Textos para Boas Vindas

Cerca de 18212 textos para Boas Vindas

Ser Amigo
É entender a energia inicial
Abrir as portas do coração
Deixar entrar e fluir esse novo gás,
para alimentar o caminho que o acaso forjou...
É dar forma e corpo ao sentimento,
amaciar o coração, fomentar ainda mais a boa energia!
É adoçar a vida... Compartilhar da alegria multiplicando-a e da dor, diminuindo-a.
A todo custo!

Ser AMIGO
É aceitar o outro na sua totalidade:
De forma inteira, íntegra. Sem disfarces.
Com todos os defeitos,
todas as diferenças e todas as virtudes!
É não querer mudá-lo mas ensinar-lhe o
caminho da mudança, quando necessária e
essencial, alertando-o para os desvios de percurso
É entender o seu silêncio e acompanhá-lo mudo,
nessa hora, até que uma palavra mágica
rasgue as entranhas desse silêncio,
e devolva a alegria, de poderem sorrir juntos...

Ser AMIGO
É promover juntos, a gestação da paz
compartilhar do nascimento dessa luz branca que abranda
as tristezas e as intempéries e faz brotar a felicidade!...
É ajudar a pintar a estrada com o verde da esperança,
pegando na mão do outro e desenhando juntos o destino
É poder dourar esse destino...
É construir a presença mesmo à distância.
Ser o lenço que enxuga o suor e devolve a cor.
É promover o encontro e dissolver os seus obstáculos...

Ser AMIGO
Não é só compreender, ter compaixão e perdoar
Mas advertir, alertar, e apenas alertar,
deixando que as coisas se processem natural e espontaneamente...
É acompanhar até o fim, na trajetória da vida.
É estar presente, e ser presente.
Sempre...
E, se possível, atravessar as barreiras do tempo e da vida,e um dia, poder reencontrar a todos na eternidade...

Livraram-se deles. Sim, é bem o modo dos senhores procederem. Livrar-se de tudo o que é desagradável, em vez de aprender a suportá-lo. Se é mais nobre para a alma sofrer os golpes de funda e as flechas da fortuna adversa, ou pegar em armas contra um oceano de desgraças e, fazendo-lhes frente, destruí-las... Mas os senhores não fazem nem uma coisa nem outra. Não sofrem e não enfrentam. Suprimem, simplesmente, as pedras e as flechas. É fácil demais.

É engraçado ter você de novo. Engraçado e estranho. Engraçado, estranho e maravilhoso.
Cansa um pouco ouvir das mesmas pessoas a frase: "Vocês nunca deveriam ter se separado." Eu discordo. Deveríamos sim!
Eu precisava desse intervalo de tempo. Eu precisava ter certeza de que o que há entre nós é maior do que tudo aquilo que parece existir por aí.
Eu acho que o meu amor por você fingiu morrer só pra nunca deixar de viver, pra nunca deixar de ser amor, esse amor amor pleno, eterno e perfeito. E, principalmente, pra nunca ver o fim do teu amor por mim.
E agora que estamos novamente lado a lado eu consigo enxergar: era o meu destino!
Eu sei, nós temos sorte. Acho que somos as pessoas mais sortudas do mundo e digo isso porque acredito que quando se é a pessoa mais sortuda desse planeta a pessoa que você ama decide te amar em troca. E eu, que por tanto tempo lutei contra esse sentimento, hoje, mais do que nunca, quero vivê-lo.
Faz tempo, mas parece que foi ontem. Você me deu um beijo e mudou toda a minha história. Já não consigo me imaginar com outro alguém sem ser você.

A cada dia o sol ilumina um mundo novo. Aquilo que chamamos de rotina está repleta de novas propostas e oportunidades.
Hoje em algum lugar um tesouro te espera .Pode ser um pequeno sorriso, pode ser uma grande conquista não importa.
A vida é feita de pequenos e grandes, ela está sempre nos testando, nos oferecendo combates que nos educam e glorificam.
descubra a alegria de ser essa pessoa linda e uma surpresa para você mesmo.
Afinal, a melhor maneira de servir à DEUS é indo ao encontro de seus próprios sonhos.

