Textos de Paixão
A amizade Perdida
Da mesma forma que a vogal "i" está antes do "o", a palavra AM_I_GO precede a palavra AM_O_R;
Coincidências a parte, não apenas na ordem alfabética, mas também de necessidade social: Vivemos sem o "amor" de nossa vida, porém, não suportaríamos viver sem ter ao menos um amigo verdadeiro...
Essa importância também se revela na quantidade, amamos apenas UMA pessoa, enquanto podemos manter uma relação COLETIVA com amigos! e se mesmo assim só tivermos um amigo, ah! esse sempre vai ser mais importante que o nosso amor!
Mas, mesmo com tanta importância percebida, ser amigo é um desafio constante, quase um sacerdócio: Não pode se apaixonar por seu amigo, não pode ter ciúmes de sua amizade, não se deve criar expectativas além daquelas que apenas você pode proporcionar.
Não é fácil ser amigo... Ser o primeiro em ordem de chegada, e nunca na escolha do coração; por mais que seja sempre amado, nunca será o desejado, que faz o coração bater desacelerado, que dilata as pupilas, que desconcerta, que embaraça os cabelos, que rasga a roupa, que desarruma os lençóis...
Normalmente um amigo não se importaria com o segundo lugar, pois no pódio do coração, o primeiro lugar é do amor que escolhemos, e os amigos nunca devem ascender a tal posto, pois é muito arriscado se manter lá, e caso não permaneça, se perde não só o primeiro lugar, mas qualquer posição na vida de quem nunca poderíamos perder como amigo.
Cicatrizes em Verso
Na sombra do quarto, o silêncio gritou,
Teu beijo traía o que o olhar negou.
Mentiras dançavam na ponta da língua,
Enquanto meu peito, em pedaços, se extinguia.
Promessas lançadas ao vento, ao acaso,
Toque que feriu mais que o próprio descaso.
Fui chão partido, fui lágrima fria,
Fui noite sem lua, perdida em agonia.
Mas da dor se ergueu minha voz em sussurro,
Juntei cada caco, fugi do escuro.
Descobri na queda a força esquecida,
A luz escondida no fundo da vida.
Renasci da decepção mais profunda,
Feita de aço, de alma fecunda.
Me refiz sem pressa, com calma e razão,
Deixando o passado virar solidão.
E então, sem aviso, um novo calor,
Um toque sincero, um novo amor.
Sem promessas vazias, só verdade nua,
Um brilho nos olhos que a alma flutua.
Paixão que não fere, mas cura e acolhe,
Que beija as feridas, que afaga e recolhe.
Amor que não prende, mas faz florescer,
Que nasce do recomeço, do saber viver.
E hoje eu caminho, firme e serena,
Com o coração leve, sem mais algema.
Pois sei que a dor me ensinou a lição:
Só ama de verdade quem ama com o coração.
Primavera - ruhtra
As vezes no mundo real
O pensamento em algo banal
Toma manchete do jornal
Meu amor é destaque
Como nas festas de carnaval
Como eu amo meu amor
Estar junto dela me faz ter calor
Com muita cautela e valor
É meu jeito de falar do meu amor
Ela tem olhos da primavera
Como as flores mais belas
Como as nascentes nas serras
Que dessem para o mar
Como para ela vou explicar
Que meu amor nunca vai calar
fico aqui
No momento sem ela
Esperando a primavera
Que ela tem no olhar
E se um dia eu endoidar
E dela eu só decidir falar
E me julgarem de louco
Não se aborreça por pouco
É na loucura que quero ficar
O seu corpo contemplar
Sem nem um medo em olhar
As curvas temíveis de amar
Venha à mim, sinta-me...
Toca- me, traga-me, envolve-me em seus braços.
Sinta o meu sabor, decifra-me, sufoca-me com seus lábios.
O sabor se dissolve em meu paladar.
O gosto, o cheiro o calor revoluteiam na lembrança indissolúvel como um só gole de Blanc de Noirs, como se fosse a exatidão do momento pendura um beijo impetetuoso sem trégua para o fôlego, sua língua sedosa laçada com sabor de Pinor Noir impelindo um corredio não desatável.
Autora- A.Kayra
Somos todos iguais em nossas carcaças representativas repletas de adereços.
