Textos de Rita Lee
É interessante observar os movimentos de nossas mudanças interiores. Nem sempre sabemos identificar o nascimento da inadequação que gera todo o processo. O fato é que um dia a gente acorda e percebe que a roupa não nos serve mais. Como se no curto espaço do descanso de uma noite a alma sofresse dilatação, deixando de caber no espaço antigo onde antes tão bem se acomodava. É inevitável. Mais cedo ou mais tarde, os sonhos da juventude perdem o viço. O que antes nos causava gozo, aos poucos, bem aos poucos, deixa de causar.
Eu nunca fui uma moça bem-comportada. Afinal, nunca tive vocação pra alegria tímida, pra paixão sem beijos quentes ou pro amor mal resolvido sem soluços. Eu quero da vida o que ela tem de cru e de bonito. Não estou aqui pra que gostem de mim. Estou aqui pra aprender a gostar de cada detalhe que tenho. E pra seduzir somente o que me acrescenta. Sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que as vezes me cansa. Por isso, não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa. Venha a mim com corpo, alma, voracidade e falta de ar!
Nota: Versão adaptada de trecho de texto de Marla de Queiroz. Por vezes atribuído, de forma errônea, a Caio Fernando Abreu ou Clarice Lispector.
...MaisAcordei completamente amanhecida. E tinha um brilhinho de sol em cada gotinha da chuva fina na manhã de hoje. Alguma coisa me diz que coisas grandiosas estão por vir. Por isso abro meu coração pra alegria, pra vida e pro sol que acaricia e não machuca. E é nesse estado de gratidão e contentamento que qualquer pensamento negativo que eventualmente surja, morrerá de inanição.
Só no plano do indivíduo autoconsciente é que o conhecimento pode adquirir validade: só na consciência individual vivente se realiza a prova apodíctica, só o indivíduo tem acesso efetivo às verdades universais, enquanto a coletividade deve se contentar com fórmulas mais ou menos convencionais — ou consensuais — de uma verdade meramente potencial.
O amor é paciente, o amor é prestativo, não é invejoso, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais se passará. Quantos às profecias, desaparecerão. Quanto às línguas, cessarão. Quanto à ciência, também desaparecerá. Pois o nosso conhecimento é limitado, e limitada é a nossa profecia.
Nota: Trecho de 1 Coríntios 13:1-13.
O que falta muitas vezes para a gente poder resolver os nossos problemas é a simplicidade em enxergá-los. Retirar os excessos. Não permitir que os nossos excessos venham obscurecer a nossa visão, ou até mesmo nos impedir de encaminhar uma solução para aquilo que nos faz sofrer. Isso é ter fé. É a gente acreditar que Deus está do nosso lado no momento da nossa luta, no momento da nossa dor. E que, portanto, a gente tem o direito de ser simples. Quem traz no coração a certeza de que Deus é por ele tem mais facilidade de adentrar nesse território da simplicidade. Porque não se sente sozinho sendo simples.
Quanto mais nos aproximamos de um princípio universal, mais vão ficando para trás e cada vez mais longe as realidades concretas cuja explicação buscávamos. E, ao voltarmos do topo, às vezes parecemos ter perdido de vista o propósito da viagem. O momento do reencontro passa, e nada nos resta nas mãos senão o enunciado abstrato e sem vida de um princípio lógico, que é a recordação melancólica de uma universalidade perdida. É preciso, portanto, descer novamente do princípio às suas manifestações particulares, e depois subir de novo, e assim por diante. De modo que a alternância sim-não, verdade-erro, que constitui para nós o início da investigação, é finalmente substituída pela alternância alto-baixo, universal-particular. Passamos, assim, da oscilação horizontal para a vertical. E é justamente o despertar da capacidade de realizar em modo constante esta subida e descida, que constitui o objetivo de toda educação tradicional.
As amoras
O meu país sabe às amoras bravas
no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.
Telha de vidro
Quando a moça da cidade chegou
veio morar na fazenda,
na casa velha...
Tão velha!
Quem fez aquela casa foi o bisavô...
Deram-lhe para dormir a camarinha,
uma alcova sem luzes, tão escura!
mergulhada na tristura
de sua treva e de sua única portinha...
A moça não disse nada,
mas mandou buscar na cidade
uma telha de vidro...
Queria que ficasse iluminada
sua camarinha sem claridade...