O direito ao delírio

O novo milênio já está nascendo. Não dá para levar o assunto muito a sério: afinal, é o ano 2001 para os cristãos, ano 1379 para os muçulmanos, 5114 para os maias e 5762 para os judeus. O novo milênio nasce em 1º de janeiro pela obra e graça de um capricho dos senadores do Império Romano, que certo dia decidiram quebrar a tradição que ordenava celebrar o ano novo no início da primavera. E a contagem dos anos da era cristã vem de outro capricho: certo dia, o Papa de Roma decidiu marcar uma data para o nascimento de Jesus, embora ninguém saiba quando Jesus nasceu.

O tempo burla os limites que inventamos para acreditar que ele nos obedece; mas o mundo inteiro celebra e teme essa fronteira.

Um convite ao voo

Milênio vai, milênio vem, a ocasião é propícia para que os oradores de inflamado verbo discursem sobre os destinos da humanidade e para que os porta vozes da ira de Deus anunciem o fim do mundo e o aniquilamento geral, enquanto o tempo, de boca fechada, continua sua caminhada ao longo da eternidade e do mistério.

Verdade seja dita, não há quem resista: numa data assim, por arbitrária que seja, qualquer um sente a tentação de perguntar-se como será o tempo que será. E vá-se lá saber como será. Temos uma única certeza: no século 21, se ainda estivermos aqui, todos nós seremos gente do século passado e , pior ainda, do milênio passado.

Embora não possamos adivinhar o tempo que será, temos, sim, o direito de imaginar o que queremos que seja. Em 1948 e em 1976, as Nações Unidas proclamaram extensas listas de direitos humanos, mas a imensa maioria da humanidade só tem o direito de ver, ouvir e calar. Que tal começarmos a exercer o jamais proclamado direito de sonhar? Que tal delirarmos um pouquinho? Vamos fixar o olhar num ponto além da infâmia para adivinhar outro mundo possível:

O ar estará mais limpo de todo o veneno que
Não provenha dos medos humanos e das humanas paixões.

Nas ruas, os carros serão esmagados pelos cães.
As pessoas não serão dirigidas pelos carros
Nem serão programadas pelo computador.
Nem serão compradas pelos supermercados
Nem serão assistidas pela TV,
A TV deixará de ser o membro mais importante da família,
Será tratada como um ferro de passar roupa
Ou uma máquina de lavar.

Será incorporado aos códigos penais
O crime da estupidez para aqueles que a cometem
Por viver só para ter o que ganhar
Ao invés de viver simplesmente
Como canta o pássaro em saber que canta
E como brinca a criança sem saber que brinca.

Em nenhum país serão presos os jovens
Que se recusem ao serviço militar
Senão aqueles que queiram servi-lo.
Ninguém viverá para trabalhar.
Mas todos trabalharemos para viver.

Os economistas não chamarão mais
De nível de vida o nível de consumo
E nem chamarão a qualidade de vida
A quantidade de coisas.

Os cozinheiros não mais acreditarão
que as lagostas gostam de ser fervidas vivas.
Os historiadores não acreditarão que os países adoram ser invadidos.
Os políticos não acreditarão que os pobres
Se encantam em comer promessas.

A solenidade deixará de acreditar que é uma virtude,
E ninguém, ninguém levará a sério alguém que não seja capaz de rir de si mesmo.

A morte e o dinheiro perderão seus mágicos poderes
E nem por falecimento e nem por fortuna
Se tornará o canalha em virtuoso cavalheiro.

A comida não será uma mercadoria
Nem a comunicação um negócio
Porque a comida e a comunicação são direitos humanos.
Ninguém morrerá de fome
Porque ninguém morrerá de indigestão.

As crianças de rua não serão tratadas como se fossem lixo
Porque não existirão crianças de rua.
As crianças ricas não serão como se fossem dinheiro
Porque não haverá crianças ricas.

A educação não será privilégio daqueles que podem pagá-la
E a polícia não será a maldição daqueles que podem comprá-la

A justiça e a liberdade, irmãs siamesas
Condenadas a viver separadas
Voltarão a juntar-se, bem agarradinhas,
Costas com costas.

Na Argentina, as loucas da Praça de Mayo
Serão um exemplo de saúde mental
Porque elas se negaram a esquecer
Os tempos da amnésia obrigatória.

A Santa Madre Igreja corrigirá
Algumas erratas das Taboas de Moisés,
E o sexto mandamento mandará festejar o corpo.
A Igreja ditará outro mandamento que Deus havia esquecido:
“Amarás a natureza, da qual fazes parte”

Serão reflorestados os desertos do mundo
E os desertos da alma
Os desesperados serão esperados
E os perdidos serão encontrados
Porque eles são os que se desesperaram por muito esperar
E eles se perderam por tanto buscar.