Não importa a cor de sua pele, trajes, brasões, nem adornos nada o fara diferente dos demais, somos todos de sangue, carnerevestidade de pele e nada impedirá que nossascarcaças se decompõem. Hoje eu morrerei e amanhã você morrerá
A única diferença é que alguns salvará suas almas e viverão novamente pois estarão nas lembranças indissolúveis se fazendo vivos.
Já outros deixarão suas almas adormecerem juntamente com seus corpos e deixaram de viver como se nunca tivessem nascido.
Autora A.Kayra
Ciência vs Teoria; Cérebro vs Coração; Razão, Emoção...
Por mais que me digam e repitam que o coração é a peça principal do quebra cabeça, (não desvalorizando o seu valor), pois o coração pode continuar batendo, mas se o cérebro pára, nada mais faz sentido. Ele que controla toda sua estrutura, psíquica, física e emocional. A mente continua sendo a causadora de todo o caos. Pois quando você não está em equilíbrio, as coisas saem de órbita. É inevitável você sair intacto de um relacionamento, você pode até continuar amando alguém, mas você decide o que transmitir para o cérebro, se vai sofrer ou não, por muito ou pouco tempo. Cabe a você, colocar tudo em ordem, e definir prioridades, ocupar espaços vazios. Eu não deixei de acreditar no amor, sei que ele ainda está em mim, apenas mudei de foco, seja ele através da fotografia, da arte, da natureza e dos animais.
Não há provas de que a imortalidade humana é uma condição possível. Formas biológicas têm limitações inerentes, que podem ou não ser capazes de serem superadas através da felicidade, responsáveis por esse sentimento são: endorfina, serotonina, dopamina e ocitocina. Esses neurotransmissores funcionam como mensageiros químicos, estimulando e equilibrando os sinais entre neurônios, células nervosas e demais hormônio da felicidade
A hipófise produz endorfina e depois a libera para alcançar todo corpo através do sangue. Esse hormônio é como um bálsamo existencial, um analgésico natural.
Eu passei minha vida até a presente data e hora adiando coisas porque achei que haveria mais tempo... Estamos sempre adiando alguma coisa como se fôssemos imortais, como se fôssemos viver para sempre. Mas não é assim que funciona, a máquina da vida, infelizmente nossas vidas tem prazo de validade.
A vida nada mais é que um espetáculo de corrida contra o tempo.
Poema do Ékstasis
Reflexo de notas frescas na aurora.
Levemente adocicadas, elas dançam.
Uma magnitude de acordes se anuncia.
Envoltos em essência, me transpassam.
Transformam o silêncio em percussão.
Melodias que minha alma vestem.
Notas que inebriam, desnudando verdades.
Revelam-me inteiro, sem disfarces.
Uma viagem íntima acrescenta-se ao viver.
Levando ao ápice, ao estado de Ékstasis.
Onde cada compasso é um respiro.
E a música, a última verdade, me envolve.
Encontro de Almas
Na véspera do encontro, a ansiedade dança,
Por entre os pensamentos, um turbilhão de esperanças.
A noite cai, o momento aproxima-se, tranquilo e denso,
Sob o manto da lua, dois corações em suspense.
Primeiro Olhar, Sintonia Desvendada
Quando seus olhos se cruzam, o tempo para,
Em um universo paralelo, onde apenas eles habitam, claro.
Um olhar que fala línguas desconhecidas, mas entendidas,
Nessa troca silenciosa, mil palavras são ditas.
União e Contraste
Como duas estrelas em colisão, suas energias se fundem,
No toque, a aspereza e a suavidade se complementam.
O desejo há muito contido emergindo tumultuado,
Num beijo que é encontro de mar e rochedo, entrelaçado.
Momento Êxtase
Respirações tornam-se ofegantes, mãos buscam sem pudor,
No calor desse enlace, perdem-se todos os controles.
Entre carícias ousadas e sussurros abafados,
Um estado de loucura momentânea, juntos naufragados.
Assim, em cada toque, olhar e sussurro compartilhado,
Uma história de paixão, intensamente engravidada.
No fim, o silêncio fala pelos dois, plenos e saciados,
O amor dita o ritmo, em suas almas, eternamente entrelaçado.
