Textos de Raio X
Feliz dia das crianças!
Não é por saudosismo mas a citação de Clarice Lispector hoje me foi reavivada: “queria voltar a ser criança porque os joelhos ralados curam bem mais rápido que os corações partidos.”
Eita vontade que tenho de voltar à infância e reencontrar nos pequenos a bondade, a sinceridade, a lealdade, a cumplicidade e o desprendimento das coisas que não são importantes comparado ao relacionamento que possuem.
Vendo Maria luiza brincar com seus primos e amigos me encanto com este relacionamento de trocas de sinceridade (ainda que não afetuosas), farpas, explosões e impulsos de harmonia (ou não). Mas passam uns minutos, pedem desculpas, voltam a brincar e esquecem o que passou.
Admiro estes pequeninos de grandes corações. Eles cuidam um do outro e desde cedo veem que na vida as adversidades e divergências acontecerão, mas acima de tudo há o sentimento de carinho e de amizade e isso sim deve superar as diferenças.
Não foi à toa que no evangelho de Mateus há a descrição dos bem aventurados - nos quais se incluem os pequeninos - e Jesus os chama “vinde a mim...”
São esses pequenos seres que nos ensinam o que é ser feliz, através de Carlos Drummond de Andrade “ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade”.
Nesse dia desejo “feliz dia das crianças” para homens grandes e pequenos e que todos sejamos bem aventurados e, independente de qualquer coisa, sejamos simplesmente felizes.
CONFIANTE
Tenho pavor de todo país
De A a Z, o que escapar é por um triz
Tenho pavor do mundo
E também de todo mundo
Ouço muito fato fementido
Tenho pavor, pavor do desconhecido
Tenho pavor de abrir a janela
Ou de quem passa perto dela
Na rua até se escuta um oi
Entrei na sala e dela sai
Pensamento inquietante, coração acelerado.
Nenhum vizinho para dividir um segredo
Um monstro sem tamanho
Alvoroço estranho
Garatujo poema, conto, haicai...
O pavor até que se esvai
O vírus fez um tufão de revolução
Mas, a solidariedade invadiu nosso coração
Como uma grande explosão
Anjos labutam por mim, por nós. Momento de reflexão!
Aperto o botão: vírus da molesta
Eu tenho pavor de abrir a fresta
Que dá para o agreste da minha inquietação
Enxergo a placa certa indicando a contramão
Constato em Isaías: "Não temas, pois eu sou contigo;
Não te assombres, pois Eu sou o teu Deus.
Eu te fortalecerei, e te ajudarei,
Eu te sustentarei com a destra da minha justiça".
Um vírus incompreensível ao homem
Até compreensível ao cientista homem
As normas adotadas são essenciais
Vamos ficar em casa porque o nosso Deus é mais
"A dialética é uma lógica de base ternária, porque inclui, além da igualdade e da diferença, a semelhança. Mas a estrutura íntima do movimento dialético é sempre a lógica binária.
Só existe uma lógica: a lógica de identidade, ou lógica binária do certo e do errado. 'Lógicas difusas' são apenas técnicas de aplicá-la a questões cada vez mais incertas."
Menina e Moça
Está naquela idade inquieta e duvidosa,
Que não é dia claro e é já o alvorecer;
Entreaberto botão, entrefechada rosa,
Um pouco de menina e um pouco de mulher.
Às vezes recatada, outras estouvadinha,
Casa no mesmo gesto a loucura e o pudor;
Tem coisas de criança e modos de mocinha,
Estuda o catecismo e lê versos de amor.
Outras vezes valsando, e* seio lhe palpita,
De cansaço talvez, talvez de comoção.
Quando a boca vermelha os lábios abre e agita,
Não sei se pede um beijo ou faz uma oração.
Outras vezes beijando a boneca enfeitada,
Olha furtivamente o primo que sorri;
E se corre parece, à brisa enamorada,
Abrir asas de um anjo e tranças de uma huri
Quando a sala atravessa, é raro que não lance
Os olhos para o espelho; e raro que ao deitar
Não leia, um quarto de hora, as folhas de um romance
Em que a dama conjugue o eterno verbo amar.
Tem na alcova em que dorme, e descansa de dia,
A cama da boneca ao pé do toucador;
Quando sonha, repete, em santa companhia,
Os livros do colégio e o nome de um doutor.
Alegra-se em ouvindo os compassos da orquestra;
E quando entra num baile, é já dama do tom;
Compensa-lhe a modista os enfados da mestra;
Tem respeito a Geslin, mas adora a Dazon.
Dos cuidados da vida o mais tristonho e acerbo
Para ela é o estudo, excetuando talvez
A lição de sintaxe em que combina o verbo
To love, mas sorrindo ao professor de inglês.
Quantas vezes, porém, fitando o olhar no espaço,
Parece acompanhar uma etérea visão;
Quantas cruzando ao seio o delicado braço
Comprime as pulsações do inquieto coração!
Ah! se nesse momento alucinado, fores
Cair-lhes aos pés, confiar-lhe uma esperança vã,
Hás de vê-la zombar dos teus tristes amores,
Rir da tua aventura e contá-la à mamã.