Seremos compatriotas e contemporâneos
De todos o que tenham
A vontade de beleza e vontade de justiça
Tenham nascido quando tenham nascido
Tenham vivido onde tenham vivido
Sem importarem nem um pouquinho
As fronteiras do mapa e do tempo.

Seremos imperfeitos
Porque a perfeição continuará sendo o aborrecido privilégios dos deuses
Mas neste mundo, trapalhão e fodido,
Seremos capazes
De viver cada dia como se fosse o primeiro
E cada noite como se fosse a última.

Saber Viver

Não sei... Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura... Enquanto durar

Desconhecido

Nota: A autoria do texto tem vindo a ser erroneamente atribuída a Cora Coralina.

É justamente quando estamos frustrados e insatisfeitos, que precisamos lembrar que possuímos uma antena interna - a atenção - capaz de captar o lado bom da vida. Exatamente como na natureza, faz o girassol
O girassol se volta para onde o sol estiver, mesmo que este esteja escondido atrás de uma nuvem. Ele está sempre em busca da luz, da vitalidade, da força, da beleza.
Saber captar o lado luminoso da vida significa aprendermos a valorizar tudo de bom que já recebemos e também a sermos gratos por isso...
Apreciar e agradecer o carinho, o afeto, os gestos de atenção e delicadeza oferecidos pelos amigos, filhos, pais, namorados. Apreciar o sorriso luminoso de alguém que você gosta. Apreciar um gesto de gentileza, uma palavra de estímulo do seu colega de trabalho, do seu vizinho...
Apreciar todo contato humano que lhe trouxe conforto, novo animo... Apreciar todo apoio que a vida lhe deu, de tantas formas misteriosas, quando precisou... Apreciar e agradecer porque a vida é amor, e sempre o protegeu, realizou seus desejos mais profundos, tomou conta de seus interesses e suas verdadeiras necessidades...
Ser aprendiz de girassol, não é fácil!
Infelizmente a maioria de nós, não foi preparada pra buscar o lado luz da vida, e vive se debatendo na obscura zona dos condicionamentos subconscientes e dos pensamentos destrutivos!
Daqui pra frente, quando perceber que está desanimado, revoltado ou deprimido, que possa se lembrar de ser girassol.
Selecione o melhor do seu mundo, valorize tudo o que de bonito e bom que existe nele!
Acredite no Poder da Luz para neutralizar qualquer situação adversa e transformar sua Vida em uma verdadeira obra-prima!
Assim, começará a reter força, vitalidade e alegria dentro de você.
E como o girassol, estará de bem com a grande festa colorida que é a vida!

Ei, não é hora de parar... Não, não é porque ainda não deu certo que você deve desistir.
A vida pode estar lhe dando uma grande lição, e a superação da dor virá a seguir...
Acredite, esta difícil? Então esse deve ser o motivo que te fará seguir. Tenha plena convicção, sua batalha, seu obstáculo, sua luta não durará para sempre. Muitos sorrisos, alegrias e felicidades te esperam no final do caminho. Acredite!

Sou mimada, sou dengosa. Às vezes não vou estar bem como você espera, e mesmo assim terá que respeitar. Sou dia, sou noite; e tudo isso no mesmo dia.
Sou alegria, sou lágrimas, sou conversa muda. Só alguém tão complexo quanto eu(ao menos no fundo) pra me aguentar.
Não sou fácil mas também não sou problemática.Sou do bem.
E do mal também. Claro, num bom sentido. Mas calma aí, existe bom sentido para o mal ?

"O que aprendi chorando, sorriso nenhum ensina".

O título desse poema citado por minha pessoa é do poeta cearense de Alto Santo, Bráulio Bessa, e retrata muito bem o que muitos de nós vivenciamos e quem sabe, teremos a vivenciar.