Um Brinde à Exceção
Num mundo de sabores, escolho o corpo amado,
A singularidade do paladar, meu tesouro mais precioso,
A minha força está na liberdade de sentir sem ter medo,
Enjoo das regras, vivo pela lei dos desejos ansiados.
Corpos entrelaçados numa dança sem fim,
A língua úmida explora, em busca do néctar divino,
Os prazeres da vida, perigosamente belos, chamam por mim,
Aqueles que nunca ousaram, nunca saberão o verdadeiro destino.
Legados de Dor e Papel
Em um mundo paradoxal, é comum pensar que a felicidade plena conduz a uma vida repleta de realização e legados marcantes. No entanto, atravessando as páginas da história, observa-se um fenômeno curioso: pessoas felizes raramente deixam marcas profundas no tecido da história humana. É na tristeza, no isolamento emocional, que muitas almas encontram a força para criar obras de grande importância literária e emocional.
A tristeza, longe de ser apenas uma emoção negativa, atua como catalisador para a criação literária de um poder sem igual. Na solidão de seus quartos, escritores mergulham em profundezas emocionais inexploradas, tecendo com sua dor e melancolia, palavras que são capazes de tocar as almas de seus leitores. É o poder da tristeza que molda legados imortais em palavras, capazes de curar, de confrontar, e de conectar.
Os leitores, por sua vez, encontram um estranho conforto nos escritos impregnados de tristeza. Há uma sede insaciável por linhas que expressam sentimentos profundos, que descrevem a dor e a solidão com tal precisão que se tornam universais. Cada história de desespero, cada poema de saudade, alimenta a alma faminta por sentir, por entender que não está sozinha em seu sofrimento.
O legado deixado pela escrita impregnada de melancolia é indiscutivelmente mais profundo e duradouro do que qualquer recordação de sorrisos efêmeros. Enquanto a felicidade pode inspirar alegria passageira, é a complexidade da dor e da tristeza que escava poços profundos de reflexão e empatia no coração dos leitores. Esses legados emocionais, escritos às vezes com lágrimas, permanecem como faróis para as futuras gerações, ensinando mais sobre a condição humana do que qualquer crônica de felicidade ininterrupta poderia fazer.
Assim, estabelece-se o paradoxo: a realidade de que, embora a busca pela felicidade seja uma constante na vida humana, é frequentemente através da expressão da dor e do isolamento que os indivíduos deixam suas marcas mais profundas no mundo. A contradição entre a felicidade efêmera e a profundidade encontrada na tristeza revela que, de certa forma, são as almas solitárias e tristes que tecem os legados mais duradouros, e não aquelas que transbordam de alegria.
SONETO "à l'amour"
O céu do cerrado pode até desabar
O olhar se desviar para outro lado
O coração no silêncio estar calado
Pouco importa, a quem quer amar
Tudo pode, até pode ser denodado
E trilhar o infinito sem se encontrar
Sorrir pra vida ou até mesmo chorar
Se os dias forem só contigo, estado
Os problemas, ah! Não vão importar
Cada um por vez, na poesia poetado
Na solução, ânimo se tem para buscar
Amor, se me ama, me deixe amado
Pois Deus encontra cada um, seu par
Inundando de amor cada apaixonado
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
MINHA BUSCA
Corro os olhos por almas, na cata dum olhar,
ou talvez apenas aquele sorriso roubado.
Então vou num serelepe agreste caminhar,
pelos abraços, laços, dum algo desejado.
E no afã dum afago, um riso, outro chorar,
aqui, ali, lá, vou tentando ter um agrado.
O vazio que me devora, implora, põe a orar,
vem do coração, que quer amor denodado.
Corro os olhos no fado, vejo o tempo passar,
o peito sofredor, e já com o fim tão cansado.
Sem sequer ter uma estória pra poder poetar,
se acostumou com uma solidão, está calado.
Quer versejar a rima perfeita com o tal amar,
ainda busca, não consegui estar parado...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, 11 de agosto
Cerrado goiano
VITA NUOVA
Deste de outrora prazer me convidas
Se ao mesmo desejo me faz desejos
Nestas tão insensatas vindas e idas
É amor abrasador e de doces beijos
Não me poete das lágrimas perdidas
Não me troves os olhares em cortejos
Há neste amor, o amor de liras ouvidas
E dos pecados cem mil são os pelejos
Amo-te! A distância, apenas uma porta
Entreaberta. Deixe-a assim, eu volto!
