Textos de Tristeza
hoje você falou que nunca me conheceu de verdade.
realmente
você nunca soube dos meus sonhos, das minhas vontades, dos meus gostos
porque toda vez que eu tentava falar sobre, você agia como se fosse tudo ignóbil.
mas hoje tentei novamente, tentei te mostrar meu mundo
você me ouviu,
e me olhou com repulsa
só porque seus desejos são diferentes dos meus
(e isso não quer dizer que eles não importam, porque eu sou humana, assim como você)
você me disse que eu era ingênua e burra, por me apegar as pessoas
que você era o único que se importava comigo
que pra elas eu não significo metade do que elas significam pra mim
mas você em algum momento perguntou se eu gosto de ser assim?
eu amo amar
amo visitar almas
amo me decepcionar com as pessoas
porque é isso que acontece, pessoas cometem desvios
amo perdoar as pessoas
amo ver o mundo como uma criança
e em nenhum momento você perguntou se eu gostava de ser assim
você afirmou com toda certeza do mundo que no decorrer de minha infância me ensinou respeito
mas nunca me ensinou isso
“você apenas me dava medo
suas palavras me davam medo
suas mãos enormes me davam medo” foi o que eu disse
e você não aguentou ouvir isso sair da minha boca, da boca de alguém que nunca teve coragem de te enfrentar, da boca de alguém que falava que te amava o tempo inteiro.
e você falou que eu nunca o amei
talvez eu não tenha amado mesmo,
talvez eu só tenha tentado te perdoar por tudo que você me fez passar.
nunca tive voz perto de você, mas hoje consegui falar
nao palavras vazias e mentirosas como sempre custumei fazer, mas algo lídimo
falei:
“essa sou eu.
não queira me mudar, porque isso jamais irá acontecer.
se não gostar de quem sou, se não aceitar quem sou, pode me mandar embora”
e foi o que você fez,
me mandou embora
e eu fui.
queimou minhas fotos
jogou partes de mim no meio da rua
como se eu não fosse nada
como se tivesse jogando fora um objeto que não tem mais utilidade
como se eu não fosse sua filha
“vá embora, e não volte nunca mais na porta da minha casa”
é o que irei fazer, e nunca mais voltando na porta da sua casa, terei a certeza de que nunca mais viverei com medo
Pra não dizerem que não fui mediocre - Ao meu amigo Alexandre
Tudo é podre no mundo. Que importa?
Se a ferida que tenho está morta
Maldito tédio; bates minha porta.
Ferida do tempo, ainda me corta.
A dor ao meu passado me transporta
O Peito bate mais do que suporta
E sinto explodir à minha aorta
Apenas minha fronte me conforta
Embora a coitada esteja torta
Vive presa e leve como esporta
Cai guardada, em um vaso de retorta.
Que à minha alma à distância exporta
Por isso o sofrimento me recorta
Como, na pior das safras, a horta!
coração esmigalhado
pelos lábios de quem diz amar
sonhos todos despedaçados
pelos braços de quem DEVIA cuidar
sou apenas um
mais um nesta multidão
de infames seres mal tratados
sem esperança
sequer uma ilusão
sou esquecido dos deuses
neste universo desfigurado
centro de todas as culpas
palco de todas as agruras
vítima de todas as dores
tudo
porque
nunca
fui
amado!
O espectador (início dado em 2023)
"[...] Mas os piores sentimentos do mundo são, definitivamente, aqueles que são capazes de mudar a sua perspectiva sobre si mesmo de uma maneira negativa. Eles chegam até você em forma de descoberta e impactam tanto quanto uma epifania.
Isso acontece por causa de um detalhe específico: nós sempre estamos buscando respostas para as nossas ações e situações pessoais, e tendemos a crer mais facilmente nas teorias mais pessimistas, além do mais, o que é negativo gera mais impacto por causa do fator "dor".
E o que parece ser mais real do que a dor? A felicidade pode ser falsificada muito mais facilmente do que a dor, e pior do que isso, realizamos este trabalho diariamente. A dor é a constante que definimos como a verdadeira.
Toda a nossa vida gira em torno de amor e dor, como um ciclo, e a ideia de que é impossível sair do círculo da dor é extremamente convincente porque aparenta ser uma conclusão lógica, mas é apenas uma suposição pessimista mascarada.
Assim, ao perceber que há algo na sua vida que está dando errado novamente e que isso se repetiu incontáveis vezes, por exemplo, este "algo" começa a se parecer com um evento canônico impossível de ser evitado. Esta ideia é impulsionada pelo fator "epifania", e este, por sua vez, pelo "dor".