Agora,
o quarto onde ela mora
é o quarto mais alegre da fazenda,
tão claro que, ao meio dia, aparece uma
renda de arabesco de sol nos ladrilhos
vermelhos,
que - coitados - tão velhos
só hoje é que conhecem a luz doa dia...
A luz branca e fria
também se mete às vezes pelo clarão
da telha milagrosa...
Ou alguma estrela audaciosa
careteia
no espelho onde a moça se penteia.
Que linda camarinha! Era tão feia!
- Você me disse um dia
que sua vida era toda escuridão
cinzenta,
fria,
sem um luar, sem um clarão...
Por que você na experimenta?
A moça foi tão vem sucedida...
Ponha uma telha de vidro em sua vida!
Mors Amor
Esse negro corcel, cujas passadas
Escuto em sonhos, quando a sombra desce,
E, passando a galope, me aparece
Da noite nas fantásticas estradas,
Donde vem ele? Que regiões sagradas
E terríveis cruzou, que assim parece
Tenebroso e sublime, e lhe estremece
Não sei que horror nas crinas agitadas?
Um cavaleiro de expressão potente,
Formidável, mas plácido, no porte,
Vestido de armadura reluzente,
Cavalga a fera estranha sem temor:
E o corcel negro diz: "Eu sou a morte!"
Responde o cavaleiro: "Eu sou o Amor!"
Contemplação
Sonho de olhos abertos, caminhando
Não entre as formas já e as aparências,
Mas vendo a face imóvel das essências,
Entre ideias e espíritos pairando...
Que é o Mundo ante mim? fumo ondeando,
Visões sem ser, fragmentos de existências...
Uma névoa de enganos e impotências
Sobre vácuo insondável rastejando...
E dentre a névoa e a sombra universais
Só me chega um murmúrio, feito de ais...
É a queixa, o profundíssimo gemido
Das coisas, que procuram cegamente
Na sua noite e dolorosamente
Outra luz, outro fim só pressentindo...
Sonho Oriental
Sonho-me ás vezes rei, n'alguma ilha,
Muito longe, nos mares do Oriente,
Onde a noite é balsamica e fulgente
E a lua cheia sobre as aguas brilha...
O aroma da magnolia e da baunilha
Paira no ar diaphano e dormente...
Lambe a orla dos bosques, vagamente,
O mar com finas ondas de escumilha...
E emquanto eu na varanda de marfim
Me encosto, absorto n'um scismar sem fim,
Tu, meu amor, divagas ao luar,
Do profundo jardim pelas clareiras,
Ou descanças debaixo das palmeiras,
Tendo aos pés um leão familiar.
A Máquina do Mundo
E como eu palmilhasse vagamente
uma estrada de Minas, pedregosa,
e no fecho da tarde um sino rouco
se misturasse ao som de meus sapatos
que era pausado e seco; e aves pairassem
no céu de chumbo, e suas formas pretas
lentamente se fossem diluindo
na escuridão maior, vinda dos montes
e de meu próprio ser desenganado,
a máquina do mundo se entreabriu
para quem de a romper já se esquivava
e só de o ter pensado se carpia.
Abriu-se majestosa e circunspecta,
sem emitir um som que fosse impuro
nem um clarão maior que o tolerável
pelas pupilas gastas na inspeção
contínua e dolorosa do deserto,
e pela mente exausta de mentar
toda uma realidade que transcende
a própria imagem sua debuxada
no rosto do mistério, nos abismos.
Abriu-se em calma pura, e convidando
quantos sentidos e intuições restavam
a quem de os ter usado os já perdera
e nem desejaria recobrá-los,
se em vão e para sempre repetimos
os mesmos sem roteiro tristes périplos,
convidando-os a todos, em coorte,
a se aplicarem sobre o pasto inédito
da natureza mítica das coisas.
(Trecho de A Máquina do Mundo).
Nem sempre o amor ganha. Às vezes você terá que abrir mão dele pra continuar. Às vezes é o outro quem irá embora. Não por egoísmo ou intuição, mas por força. É preciso força para abandonar coisas, roupas que não servem mais, pessoas que a gente ama muito. É com muita força também que você segue em frente. E encontra outros motivos para viver. Porque força e coragem dependem de você.
