Textos Escritos por Paulo Mendes Campos
SONHANDO, AMANDO, SONHANDO...
Sonho:
Delírio da alma, que suponho,
ser fruto de um desejo risonho;
oposto de pesadelo medonho.
Amor:
Sentimento que me faz supor
ter especial tom, cor e sabor;
avesso e sinônimo de dor.
Duas palavras: sonhar e amar;
dois verbos difíceis de separar.
Por isso, quem sonha vive de amar
e quem ama nunca deixa de sonhar.
(Livro “Arcos e Frestas”, página 13)
MULHERES DE SEMPRE
Quantas mulheres de ontem,
que nunca souberam o que é amar.
Quantas mulheres de hoje,
conhecidas por saberem a arte de amar.
Ontem, quantas mulheres caladas;
hoje, quantas mulheres faladas.
Ontem, hoje e sempre,
quantas mulheres desejadas!
(Livro “Arcos e Frestas”, página 20)
PLENITUDE
Podemos despir, apenas por uma noite,
o corpo de uma mulher qualquer
a fim de saciar o nosso corpo,
nosso instinto, nossos desejos.
Não é difícil, mas é excitante.
Mas, para termos por todas as noites
uma mulher especial ao nosso lado,
precisamos desnudar a sua alma,
seu íntimo, seus segredos.
Não é fácil, mas é gratificante.
(Livro “Arcos e Frestas”, página 34)
BOCAS
Bocas em silêncio, depois de falar de amor;
bocas que se buscam, lábios que se tocam;
bocas que acendem o fogo da paixão,
para incendiar corpo e coração.
Bocas de crianças reclamando o abandono;
bocas que insistem em clamar por Deus;
bocas sempre abertas esperando o pão,
pois a fome dói como a solidão.
Ah!... Os homens se esquecem que as bocas existem
pra sorrir, contar, falar e não pra se calar.
Ah!... Bocas que calam,
que nada falam,
mas dizem tudo.
Bocas que se abrem num sorriso de alegria;
bocas que declamam versos poesias;
bocas que transformam, com o seu cantar,
sentimento em sons, pensamento em voz.
Bocas que ordenam a matança de milhões;
bocas que se calam ante o mais forte;
boca de um arma pode ser capaz
de calar a voz e ferir a paz.
(Livro “Arcos e Frestas”, página 22)
- O poema é letra de música composta em parceria
ACENO
Depois que já tiver chorado,
mais do que o suficiente,
por aquele amor que se foi,
zele pelo amor que tem por si.
Basta estender-se brandamente
pelo varal dos sentimentos...
Não somente para secar-se,
mas para, apesar de tudo,
ver-se tremulante, vibrante!
Um aceno para o que passou;
como um sinal para o acaso,
feito bandeira de superação.
POETAR
Ser poeta é, por sua vez,
questionar os inúmeros “porquês”;
é roubar do tempo a rapidez
e querer o que a vida desfez.
É expressar os gritos da mudez
e fazer ouvir ruídos na surdez;
é ver no translúcido a nitidez
e saborear o doce da acridez.
É tatear o morno da tepidez
e transformar a frieza em calidez;
é despir de pudor toda nudez
e despertar a libido da frigidez.
É desembaraçar-se diante da timidez
e agigantar-se em pequenez;
é fartar-se em plena escassez
e permitir inquietação à placidez.
É tratar com suavidade a rispidez
e converter indelicadeza em polidez;
é fazer da aspereza maciez
e revelar humildade à altivez.
É propor prudência à insensatez
e buscar a cura para a morbidez;
é estar sóbrio de embriaguez
e mostrar-se demente de lucidez.
É dotar a estagnação de fluidez,
e extrair as cores da palidez;
é dar às vontades humanas solidez
e aos corações empedernidos flacidez.
E nas linhas que no papel se fez,
rascunhar, com leveza e avidez,
os desalinhos da alma, de vez,
com todas as certezas de um talvez.
(Selecionada no “5 º Concurso Nacional de Poesia”, da cidade de Descalvado-SP, e publicado na coletânea “Marcas do Tempo VIII”, no ano de 2006)
FOME
Cortou aquele pedaço de pão
para poder matar a fome,
que já lhe cortava a carne.
Não desperdiçou nada daquele alimento,
recolhendo cada uma das migalhas,
já que, na maioria das vezes,
até mesmo elas lhe têm faltado.
O pão nosso de cada dia
só lhe vem à boca, ultimamente,
quando reza aquela oração.
Mas, para que querer pão,
se quase não tem dentes?!
Para que os dentes
se não tem mais sorriso?!
Para que o sorriso
se não tem esperança?!
Para que a esperança,
se quase não tem vida?!
Para que a vida,
se viver é ‘morrer de fome’
aos poucos, todos os dias,
até, literalmente, morrer de fome
num dia qualquer,
num canto qualquer?!
