Textos eu Preciso

Cerca de 81621 frases e pensamentos: Textos eu Preciso

Libertação



Tudo o que eu quero é viver agora.
Sei que será difícil deixar tudo para trás.
Na minha cidade vivi tantas coisas — boas e ruins.
Ir embora significa deixar lembranças com bons sentimentos
e memórias inesquecíveis: amores, família, raízes.


Mas é o que minha alma necessita.
Ir embora vai me fazer enxergar a beleza da mudança
e como a vida pode nos levar por muitos lados.


Quero terminar os estudos.
Quero juntar dinheiro.
Quero, nesse meio tempo, criar memórias.
Memórias que deixo com dor, mas levo com amor no peito.


Quero mudar para uma cidade com praia,
onde eu possa pôr meus pés na água quando ela estiver vazia.
Onde eu possa olhar para o infinito do mar
e saber que, diante dele, estão as minhas memórias.


Quero fazer minha alma feliz.
Quero renascer a cada dia,
sendo quem sou, quem posso ser e quem deixei de ser.


Quero trabalhar analisando o mar,
ajudando os seres que tanto se assemelham conosco.
Embora eu nunca o tenha visto de perto,
não sonho apenas:
sinto, no meu espírito, que algo está à minha espera —
e está longe.


Preciso ir em busca do que me pertence por natureza.
Quando eu partir desta terra,
quero deixar momentos inesquecíveis.
Quero deixar todo o amor que pude dar.


Quando eu partir, levarei comigo o melhor da vida,
que sempre me preparou para o fim: o viver.


Viverei a cada dia,
a cada suspiro,
do meu jeito,
mesmo com dificuldades.


Em 17 anos de vida,
aprendi mais que em uma vida inteira.
Por isso, a liberdade é tão esperada por mim.

Sabe… às vezes eu só queria que você entendesse o quanto tudo isso me dói.
Eu sempre estive ali por você, tentando ajudar, tentando fazer você se sentir melhor, mesmo quando eu mesmo não tava bem. Eu nunca fiz isso pra ganhar algo, mas porque eu gostava de você. Porque eu realmente me importava.

E é estranho, sabe? Porque no fim das contas eu sempre acabo me sentindo sozinho.
Eu gosto tanto de você, e parece que quanto mais eu tento, mais distante eu fico.
Você nunca percebe o quanto isso machuca… o quanto é difícil estar perto, e ao mesmo tempo sentir que nunca vai ser o bastante.

Não é verdade quando digo que me afastei só porque quis. Eu só queria te ver bem. Fiz isso porque te amava — e, pra ser sincero, ainda amo.
Mas tá doendo carregar isso sozinho, fingir que tá tudo certo, quando por dentro parece que nada mais faz sentido.

Eu sei que talvez um dia eu te veja com outra pessoa, e isso vai acabar comigo.
Mas o que me destrói mesmo é pensar que tudo o que eu senti, tudo o que eu fiz, nunca foi suficiente pra você olhar pra mim do mesmo jeito.

Eu só queria que você soubesse disso. Que tudo o que eu fiz foi por amor. E que às vezes… amar demais também machuca.

O CÓDIGO DAS APARÊNCIAS, A ELEGÂNCIA DO VAZIO

Nunca fui eu quem viu o mundo de um jeito errado. Foi o mundo que se acostumou a olhar torto e chamar de normal o que o desnutriu.

Sempre observei com calma e clareza as vaidades humanas, essa fé cega nas aparências, esse culto ao tecido, à marca, aparência cara.

Percebi cedo que o tratamento muda conforme a roupa.

Se estou de acordo com o figurino, sou tratado como alguém digno de escuta.
Mas basta vestir o que é confortável, o que é meu, e já sou confundido com alguém menor, sem valor.

O traje é um passaporte social.
Quem veste o uniforme da convenção entra. Quem veste a própria pele é barrado na porta.

O mais curioso é que os mesmos que exigem elegância não conseguem enxergar educação no olhar sincero, nem grandeza em um corpo simples.

Confundem brilho com valor, perfume com virtude, mentira com sabedoria.

E nessa inversão de sentidos constroem o vazio que os engole e consomem seus filhos, vendem status, compram aprovação e chamam o aplauso de propósito.

Tristes dos que vivem da casca, só percebem o abismo quando o chão cede, e o chão sempre cede, porque foi feito de vaidade.

A sociedade adora o disfarce.
É por isso que respeita quem finge e rejeita quem sente. O código das aparências é a religião do vaidoso, onde o espelho é altar e a consciência é silêncio.