Quanto mais este evento ocorre, mais real esta teoria se demonstra, e mais desesperadora é ela.
No fim, tememos cada vez mais que a nossa realidade dolorosa se estenda até que deixemos de respirar.
Qualquer coisa que nos tire dela nos causa um grande alívio. Não queremos sentir que estamos presos num calabouço de tortura que chamamos de "vida" e, no epílogo, pensarmos "nada disso valeu à pena".
Quanto mais vezes o evento ocorrer, mais deprimidos ficamos."
Tributo ao Meu Pai: Lembranças de uma Rotina Perdida
Eu sinto falta do meu pai.
Sinto falta das manhãs descontraídas
Dos churrascos e almoços de domingo
Das conversas sobre geopolítica pós-aula
Dos momentos que passávamos juntos
Das viagens que me proporcionaram boas e velhas memórias
Do caloroso e forte abraço do Dia dos Pais
Das lições sábias que aprendia com o senhor
Do conhecimento que compartilhávamos juntos
Eu sinto falta da minha velha rotina
Da minha velha rotina que não volta mais!
Aquela rotina da qual eu costumava ser feliz
E que hoje só perdura na minha memória,
Nas profundezas do meu coração,
Em minhas vísceras,que alimentam o falso sentimento de que algum dia eu possa ser feliz de novo
Será que algum dia alguém poderá me amar e me cuidar do jeito que o senhor fazia?
Não sei!
Só sei que sinto sua falta!
E que estás marcado em cada lembrança que rege minha vida…
COBRANÇA
devia ter vivido mais
ter feito realmente tudo que eu queria fazer
ter comido tudo aquilo que não comi
ter bebido tudo que não bebi
ter chutado tudo pra cima
viajado e curtido a vida
sem me preocupar com o dia de amanhã
que já é hoje
extravasado todos os desejos juvenis
que ficaram reprimidos por acreditar que assim
minha idade madura seria saudável
que curtiria minha velhice
não fiz não comi não fui não curti
e tudo se foi
o tempo passou a idade pesou
com ela todos os problemas
que vem atrelados aos seus dias somatórios
agora se apresentam
se tivesse feito talvez nem estivesse aqui
não o fiz e o resultado não foi dos melhores
a química foi ruim genética problemática
não preciso de fatores externos para me ferrar
a natureza já se encarregou disso
se tivesse feito seria alvo de criticas
todos me diriam que tudo que me cabe
foi culpa minha que eu gerei todos os problemas que tenho
e satisfatoriamente eu responderia
eu mereci,MAS EU VIVI
É como sonhar acordado... Se eu escrevesse sobre o nascer e o pôr do sol, sobre o amor e a morte, sobre toda a imensidão da dor e da alegria, isso faria de mim um poeta?
Não, não quero suas flores, não desejo seus aplausos, nem seu reconhecimento. Tudo me parece tão desconexo e tenro nesta manhã. Mas ainda assim não desejo suas flores, e não tente cruzar esta linha, pois você já a cruzou antes, já cruzou várias vezes.
Não, não me faça chorar, não nesta manhã tão solitária, é como se eu houvesse perdido minha juventude e, não, você não entenderia. E por favor, também não me faça sorrir, deixe-me apenas em total apatia.
Não me veras mergulhar nesta manhã nem em euforia, nem em agonia. Apenas leve-as daqui, suas flores, elas me lembram de como perdi parte de minha juventude. São memórias, são flashs inconsistentes, lembranças de um tempo melancólico.
Isto pode ser uma revelação à luz da manhã, bem como isto pode ser uma maldição de um longo período noturno. São muitos invernos, são sementes que nunca desabrocharam, são anos que se perderam em meio a imensidão de noites muito longas e dias muito curtos.
Às vezes vejo que ainda estou preso, nesses dias tão vazios, nessas melancólicas manhãs que trazem todo um vazio que gostaria de apagar, ou não sei ao certo, se gostaria de apagar ou ressignificar, enquanto isso sigo escrevendo...
Talvez algum dia aceite suas flores, mas este dia não será hoje. Se esse dia chegar, será um dia como hoje, uma manhã, onde tudo estará igual, mas tudo estará tão diferente, será um novo nascer do sol, que dissipa e ressignifica todo o vazio de tudo aquilo que não posso alterar, trazendo um sabor completamente novo, ao mesmo tempo antigo, com o velho gosto de minha doce infância, e um frescor gostoso de uma nova juventude.
