Textos de Saudade do Namorado
Era uma vez um homem que amava uma mulher... e o sorriso dela era um mistério ao qual ele desejava dedicar toda a sua vida desvendando. Cada curva daquele riso iluminava sua alma, como se o universo o convocasse a eternamente buscar essa resposta doce e infinita.
Mas o tempo, com seus desentendimentos e desencontros, os separou. Ainda assim, ele manteve sua promessa, gravada nas linhas do seu peito. Possuiu outros corpos, é verdade — breves respiros de uma ausência que nunca se curava — mas jamais os amou. Seu coração, teimoso e fiel, permanecia ancorado naquele amor primeiro, que nem a distância dos anos conseguia apagar. Amar aquela mulher não era uma escolha, mas um destino que o tempo não soube desviar.
Na vida, tudo demais quer existir,
mas é preciso saber reverter,
transformar, como arte de ofício,
e buscar o que liberta, que alivia.
Pessoas de vida, pessoas de morte,
uns merecem pérolas, outros não,
como diz o provérbio:
não jogue pérolas aos porcos.
Mas há quem, em sua total apatia,
não mereça poemas, nem flores,
tão imunes ao amor, tão cegos nos desamores,
que não aplaudem, não batem palmas.
Essas pessoas não devem ser tratadas bem,
mas ainda assim, tratamo-las com gentileza,
porque nossa conduta não é deste mundo,
falamos do belo, mostramos o que é puro,
mesmo que o mundo fique mudo.
A minha maldição é ensinar poesia aos brutos,
filosofia aos estúpidos, amor aos indultos.
Amor em forma de indulto, talvez,
não sei, só sei que o gesto de amar
se faz com quem sabe receber.
E quem não sabe, recebe o silêncio.
Tudo é Hábito
Tudo é hábito, costume que gera vício,
e o que se faz demais nos faz refém.
O vinho aquece, adoça a alma,
mas em excesso, curva o homem,
faz da taça uma jaula invisível.
O amor é luz quando livre,
mas quando prende, queima, fere,
e o ciúme, sombra de seu brilho,
se arrasta lento, como fera à espreita,
pronto para devorar.
O amante apaixonado, se não contido,
pode se tornar destino e maldição.
Já não ama, exige,
já não sonha, vigia,
transforma o desejo em sentença.
A busca pelo saber ilumina,
mas quem vai fundo demais
pode perder o chão,
trocar a dúvida pelo vazio,
e o mistério pela descrença.
Até a fé, se imposta,
deixa de ser fonte e vira peso.
Crer demais sufoca,
crer de menos nos faz naufragar.
E a criação, que deveria ser alívio,
se torna cárcere do próprio pensamento,
se não houver pausa, respiro,
se não houver o equilíbrio
entre a chama e a brisa.
O paladar se perde na fartura,
e o desejo se esvai no excesso.
Tudo demais vira veneno,
e o que era doce, sereno,
transforma-se em sal no próprio ventre.
Nômades da Vida
Você me disse que somos nômades, almas errantes que se perderam em caminhos contrários. Cada passo que damos nos afasta ainda mais, tornando-nos lembranças dispersas no tempo, como folhas levadas pelo vento. As escolhas, implacáveis, nos arrancaram dos abraços possíveis, deixando apenas um rastro de memórias que insistem em sobreviver.
Não importam títulos, cidades ou conquistas. Nada disso pesa mais que a ausência que agora preenche os nossos dias. Você não se importa com vaidades; o que te toca é a verdade silenciosa dos sentimentos que a vida tentou sufocar. Entre nós, não há vitórias que compensem as perdas invisíveis.
Você confessou que ainda me ama — com a força de um tsunami avassalador. Mas o amor, sem presença, se torna um poema inacabado, uma melodia sem refrão. E assim, seguimos separados, com corações que ainda pulsam por uma história que jamais será escrita.
A vida nos transformou em estranhos que se conhecem profundamente. Eu não faço parte do seu dia, não ilumino suas manhãs nem aqueço suas noites solitárias. Somos apenas uma lembrança perfeita, uma possibilidade que nunca encontrou seu destino. Talvez sejamos isso: um amor eterno, mas condenado a existir apenas na saudade.
Poema para Matheus Nachtergaele
No palco, ele não pisa — ele flutua,
entre o sagrado e o profano, entre o verbo e o silêncio.