(Publicado no livro “Arcos e Frestas”, página 16)
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- O texto recebeu Menção Honrosa no “XIII Concurso Nacional de Poesias Marcos Andreani”, da Academia de Letras e Artes de Paranapuã-ALAP, de Tijuca-RJ.
(A)VENTURA
Para sentir-se perdido,
não é necessário constatar-se sem rumo.
Se estiver à deriva,
mesmo que à pouca distância da praia,
próximo à segurança de um porto,
estará perdido se não tiver objetivo.
O que nos leva a navegar não são as velas,
nem os ventos que as fazem avolumar,
muito menos a força das correntezas,
e tampouco o acaso em busca do incerto.
Para estar perdido, basta navegar contra a vontade,
mesmo que em águas rasas e calmas.
Para encontrar-se, é preciso sede de navegar,
para saciar os desafios do desconhecido.
Vontade de aquietar-se, quando calmaria,
ou disposto ao galope dos zimbrados.
Navegar não é somente uma grande aventura;
é, apesar de tudo e de todos, enorme ventura!
POETERNIZAR
A poesia insiste diante de nós.
De tão apressados, não a vemos;
de tão racionais, não a sentimos;
de tão pesados, não a carregamos.
Mas o poeta consegue percebê-la.
Ele é o porta-voz dos sentimentos.
É quem caminha na direção inexata,
marcando encontro com a inspiração,
sem lugar determinado ou definido.
Versar-se ofegante do verbo sentir.
Oxigênio, hidrogênio, nitrogênio;
o poeta também inspira tudo isso,
mas expira o “oxi”, o “hidro” e o “nitro”...
e suspira o “gênio” ao escrever poesia.
Que seria do papel, não fosse o poeta?
Ninguém torna-se poeta; revela-se.
Não se apresenta e nem se aposenta.
Assim, nasce poeta, vive poeta,
até chegar o derradeiro dia,
em que rende-se de vez à poesia!
SEMIBREVE:
A vida não é somente breve...
ela também é semibreve.
Além do mais, mínima e semínima,
ou mesmo colcheia e semicolcheia.
Ou, ainda, fusa e semifusa...
Do tipo confusa, profusa, difusa;
ainda, inclusa, reclusa, e inconclusa.
Sobretudo, a vida é música!
Só depende de cada um nós
vibrar no mesmo diapasão,
para ser integrante da orquestra,
ou, ao menos, presente na plateia.
Não perder o ritmo e o compasso,
afinados com a arte que é viver!
Cada dia o céu se mostra único,
uma versão que jamais se repete!
Os tons de azul são diferentes,
as nuvens têm novos formatos;
até o brilho do sol não é igual
e nem a escuridão é a mesma!
Cada dia o céu consegue produzir
mais uma dia especial e inédito!
Da mesma forma, todos os dias,
cada um de nós é único, ímpar
e suficientemente capaz de fazer,
à sua maneira, o seu próprio céu!
Ter cuidado não é um alerta;
é uma delicadeza, um zelo.
Como afago, afeto, atenção,
esmero, estima, desvelo,
mimo, carinho, dedicação...
Todas as coisas que existem,
mesmo as tidas como eternas,
mais dia, menos dia, passarão...
Contudo, as que forem ternas,
muito mais tempo ficarão!
A Jornada de Dentro
Na vastidão do ser, onde poucos ousam ir,
Tu és o viajante corajoso,
Que, com olhos serenos e coração aberto,
Desvenda caminhos e encontra o que é precioso.
Não buscas consertar, mas compreender,
Não trazes respostas prontas, mas perguntas que libertam,
No espaço entre as palavras, no silêncio que acolhe,
É onde teu ofício verdadeiramente desperta.
Cada alma que encontra abrigo em tua presença,
É um universo que se revela,
E tu, com paciência e respeito,
Ajuda a vida a contar sua novela.
És o sopro suave em meio à tempestade,
A mão firme que guia sem forçar,
És o reflexo da humanidade,
Que aprende, que sente, que sabe esperar.
Neste dia, celebramos teu dom,
De transformar dor em possibilidade,
Pois és psicólogo, aquele que vê,
Além das sombras, a própria verdade.
Que tua jornada seja sempre luminosa,
Como o farol que és para tantos,
E que em cada encontro, possas também encontrar,
A beleza do humano em seus encantos.
Feliz dia do Psicólogo
O VERDADEIRO TESOURO
O amor
É um sentimento profundo,
Ele acalma a alma
E pode curar o mundo;
Quem ama o próximo
Faz a vontade de deus,
Por que o próprio deus é amor
E ele só quer bem aos seus;
Choramos, sofremos, apanhamos
Mas aprendemos,
Aprendemos que é só com o amor
Que crescemos;
Se procurássemos antes
O caminho do amor,
Talvez não passaríamos
Por tanta dor;
Mas as vezes
Só encontramos o caminho do amor,
Passando pela dor!