É que esta criatura, adorável, divina,
Nem se pode explicar, nem se pode entender:
Procura-se a mulher e encontra-se a menina,
Quer-se ver a menina e encontra-se a mulher!
Sob a poeira do tempo, jaz imóvel tudo que outrora reluzia, imponente. Lembranças esparsas ao vento, epopeias submersas na lama do esquecimento. Quantas batalhas, derrotas e vitórias, espargidas ao vento. Agora, sozinho no obrigatório isolamento social e familiar, meu lamento é por tudo que deixei de fazer. Imperdoável adiamento. A locomotiva ficará imóvel, os vagões permanecerão estacionados, mas os trilhos continuarão por muitas décadas.
(Juares de Marcos Jardim - Santo André / São Paulo - SP)
(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)
MOMENTOS IDEAIS PARA ORAÇÕES, MEDITAÇÃO: Às 06:00hs e às 18:00hs.
Poucos aplaudem o grande espetáculo, a dádiva da vida. A "civilização" nos treinou para sobreviver, recuar, avançar, guerrear, trabalhar em equipe, vencer a qualquer custo, defender espaços, transpor diariamente obstáculos, para podermos prover nossas famílias e auxiliar os amigos queridos. Paradoxalmente, essa entrega total compromete a própria existência. O que fazer? Como "equilibrar" trabalho, família, escola, saúde, religião, convívio social, esportes, entretenimento?
(Juares de Marcos Jardim - Santo André / São Paulo - SP)
(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)
OLHAR MAREJADO
Olhar marejado...
Gotas salgadas...
Que sob as palpebras escorre...
Triste, tristeza...
Que vem e que vai...
Que vive e as vezes morre...
Porque me visitas...
Porque me afliges assim...
O que os olhos vêem...
O Coração sente e não tem fim...
Logo passa...
Fico despreocupado...
Porém fico esperando...
Com o olhar marejado...
E para hoje, vamos abrir a janela e deixar o sol entrar? Deixar que ele aqueça seu coração, sua alma e se deixe envolver por completo neste calor divino. Pingar umas gotas de amor
no tempo, será um santo remédio para um corpo cansado porem cheio de vida. Abra as janelas, abra a mente, abra a alma, abra os braços, abra sorrisos! E abrace o seu melhor e deixe a vida fluir..
" A vitória parece indefinida
diante de tanta luta
suores noturnos, tremores
as mãos esticadas,
apontam para o infinito
indicam que o medo ronda as casas
panelas vazias, silenciosas
outrora fartas
do lado de lá, o arrebol
indicando que a esperança nascerá outra vez
as mãos continuam esticadas
pedindo bençãos, vida
e o que era, jamais voltará
quem sabe um novo tempo, cheio de amor
trazendo uma nova oportunidade
ou apenas mais um amanhecer
para aprendermos no íntimo
o beabá da vida...
MÃE, SAUDADE ETERNA
Construímos entre nós um eterno laço,
que nos envolve como um abraço,
onde sinto o aconchego de um lar.
Mãe, foi você quem me ensinou a amar!
O tempo passa assim tão veloz...
Como é difícil desatar os nós
embaraços do cordão ainda umbilical.
Mãe, único som do meu estilo musical!
Ainda hoje, mãe, escuto a sua voz.
Também me lembro de uma combatente feroz
que sempre defendeu o seu ninho.
Ah, lembro-me também de cada mimo!
Quantas vezes te vi de joelhos
buscando em Deus sábios conselhos
pedindo a Ele por minha vida
para que fosse abençoada e protegida.
Ah, se todas as mães fossem assim!
Tantas coisas não seriam tão ruins.
O mundo seria bem melhor.
Talvez nem existissem guerras, só amor!
Mas o destino é quem governa.
Parte de mim se vai num último suspiro
E depois do último olhar, um alívio...
Mãe, eterno amor e saudade eterna!
SAUDADE
Marly de Souza
A saudade pode até não matar
Mas sufoca,
dói o peito,
faz perder o ar,
faz lacrimejar...
O coração dispara.
As lembranças vêm.
Causam dor também.
Faltam os braços,
os olhares,
os sorrisos,
os conselhos,
o calor do abraço...
Apenas lembranças daquilo que fomos,
daquilo que somos,
do porquê eu sou!
Amor de um pai verdadeiro
a um(a) filho(a)
é incondicional
e incondicional
é o amor verdadeiro
de filho(a) para o pai,
Esse que nunca sai,
que nunca esvai...
Esse que é o meu PAI!
NOSSO AMOR É ETERNO
Leonildo Alves de Sousa
Ainda estamos juntos e fortes
Para nós, o tempo não passou!
Temos tidos paz, muita luz e sorte
Porque é abençoado o nosso amor!
E assim, cada dia que chega...
Renova as nossas esperanças!
E a nossa convivência e peleja
Aumentam as nossas alianças!
Vem a noite e chega o dia...
E nós, nem aí para o tempo!...