Pode ser que nesse dia seja tarde demais, tarde para agradecer os aplausos, tarde para sentir todo seu reconhecimento e mais tarde ainda para aceitar suas flores, é o preço que terei que pagar, por ter me mantido durante tanto tempo preso a esses tempos mortos, é o preço que tenho pagado...
São as flores que trazem tristezas, os anos de dor e os dias de glória, são as lágrimas e os sorrisos daquele que escreve, sobre um tempo que se foi, sobre um tempo que ficou aqui e agora. Apenas não me peça para prometer nada, apenas não me peça qualquer coisa que exija sacrificar mais do que já sacrifiquei, apenas deixe-me aqui a sonhar acordado nesta manhã.
ALVORADA TRISTE
A alvorada rompeu melancolicamente
Carrancudo o dia, disperso no outrora
A alma vazia, a apertura o que sente
Pendente, onde a sensação é demora
O cortejo das horas, tão lerdo, agora,
Canta friamente um canto descontente
E na mente vozejos que dá vida chora
Desroscando a tristura à minha frente!
A manhã vem chegando, tudo um nada
A procura do que é vão, nem ninguém
Pois, tudo faz da situação tão delicada
A prostração onde a emoção é atada
Cutuca, cá no cerrado, não sei quem
Ou o que, vem, compassar está toada!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
13 março, 2024, 13’55” – Araguari, MG
À Fernanda Beregeno pelo dia de hoje
Amor...
O que é o amor?
Bom, muitos dizem que o amor é um transtorno psicológico.
Outros dizem ser um sentimento.
Outros dizem ser uma droga.
Então... Qual o real significado do amor?
Para os que falam ser um transtorno, é porque já sentiram o amor.
Para os que relatam ser um sentimento, também já sentiram o amor.
Para os que dizem ser uma droga, também já sentiram o amor.
Podem ter sentido o amor de várias maneiras, tanto boas quanto ruins.
Podem ter sentido o amor por um animalzinho de estimação, podem ter sentido o amor pelos pais, ou podem ter sentido o amor por uma pessoa que não valia a pena.
Demonstrou amor por alguém que não soube amar de volta.
Talvez tenha demonstrado até demais.
Sentiu tanto amor por esse alguém que até hoje carrega um pedaço dela com você.
Não adianta falar que não, se você realmente amou alguém, sempre irá carregar um pouquinho dela com você.
Pode ser no jeito de falar, pode ser perfumes, pode ser comidas, pode ser gêneros musicais, pode ser a comida preferida, etc.
Todas essas coisas podem fazer você lembrar de alguém, podem fazer você pensar "Aquela pessoa gostava disso".
Sei que é difícil aceitar que chegou ao fim, mas a vida continua, amores vêm e vão.
Existem pessoas que entram na sua vida só de passagem, pessoas que você queria que ficassem.
Essas pessoas são necessárias para passar por nossas vidas, sem elas não conseguiríamos ser o que somos hoje.
Mas eu lhes digo uma coisa, não fiquem presos ao passado, não é porque um amor deu errado que todos vão ter o mesmo fim.
Permitam-se viver amores novamente, permitam-se ter mais uma experiência sobre o amor.
O amor é lindo, mas também é doloroso.
Eu sei como é, já passei por isso também.
Mas mesmo passando por tudo isso, me permito viver outros amores.
Ainda não encontrei o amor da minha vida, mas nem por isso eu deixo de correr atrás de meus sonhos.
Vai vivendo, uma hora acontece...
Estilhaços.
Cada dia que passamos
Um vida se compôs
Um poema
Uma letra
Musicas , sons
Nada meu era só meu
E sua vida me enchia
E repleta de amor
Um futuro eu seguia
Planos, descobertas
Cenas de novela
Passamos segundos de amor
E mesmo ainda nas guerras
Te amei e ainda amo
Mas a vida vai passando
E cada estilhaço que sobra
Mostra a roda que se forma
Um ciclo de cobranças e mágoas
De lembranças e de falácias
No amor muitos falham
Mas as falham não se instalam
A nossa infelizmente
Por mais que eu muita vezes tente
Machuca como fel
Toda vez que a a porta bate
E te vejo indo ao léu
Me perguntou porque permaneço
Esperando seu sinal
Se o amor que por ti tive
Parece sempre estar no final
Toda vez que você se vai
outro dia se amanhece
E tua historia parece linda
Como se nela eu não pudesse
Nem estar , nem pertencer
Porque as vezes me pego a chorar
Achando que realmente
Eu já não deveria estar.