Chorar serve como uma certeza de que esse sentimento nunca foi desonra para ninguém. Chorar faz uma limpeza na alma, alivia o peso das cargas negativas, ou simplesmente recarrega a bateria do nossos corações as vezes cansados ou desiludidos. Chorar faz parte do nascer e do morrer. Choramos quando criança, na adolescência, na fase adulta ou na velhice quando muitos acreditam que "velho" nem para chorar serve. Choramos porque vivemos, amamos, sofremos ou porque simplesmente choramos... Nunca peça para alguém engolir o choro, pois chorar não mata e na maioria das vezes até evita algo pior. Engolir o choro é um atentado contra o próprio corpo que precisa desse choro para externar a pressão seja de qual for o sentimento.

A Alegria na Tristeza

O título desse texto na verdade não é meu, e sim de um poema do uruguaio Mario Benedetti. No original, chama-se "Alegría de la tristeza" e está no livro "La vida ese paréntesis" que, até onde sei, permanece inédito no Brasil.

O poema diz que a gente pode entristecer-se por vários motivos ou por nenhum motivo aparente, a tristeza pode ser por nós mesmos ou pelas dores do mundo, pode advir de uma palavra ou de um gesto, mas que ela sempre aparece e devemos nos aprontar para recebê-la, porque existe uma alegria inesperada na tristeza, que vem do fato de ainda conseguirmos senti-la.

Pode parecer confuso mas é um alento. Olhe para o lado: estamos vivendo numa era em que pessoas matam em briga de trânsito, matam por um boné, matam para se divertir. Além disso, as pessoas estão sem dinheiro. Quem tem emprego, segura. Quem não tem, procura. Os que possuem um amor desconfiam até da própria sombra, já que há muita oferta de sexo no mercado. E a gente corre pra caramba, é escravo do relógio, não consegue mais ficar deitado numa rede, lendo um livro, ouvindo música. Há tanta coisa pra fazer que resta pouco tempo pra sentir.

Por isso, qualquer sentimento é bem-vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que seja uma melancolia. Sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário do fazer, que é conjugado pra fora.

Sentir alimenta, sentir ensina, sentir aquieta. Fazer é muito barulhento.

Sentir é um retiro, fazer é uma festa. O sentir não pode ser escutado, apenas auscultado. Sentir e fazer, ambos são necessários, mas só o fazer rende grana, contatos, diplomas, convites, aquisições. Até parece que sentir não serve para subir na vida.

Uma pessoa triste é evitada. Não cabe no mundo da propaganda dos cremes dentais, dos pagodes, dos carnavais. Tristeza parece praga, lepra, doença contagiosa, um estacionamento proibido. Ok, tristeza não faz realmente bem pra saúde, mas a introspecção é um recuo providencial, pois é quando silenciamos que melhor conversamos com nossos botões. E dessa conversa sai luz, lições, sinais, e a tristeza acaba saindo também, dando espaço para uma alegria nova e revitalizada. Triste é não sentir nada.

Martha Medeiros
Crônica "A Alegria na Tristeza", 1999.

Nota: Texto originalmente publicado na coluna de Martha Medeiros, no website Almas Gêmeas, a 8 de março de 1999.

...Mais

Eu sou criança. E vou crescer assim. Gosto de abraçar apertado, sentir alegria inteira, inventar mundos, inventar amores. Acho graça onde não há sentido. Acho lindo o que não é. O simples me faz rir, o complicado me aborrece. O mundo pra mim é grande, não entendo como moro em um planeta que gira sem parar, nem como funciona o fax. Verdade seja dita: entender, eu entendo. Mas não faz diferença, o mundo continua rodando, existe a tal gravidade, papéis entram e saem de máquinas, existem coisas que não precisam ser explicadas. (Pelo menos para mim).

O que importa é o que faz os meus olhos brilharem, o coração bater forte, o sorriso saltar da cara. Eu acho que as pessoas são sempre grandes e às vezes pequenas, igual brinquedo Playmobil. Enxergo o mundo sempre lindo e às vezes cinza, mas para isso existem o lápis-de-cor e o amor que a gente aprendeu em casa desde cedo. Lembra?
Tenho um coração maior do que eu, nunca sei minha altura, tenho o tamanho de um sonho. E o sonho escreve a minha vida que às vezes eu risco, rabisco, embolo e jogo debaixo da cama (pra descansar a alma e dormir sossegada).

