Textos de Rita Lee

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Oceano

São tantos os segredos
no coração de uma mulher...
Guardados, mergulhados,
e nem sempre encontrados.

A flutuarem na escuridão
como um emaranhado de coisas
obscuras, em momentos.
Noutros, tão límpidas...

Do que virá pela frente,
incertezas!
Um oceano tão profundo
cheio de surpresas.

Amores vividos,
momentos sofridos...
Sentimentos,
aventura de viver!

Inserida por rita_delamari

Transformação

Ouça a chuva que cai...
Seu ruído confunde-se
com o pulsar do coração
que se enche de esperança.

Como uma força bruta,
veio de repente
trazendo uma mensagem:
Chega de mansidão!

Chegou o momento de vida,
de a vida dar movimento...
Chegou o tempo de tirar
As barreiras da mesmice.

De amar e deixar-se inundar,
se desprendendo de tanta idiotice,
exacerbando a coragem
de quem se permite arriscar.

Deixe a chuva, teu corpo molhar,
se inebriando sem restrição,
sem medo de se afogar...
Interiorizando, uma transformação!

Inserida por rita_delamari

Nas ondas do teu mar

Navegando na imensidão
do teu mar
tento me afastar
mas me incomoda a solidão.

Mergulho nas ondas do teu corpo
sem fazer esforço...
Refresco-me nas tuas águas,
um amor que não se acaba.

Enfim, descanso no te porto,
e dali não quero sair mais...
A tua sombra me acompanha,
já faço parte do teu cais!

Inserida por rita_delamari

Bálsamo

A poesia é como
um bálsamo
que traz o conforto
nos momentos difíceis...
Ela faz viajar,
caminhando nas palavras,
que deslizam leves
por sobre os dedos,
sem ao menos sair do lugar...
Acalenta o coração,
ilumina os caminhos
com sua luz reveladora!
Oh! A poesia...
Como ela me completa
fazendo parte da minha vida...
Ela me instiga,
quando, através dela,
consigo me conhecer melhor
e enxergar a vida
de uma forma diferente...
Que bom que ela existe!

Inserida por rita_delamari

Não que seja poeta.

Não sou!

Nem escritor, artista

ou compositor, mas

De repente me vejo triste

E a tristura quero que esvaia

pelos meus dedos aflitos



Quero que após a escrita

o vazio que fica,não dure

Repentino se farte

De uma alegria perene

rara, desconhecida...



E um arremedo se faça

De um poeta que passa

Que derrama na tinta

no papel e na graça

Um pouco da alma

Que do artista já indo

Vai sorrindo...

E não sendo!

Inserida por RitaCeli

Ermo

Chega a ser dor
esse amor;
latejando as horas vagas.
Compondo o tantos dos dias,
por acúmulo da saudade,
intransponível...
sem abrigo,
sem morada.

Queria ...
tão somente a despedida,
em teu sentir
deixar gravado
O tanto de mim,
que permanece
nesta paz, tão almejada.

Vou seguindo por caminhos imprecisos,
sem destino,
diluindo as minhas mágoas.
Te buscando nos recantos esquecidos,
um alívio para alma.

Rita Eduardo

Inserida por ritaceduardo

Alternâncias

Hoje o dia se fez manhã para trilhar os caminhos costumeiros.
Tangendo o coração, trazendo a tona as lembranças represadas.
Alardeando a vontade de regresso, onde a alegria habitava.
Repudiando a razão, despindo o tino.

Hoje o dia se fez tarde para deixar as amarras soltas.
Vasculhando os porões, desabrigando os espaços reprimidos.
Desmascarando a face, distorcendo o semblante.
Invadindo os sentidos.
Impondo a tua presença.

Sem licença...
Hoje o dia se fez noite.

Rita Eduardo

Inserida por ritaceduardo

Acrisalar

As asas se desfazem
neste ciclo que se fecha.
Meu jardim foram quimeras.