Mas teu não, tantas vezes
Ecoou por meus ouvidos
E mesmo que alguns deles também tenham sido meus
Acreditei num para sempre
Que Cássia disse que não existe
Mas com você parecia simples
Achar que ela mente
Tantos términos
Tantos mágoas prontas
Tantos 'adeus'
E cada dia mais, uma mensagem
Me leva as lagrimas
Não que eu não tenha passado noites
a espera de uma linha de retorno
Mas porque elas são as mesmas
De uma repetida mágoa de retorno
Queria te deixar ir
E me permitir chorar de vez
Porque no mundo que criei
Não soube te desenhar sem mim
Ate aqui.
Mas um dia há de acabar
Com você ou só em algum lugar
Se me perguntar
Minha resposta é pronta
Mas essa dor constante
Me deixa a divagar
Hoje por fim escrevi
O que lábios não querem falar
Nossos diálogos cessaram
E me coloco só a pensar
Pensar e pensar
E pensar.
Te vejo ao sol
Te guardo na lua
Mas sem mim sinto q brilhas
E ao meu lado, se sentes nua.
E me perguntas, me questiona
Que amor me leva a tona?
Aos estilhaços venho a beira
E te grito, vai e seja!
Na dor de cada letra
Somos menos do que fomos
E aqui chegamos tristes
Tristes mesmo e já não somos
Nós.
Pena, como um fio de navalha, corta-me o peito,
Palavras como punhais, cravam-se no meu leito.
Não me lamente, não! Para mim, sua dó é vã,
Reserve suas lágrimas para o sofrimento alheio, para a dor que nunca sã.
Dizem que sou feliz, mas é uma farsa sem fim,
Em meu coração, um abismo, um grito sem fim.
Solidão é minha única amiga, minha sina, meu fado,
Seu olhar de compaixão é uma ferida, um fardo desgraçado.
Óh, Pai dos céus, óh, Deus que não responde,
Por que este jogo? Este tormento que me esconde?
Piedade, suplico, em prantos me desfaço,
Minha mente é uma prisão, onde me enlaço, onde me embaraço!
Invisível, me tornei, um eco sem voz,
Ignorado, esquecido, em um mundo atroz.
E agora me pergunto, no vazio e na amargura,
Será que a pena que recusei poderia trazer ternura?
Não sei, não sei, a dúvida me consome,
Mas sei que neste deserto, não há consolo, nem nome.
Assim, no silêncio, na solidão eterna,
Eu me desfaço, sou nada, uma alma frágil e terna.
Se os próprios sonhos embotam a vida
o que será de mim
sem a possibilidade de criá-los?
Se as próprias asas tornam-se feridas
o que será de mim
sem a chance de usá-las?
Se os próprios dedos forjam a mentira
o que será de mim
sem a possibilidade de amá-los?
Se as próprias vozes ocultam a lida
o que será de mim
sem a possibilidade de encontrá-las?
O poeta da triste figura
Inspirado por D. Quixote, contemplo o mundo com esperança, carregado de idealismo, nostalgia e honra. No meu peito, pulsa o coração de um sonhador, alimentado pelo desejo fervoroso de ver a humanidade e o mundo ao meu redor alcançar sua mais nobre e elevada essência. Sou um eterno idealista, espero sempre o melhor, mesmo quando o horizonte se mostra tempestuoso e sombrio. Sonho com o V império, aquele renascimento espiritual que impulsionaria a sua essência mais profunda para o cenário global.
Avanço cautelosamente, passo a passo, sem temer fazer o ridículo por me agarrar firme à convicção de que vale a pena erguer o estandarte dos valores que parecem esquecidos e enterrados.
Em meio às brumas do tempo, encontro a melodia da nostalgia e da melancolia, uma canção que ressoa profundamente em mim. Sou tocado pela tristeza que vem da percepção da imperfeição do mundo, mas tento vislumbrar beleza mesmo nas sombras que cobrem o mundo profano.
O meu sentido de integridade e retidão guia os meus passos, são os valores que me mantêm firme no meu propósito, mesmo quando o universo, e eu mesmo, questionamos a minha sanidade. Sigo um código de conduta que pode parecer antiquado aos olhos do mundo, mas que para mim representa a essência mesma da integridade e da autenticidade.
Assim, como poeta da triste figura, sou uma sinfonia de contradições, navegando entre sonhos e realidade, idealismo e desilusão, coragem e vulnerabilidade. Sou um reflexo da complexidade da condição humana, buscando incessantemente por significado e beleza num mundo que muitas vezes parece indiferente à minha busca.