Mas há quem se negue a ajoelhar.
Há quem saiba que a roupa não sustenta caráter e que o corpo, por mais enfeitado, não abriga verdade alguma se a alma estiver ausente.

Não é rebeldia, é lucidez.
A roupa que visto não muda o que sei.
A aparência que esperam não define o que sou.

O mundo pode continuar se engomando, eu sigo sendo humano.

Prefiro o desconforto da autenticidade ao conforto de uma farsa bem passada.

Porque, no fim, o corpo fica, a roupa apodrece, e o que resta é o que ninguém viu, a dignidade que sustentou o silêncio, a verdade que não precisou de terno e a coragem de não caber no falso figurino.

Daqui não se leva nem o corpo, muito menos a fantasia.

E, de repente, a pessoa que eu conhecia parece que não existe mais.
Deixou de enxergar que eu só tenho amor pra oferecer e passou a me ver apenas com olhos de dor.


Deixou-se influenciar por vozes externas,
parou de ouvir a minha voz e esqueceu que eu só desejo te guiar para o caminho do bem.


E, apesar de tudo o que aconteceu,
pensei que ainda fôssemos melhores amigos.


Ainda estou aqui, por perto, pro meu melhor amigo.
Só quero felicidade pra sua vida.








30/05/2018 05h15
Karina Megiato

Tem tempo que os dias deixaram de ser azuis e perderam todas as cores. É que por um tempo eu tinha esquecido o que era sentir falta de mim. Hoje a falta veio, e como sempre silenciosa, disfarçada, como quem não quer nada e me deixa mesmo, sem nada. Sem sonhos, sem desejos, sem amor, sem vida.
Naturalmente me inibo os sentidos.
Produzo sertralina.

Impetuosa

⁠Eu não estou aqui.
Já faz um tempo, mas não estou aqui.
É como se minha consciência pairasse
em outro lugar.
Enquanto isso, o meu corpo se encontra fixado no tempo,
onde há folhas mortas e paredes desbotadas.
O céu está como jornais molhados — quase pingando, querendo cair.

E eu... um ser tricotômico,
que se iguala a mais uma natureza: o êxtase do momento.
Meus olhos, cheios de água, não aguentam tamanha tristeza que o céu expõe.
Se expande em mim léguas e léguas, mas não há horizontes, pois não sei pra onde ir.

Como voltar pra casa, se já não me sinto em casa dentro de ti?

Minha vida...
Entendo o tempo lá fora.
O que há em ti que me abrigue de volta?
Por onde me levará o meu caminho, se ando perdido?
Sem horizonte, sem mulher e sem direção.

Ela vem...
Ela vem como quem não quer muito,
e sim o suficiente para apaziguar suas emoções.
Por dentro da janela, eu a espio nervosa,
como se fosse a única maneira de retribuir através da dor.
Sem se importar com o que virá depois,
ela simplesmente se derrama na cidade cinzenta,
onde pessoas andam como cápsulas vazias em meio ao temporal.
A chuva cai, e em meu coração troveja...

A VIDA REPETE ATÉ QUE VOCÊ ENTENDA


Hoje eu me deparei com algo… que me acertou em cheio.
Toda lição que você reluta em aprender
vai continuar voltando na sua vida —
até que você mude.


E faz sentido.
Porque tudo aquilo que você não muda,
você está escolhendo repetir.


Às vezes, não é o destino te testando…
é a vida te dando a mesma prova
pra ver se você já entendeu a lição.


— ✍️ Purificação

Me disseram que sentir demais vira ferida cedo ou tarde,
mas eu sempre achei exagero.
Fiquei segurando tudo achando que amor era só coisa bonita,
que não tinha peso, só cor.

Com o tempo fui percebendo
que não tem nada leve no que a gente carrega no peito,
que o coração tropeça em lembrança ruim
e pede pra esquecer, mas nunca esquece.

Tem noite que a culpa vem sem motivo,
fica martelando o que não podia mudar,
e eu fico tentando achar respostas
pra perguntas que já deviam ter sumido.

Amar virou aquela cruz que eu chamo de abrigo
até o dia que começa a doer demais pra esconder,
e tudo que era flor no começo
vira espinho quando ninguém fica pra ver.

