanguinário ditador
Lideres mundiais se querem matar
Vocês que desembainham sua própria espada
Meu sangue não será derramado por nenhuma pátria maldita
Você me deixou mal
Você não deve saber nada sobre mim
Você não deve saber nada sobre mim
Eu poderia arrumar outro como você num minuto
Na verdade, ele estará aqui num minuto, baby
Você não deve saber nada sobre mim
Você não deve saber nada sobre mim
Eu posso ter outro como você para amanhã
Então, você, nem por um segundo, pense
Que você é insubstituível
Então vá em frente e cresça
Viagem de um vencido
Noite. Cruzes na estrada. Aves com frio...
E, enquanto eu tropeçava sobre os paus,
A efígie apocalíptica do Caos
Dançava no meu cérebro sombrio!
O Céu estava horrivelmente preto
E as árvores magríssimas lembravam
Pontos de admiração que se admiravam
De ver passar ali meu esqueleto!
Sozinho, uivando hoffmânnicos dizeres,
Aprazia-me assim, na escuridão,
Mergulhar minha exótica visão
Na intimidade noumenal dos seres.
Eu procurava, com uma vela acesa,
O feto original, de onde decorrem
Todas essas moléculas que morrem
Nas transubstanciações da Natureza.
Mas o que meus sentidos apreendiam
Dentro da treva lúgubre, era só
O ocaso sistemático de pó,
Em que as formas humanas se sumiam!
Reboava, num ruidoso burburinho
Bruto, análogo ao peã de márcios brados,
A rebeldia dos meus pés danados
Nas pedras resignadas do caminho.
Sentia estar pisando com a planta ávida
Um povo de radículas em embriões
Prestes a rebentar, como vulcões,
Do ventre equatorial da terra grávida!
Dentro de mim, como num chão profundo,
Choravam, com soluços quase humanos,
Convulsionando Céus, almas e oceanos
As formas microscópicas do mundo!
Era a larva agarrada a absconsas landes,
Era o abjeto vibrião rudimentar
Na impotência angustiosa de falar,
No desespero de não serem grandes!
Vinha-me à boca, assim, na ânsia dos párias,
Como o protesto de uma raça invicta,
O brado emocionante de vindicta
Das sensibilidades solitárias!
A longanimidade e o vilipêndio,
A abstinência e a luxúria, o bem e o mal
Ardiam no meu Orco cerebral,
Numa crepitação própria de incêndio!
Em contraposição à paz funérea,
Doía profundamente no meu crânio
Esse funcionamento simultâneo
De todos os conflitos da matéria!
Eu, perdido no Cosmos, me tornara
A assembléia belígera malsã,
Onde Ormuzd guerreava com Arimã,
Na discórdia perpétua do sansara!
Já me fazia medo aquela viagem
A carregar pelas ladeiras tétricas,
Na óssea armação das vértebras simétricas
A angústia da biológica engrenagem!
No Céu, de onde se vê o Homem de rastros,
Brilhava, vingadora, a esclarecer
As manchas subjetivas do meu ser
A espionagem fatídica dos astros!
Sentinelas de espíritos e estradas,
Noite alta, com a sidérica lanterna,
Eles entravam todos na caverna
Das consciências humanas mais fechadas!
Ao castigo daquela rutilância,
Maior que o olhar que perseguiu Caim,
Cumpria-se afinal dentro de mim
O próprio sofrimento da Substância!
Como quem traz ao dorso muitas cartas
Eu sofria, ao colher simples gardênia,
A multiplicidade heterogênea
De sensações diversamente amargas.
Mas das árvores, frias como lousas,
Fluía, horrenda e monótona, uma voz
Tão grande, tão profunda, tão feroz
Que parecia vir da alma das cousas:
"Se todos os fenômenos complexos,
Desde a consciência à antítese dos sexos
Vêm de um dínamo fluídico de gás,
Se hoje, obscuro, amanhã píncaros galgas,
A humildade botânica das algas
De que grandeza não será capaz?!
Quem sabe, enquanto Deus, Jeová ou Siva
Oculta à tua força cognitiva
Fenomenalidades que hão de vir,
Se a contração que hoje produz o choro
Não há de ser no século vindouro
Um simples movimento para rir?!
Que espécies outras, do Equador aos pólos,
Na prisão milenária dos subsolos,
Rasgando avidamente o húmus malsão,
Não trabalham, com a febre mais bravia,
Para erguer, na ânsia cósmica, a Energia
À última etapa da objetivação?!
É inútil, pois, que, a espiar enigmas, entres
Na química genésica dos ventres,
Porque em todas as cousas, afinal,
Crânio, ovário, montanha, árvore, iceberg,
Tragicamente, diante do Homem, se ergue
a esfinge do Mistério Universal!
A própria força em que teu Ser se expande,
Para esconder-se nessa esfinge grande,
Deu-te (oh! Mistério que se não traduz!)
Neste astro ruim de tênebras e abrolhos
A efeméride orgânica dos olhos
E o simulacro atordoador da Lua!
Por isto, oh! filho dos terráqueos limos,
Nós, arvoredos desterrados, rimos
Das vãs diatribes com que aturdes o ar...
Rimos, isto é, choramos, porque, em suma,
Rir da desgraça que de ti ressuma
É quase a mesma coisa que chorar!"
Às vibrações daquele horrível carme
Meu dispêndio nervoso era tamanho
Que eu sentia no corpo um vácuo estranho
Como uma boca sôfrega a esvaziar-me!
Na avançada epiléptica dos medos
Cria ouvir, a escalar Céus e apogeus,
A voz cavernosíssima de Deus
Reproduzida pelos arvoredos!
Agora, astro decrépito, em destroços,
Eu, desgraçadamente magro, a erguer-me,
Tinha necessidade de esconder-me
Longe da espécie humana, com os meus ossos!
Restava apenas na minha alma bruta
Onde frutificara outrora o Amor
Uma volicional fome interior
De renúncia budística absoluta!
Porque, naquela noite de ânsia e inferno,
Eu fora, alheio ao mundanário ruído,
A maior expressão do homem vencido
Diante da sombra do Mistério Eterno!