Vazio, escrevo-te mais uma vez pedindo novamente para que parta de uma vez por todas, eu já não aguento essa sua inconsistência, eu não aguento mais ver você indo e voltando como quem manda nas coisas, vá de uma vez por todas.
Querido maldito vazio, eu odeio admitir isso mas eu sinto sua falta, você deve saber que sou uma pessoa orgulhosa, e fiquei com receio de te escrever mas você era uma parte gigantesca daqui, quando não havia ninguém era apenas eu e você contra tudo e todos, éramos tão próximos mesmo sendo inimigos, eu sinto sua falta vazio.
Querido, maldito, infinito vazio. Depois de muito chorar, depois de muito sofrer, hoje sou eu que procuro você, por que você teve que partir da minha vida, no começo era um desejo meu pois não entendia a sua importância aqui, eu me arrependo de ter te deixado ir, eu ainda sinto sua falta vazio.
Querido vazio, eu finalmente estive te esquecendo mas cá estou eu novamente te escrevendo uma bela carta, uma carta que diz para você como eu me sinto, e dessa vez vazio por favor me responda, me de uma resposta, não me ignore novamente por favor.
Caro vazio, eu te escrevi aquela carta e obtive uma resposta, e não foi a resposta que eu esperava, mas foi a resposta que eu precisava, a resposta que colocou tudo em seu devido lugar, a resposta que mostrou que eu sempre dependi de você para fazer coisas, que eu sentia ciúmes de você dividir o mesmo ambiente com outra pessoa que não fosse eu.
Olá vazio, eu senti sua falta como você está? Eu ainda sinto receio em conversar com você, o senhor parece tão resolvido e eu tão pequeno, algum dia eu quero entender os seus motivos internos e externos para me procurar, quero algum dia desses entender o que você sente por mim.
Vazio você parece tão cheio agora, você se tornou alguém completo, alguém que sabe o que faz e isso é tão belo, mas ainda sim eu sinto que você está estranho, que alguma coisa estar por vir, mas com toda certeza é só loucura minha.
Desgraçado maldito, eu sinto raiva por ter achado que amadurecemos juntos e descobri da pior forma que não, eu sinto como se tivesse sido usado por você esse tempo, você me descartou como se eu não fosse nada, você voltou e partiu de uma hora pra outra sem explicação nenhuma, você não pensou nos meus sentimentos da mesma forma que daquela vez eu não pensei nos seus.
Vazio, você ainda me procurou uma/duas vezes e eu não entendo o por quê, eu não entendo por que você me trata como se eu não tivesse sentimentos, eu finalmente superei sentimentos ruins que eu tinha por você mas eu ainda estou com raiva, eu ainda sinto que fui usado e isso me deixa mal. Mas ainda sim vazio, você me transbordava, o senhor foi uma parte de mim, e como tudo tem seu inicio tudo tem seu fim, e o nosso fim chegou, adeus vazio.
Um singelo sorriso, um abraço apertado, e tudo se foi, transformado em lembranças.
- "Oi vô! , oi vó"!, só me resta saudades, um dia aqui, no outro um adeus.
Eu sei que não adianta chorar pelo que se foi,
é a vida, o que resta são lembranças de um velho cachimbo e o caldo de peixe da tarde.
- "Vem, meu filho, senta aqui, vamos comer".
São apenas lembranças.
Tudo o que nos resta são lembranças, abrace quem realmente importa, porque daqui um tempo será um adeus e as velhas lembranças
Sofrer de tudo
Os abraços que não dei mais cedo
E que ficaram num passado proibido
Na ânsia de um amor não vivido
Mataram-me hoje um pouco mais.
A lembrança que vai opalescendo
Pelo dúbio amor que me divide
Refresca meu sentido que insiste
Em ocultar um lume no seu tempo.
E na falta, coisa má e soberba,
Teço fé, vontade e pecado
Na trama de quem também é amado
Em segredo, no sutil sofrer de tudo.
Minha cara/meu caro, a última coisa que eu pensei que faria era estar aqui dando um relato sobre tudo que está acontecendo comigo, é quando a gente se abre que a gente descobre que a gente não foi a última, nem a primeira pessoa a passar por isso. vamo lá.