VELHOS TEMPOS

Eu venho de um tempo esquecido
De calçada e conversa demorada
Onde a lua brilhava mais forte
E a infância era nossa estrada

Lá, domingo tinha cheiro de café
E a vó bordava histórias com a mão
O mundo cabia num quintal pequeno
E o amor nascia no portão

Era permitido viver devagar
Abraçar sem pressa, sorrir sem pesar
O tempo se sentava ao nosso lado
E a vida era um poema cantado

Era permitido sonhar no olhar
Deitar nas estrelas sem precisar voar
Tudo era tão simples, tão inteiro
Naquele tempo verdadeiro

Eu venho de um tempo sereno
De mãos dadas, segredo e luar
Onde a rua era o nosso recreio
E brincar era só começar

A mãe gritava da janela:
“Já tá na hora de descansar!”
E a gente dormia em paz com o mundo
Com mil histórias pra sonhar

Era permitido viver devagar
Abraçar sem pressa, sorrir sem pesar
O tempo se sentava ao nosso lado
E a vida era um poema cantado

Era permitido sonhar no olhar
Deitar nas estrelas sem precisar voar
Tudo era tão simples, tão inteiro
Naquele tempo verdadeiro

Se eu pudesse voltar um segundo
Tocaria de novo aquele chão
Porque mesmo distante no tempo
Carrego esse lugar no coração

Era permitido viver devagar
E eu só queria poder relembrar
Com uma seresta e um violão antigo
O tempo onde eu fui mais amigo

Hoje eu acordei pensando em vc
Pensando no que não fomos
No que poderíamos ser
Pensando no não tinhamos
No que poderíamos ter
Pensando na vida
Na vida que não tivemos
Nos momentos que não vivemos
Por medo? Talvez tenha sido
Mas e se tivesse acontecido? Como estaríamos agora?
Juntos? Quem sabe sim! Não tivemos coragem de encarar que nosso amor era forte e puro, não pensamos no futuro, que cada um iria para um lado, e tudo ia ficar no passado, para hj estarmos aqui, lamentando e recordando tudo que não aproveitamos enquanto tivemos tempo, lamento, mas meu único arrependimento, foi não dizer que em meu pensamento estava vc presente, que mesmo quando ausente, eu tinha vc comigo, e o que eu queria era ser mais que um amigo, queria se seu abrigo, nas noites de solidão, é seu meu coração e sempre será, mesmo na distância amor não lhe falará, e se um dia a vida nos der uma chance, certamente nunca mais eu deixarei vc sair do meu alcance, e sempre que precisar de um abraço, te pegarei em meus braços, e te falarei bem baixinho... Não tema, eu estou aqui, não tema, nunca mais eu vou partir, não tenha medo, porque meu maior segredo é te amar de corpo e alma, serei a brisa que te acalma, nos momentos mais sombrios, quando seu coração tiver vazio, farei dele minha morada, e de você... Minha mais bela namorada!!!


Inspirado no grande amor da minha vida Elizeth

Sabe por que eu gosto da Lua?
Porque ela existe por si só.
Ela não precisa fazer nada
para ser reconhecida.


O mundo não precisa te conhecer
para você ser reconhecida.
E mesmo quando ninguém olha,
a Lua continua lá —
firme, silenciosa, inteira.


Eu também mudo de fase,
às vezes me escondo,
às vezes brilho demais.
Mas mesmo nas noites em que tudo desaba,
eu ainda sou eu.


Carrego sonhos que não são só meus,
e mesmo cansada, continuo existindo,
como quem promete luz
mesmo com o coração em sombras.


Porque, como a Lua,
eu também não deixo de ser luz
só porque o céu está nublado.


(esse foi meu primeiro poema e talvez último, não costumo escrever, mas eu achei necessário nesse momento, por que expressa bem o que sinto) .

Bom dia, você que está caminhando na mesma estrada que eu,


Olha só como é lindo pensar assim:


Somos como uma caravana de romeiros, que percorre junto essa estrada rumo ao encontro da nossa divindade. Vamos chamá-la de nossa catedral espiritual. Entende?


Uns caminham agrupados em grupos de quatro, cinco ou mais pessoas, enquanto outros que fazem parte da mesma romaria, seguem um pouco mais à frente ou mais atrás. E tem até aqueles que já chegaram ao destino e já estão sentados nos bancos da catedral, só nos esperando, não é mesmo?


Todos somos parte dessa mesma romaria, que um dia planejaram fazer juntos fazer a mesma romaria. Decidimos caminhar assim para termos tempo de conversar, rir, nos emocionar, de vez em quando parar para descansar e recuperar o fôlego, antes de seguir adiante.