Coragem eu tenho um monte. Mas medo eu tenho poucos. Tenho medo de filme de terror, tenho medo das pessoas, tenho medo de mim. Minha bagunça mora aqui dentro, pensamentos entram e saem, nunca sei aonde fui parar. Mas uma coisa eu digo: eu não páro. Perco o rumo, ralo o joelho, bato de frente com a cara na porta: sei aonde quero chegar, mesmo sem saber como. E vou. Sempre me pergunto quanto falta, se está perto, com que letra começa, se vai ter fim, se vai dar certo. Sempre pergunto se você está feliz, se eu estou linda, se eu vou ganhar estrelinha, se eu posso levar pra casa, se eu posso te levar pra mim, se o café ficou forte demais. Eu sou assim. Nada de meias-palavras. Já mudei, já aprendi, já fiquei de castigo, já levei ocorrência, já preguei chiclete debaixo da carteira da sala de aula, mas palavra é igual oração: tem que ser inteira senão perde a força.

Sou menina levada, princesa de rua, sou criança crescida com contas para pagar. E mesmo pequena, não deixo de crescer. Trabalho igual gente grande, fico séria, traço metas. Mas quando chega a hora do recreio, aí vou eu... Beijo escondido, faço bico, faço manha, tomo sorvete no pote, choro quando dói, choro quando não dói. E eu amo. Amo igual criança. Amo com os olhos vidrados, amo com todas as letras. A-M-O. Amo e invento. Sem restrições. Sem medo. Sem frases cortadas. Sem censura. Sem pudor. Quer me entender? Não precisa. Quer me amar? Me dê um chocolate, um bilhete, um brinde que você ganhou e não gostou, uma mentira bonita pra me fazer sonhar. Não importa. Criança não liga pra preço, não liga pra laço de fita e cartão de relevo. Criança gosta de beijo, abraço e surpresa!

QUATRO HISTORINHAS DA ALEGRIA

(...) Sim, ele era encrenca, das boas.
(...) Eu sabia o que estava fazendo, ele também: estávamos fazendo uma coisa errada.
(...) Gostei da luz, dos olhos dele. Gostei que estava me encantando, gostei de não poder me encantar e mesmo assim estar me encantando.
(...) Apesar de todo esforço, meu poder era uma ilusão. Apesar do desprendimento, eu me enganava o tempo todo.
(...) Nada de alegria, alegria. Ele fecha a porta e volta para sua vida real. Para os dois, porque ele não era egoísta: tristeza, tristeza.
(...) Alegria, alegria. Eu me implorava. E dá para sentir isso o tempo todo? Eu me cobrava tanto ser feliz que às vezes perdia a noção de que já era. Fugir da felicidade ou fugir com ela?
(...) Num ímpeto de tesão, ou talvez após um trabalho de consciência confusa que, por preguiça, acabava se decidindo impulsivamente, respondi ao e-mail dele: sim, senhor. Vamos para onde o senhor quiser, a hora que desejar e na posição que preferir.
Nem todas as histórias precisam ter virgens pálidas chorando às margens de um mar de espumas. Nem tudo precisa ser romance tuberculoso. Alegria, alegria.
(...) A felicidade, assim como a bebedeira, vai e vem. A felicidade, assim como o sexo, entra e sai. A felicidade, assim como ele, era impossível. Mas não é pra tentar ser feliz que a gente vive?

A ilha dos sentimentos
Era uma vez uma ilha, onde moravam todos os sentimentos: a Alegria, a Tristeza, a Sabedoria e todos os outros sentimentos. Por fim o amor. Mas, um dia, foi avisado aos moradores que aquela ilha iria afundar. Todos os sentimentos apressaram-se para sair da ilha.
Pegaram seus barcos e partiram. Mas o amor ficou, pois queria ficar mais um pouco com a ilha, antes que ela afundasse. Quando, por fim, estava quase se afogando, o Amor começou a pedir ajuda. Nesse momento estava passando a Riqueza, em um lindo barco. O Amor disse:
- Riqueza, leve-me com você.
- Não posso. Há muito ouro e prata no meu barco. Não há lugar para você.
Ele pediu ajuda a Vaidade, que também vinha passando.
- Vaidade, por favor, me ajude.
- Não posso te ajudar, Amor, você esta todo molhado e poderia estragar meu barco novo.
Então, o amor pediu ajuda a Tristeza.
- Tristeza, leve-me com você.
- Ah! Amor, estou tão triste, que prefiro ir sozinha.
Também passou a Alegria, mas ela estava tão alegre que nem ouviu o amor chamá-la.
Já desesperado, o Amor começou a chorar. Foi quando ouviu uma voz chamar:
- Vem Amor, eu levo você!
Era um velhinho. O Amor ficou tão feliz que esqueceu-se de perguntar o nome do velhinho. Chegando do outro lado da praia, ele perguntou a Sabedoria.
- Sabedoria, quem era aquele velhinho que me trouxe aqui?
A Sabedoria respondeu:
- Era o TEMPO.
- O Tempo? Mas porque só o Tempo me trouxe?
- Porque só o Tempo é capaz de entender o AMOR.