Meu nome é Brunna, fui diagnosticada com depressão pelo Dr. Figueroa, em 2024.
eu mesmo vim fazer relato por mim.
vou contar oque rolou.
depois de exatas 2hrs mais ou menos de conversas profundas, ele me disse “Brunna, você está com depressão, em estágio avançado, você precisar urgente de começar a psicoterapia.” foi aí que tudo veio à tona. eu não disse nada a ele, e pensei: “doutor, isso é o mesmo que o senhor está me dando um atestado de óbito como ser humano.”
vendo que a primeira ficha da história tinha caído, sem saber o'que fazer, como ficar, e sem saber oque dizer, eu só sabia ficar em silêncio e piscar os olhos, olhando para aquele laudo médico, e aquelas receitas, com antidepressivos, foi como se fossem o contestado da certidão de óbito em minhas mãos, sem saber segurar minha própria respiração.
foi aí que minha mãe que estava junto comigo disse, “você precisa tomar esses remédios” e eu negando para mim mesma o'que eu tinha acabado de escutar, sem nem uma palavra saindo da minha boca, a respiração ofegante e falhando. eu, suando frio, e em silêncio profundo.
Depois de deixar por um momento o orgulho tomar conta de mim, voltei para minha casa, quase segurando meu pulso e meu coração pelas mãos, tentando destravar aquele êmbolo, no meu peito e na minha garganta que não estava deixando eu respirar, e nem falar. eu sempre em silêncio.
Desde então, comecei o tratamento, e todo dia pensando e repensando oque eu havia dito na minha primeira consulta.
“meu Deus do céu, se alguém me dissesse que tem depressão a última coisa que eu diria a essa pessoa é que ela falhou como ser humano, e que o mundo acabou pra ela. eu tentaria ajudar, por mas que não conseguisse, eu tentaria. por que que comigo é diferente? céus, onde foi que eu errei comigo mesma? Desta vez não sei, foi tudo tão rápido…”
mas ainda não foi a segunda ficha que caiu.
e não foi nem a metade da verdade.
Apesar de me sentir fraca, insegura, e não acreditar que estava passando por aquilo mesmo, a segunda ficha só caiu, foi quando eu percebi que a melancolia e a tristeza sempre tomaram conta de mim, e fizeram um par, que sempre andaram e andarão ao meu lado.
eu sempre encobrida de elogios, notas altas, perfeccionismo, acreditando estar fazendo aquilo na contrução de mim mesma, do meu legado. acreditando que dar orgulho para todos ao meu redor, iria construir o meu nome, sempre me doando mais, e mais, até o'que eu não estava podendo, me deixando de lado, acabou fazendo eu me tornar impaciente e imparável. como se não bastasse, e eu sempre deixando de lado aquela tristeza profunda e melancolia. por medo de enfrentar, e por medo de não conseguir. pensando que seria o menor dos problemas, e que seria algo que iria durar pouco e não iria, e jurando que eu não deixaria isso me destruir, mas isso também não foi nem a metade da verdade. que me custou um preço muito alto.
disso ter acontecido, eu pensando comigo mesma, sendo obrigada a encarar e lutar pela minha vida, contra a depressão, vendo eu mesma me auto destruindo por dentro, por medo de morrer e medo de não morrer, obrigada a ficar, sem cessar eu disse.
“meu Deus do céu eu não posso ser tão desinteressante assim”
e me perguntei, pela milésima vez:
“onde foi que eu errei?”
e percebi que a coisa mais difícil a se fazer, e dizer “me ajuda”.
Eu estava acumulando, alimentando aquilo em mim por medo de enfrentar, e percebendo que eu não tinha coragem e condições de dar um basta, eu já estava entornando, e só me afundando mais naquele dilúvio e naquela bagunça, aquele caos que se tornou o meu mundo nebuloso, aquela chuva que não acalmava. lendo vários poemas, porque eu sempre tive uma paixonite no mundo das letras e dos versos, achei uma poesia que me marcou muito.
“Gastei uma hora, pensando num verso que a Pena não quer escrever.
no entanto ele está cá dentro,
inquieto vivo
ele está cá dentro, e não quer sair.
mas a poesia deste momento inunda minha vida inteira.”
Lendo isso, como eu disse no começo deste relato, é quando a gente se abre que a gente descobre que não foi a última, e nem a primeira pessoa a passar por isso.
Desde então eu estou percebendo que a tristeza estava me vencendo, a melancolia me acompanhando, e que eu já estava morrendo, eu já estava me isolando de tudo, de todos, sem nem forças pra comer, para me levantar da cama, para andar.