Mas tenham certeza!
Que quando trilhamos de dor
Até chegar no amor,
Encontramos o verdadeiro tesouro valor,
Por que o verdadeiro tesouro, É O AMOR!
Data composição: 17/05/2017
"Estou cansado de me sentir cansado; é tempo de me sentir descansado, pois para tudo há um tempo debaixo do sol"
"A manifestação da emoção não é prova de conversão, conversão é outra coisa"
"Há momentos que certas pessoas têm "revelamentos" baseados num sentimento, que não pode ser classificado como revelação, pois defluem de um mero sentimento."
"Quando a gente quebra protocolos, sempre ficam alguns pecados pelo chão"
"É melhor ouvir a verdade que dói, do que a mentira que mata"
"Revelamento" não passa de um mero sentimento do homem, mas a revelação é uma forte manifestação de Deus."
"Só Deus muda você, mesmo sendo você a mesma pessoa"
"Não se permita rebaixar ao nível dos ingratos, pois a verdadeira gratidão te joga pra cima"
"Não é porque as pessoas não estão nem ai para o que você fala como orientação, que você deve parar com sua continua orientação."
"Sem a Graça, não tem graça"
"A resposta de Deus muitas das vezes vem para nós mediante os resultados de nossas próprias ações e escolhas"
"Você não deve querer que as pessoas façam o que você quer que elas façam por você, é você precisa fazer o que tem que fazer, o resto é ignorância"
"O mundo não vai conspirar a seu favor, então conspire você mesmo em seu favor"
NUNCA MAIS
Eu a amei, me recuso a repetir, Nevermore!
Escrevo E-cartas com súplicas e clamor
Lavrei-as nessa solidão, fúrias com primor
Revejo fotos, tudo me diz rememore.
És a ave que, do busto grita, não demore?
Nunca mais. Nunca mais vou viver com temor
Que me negues seu beijo que causa tremor
Um adolescente que toca o seio e se enamore.
Converso com a ave, ela espera que eu melhore
E faça uma nova poesia que ademais, só piore.
Teço linhas recheadas do mais puro fervor.
Dediquei palavras, fi-lo com mais puro amor
Dos negros cumes, profundos céus, meu temor
Nevermore, meu luto eterno, apavore.
TEU RISO
*Acróstico para Andréia Bastos
Alimento-me do teu riso,
Não de pão, arroz ou feijão.
Deleita-me as curvas dos lábios teus,
Riso faceiro, despretensioso...
Esqueço-me de jantar;
Isso porque as tuas risadas
Alimentaram-me por uma semana.
Basta-me comer teu riso
Assim, iluminado e pueril;
Sorriso leve e cúmplice...
Tirem-me o pão, caso queiram.
O teu riso é o meu alimento.
Sem teu riso eu morreria...
Quem dera eu puder me lembrar
De tudo o que eu deveria ter
Dito a você e não falei
Por motivos tolos.
Deveria ter dito
Que não te esqueceria
E que não sairia assim da sua vida.
Pertencemos às pessoas
Que nem ainda conhecemos,
Pertenço a você e nunca mais
À outra pessoa,
E mesmo que sua ordem
Fosse para que eu esquecesse você,
Repito dentro de mim
Que isso é impossível.
As releituras da noite
Contam coisas que nunca aconteceram,
Um sonho espantoso
Que ocorre a duas pessoas,
Elas estão num passeio
Cheio de ruídos,
De sons doces que ressoam
Nos ouvidos e vozes que jamais ferem.
Minha musa, deusa grega,
Amo você!
Meu amor impossível e eterno,
Como é eterno o impossível...
Por Paulo Siuves
Desse jeito que vivemos.
O ano começa todo dia. Em qualquer dia aleatório encerra-se um período e outro está prestes a ter um fantástico início, mas fantástico para quem? Para quem vive ao redor, dentro desse campo de sentir emoções. O aniversário da avó, o fim do namoro/casamento, a vitória sobre os cigarros, a chegada de um bichinho de estimação à família... E o ano começa. Vamos escrevendo nas paredes do nosso túnel do tempo e deixando pessoas fotografadas nas molduras. Engraçado que uma moldura é iluminada, pintada com pó de ouro misturado à tintas perolizadas, entre outras coisas que deixam a foto em destaque permanente. Outras fotos são emolduradas com madeiras carcomidas por cupins, jogadas ao chão, coberta com a poeira do tempo, nem da pra reconhecer o rosto da pessoa que passou pelo túnel da vida. E aquelas fotos pichadas propositalmente? Deixa pra... Melhor nem falar! E assim, os dias passam e o ano se esvai pela ampulheta dando inicio a outras histórias, eras fantásticas e finais felizes (ou não). Como vai ser o dia hoje? Nem sei...
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