O Riso do Palhaço Sem Alegria.

Outro dia alguém, não sei bem porque e quando , me disse que a vida era um presente divino, e que devíamos saber aproveitá-la, e jamais esquecer de agradecê-la, quem quer que fosse o padrinho. E que por pior que se apresentasse a vida, estar vivo era um milagre dos céus.

-“Deus sempre sabe o que faz”, enfatizou o amigo, filósofo de botequim, cheio de paz no coração e repleto de alegria artificial na cabeça.

Fiquei meio assim com essa idéia de que a vida é um presente, porque outro dia também ouvi de um mendigo agradecido pela sobras de um almoço: “cavalo dado não se olha os dentes”, nesse mesmo dia o vira-lata ficou sem o seu almoço na lata de lixo. As migalhas não escolhem os miseráveis, elas são presentes do acaso.

É preciso estar no lugar certo, na hora certa, nos diz as pessoas que embrulham os presentes. Mas como os pobres e os vira-latas não têm relógio, sempre chegam atrasados. Assim como os ônibus.

Não sei quem me disse que para entender a vida era preciso conhecer a palavra de deus, mas como ele nunca apareceu pessoalmente, durante muito tempo acreditei nos mandamentos dos publicitários.

Lembram daquela profecia?”O mundo trata melhor quem se veste bem”. Pois é, o mundo dá crédito para quem tem crédito.

E aí, se a vida é agora, Vida loka ou Vida besta? Descobrir tem seu preço. Na verdade acho que a vida é uma das coisas mais engraçadas que o mundo nos dá, e que por isso mesmo, muitas vezes não tem graça nenhuma. Não é que eu seja mal-agradecido, e ria menos que devia para o destino, mas é que tem umas coisas que acontecem…

Vai vendo a ironia do destino, tenho um amigo que estava já algum tempo desempregado, estava vivendo de bicos -sei que tem muita gente que não sabe, mas viver de bico não tem graça nenhuma. Ele agora faz bico em uma loja de sapatos, e a coisa mais engraçada é que ele não é vendedor, nem gerente ou faxineiro, meu amigo é o palhaço da loja. É.

Ele fica na frente da loja vestido de palhaço, fazendo graça para as pessoas que passam. Parece legal né? Mas não é.

Quando eu o vi e reconheci-o até que foi meio divertido, não sei se porque o patrão estava olhando, mas seus olhos e a maquiagem mal-feita, o traíram. Estava triste.

Puxa, pensei um homem desempregado não deveria ser palhaço, ser palhaço não é uma profissão, é um estado de espírito, um dom. Taí, um presente.

Que tristes tempos nós vivemos, em que os circos se foram para o nunca mais, e os palhaços-trapezistas habitam as lojas de sapatos.

Também tentei fingir, e ri um riso falso de poeta que tem a boca desbotada, para que ele, talvez, se mantivesse digno em seu novo emprego, para que ele talvez se mantivesse firme na corda-bamba dessa vida, que mais parece sapato sem cadarço, para os que têm pés-de-chinelo e as pegadas miúdas que rastreiam o chão duro da felicidade que nunca vem.

Despediu-se de mim com os olhos e partiu arrastando sua tristeza oculta em outra direção. Ele se aproxima de uma menininha que se afasta meio com medo.

A Mãe, sem-graça, diz: “não tenha medo minha filha, é só um palhaço.” “Quem dera”, pensou ele.

“A Vida não é engraçada, um homem triste a fazer sorrir os outros?”, disse a voz do destino, segurando um cartão de crédito sem-limites na mão, e um peito vazio na outra.

Sem saber como chorar, ele respondeu com os olhos: “Não mãe, não é só um palhaço, é um homem sem emprego, desfrutando o presente da vida”.

Mas há os desempregados, que cegos, viram atiradores de facas.
Dói só de lembrar.