Sem forças para fazer as minhas atividades, minhas obrigações.
minha mente já não conseguia pensar em mais nada, eu só sabia perceber e pensar “Deus, eu estou morrendo e não sei oque fazer.”, me sentia escura por dentro. eu não estava conseguindo olhar para mim e imaginar mais que isto estava acontecendo, estava me sentindo funda, rasa, não estava conseguindo raciocinar, deixar o racional tomar conta, nessa guerra que eu sinto culpa de ter causado, mesmo escutando dezenas de vezes em que isso me mostrou, que é depressão mas mesmo assim, senti que causei a guerra, contra mim mesma.
estava percebendo que eu estava numa luta comigo mesma, mas é possível? infelizmente, é possível sim. a solidão se fez presente em mim, junto com, a tristeza profunda, e a melancolia. eu estava correndo delas, mas quando chegou a hora eu não estava mais tendo lugar para fugir. eu tive que enfrentá-los, o'que ocorreu, foi que eu sinto a dor das feridas em meu corpo. que eu sei que não vão se tampar, nunca.
sempre vai estar com um rombo, que se entrar alguma poeira, vai infeccionar, e vai abrir mais, novamente.
Há uns dias atrás eu percebi uma coisa, daí que a terceira ficha caiu.
eu estava machucada, minha pele estava machucada, aquela alergia emocional tomou conta do meu corpo, e começaram a brotar machucados, em meu corpo.
me sentia suja, me olhava no espelho e me sentia desprezível, me sentia das más coisas, as piores.
aquelas feridas dói, dói muito. dói quase o mesmo que eu sinto dor, e senti ao descobrir a verdade verdadeira sobre oque eu estava passando, e digo que isso foi a pior coisa que aconteceu da minha vida, um dos meus piores traumas.
Aí que eu comecei a tomar cuidado com tudo.
até com o'que eu havia dito antes e ia dizer depois. com o'que eu havia feito, e iria fazer.
mas…
antes de você saber, você desconfia
e quando você sabe, você nega.
quando você nega, você fica pior.
e quando você fica pior, você não consegue enfrentar,
quando você não consegue enfrentar, você morre.
então, diga “me ajuda”
peça ajuda.
Eu entendo o quanto é difícil. Tomar certas decisões pode ser doloroso e custar lágrimas, e eu entendo isso. Carregar o peso do mundo sozinho não é justo, por mais que tentemos. Eu também passo por isso, e é por isso que estou aqui escrevendo sobre nossas dores. Compartilhar, aliviar a carga, é essencial, meu amigo. Às vezes, precisamos parar, respirar fundo, refletir com calma e seguir em frente com mais força.
Você não está onde queria estar, certo? Você desejava estar mais longe, no lugar que as pessoas esperam de você? Eu entendo. Mas pense bem: você está onde seu tempo permitiu que você estivesse. Você está vivendo cada segundo desta vida, e já avançou bastante. É difícil ver isso, não é? Quando você nada em um vasto oceano, é difícil perceber a distância que percorreu.
Meu caro, há tantas dores e desafios que você já enfrentou e ainda enfrentará que um texto não basta, mas ouça: o passado não pode ser alterado. Você cresceu com ele, e sinto muito se isso aconteceu através de golpes e tragédias. Hoje, você carrega cicatrizes profundas. Vamos pensar no futuro? Sei que é assustador olhar para frente e não ter certezas, mas vamos olhar sem ansiedade. E agora, eu digo: vá viver! Dance sozinho ou com sua amada, meu amigo. Coma aquela comida especial que você sabe fazer ou visite aquele lugar que você acha lindo. Sinta esses momentos no seu íntimo, perca-se na imaginação, ria alto e até chore, mas só de felicidade, pela emoção de estar vivo.
Eu sei que não é fácil, a vida é dura e nos golpeia muitas vezes. Mas tente vencer mais um dia com calma! Faça esse dia mais leve, por favor. Vamos fazer um acordo? Você vai acordar e tentar viver a vida com mais flores e arco-íris, vai fazer isso por você e por mim, combinado? E não se esqueça: ame sua família e esteja sempre com eles, por mais ocupado que pareça. Uma simples xícara de café pode trazer um sorriso ao seu rosto. Assistam a um filme juntos, cantem, mesmo desafinados, conversem e riam dos momentos engraçados do passado. E quando voltar para casa, agradeça por estar vivendo esse momento, durma em paz consigo mesmo e acorde feliz no dia seguinte. Viva, meu amigo, viva.
O Coração Tem Prazo de Validade
O coração humano é uma obra-prima de complexidade e beleza, um órgão que pulsa não apenas sangue, mas também emoções, sonhos e memórias. Ele é o centro de nossas alegrias e sofrimentos, o guardião dos nossos segredos mais profundos. É nele que encontramos a essência da nossa humanidade, o reflexo das nossas experiências.