Fez-se o tempo de acrisalar
os anseios vãos.
E no silêncio do casulo
acolher a solidão.

Esquecer as desditas
Encontrar a paz perdida
Refazer a poesia
Desabrigar o coração.

Hoje vou rescindir
De asas novas me vestir
Em outros sonhos vou pousar
Quando a minha primavera
retornar...

Rita Eduardo

Inserida por ritaceduardo

CICLOS

Não é nada fácil, todos os meses, sangrar por dias seguidos, sentido as dores de um parto e não parir ninguém.
Porque em um trabalho de parto, a recompensa da dor é um filho em nossos braços, o que faz tudo valer a pena.
Não é nada fácil, acordar com vontade de chorar sem saber porque, ler uma mensagem besta no watts e ficar o dia inteiro grilada, achando que era um "recado" quando na verdade era somente uma brincadeira, que aliás foi você quem começou.
Não é nada fácil se olhar no espelho e se deparar com uma retenção de líquidos que te faz sentir a mulher mais pesada do mundo, mais feia e mais chata, e ter de fato uma razão que justifique tanto choro.
Não é nada fácil não poder dormir de bruços porque os seios doem tanto que parece que foram arrancados no cru.
Não é nada fácil ouvir alguns nos chamarem de "fresca", ouvir que TPM É "PANTINHO" e que ninguém tem obrigação de aguentar.
Não é nada fácil....
Começar um texto e não saber terminar, porque a vontade que estou é de chorar!!!!

Inserida por RitaCoruripe

COISAS DA VIDA

Uma velha escada de ferro.
Prédios caindo aos pedaços, abrigam pessoas abandonadas ao próprio destino.
Em meio a este caos urbano,
com seu azul imponente, o mar, ao longe, testemunha a desordem e as contradições daquele lugar.
O ar fresco e agradável de uma tarde no fim do outono,
a paz e a discrição tão cúmplice de quem busca a solidão,
torna o ambiente propício para momentos de confissões sofridas, entregas inesperadas e lágrimas que aliviam a alma.
Duas pessoas praticamente desconhecidas, compartilham uma cumplicidade, vinda não se sabe de onde.
Há um entendimento entre as retinas que dispensa explicações.
Os olhos buscam-se a todo instante, ao mesmo tempo que repelem-se, tentando não sucumbir ao desejo de um contato físico acolhedor.
A relação entre eles, é de quem busca um refúgio emocional, um lugar para se esconder da rotina diária que consome tempo e saúde.
Buscam entre sí um pouso, querem descansar a cabeça da ciranda da vida, que por vezes tira todas coisas do eixo, com o único objetivo de colocar tudo no seu devido lugar.

Inserida por RitaCoruripe

A SERTANEJA

A mulher sentada no chão de terra batida, tem em seus braços magros uma pequena criança inerte.
Ao seu lado, apertando um dos seios murchos e ressecados de sua mãe, um menino espera por um leite que não virá.
O sol escaldante turva a visão e confunde o raciocínio.
A sertaneja observa o horizonte desolada, não sabe o que fazer, e ainda que soubesse, não teria forças para executar.
As moscas rondam insistentes, e na porta da casa de taipa, urubus espreitam um possível jantar.
A morte ronda silenciosa.
O olhar da mãe volta-se para o pequeno ser em seus braços.
ESTÁ MORTO!
Não suportou a dureza da seca, mais um que a fome levou.

Inserida por RitaCoruripe

Invasão

É só dar vasão ao pensamento
que o meu disfarce se revela
Onde o "está tudo bem",
que ensaiei tantas vezes
me sorri de lado
Admitindo que voce ainda mora aqui dentro.
Em quase tudo que faço.

Nas palavras que compõe os versos
Nas canções que embriagam o pranto.
Nas visões de tantos sonhos.

É só cair a noite que a saudade incita.
Dando margem a vontade explícita
de te buscar em qualquer presença
e me faça sentir viva.

