Textos de Rita Lee

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É muito bom andarmos num caminho que foi escolhido por nós mesmos, não importa se as pegadas serão curtas ou se correremos, se haverá somente dias de sol ou noites trevosas.

Por mais angustiante que seja, sempre conheceremos os atalhos, as descidas, subidas e curvas sinuosas.

E quando recuar for preciso saberemos o ponto de recomeço, não teremos a quem culpar se a chuva molhar ou a poeira for densa,é assim que a responsabilidade chega e nos impõe o amadurecimento, e nessa mesma estrada, se providos de bom senso nos ouviremos, prestaremos atenção em quem é o viajante e como algumas angústias podem ser o princípio do autoconhecimento.

Inserida por RitaCeli

Todos os dogmas religiosos estabelecem uma sociedade moldada ao sabor do controle, muita gente precisa de muito monitoramento, assim a religião domina aqueles que lhes curvam a cabeça quando ameaçados pelo castigo eterno.

A fé distorcida e as crenças enfeitadas no sincretismo mexem com as emoções, dessa forma manipulam as pessoas para que creiam numa divindade exterior que lhes pune severamente.

O medo então os reúne cada vez mais em prisões sem grades, cujas correntes aprisionam sua imaginação e esmagam seu livre arbítrio.

Nós precisamos estar sozinhos em nossa mente, precisamos de nós mesmos, aceitar que o desconhecido temido na verdade é só um homem ignorante, até que o auto conhecimento o transforme naquilo que é, que sempre foi, senhor de si.

A solidão não carece de ausência de pessoas, mas de ausência de barulho interior, podemos estar a sós em qualquer lugar desde que aquietemos para nos ouvir.

Essa solidão é boa, em pequenas doses é o grande bálsamo da liberdade, aquele que nos revigora do excesso e nos acalma no agora silencioso.

Estar religado ao Ser Soberano sem o vínculo coletivo das grandes ilusões é Ser aquilo que se é desde sempre, é despertar do sono dos acordados.

Inserida por RitaCeli

"Quando alguém lembrar de ti
que seja com um sorriso,que uma lágrima doce banhe a face serena de quem falar teu nome.Uma saudade boa seja sentida por
jovens, velhos e crianças que em tua vida tenham vivido. Você perfuma o mundo
enquanto vive, lembre-se disso enquanto puder lembrar..."

Inserida por RitaCeli

O homem que se dispõe as ser como um rio flui com tranquilidade.
Contorna obstáculos, despenca sem medo em cachoeiras, segue mar a dentro para imensa vastidão a ser contemplada pelos outros homens que se dispõe a ser poças e lagoas...
Seja como um rio para fluir com calma e força, com ousadia e serenidade..

Inserida por RitaCeli

Crônica off/on
Acordei decidida, hoje começaria uma prova de abstinência social, deixar tudo no vácuo, no silêncio desaparecer por dias, semanas, meses se possível. Desconectar todas as redes sociais do celular, e abandonar a vida virtual sem previsão de retorno. Pensava em fazer faxina nos armários, ler todos os livros iniciados, e comprar mais alguns, faria caminhadas longas sem pressa, usaria meus dias e noites exclusivamente para atividades práticas, concretas e realizáveis muito longe de teclados e touchs... minha rotina ficaria mais movimentada.
Oh! Doce e curta ilusão! Ninguém inserido nesse mundo virtual consegue viver depois de ter aplicativos de banco, de transporte, de notícias, contas sincronizadas de e-mail, negócios on-line, clientes via rede social, e toda a parafernália que carregamos em pequenos ícones que brilham na telinha realizando nossos desejos e facilitando nossa vida, ou seja, a vida on-line já virou necessidade, mais que um vício. Seja como for abster-se é sentir-se em outro mundo, num universo paralelo onde existe tantas atividades boas, urgentes, úteis e acima de tudo: vida! E para desfrutar dessa vida antiga empoeirada e saudosa é preciso desconectar geral, desligar o Wi-Fi, os dados móveis e até se for o caso comprar um celular daqueles de tecladinho sem nenhum recurso além de realizar e receber chamadas. Quem ousa hoje romper essa relação de amor e ódio com o mundo das comunicações sem barreiras? É preciso nunca a ter conhecido, para que não se precise abandonar...Tentei, tentarei, e acho que só vou tirar "férias" quando meu destino for o campo, o longínquo e amado campo onde não há sinal..lá deixarei de dar sinal de que vivo (on-line) e viverei!! em off...

Inserida por RitaCeli

Quando embarcar no trem talvez eu chore, talvez sorria perdidamente em lágrimas...
Quando o trem apitar e os trilhos começarem ser sentidos as lágrimas continuarão a descer pelo rosto abatido com os sinais do tempo...mas elas serão doces e o sorriso prazeroso, um amor singular abraçará minha alma e na luz do Alto me perderei do ego para me encontrar no Ser.