Carrega nos olhos a vertigem dos séculos,
no peito, a febre dos que fazem da arte um destino.
A dor não o curva, o abismo não o afoga.
Ele dança sobre os cacos da ausência,
recolhe os vestígios de um nome que nunca partiu,
e os devolve ao mundo em cena, em chama, em fúria.
Seu corpo é verso, sua voz, uma carta esquecida,
um eco de todos que amaram sem resposta.
Ele encarna o que o tempo desfez,
e do esquecimento faz rito, faz oferenda.
E quando as cortinas se fecham, a luz permanece,
porque há almas que não pertencem ao mundo,
mas insistem em iluminá-lo,
como se viver fosse um último ato de redenção.
Canto de um Mundo Silenciado
Nas ruas, ecoa um canto, suave e profundo,
Por praças e becos, voa ao vento seu som.
Nos bares, na torre do mundo, um hino imundo,
Ninguém para, ninguém ouve, enquanto o caos toma a razão.
Sua voz, um fio de ouro, se perde no ar,
Melodia de sonhos que se desfaz em guerra.
Nos acordes, a dor de um tempo a desmoronar,
A beleza se desintegra, como um lamento que se enterra.
Os muros, cúmplices silenciosos, não lhe prestam ouvidos,
Seus versos são vapores, dissolvidos na bruma da noite.
No mundo se espalha a discórdia, os gritos, os ruídos,
Enquanto sua canção é um sussurro que se esconde da luz.
No palco dos bares, o eco é um triste refrain,
No silêncio das praças, um lamento esquecido.
O canto se mistura à grita, um trágico desdém,
E o mundo em sua dança de caos, ignora o gemido.
No cume da torre, um eco sem destino,
Enquanto o mundo se parte, ela canta e se desfaz.
Mas sua voz, como um farol, brilha em desatino,
Esperando, talvez um dia, um coração que a abrace em paz.
O Dilema da Sabedoria Perdida
Tentando ensinar ao que não quer aprender,
É como dar pérolas a porcos, um esforço vão,
Pois na mente fechada, a sabedoria não há de penetrar,
E o risco é sempre duplo, um jogo sem chão.
Quando dizemos "sim" ao que não entende,
O simples assentimento pode até agradar,
Mas se a incompreensão é o que se defende,
A agressão, o acusar, não tardará a se manifestar.
É um esforço inglório, o confronto com o insensato,
Pois cedo ou tarde, a razão se esgota, se esmorece.
Seja pela força brutal ou pelo cansaço, um fato:
O desgaste é inevitável, e o desgaste, a vitória concede.
Tentativas de convivência se tornam um fardo pesado,
E a razão, em sua luta, pode se perder.
O estúpido, com sua ignorância e peito inflado,
É uma tempestade em que a sabedoria se vê a desaparecer.
O dilema é claro: a sabedoria não se impõe,
Mas a resistência e a negação têm seu preço.
Em cada tentativa, o risco se reescreve, e então,
O caminho do entendimento se torna um triste excesso.
Ensinar ao surdo é como soprar no vento,
Palavras se perdem em um espaço vazio.
Na mente que não escuta, não há entendimento,
E o esforço se desintegra em um silêncio frio.
"Sim" ao insensato é um eco sem retorno,
Onde a ignorância se ergue, altiva e sem paz.
O saber se perde no cansaço eterno,
E o fardo se torna um peso que o tempo não desfaz.
O diálogo se torna um grito no abismo,
A paciência se esgota onde não há um sim.
A luz se apaga no obstinado desatino,
E o saber se dissolve na luta sem fim.
Depois das palavras que ouvi,
Teu rosto mudou, se afastou de mim,
O amor que era fogo e abrigo,
Agora é silêncio, vazio e frio.
Vivo ao teu lado, mas me sinto só,
Cada palavra tua já não entendo,
O abismo entre nós é um golpe,
um soco no estômago.
Quem és tu, que já não reconheço?
Será que mudaste, ou fui eu que mudei?
Ou sempre foste assim, só eu que não via?
Esse estranhamento é uma ferida
que arde em meu peito.
E me pergunto se um dia ainda te acharei.
Não disse o motivo, nem olhou para trás,
Alguém me contou que você se cansou,
De viver ao meu lado...
E eu, que sempre te amei DO MEU JEITO.
Agora me pergunto, em dor e SEM JEITO.