Tudo pra nós é só muita alegria
Nosso amor é energia e alento!
Se alguém duvidar do nosso amor
Vai perder o tempo e a incerteza
Nosso amor é sentimento de valor
É poderoso, tem base e grandeza!!!
O nosso tem raiz e contínua corrente!...
Nao se abala nem com tempestades!
É quente e não tem prazo de carência!...
Nosso amor é eterno e mina felicidade!
O nosso amor nunca vai se acabar!...
É belo nesta vida e na outra dimensão
No céu, o nosso amor vai se santificar!
Essa certeza eu trago viva no coração!
Não existe uma maneira certa de amar.
Cada um tem um jeito de amar que nem sempre coincide com o nosso.
Declarações de amor podem esconder mentiras;
Carícias podem esconder malícias.
Não convém usar "parâmetro único de amar" para acreditar ou desacreditar no amor de alguém.
— Mas a pergunta que fiz não foi sobre a vida financeira dele, e sim no sentido de poder aproveitar a vida.
— Não existe isso que você quer saber. Não há “sentido da vida”. Não existe esse negócio de “aproveitar a vida” e ser feliz. Isso tudo é bobagem ou ilusões. Coisas que as crianças querem e acreditam.
Ouvir os sinais da chuva na varanda
Contemplar os raios e relâmpagos no horizonte das montanhas
Sentir o vento sacudir os meus cabelos
Sentir os pingos de chuva na minha pele
Ouvir os pingos de chuva na copa das árvores
O cheiro de água tocando a terra
É barulho de chuva
Ela veio
As folhas caem como no outono
Mas é inverno
Cheiro de terra molhada
Um cacto enorme observa tudo.
alma de cigana
dizem que eres furacão na cama
nunca provou do meu tempero
que gosto de brazil, molho italiano, sabor indígena e africano
quão provocante és habib
aprendi a querer-te
desejo-te em meus braços
teu calor não me deixa dormir
dois verões juntos em meio a terceira guerra mundial.
Doces memórias da infância
Do tobogã no ribeirão
Das pescarias de enguia
Do barreiro transbordando
Do meu irmão com medo dos trovões
Do segundo sol na chuva forte
Dos baldes de água na cabeça
Da minha mãe nadando
Dos ombros tortos
Do escorrego com o carro-de-mão
Da cicatriz
Das feridas não cicatrizadas
Da saudade
Das lágrimas
Da luz em meus óculos.
Bloco de gelo
Olhando para o horizonte alaranjado eu tinha como companhia apenas as ondas do mar, o barulho suave dos pássaros e as verdades do passado recente,
Um trauma vivido, uma dor continua, o respirar quase sem sentido,
Na areia vi a marca dos teus pés lindos, o som ouvido ao fundo me trouxe até três semanas atrás; estava tudo tão perfeito entre nós, éramos dois seres renascendo a cada longa época de tempo,
Ver teus olhos me dizendo o quanto era bom viver cada momento, foi mágico; sentir teu corpo era uma iluminação de sentimentos e sonhos anteriores realizados,
A cada segundo uma conquista no meu coração era comemorada com aplausos e muitos fogos,
Até que...
Não entendermos os porquês das perdas revela nossa fraqueza em espírito,
Sim, me sinto sem roupas, sem alma, acho que nem existo mais, talvez eu seja apenas uma sombra cansada de um corpo em forma de um iceberg,
O ponto que me mantém acordado é olhar com lágrimas para o horizonte imaginando que depois daquela manhã nós iremos novamente nos encontrar.
Na vida você foi tudo,
Hoje eu não sou nada,
No amanhã distante seremos novamente o amor mais puro que esse mundo já viveu.
A deriva
A carne é santa ao mesmo tempo que é dinâmica e age na rebeldia,
Secreta, sagaz, solitária, fugaz, voraz na fulga, no poço è tenaz no despertar,
Sonoros são os desejos, tempestuosos são os significados,
Em terra ou mar o destino alimenta e da asas ao tempo que se perde em sensações e sentimentos,
Do carvalho ao baobá a carne ganha força e reage com vigor juvenil aos nuances e dejavus da vida,
Perdida na sede e na fome, vive intensa na arte de navegar entre corpos, paixões e lembranças.
O que é o que é?
O que é a solidão?
O que é uma paixão?
O que é uma ilusão?
No caminhar sozinho vaguei em meus próprios pensamentos e neles deixei alguns rascunhos em branco.
Dormindo ou acordado a soberana certeza de observar tudo a minha volta como eu estava conduzindo me fez acreditar na minha capacidade de mudar sem mexer nos quadros.
Calor intenso, noites sem dormir direito, sensação de coberta quente no meio da neve, a vida um doce, no desejar um sabor descomunal, tirei a minha coluna de adão e sinto isso em cada abraço, em cada sorriso, em cada saudade até o próximo caminhar juntos.
Um fato clássico do ser humano é a natureza de se perder sem se desprender totalmente ao mesmo tempo que se deixa levar sem carregar uma bússola podendo ficar perdido ou ser deixado para trás em qualquer lugar.
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