Inserida por RitaCeli

Nenhuma forma de comunicação é tão honesta quanto a escrita, salvo a comunicação do olhar, das almas que se leem, só as letras comunicam das profundezas do ser.
Desde a intensa escuridão passando para a luz ou na penumbra, as palavras impressas dizem com clareza ainda que o leitor não veja o que está sendo dito com a alma para ouvidos surdos ou corações amargos...
Quando olhos iluminados encontram o tesouro que outrora foi datilografado, escrito á mão ou no teclado, contempla o texto, aprecia as letras e depois engole o sabor do outro..

Inserida por RitaCeli

O paraíso dos apaixonados é tão somente um abraço envolvente, um sorriso nos olhos e um escancarar de dentes.
O céu dos amantes é a nudez sem vergonha, o beijo com todos os gostos e o contar dos minutos na batida dos corações aflitos.
O paraíso sem flores, o céu sem cor ou nuvens para o contraste, somente hormônios, olhos, cheiros e sensações, permanecem na bolha dos corações palpitantes que pulsam e tremem...descompassam e encontram o próprio ritmo...

Inserida por RitaCeli

A vida pode ser muitas coisas entre movimento e repouso...

É a vontade de ir, a coragem de ficar

É o desejo de ter, a reflexão do ser

É o sono que repara, a morte que separa

É caminhar para o futuro, estacionar no passado

É a fome que trabalha, a satisfação que descansa

É o amor em ação, a serenidade da espera

É o sorriso de quem faz, a paz de quem recebe

É estar presente na própria consciência e observar

É aceitar a vida com os resultados que conquistamos

É reconhecer o erros e os corrigir

Entre o mover-se para somar e o repouso que nos refaz

Existe o invisível que nos empurra e o visível que nos atrai

O amor é o movimento da vida e o repouso a paz de amar.

Inserida por RitaCeli

Encontrei-me estupefata
Ao ler um poeta "distante"
Irresistível o vi chegar

Em choque a cada linha
De seu poema inaudito
Meus lábios não pude conter
Em êxtase pus-me a declamar

Seus versos de tal riqueza
De tão culta exclamação
Agradavam os ouvidos
Encantavam o coração

Dei-me conta do ocorrido
Sorrindo lhe dei a mão
Castro Alves querido
Prazer em relembrar-te

Sua inspiração me arrebatou
Ao deitar-me em suas espumas
Flutuante me deixou

Inserida por RitaCeli

"O mundo jaz"
Quem entra e vê tem uma missão.
Se encontra escuridão, deve ser a luz!
Se encontra tristeza, deve ser conforto!
Se encontra medo, deve ser o abraço!
Se encontra ódio, deve ser o amor!
Se encontra desordem, deve ser o comando!
Se encontra dor, deve ser a coragem!
Se encontra abandono, deve ser o amparo!
Se chegar num lugar hostil, tua missão é ser gentil!
Se chegar num momento de tensão, sua missão é pacificar!
Se chegou, trabalhe!

Inserida por RitaCeli

Resquício

O que restou foi a visão sombria
que se desfez no horizonte
feito nuvem fria.

O que restou foi o riso pálido
do palhaço solitário
quando fecha a cortina do espetáculo .

O que restou foi o caule nú
da flor despetalada
segredando sua dor ao vento.

O que restou foi o pranto seco
Assoreando o leito.

O que restou foi uma saudade
alardeada
solidão inacabada
dentro de mim...

Inserida por ritaceduardo

Ermo

Chega a ser dor
esse amor;
latejando as horas vagas.
Compondo o tantos dos dias,
por acúmulo da saudade,
intransponível...
sem abrigo,
sem morada.

Queria ...
tão somente a despedida,
em teu sentir
deixar gravado
O tanto de mim,
que permanece
nesta paz, tão almejada.

Vou seguindo por caminhos imprecisos,
sem destino,
diluindo as minhas mágoas.
Te buscando nos recantos esquecidos,
um alívio para alma.

Rita Eduardo

Inserida por ritaceduardo

Alternâncias

Hoje o dia se fez manhã para trilhar os caminhos costumeiros.
Tangendo o coração, trazendo a tona as lembranças represadas.
Alardeando a vontade de regresso, onde a alegria habitava.
Repudiando a razão, despindo o tino.

Hoje o dia se fez tarde para deixar as amarras soltas.
Vasculhando os porões, desabrigando os espaços reprimidos.
Desmascarando a face, distorcendo o semblante.
Invadindo os sentidos.
Impondo a tua presença.

Sem licença...
Hoje o dia se fez noite.