Qual foi o pecado que cometi,
Para te ver partir sem uma despedida?
Será que errei em te amar demais,
Ou fui frio, distante, sem perceber?
O que fiz para merecer teu adeus,
Sem um motivo, sem nada a dizer?
O vazio que deixaste é um fardo,
Um peso que carrego sem saber por quê,
E na escuridão do que não entendo,
Só me resta a pergunta: onde foi que eu errei?
Mulher Sem Coração
Mulher sem coração, quanta ilusão,
Me enganaste, que pena, teu sorriso era de esfinge,
Tua boca sinuosa de alguém que mente,
Ser o que não é, ah, mulher sem coração.
Roubaste meu sossego, agora vivo só,
Em profundo sofrer, queria a verdade,
Queria a utopia, que tolo não sabia
Que era você, a própria enganação.
Minha vida é um constante reinventar, onde cada amanhecer traz a urgência de fugir da mesmice e do anseio latente por seus lábios. Meus sonhos, aqueles que me abraçam à noite, são meu norte, meu desejo de caminhar por estradas desconhecidas, na busca incessante de um futuro que ainda não tomei em minhas mãos.
Mas, quando o sol se despede e a noite se instala, a realidade se desenrola em matizes que não desenhei. E mesmo assim, insisto em querer mais — mais dos seus olhos, mais das suas palavras, mais de você. Porque meu coração, inquieto e insaciável, sempre espera que o amor se revele em sua forma mais plena, mais intensa, mais você.
E enquanto eu espero, meu coração bate mais forte, sonhando com o dia em que a realidade finalmente será tão doce quanto as promessas feitas em silêncio. Eu quero sempre mais, pois o pouco que vem de ti nunca será suficiente para um coração que aprendeu a querer o infinito.
Entre o fim e o recomeço, entre fechar o livro ou continuar a escrever?
O ponto final está ali, mas também a vírgula, a reticência…
O que é mais corajoso? Fechar o livro, aceitar o adeus, ou virar a página, enfrentando o desconhecido?
É assim que acaba? Ou é assim que voltamos de onde paramos?
Bom! Somente as escolhas moldarão o enredo que continua por vir.
Sombras da existência
Trabalha sem amor, na vida escassa,
Caminha sem um norte, em sombras frias.
O tempo se desfaz em agonia,
E o olhar se perde, onde nada passa.
O sangue, já sem cor, sem fé, sem brasa,
Flui lento, em gestos vãos, sem fantasia.
Nos corpos que se movem, a apatia,
Na rotina apagada, nada abraça.
Sonhos desfeitos, vida sem encanto,
O grito preso, a voz que já não clama,
Na noite que se alonga, só o pranto.
E o fim se aproxima, fria trama,
A escuridão avança com seu manto,
E o que restará? Só a voz que chama.
Aqui estou, perdido em meio à multidão, mas completamente sozinho. A mesa que me acolhe, com um copo de whisky como única companhia, parece ser o único refúgio onde posso esconder as lágrimas que não ouso derramar. As pessoas ao meu redor conversam, riem, mas tudo o que vejo são rostos indistintos, como sombras que não podem preencher o vazio que você deixou.
Lembro-me de cada promessa sussurrada, cada sonho que desenhamos juntos no horizonte do nosso futuro. O calendário ainda marca aquele dia, o dia em que você entrou na minha vida, trazendo consigo uma avalanche de emoções que, hoje, se transformaram em destroços.
O que aconteceu com os planos que fizemos? O que restou daquele amor que juramos ser eterno? Agora, sou apenas um homem que tenta se esquecer nas profundezas de um copo, que busca anestesiar a dor que não cessa. Cada dose é uma tentativa vã de apagar a lembrança de um amor que se foi, de um coração que já não bate com a mesma força.
Mas, mesmo assim, a esperança insiste em habitar nas ruínas desse sentimento. O amor, embora machucado, resiste, esperando o impossível. Porque, mesmo que eu finja que já não me importo, que a vida de um coração solitário e frio é o que escolhi, no fundo, ainda espero pelo dia em que você volte.
Até lá, sigo, vivendo essa vida bandida, onde o amor parece um sonho distante, mas onde a memória de nós dois é a única coisa que me mantém de pé.
Entre as sombras do desconhecido,
Onde a ausência desenha o seu traço,
Eu me perco em sonhos, tateando,
O que seria ser pai, o que seria o abraço.