Hoje, começamos mais um dia para percorrer mais alguns quilômetros. Não importa se vamos mais devagar ou mais rápidos, o que vale é que estamos indo em direção à nossa catedral, onde, juntos, assistiremos a uma bela explicação sobre 'o' tudo que é a vida.


Para você, que faz parte da minha romaria, desejo uma ótima quarta-feira. Descanse se precisar, mas não desista.


Paz, bem e luz,
Por Zé Domingos


29/10/2025


Intuído e escrito agora para você, meu irmão amado.

Alma perdida

Às vezes sinto-me tão vazia
Como se nada mais pudesse sair de mim
Eu abro e fecho portas
Acendo e apago cigarros
Abro e fecho as mãos
Acendo e apago desejos

Nada mais sai de mim
Nem mesmo essas palavras
Elas saem do vazio
Que tomou posse do que fui
E quando é assim e nada sai de mim
Não vejo o início, não vejo o meio
E isso me acende o desejo do fim

Talvez eu tenha saído ou sido retirada
Por isso nada mais sai de mim
Seria um anjo caído?
Um andarilho sem rumo na estrada?
Alguém viu minha alma?
Acho que ela foi roubada
Quero senti-la de novo
Mesmo se estiver quebrada

AMADA, EU SOU PRETA!





Ainda outro dia…

Uma pessoa me perguntou:



— Eli, onde ficam escondidos esses pretos e pretas tão bonitos (de ver, claro — mas eu não me vestiria assim, nem colocaria meu cabelo desse jeito!) que desfilam no Ilê Aiyê?

Não os vejo no nosso dia a dia!



Respondi:

— Estão aí, amada, no seu pré-conceito.

É nele que se escondem os pretos que você não vê.

Precisa rever seus conceitos, só então os verá.



Os pretos estão nas ruas da sua cidade natal,

que transpira ancestralidade africana,

mas você não reconhece.

Eles estão no reflexo do seu espelho,

porque se não conhece sua história,

não sabe quem é.



Estão na forma como você me olha

porque entre “amigos” o preconceito é disfarçado,

mas a verdade sempre escapa.



Os pretos estão nas crianças que brincam na rua,

(os “pivetes” do seu bairro periférico);

nos homens que chegam cansados do trabalho

(os “peões”, “marmiteiros”);

nas mulheres que fazem milagre no mercado

(a guerreira que compra o que dá, com o pouco que tem);

nas mães solo e seus filhos

(os “moleques” que o mundo já julga).



Estão nos jovens da periferia, mortos a todo instante

trabalhando ou não, sempre rotulados como marginais.

Nos moradores de rua, sem assistência, sem resistência.

Nos trabalhadores, explorados pelo capital.

Nos estudantes que enfrentam um sistema educacional desigual,

lutando pelo direito de aprender

e pela reparação que vem em forma de cotas.



Estão também nos empresários e nos esportistas

que abriram brechas nas muralhas do racismo,

que resistem e existem.



Somos todos nós, brasileiros e brasileiras

nascidos dessa diáspora afrodescendente.

Mas muitos ainda escolhem negar,

se escondendo atrás de conceitos limitados,

sem consciência da própria história,

sem saber quem são.



Hoje, essa pessoa me evita…

Mas eu sigo.



Pretamente.

Felizmente.

No meu caminho de preta.

Às vezes eu finjo entender o sentido da vida, repito para mim mesmo que tudo é passageiro, que o agora é tudo o que existe.

Mas, no silêncio da noite, a mente me trai.

Começo a pensar nas escolhas que não fiz, nas palavras que calei, nos caminhos que abandonei.

E percebo que, mesmo aceitando quem me tornei, ainda há uma parte de mim que sente falta do que nunca aconteceu.

A Verdadeira Fonte da Riqueza


Não é que eu não tenha chegado lá…
Não é que eu não tenha riquezas…
Mas eu sei de onde vem tudo aquilo que é bom..
Foi Deus quem disse.


Antes, te lembrarás do Senhor, teu Deus, que é Ele que te dá força para adquirires riquezas.
Deuteronômio 8:18


As fortunas do mundo não são fruto apenas de esforço humano, mas da graça divina.


Ele é o dono do ouro e da prata pega essa visão em (Ageu 2:8) e quando Ele decide abençoar, não há porta que fique fechada.


E se liga nesse texto . O Senhor empobrece e enriquece; abaixa e também exalta."
1 Samuel 2:7


Então, se ainda não alcancei tudo o que sonho, é porque o tempo dEle está se cumprindo.
Eu sigo firme, com fé, porque sei que a prosperidade que vem de Deus não traz dores, mas paz (Provérbios 10:22).