Rita Eduardo

Inserida por ritaceduardo

Acrisalar

As asas se desfazem
neste ciclo que se fecha.
Meu jardim foram quimeras.

Fez-se o tempo de acrisalar
os anseios vãos.
E no silêncio do casulo
acolher a solidão.

Esquecer as desditas
Encontrar a paz perdida
Refazer a poesia
Desabrigar o coração.

Hoje vou rescindir
De asas novas me vestir
Em outros sonhos vou pousar
Quando a minha primavera
retornar...

Rita Eduardo

Inserida por ritaceduardo

Permissão

Deixe-me trazer-te nas visões sublimadas do meu dia
e inspirar por ti as levezas desta vida.

Deixe-me abraçar-te neste encontro
e saber que sigo te amando
tua alegria é a certeza da minha.

Deixe-me querer-te assim distante
sem de ti perder-me um só instante
trazendo-te em meu coração errante
um sopro de vida pulsante.

Deixe-me perder-me neste sonho
navegar nas rimas dos versos que componho
ancorar a paz que em mim disponho
afogar-me neste mar tristonho
...é tudo que te proponho.

Rita Eduardo





Inserida por ritaceduardo

CICLOS

Não é nada fácil, todos os meses, sangrar por dias seguidos, sentido as dores de um parto e não parir ninguém.
Porque em um trabalho de parto, a recompensa da dor é um filho em nossos braços, o que faz tudo valer a pena.
Não é nada fácil, acordar com vontade de chorar sem saber porque, ler uma mensagem besta no watts e ficar o dia inteiro grilada, achando que era um "recado" quando na verdade era somente uma brincadeira, que aliás foi você quem começou.
Não é nada fácil se olhar no espelho e se deparar com uma retenção de líquidos que te faz sentir a mulher mais pesada do mundo, mais feia e mais chata, e ter de fato uma razão que justifique tanto choro.
Não é nada fácil não poder dormir de bruços porque os seios doem tanto que parece que foram arrancados no cru.
Não é nada fácil ouvir alguns nos chamarem de "fresca", ouvir que TPM É "PANTINHO" e que ninguém tem obrigação de aguentar.
Não é nada fácil....
Começar um texto e não saber terminar, porque a vontade que estou é de chorar!!!!

Inserida por RitaCoruripe

COISAS DA VIDA

Uma velha escada de ferro.
Prédios caindo aos pedaços, abrigam pessoas abandonadas ao próprio destino.
Em meio a este caos urbano,
com seu azul imponente, o mar, ao longe, testemunha a desordem e as contradições daquele lugar.
O ar fresco e agradável de uma tarde no fim do outono,
a paz e a discrição tão cúmplice de quem busca a solidão,
torna o ambiente propício para momentos de confissões sofridas, entregas inesperadas e lágrimas que aliviam a alma.
Duas pessoas praticamente desconhecidas, compartilham uma cumplicidade, vinda não se sabe de onde.
Há um entendimento entre as retinas que dispensa explicações.
Os olhos buscam-se a todo instante, ao mesmo tempo que repelem-se, tentando não sucumbir ao desejo de um contato físico acolhedor.
A relação entre eles, é de quem busca um refúgio emocional, um lugar para se esconder da rotina diária que consome tempo e saúde.
Buscam entre sí um pouso, querem descansar a cabeça da ciranda da vida, que por vezes tira todas coisas do eixo, com o único objetivo de colocar tudo no seu devido lugar.

Inserida por RitaCoruripe

A SERTANEJA

A mulher sentada no chão de terra batida, tem em seus braços magros uma pequena criança inerte.
Ao seu lado, apertando um dos seios murchos e ressecados de sua mãe, um menino espera por um leite que não virá.
O sol escaldante turva a visão e confunde o raciocínio.
A sertaneja observa o horizonte desolada, não sabe o que fazer, e ainda que soubesse, não teria forças para executar.
As moscas rondam insistentes, e na porta da casa de taipa, urubus espreitam um possível jantar.
A morte ronda silenciosa.
O olhar da mãe volta-se para o pequeno ser em seus braços.
ESTÁ MORTO!
Não suportou a dureza da seca, mais um que a fome levou.

Inserida por RitaCoruripe

Invasão

É só dar vasão ao pensamento
que o meu disfarce se revela
Onde o "está tudo bem",
que ensaiei tantas vezes
me sorri de lado
Admitindo que voce ainda mora aqui dentro.
Em quase tudo que faço.

Nas palavras que compõe os versos
Nas canções que embriagam o pranto.
Nas visões de tantos sonhos.

É só cair a noite que a saudade incita.
Dando margem a vontade explícita
de te buscar em qualquer presença
e me faça sentir viva.

Inserida por ritaceduardo