Desde o primeiro batimento, o coração inicia sua jornada, um relógio biológico que marca o tempo das nossas vidas. Cada batida é um lembrete de que estamos vivos, uma celebração silenciosa da existência. E, embora o coração tenha um prazo de validade, suas emoções são eternas, gravadas nas fibras do nosso ser.
O coração é o berço das emoções, onde o amor floresce como uma rosa em primavera. É nele que sentimos o arrepio da paixão, a doçura do carinho e a ternura dos afetos. Cada encontro, cada olhar, cada toque é uma nota na sinfonia que ele compõe. O coração é um maestro invisível, regendo a música das nossas vidas.
Mas o coração também conhece a tristeza. É o porto seguro das lágrimas não choradas, dos sonhos desfeitos e das esperanças perdidas. Em seus recantos mais sombrios, guardamos as cicatrizes dos amores que não foram correspondidos, das despedidas dolorosas e dos momentos de solidão. E, mesmo assim, ele continua a bater, incansável, resiliente, transformando dor em aprendizado.
Há momentos em que o coração parece carregar o peso do mundo. O sofrimento é um visitante inevitável, uma sombra que muitas vezes se alonga sobre os nossos dias. Perdas, desilusões, fracassos - tudo isso deixa marcas profundas, sulcos que o tempo não apaga completamente. No entanto, é através do sofrimento que o coração se fortalece, que encontra a profundidade da empatia e a capacidade de perdoar.
Cada cicatriz é um testemunho de superação, um lembrete de que, apesar de tudo, seguimos em frente. O coração humano é um alforge de resiliência, sempre pronçãoto a amar de novo, a acreditar de novo, a começar de novo.
E então há as alegrias, as pequenas e grandes celebrações que iluminam nossa existência. O coração se enche de luz com o sorriso de um filho, o abraço de um amigo, a realização de um sonho. As alegrias são os raios de sol que aquecem nosso espírito, as estrelas que guiam nossos passos na escuridão.
Cada momento de felicidade é um tesouro inestimável, uma joia que o coração guarda com carinho. E é essa coleção de momentos felizes que nos dá forças para enfrentar os desafios, que nos lembra do que realmente importa.
Sabedoria
Usar o coração com sabedoria é compreender que ele tem um prazo de validade, mas que suas emoções são eternas. É valorizar cada batida, cada emoção, cada experiência. É amar intensamente, viver plenamente e aprender com cada dor. É saber que, no final, o que realmente importa são os laços que criamos, as memórias que construímos e as vidas que tocamos.
Legados de Dor e Papel
Em um mundo paradoxal, é comum pensar que a felicidade plena conduz a uma vida repleta de realização e legados marcantes. No entanto, atravessando as páginas da história, observa-se um fenômeno curioso: pessoas felizes raramente deixam marcas profundas no tecido da história humana. É na tristeza, no isolamento emocional, que muitas almas encontram a força para criar obras de grande importância literária e emocional.
A tristeza, longe de ser apenas uma emoção negativa, atua como catalisador para a criação literária de um poder sem igual. Na solidão de seus quartos, escritores mergulham em profundezas emocionais inexploradas, tecendo com sua dor e melancolia, palavras que são capazes de tocar as almas de seus leitores. É o poder da tristeza que molda legados imortais em palavras, capazes de curar, de confrontar, e de conectar.
Os leitores, por sua vez, encontram um estranho conforto nos escritos impregnados de tristeza. Há uma sede insaciável por linhas que expressam sentimentos profundos, que descrevem a dor e a solidão com tal precisão que se tornam universais. Cada história de desespero, cada poema de saudade, alimenta a alma faminta por sentir, por entender que não está sozinha em seu sofrimento.
O legado deixado pela escrita impregnada de melancolia é indiscutivelmente mais profundo e duradouro do que qualquer recordação de sorrisos efêmeros. Enquanto a felicidade pode inspirar alegria passageira, é a complexidade da dor e da tristeza que escava poços profundos de reflexão e empatia no coração dos leitores. Esses legados emocionais, escritos às vezes com lágrimas, permanecem como faróis para as futuras gerações, ensinando mais sobre a condição humana do que qualquer crônica de felicidade ininterrupta poderia fazer.
Assim, estabelece-se o paradoxo: a realidade de que, embora a busca pela felicidade seja uma constante na vida humana, é frequentemente através da expressão da dor e do isolamento que os indivíduos deixam suas marcas mais profundas no mundo. A contradição entre a felicidade efêmera e a profundidade encontrada na tristeza revela que, de certa forma, são as almas solitárias e tristes que tecem os legados mais duradouros, e não aquelas que transbordam de alegria.
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