Se a nós nada importa, o que importa...
Ainda te amo, o amor, amor que canto
E o tenho na poesia, teu cheiro envolto
VITA NUOVA! Sempre cheia de encanto.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
14 de junho de 2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
SONETO SINGULAR
Não te amo desalinhado como se é o cerrado
tal folhas emurchecidas libertas na sequidão
te amo como o árido clama água, na exaustão
sequiosamente, entre o limite e o estar saciado
O meu amor por ti, está além de ser paixão
dentro de si, é a força do entardecer rubrado
do sertão, se pondo no horizonte enamorado
dando aroma a memória, e fogo na imaginação
Te amo como o vento pelo torto galhado
livre assovia nas forquilhas uma canção
te amo por te amar, pois é de meu agrado
Se não fosse assim, não teria outra forma não
pois, pra te faço este sulcado soneto versado
tão para ti, se tocá-lo, sentirás a vazão da emoção
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Junho de 2016
Cerrado goiano
Tudo
Tudo,
são metamorfose,
e também sanhudo.
Se é grão, se é chão,
criador e criado,
do todo, expressão,
desamor e amado...
Porém, se é do coração,
o afeto é apropriado,
e a poesia eterna canção...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro, 26 de 2016
Cerrado goiano
Alforria
Seria bom, eu queria
Ter uma afeição tua
Uma palavra à revelia
Nada ouço ou vejo na rua
Noturnal, duma noite vazia
Só a lua solitária, fria e nua
me fazendo companhia...
Mas a saudade é sua
ou é minha?
Não importa a quem valeria
se a vida é torta
e reta é a sabedoria
do tempo. Se viva ou morta
a prosa da poesia.
O que voga é o que o amor reporta
aí sim, a paixão tem harmonia
e a permissão, na solidão, exporta...
Alforria!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Dezembro, 2016
Cerrado goiano
SONETO QUE TE DOU
Escute este soneto que te dou, cerrado
o fiz sob o céu com o olhar envolvido
o coração aturdido no pasmo prendido
versos os farei, pra ti, chão articulado
Se são poucos para lhe ser servido
hei de fazê-los pra te ser anunciado
poema dum sublime a ser mediado
de suas variações que aqui alarido
São sons repletos do vário, moldado
nos cascalhados e no vento corrido
entre arbusto de esgalho aveludado
Versos meus, os faço seus, provido
de admiração, dum sertão alumiado
onde o diverso no cotidiano é vivido
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
Canção
Não te cies do fado, nem do meu olhar
que o vento nos puxa pela alma sedenta
que as estrelas no céu se põem a poetar...
E nosso desejo se faz eternidade juventa.
Apressa-te, amor, que o tempo é de amar
que amanhã não importa, te quero agora!
Não demora tão longe, não me deixe estar
sozinho, num nácar de silêncio, janela a fora
o pensamento, se fores sonho, quero sonhar!
Seja já! Mesmo que a estória fale de outrora
o coração traça rotas que nunca pude tatear.
Apressa-te, amor, dispa está solidão, és abrigo
pegue na mão, me abrace, e assim vamos estar.
Se não te disse, com os meus versos te digo:
Como foi bom poder te encontrar!… e ficar!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
05/04/2019
São Paulo
(um mês)
SONETO AMORÁVEL
Eu disse a mim mesmo que viveria sem você
Ledo engano, o meu coração não me obedece
Não sou forte o bastante, como se quisesse
Ser. Repito a cada instante, mereço? Por quê?
Às vezes o tempo fica sem o dia, ali vazio
E a obscuridão da noite me traz a solidão
Nada digo, nada tenho, eterna imensidão
Sem você, o querer escorre pelo beiral frio
Não sei mais ser forte, no horizonte a alma
E eu aqui perdido num labirinto de trauma
Quanto mais tento sair, mais a desarmonia
Eu menti para mim mesmo, até machucar
Que eu saberia poetar sem poder te amar
Aqui eu, ainda, lhe poetando amor na poesia...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09 de novembro de 2019 – Cerrado goiano
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Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol
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