Nas horas em que o silêncio é profundo,
E a dúvida murmura em seu canto sereno,
Imagino o futuro, o toque do mundo,
O calor de um vínculo, suave e pleno.
Não conheço o rosto, nem o riso,
Mas sinto a presença, um eco distante,
E em cada pensamento, um delicado aviso,
Que em algum lugar, um filho é um instante.
O que seria eu, pai, em sua história?
Um guia, um porto, um alento, um farol,
Em cada gesto, a promessa de memória,
De um amor que transcende e consola o sol.
É difícil explicar o que sinto por ela, como se fosse um segredo guardado no peito, um mistério que nem eu mesmo consigo desvendar. Talvez não seja aquele amor louco que queima e consome, como já vivi antes. Não, esse é diferente, mais suave, mais real.
É um amor que floresce devagar, como um sol tímido ao amanhecer, que aquece aos poucos e ilumina cada canto da alma. Um amor que traz paz, como a brisa leve de uma tarde de verão. Não precisa ser tempestade para ser inesquecível; talvez, seja o sopro sutil de um vento novo que traga a promessa de algo ainda mais belo, algo que não se apressa, mas que se permite acontecer.
E eu sinto que pode ser ainda melhor, porque é um amor que não precisa gritar para ser escutado; ele apenas é, e isso, por si só, é tudo.
Se pudesse, atravessaria distâncias e noites para estar ao seu lado agora. Seria o paraíso em meio ao caos da rotina, um refúgio onde o tempo parasse, apenas para sentir o calor do seu corpo.
Você diz que estaria melhor comigo por perto, mas saiba que sou eu quem precisa da sua presença para transformar cada instante em eternidade. Se fosse possível, traria estrelas para iluminar suas noites mais sombrias e acalmar seu coração com a certeza de que, mesmo distante, sempre estarei ao seu lado, em pensamento e em desejo.
Já caminhei por muitos caminhos com a cabeça erguida e o peito cheio de bravura. Na juventude, acreditava que a força se media pela intensidade das batalhas que travávamos. Cada desafio era uma arena, cada obstáculo, um inimigo a ser vencido. Eu me jogava de peito aberto, confiando na minha própria determinação, na vontade inabalável de conquistar o mundo.
Mas hoje, na meia-idade, vejo a vida com olhos mais serenos. Aprendi que nem sempre é preciso guerrear para alcançar a vitória. Há um poder sutil, quase invisível, na arte de aquietar o coração. Descobri que, muitas vezes, é no silêncio que moram as maiores respostas, que a fé não é uma arma a ser brandida, mas uma luz a ser sentida por dentro.
A sabedoria, entendi agora, não é medida pelas batalhas ganhas, mas pela paz que conseguimos cultivar em meio ao caos. O verdadeiro triunfo não é sobrepor-se aos outros, mas harmonizar-se consigo mesmo. Então, cada vez que escolho a serenidade em vez do combate, sinto que realizo o maior ato de coragem: acreditar que, ao confiar no fluxo da vida, o universo conspira a meu favor.
E é assim, com o coração aquietado e os olhos no horizonte, que sigo o meu caminho. Hoje, minha vitória é interna, é sobre mim mesmo. Atravesso os dias não com menos vontade de vencer, mas com a certeza de que, muitas vezes, a verdadeira vitória é aquela que só o coração entende.
A paz... essa promessa que, silenciosa, se esconde no amor que carregamos por aqueles que partiram. Às vezes me pergunto se a mereço, se um dia poderei repousar nos braços da tranquilidade. Mas sei, em cada batida do meu coração, que a paz vive no amor que permanece. Ela se esparrama nas lembranças, nos sorrisos que compartilhamos e na saudade que agora me envolve como um abraço distante.
Talvez a paz não seja um fim, mas um caminho. Um caminho que percorremos com a certeza de que, ao final dessa jornada terrena, o reencontro nos espera. Como uma brisa suave, ela toca nossas almas, prometendo que nada foi em vão. Que todo amor vivido é eterno. E que, após uma longa viagem, aqueles que amamos estarão lá, à nossa espera, como o pôr do sol que se esconde apenas para ressurgir, mais belo, no amanhecer.
E assim, sigo... Sigo com a certeza de que a paz não é apenas para quem se foi, mas para quem ficou, carregando no peito um amor que jamais se apaga.
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