Meu Jardim
Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores
Refazendo minhas forças, minhas fontes, meus favores
Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores
Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho
Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho
Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho
Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim
PERDOE-ME
E você pode me perdoar novamente
Eu não sei o que disse
Eu não queria te machucar
As palavras saem da minha boca
É como sentisse que vou morrer
Dói tanto te machucar
Então você olha pra mim
E não já não consegue dizer nada
Está silenciosamente quebrado
Como queria poder agora
Matar aquelas palavras por você
E cada vez que digo algo que te machuca eu choro
Eu não quero te perder
Mas de alguma maneira sei que não me deixará
Porque você foi feito pra mim
De alguma maneira farei você ver
O quanto me faz feliz (amor)
Como posso viver esta vida
Sem você ao meu lado
Preciso de você pra sobreviver
Então fique comigo...
Quando olho em teus olhos me vejo gritando por dentro
Me desculpe...
E você pode me perdoar novamente
Você é meu único e verdadeiro amigo
Eu não queria te machucar...
Não espere a aprovação dos outros para ser feliz.
As pessoas são falhas, mas não admitem as próprias falhas,
e são especialistas em ver a dos outros, então, quase todas as vezes, o que falam,
não passa de uma opinião própria que se limita
o que a pessoa acha que sabe, e isso não acrescenta em nada na sua vida.
Viva e seja aquilo que dê paz e tranquilidade ao seu coração
e sua consciência e principalmente, que te dê paz com DEUS!
-Lia Lee
Iluminado
Vi o meu sentido confundido, iluminado
Vi o sol enluarar, quando viu você
Vi a tarde inteira, a Sexta-feira, o feriado
Esperando o amor chegar e trazer você
Você chegou querendo
Tudo que o tempo não te deu
E que levou de você;
Sem saber que você já sou eu
Agora não entendo
O meu relógio o amor tirou
Mas sei que o meu coração
Tá batendo mais forte
Porque você chegou
Amanhã será muito melhor.
E se você está feliz por ser feliz amanhã, então eu também estarei feliz por você.
Quero dizer, é claro que você sabe que estou sempre feliz em vê-lo, mas se você também está feliz em me ver, também estou feliz.
Amanhã eu espero que você aproveite, mesmo que seja cansativo ou se você tiver um dia difícil amanhã, eu só espero que você encontre uma pequena coisa boa amanhã, pelo menos.
Se você não conseguir encontrar isso, eu o ajudarei, mas desejo tudo de bom para amanhã e os dias que virão.
Traga-me Para a Vida
Como pode olhar dentro dos meus olhos como portas abertas?
Guiando você até o meu interior
Onde me tornei tão insensível?
Sem uma alma, meu espírito está dormindo em algum lugar frio
Até você encontrá-lo ali e guiá-lo de volta pra casa
(Acorde-me)
Acorde-me por dentro
(Eu não consigo acordar)
Acorde-me por dentro
(Salve-me)
Chame o meu nome e salve-me da escuridão
(Acorde-me)
Faça o meu sangue correr
(Eu não consigo acordar)
Antes que eu me desfaça
(Salve-me)
Salve-me do nada que eu me tornei
Agora que eu sei o que me falta
Você não pode simplesmente me deixar
Dê-me fôlego e me faça real
Traga-me para a vida
(Acorde-me)
Acorde-me por dentro
(Eu não consigo acordar)
Acorde-me por dentro
(Salve-me)
Chame o meu nome e salve-me da escuridão
(Acorde-me)
Faça o meu sangue correr
(Eu não consigo acordar)
Antes que eu me desfaça
(Salve-me)
Salve-me do nada que eu me tornei
Traga-me para a vida
Eu tenho vivido uma mentira
Não há nada por dentro
Traga-me para a vida
Congelada por dentro sem o seu toque
Sem o seu amor, querido
Só você é a vida entre os mortos
Todo esse tempo
Não posso acreditar que não pude ver
Mantida na escuridão, mas você estava lá na minha frente
Eu estive dormindo por mil anos, ao que parece
Tenho que abrir meus olhos para tudo
Sem um pensamento, sem uma voz, sem uma alma
Não me deixe morrer aqui
Deve haver algo mais
Traga-me para a vida
(Acorde-me)
Acorde-me por dentro
(Eu não consigo acordar)
Acorde-me por dentro
(Salve-me)
Chame o meu nome e salve-me da escuridão
(Acorde-me)
Faça o meu sangue correr
(Eu não consigo acordar)
Antes que eu me desfaça
(Salve-me)
Salve-me do nada que eu me tornei
Traga-me para a vida
Eu tenho vivido uma mentira
Não há nada por dentro
Traga-me para a vida
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