*Declaro hoje:*
“Minha riqueza está nas mãos de Deus. Ele me dá força, sabedoria e oportunidade. Eu confio, eu espero, e eu recebo!”


Em nome de Jesus Cristo amém.


Graças ao Senhor Jeová o Pai da criação.


Texto de fonte bíblicas .e adaptações de:

Personalidade


Eu sou instinto, visceral
Eu sou impulsividade
Eu sou pele, carnal
Eu sou intempestividade


Eu sou fogo que arde
Eu sou chuva que sente molhar
Eu sou paz no fim de tarde
Eu sou luz que faz brilhar!


Eu sou consciência que te faz pensar
Eu sou amiga que te acolhe
Eu sou abrigo no abraçar
Eu sou genuína, pode acreditar!


Eu sou loucura para te alegrar
Eu sou brinquedo quando quero brincar
Eu sou responsabilidade sempre que precisar
Eu sou séria quando a vida me cobrar.


Eu sou mansa, basta não me provocar
Eu sou uma louca tempestade
Eu sou sossego, se você não me irritar
Eu sou bondade e não maldade!


Eu sou intensa, sou amor
Eu sou tranquila, não provoque minha ira!
Eu sou alegria, mas tambem posso ser dor
Muito prazer, eu sou Palmira!

Entre o que seca
e o que germina,
há um intervalo
onde eu respiro.


Alguns dias sou raiz cansada,
outros, vento recente
Há presenças que me pedem
com os olhos de antes,
e outras que me buscam
como se eu fosse abrigo


O tempo se dobra,
e eu, estou no vinco
tentando não rasgar
para dar conta de tudo

Entrega não realizada.
O amor não é correio expresso.
Se eu tivesse que rastrear, o meu já deve ter morrido na triagem.
Ele me apareceu do nada, miando na minha porta, fingindo que sempre morou aqui.
Eu ofereci um pouco de leite, ele aceitou, e de brinde levou meu sofá, minha paz e o controle da minha TV!
Mas tudo bem... Eu sempre quis companhia para reclamar da vida.

Quando Deus Me Fez Olhar


por Purificação


Eu disse em voz baixa, cansado de tudo:


Senhor, eu não quero mais continuar.
Eu aceito parar. Eu aceito entregar.


Mas Ele não me respondeu com palavras.
Ele me mostrou.


De repente, foi como se o chão abrisse a alma.
E eu vi —
não com os olhos,
mas com algo que doía por dentro.


Havia um homem.
O corpo arqueado,
os ombros feridos,
as mãos tremendo de tanto carregar.


Não falava nada,
mas cada passo parecia uma prece sem som.


E a Voz me perguntou:


“O que vês?”






Eu disse:


“Vejo um homem sendo conduzido…
e alguém atrás dele, com algo nas mãos…
um chicote talvez…
e cada golpe parece rasgar o céu.”






“Fala mais.”




Vejo poeira, vejo sangue
e vejo gente que não entende o que está vendo.
O homem cai,
os joelhos abrem,
o chão se mistura com o sangue,
mas ele tenta se levantar.”






“E o que mais vês?”






Eu respirei fundo, e disse:


“Vejo dor…
mas vejo amor no meio da dor.”






E então a Voz falou, calma, firme, real:


“Não estás vendo outro homem.
Estás vendo o que Eu quis construir dentro de ti.”






“A cruz não é sinal de fim,
é símbolo de processo.
O peso que te dobra é o mesmo que te molda.”






E naquele instante eu entendi.


O madeiro que ele carregava não era de madeira —
era propósito.
O sangue não era castigo —
era entrega.
A dor não era derrota —
era lapidação.


E o chicote?
Era o som da alma sendo forjada.


“Purificação,” — disse Ele —
“quando pensares em parar, lembra:
a fé não anda em linha reta,
ela rasteja, tropeça, cai,
e mesmo sangrando, continua crendo.”






Eu chorei.
Não porque doía —
mas porque entendi o que o amor de Deus faz com quem não desiste.


O silêncio Dele não era ausência.
Era treinamento.


E ali, no meio daquela visão,
com o chão molhado de lágrima e luz,
eu disse:


“Senhor, se for pra seguir,
que cada ferida vire testemunho,
e cada queda ensine alguém a se levantar.”






E o céu se abriu.
E o peso virou presença.
E eu me levantei.


Porque agora eu sabia —
não era o fim do ministério.
Era o começo da missão.


✍️ Purificação