Inserida por ritaceduardo

Permissão

Deixe-me trazer-te nas visões sublimadas do meu dia
e inspirar por ti as levezas desta vida.

Deixe-me abraçar-te neste encontro
e saber que sigo te amando
tua alegria é a certeza da minha.

Deixe-me querer-te assim distante
sem de ti perder-me um só instante
trazendo-te em meu coração errante
um sopro de vida pulsante.

Deixe-me perder-me neste sonho
navegar nas rimas dos versos que componho
ancorar a paz que em mim disponho
afogar-me neste mar tristonho
...é tudo que te proponho.

Rita Eduardo





Inserida por ritaceduardo

Presente(mente)

Ainda assim me possuis
Não vês?
Na claridade que acende o dia
Minha luz te guia.

Na torpidez do pensamento
Quase anestesia.

A música que toca
Embala a alma
E valso nas memórias
Encharcadas
Tocando meu céu
E te trago pleno...

Não vês
O quanto és meu?

Rita Eduardo

Inserida por ritaceduardo

Conexão

Abraço-te,
nas palavras que intrinsecamente professo ,
em forma de oração.

Beijo-te,
na brisa acariciante que desprende o aroma
da flor plantada no coração.

Sinto-te,
na magnitude de cada dia
quando tudo vibra em perfeita profusão.

Encontro-te,
na infinitude do tempo
onde tudo se conecta na celeste comunhão.

Inserida por ritaceduardo

Nubla

Hoje o sol não apareceu
Solidário as minhas cortinas embutidas.
Escondendo as lembranças que não estavam prontas para abandonar a casa do sentimento.
O lugar onde a alegria se mantinha.
Me sinto uma sombra distorcida.
Chuva íntima que não deságua.
Flor ressequida
que se despetala
dia a dia
Despertada pelas noites mal dormidas
Por já compor a sina
mais um dia
sem sol
sem cor
sem nada
sem mim.

Inserida por ritaceduardo

Encoberta

Por trás da cortina
pulsando a vida
que convida a despertar.

Pelos vãos dos pensamentos
revolvendo as memórias
que não querem dispersar.

Pudera que por um lampejo
O meu caminho regressar.

Como acordar do pesadelo
Encontrar tudo no lugar.

Mas quando se rompe um elo
Não se pode duvidar

Que a vida com esmero
te livrando o amargar.

É esperar o concilioso tempo
Te fazer acreditar

Que a vida a ti confere
glorioso
(Re)começar...

Inserida por ritaceduardo

Desâmbito

Emoções encaixotadas
No fundo da sala
Solidão e desencanto.

Uma lágrima empoçada
Pedindo retirada
das lembranças que não cabem mais.

Um destino incerto.
Onde estará o meu afeto?
Apenas entrego
A vontade de ficar.

Ainda não me vejo
em outros re-cantos,
as canções não mais encantam.
Sem referência
sou face sem reflexo.
Desabitando os dias sem nexo
Na esperança de me reencontrar.

Inserida por ritaceduardo

Lume

Despertas o lume deste amanhecer radiante,
no recanto do templo íntimo,
a vontade de viver.

Onde me busco e só a ti encontro,
te concedo moradia,
e te entrego a minha paz...

Entrelaçando nas horas
corridas,
o enlace das nossas vidas,
fazendo de ti a mais sublime poesia,
irradiando todo o Ser.

Inserida por ritaceduardo

Tempo da flor

Lancei-me ao chão
No bréu da terra acolhida
Na espera do tempo
Minha casca ser rompida.

A fresta de luz me guia
Minha sina percorrida
Já me sinto flor
Exalando nova vida.

Tempo da flor não é amor
Mas ensina o que é amar
Na brevidadade do seu tempo
A essência permanece...
inalterada,
renascida

Sobre(vivida) !

Inserida por ritaceduardo