Aproveite ao máximo os momentos de alegria, para
agradecer tudo o que tem recebido da bondade divina.
Seja grato ao Criador e Pai que lhe dá tantos ensejos de
felicidade, e procure espalhar a maior alegria, o mais
sadio otimismo com todos os que o cercam.

A alegria é a saúde da alma,
e o otimismo é a alegria de amanhã.
Espalhe alegria em torno de si.

São delicados e sutis os fios da harmonia. Ao contrário da alegria, do entusiasmo, ela é uma das sensações mais discretas. Sua voz é quase imperceptível, feito outra qualidade de silêncio. Ela não é uma gargalhada, é aquele sorriso por dentro, uma sensação gostosa de estar no lugar certo, na hora adequada. Feito um arco-íris depois da tempestade, sua beleza é adornada pelo equilíbrio dentro do derramamento. É um adestramento dos fantasmas internos. A possibilidade de aprimorar os pensamentos. É quase como não pensar. Simplesmente, sentimos uma ligação profunda com tudo, um denso bem-estar. Como se tivéssemos uma secreta intimidade com o mundo, certa cumplicidade com o tempo. É como se observássemos descompromissados, ela é uma descontração. Como se o coração batesse pelo corpo todo, mas sem extremada euforia. Uma tranqüilidade dilatada no peito, o olhar satisfeito, a mente entendendo que já nem precisa entender o que é prosa ou poesia. E o mundo inteiro cabendo num abraço. E uma firmeza na carícia, a maturidade que perdeu o cansaço, uma confiança que preenche a existência. A harmonia é um contato profundo com a experiência. E o tempo do dia não é mais composto por esperas, ele é vivido. E já não se fala, palavras passeiam pela boca. E já não se escreve, as frases coreografam as paisagens. E já não se ama, o amor vigora em nós. A harmonia tem fios muito delicados e sua trama faz a ligação mais suave entre todas as urgências já sentidas. E o chão do sonho é macio, e tudo parece estar alinhavado, numa ligação sem sufocamentos. E a poesia não deseja mais ser nada, vira o afago de um momento. E nas letras a textura de um veludo, como se ao correr pela página, os olhos pudessem ser acariciados. E você tem todas as coisas sem precisar tomar posse delas. Você ama o amor, não o delírio de estar apaixonado. Sinto a harmonia como uma espécie de fascínio pela vida. É quase uma perda de outros apetites, porque se está tão nutrido pela própria companhia. E a gente tem aquela vontade súbita de andar pela noite: não apenas para olhar as estrelas, mas também para por elas sermos vistos.

Harmonia é como se fôssemos inundados pelo mar onde antes só havia um precipício."

BOM CORAÇÃO



No tempo do Buda vivia uma velha mendiga chamada Confiando na Alegria. Ela observava os reis, príncipes e o povo em geral fazendo oferendas ao Buda e a seus discípulos, e não havia nada que quisesse mais do que poder fazer o mesmo. Saiu então pedindo esmolas, mas, no fim do dia não havia conseguido mais do que uma moedinha.

Levou a moedinha ao mercado para tentar trocá-la por algum óleo, mas o vendedor lhe disse que aquilo não dava para comprar nada. Entretanto, quando soube que ela queria fazer uma oferenda ao Buda, encheu-se de pena e deu-lhe o óleo que queria. A mendiga foi para o mosteiro e acendeu a lâmpada. Colocou-a diante do Buda e fez o seguinte pedido: — Nada tenho a oferecer senão esta pequena lâmpada. Mas, com esta oferenda, possa eu no futuro ser abençoada com a Lâmpada da Sabedoria. Possa eu libertar todos os seres das suas trevas, purificar todos os seus obscurecimentos e levá-los à Iluminação.

Durante a noite, o óleo de todas as lâmpadas havia acabado. Mas a lâmpada da mendiga ainda queimava na alvorada, quando Maudgalyayana — o discípulo do Buda — chegou para recolher as lâmpadas. Ao ver aquela única lâmpada ainda brilhando, cheia de óleo e com pavio novo, pensou: 'Não há razão para que essa lâmpada continue ainda queimando durante o dia', e tentou apagar a chama com os dedos, mas foi inútil. Tentou abafá-la com suas vestes, mas ela ainda ardia. O Buda, que o observava há algum tempo, disse: — Maudgalyayana: você quer apagar essa lâmpada? Não vai conseguir. Não conseguiria nem movê-la daí, que dirá apagá-la. Se jogasse nela toda a água dos oceanos, ainda assim não adiantaria. A água de todos os rios e lagos do mundo não poderia extinguir esta chama.

— Por que não? — Perguntou o discípulo de Buda.

— Porque ela foi oferecida com devoção e com pureza de coração e de mente. Essa motivação produziu um enorme benefício.

Quando o Buda terminou de falar, a mendiga se aproximou e ele profetizou que no futuro ela se tornaria um Perfeito Buda e seria conhecido como Luz da Lâmpada.

*
Em tudo, o nosso sentimento é o que importa. A intenção, boa ou má, influencia diretamente nossa vida no futuro. Qualquer ação, por mais simples que seja, se feita com coração, produz benefícios na vida das pessoas.

As páginas da vida são cheias de surpresas...
Há capítulos de alegria, mas também de tristezas,
Há mistérios e fantasias,
Sofrimentos e decepções...
Por isso, não rasgue páginas e nem solte capítulos,
Não se apresse a descobrir os mistérios.
Não perca as esperanças,
Pois muitos são os finais felizes.
E nunca se esqueça do principal:
NO LIVRO DA VIDA, O AUTOR É VOCÊ.

MEU PRINCÍPIO E MEU FIM"

Ontem, esperei ouvir de você palavras que aliviassem a minh’alma daquela angústia que a oprimia. Fechei os olhos e pensei que de suas palavras eu pudesse tirar o alívio que procurava, para os pensamentos confusos e desencontrados que me povoavam a mente.
Sabe, são nesses momentos que a gente consegue perceber o que somos para alguém de quem esperamos alguma coisa. É quando necessitamos de uma palavra, de um carinho, de um gesto de amor, de um atitude de compreensão, que avaliamos a extensão e a veracidade de tudo que foi dito antes, em situações diferentes.
Mas nada disto aconteceu. Quando lhe pedi para parar e me ouvir, você passou indiferentemente. Quando imaginei que fosse encontrar seu braço estendido, me enlaçando num abraço, vi você recolhê-los e ignorar-me.
Quando meus ouvidos ansiavam pelas suas palavras de apoio e compreensão, somente ouviram seu silêncio.
Foi triste, como tristonhas são todas as decepções da vida. E esta depressão que agora me acomete é a resposta para o amor que lhe dei. Sabe...Eu tento comparar você com aquela pessoa que antes era tudo para mim e noto uma diferença tamanha, que me pergunto como pude me iludir tanto a seu respeito. Como fui capaz de ignorar a sua frieza, a dureza de sua alma, sua falta de personalidade. Como fui idiota, acreditando nas suas frases pré-fabricadas, em seus carinhos falsos, aceitando seus pensamentos como os mais certos do mundo.
Ah! Como dói reconhecer que tudo desmoronou, que nada mais existe a nos ligar, pois você, que pensei ser meu princípio e meu fim, deixa-me em meio a algo que julguei ser definitivo, para sempre, indissolúvel.
Ontem, maldisse este telefone que permaneceu mudo, sem chamar nem que fosse por engano, para enganar também a mim, que ansiava ouvir sua voz, dizendo-me que tudo era brincadeira, nada mais que uma brincadeira. Ontem a noite me encontrou a sós, ou antes, com a minha dor, minha saudade, minha frustração, minha fossa.
Nem o som do disco terminado, nem o vento entrando pela janela aberta, nem o murmúrio dos vizinhos ao lado foram capazes de me tirar da poltrona, onde derrotado, remoía os pensamentos, tentando encontrar um porquê, uma razão para o que aconteceu. Agora...
Estou acordando. Ainda tenho os olhos pesados, mas a mente está mais limpa, ou vazia. Vazia como a taça que das minhas mãos deslizou e aquietou-se no tapete. Agora estou realmente vendo que estou sozinho. Noto sua ausência, mas não a lamento. Depois de muito tempo estou acordando sem vê-la do meu lado, sem sentir seu contato, sem receber o seu bom dia. Mas estou tentando me acostumar a isto desde agora. Daqui a pouco, sairei para o trabalho e terei que levar comigo a chave desta casa, pois não ficará aqui nem sequer a sua saudade me aguardando. Estou nas derradeiras recordações de algo que julguei, fosse muito bom, e você me mostrou ser o contrário. Adeus.