Textos de Morte de Filho

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⁠Pandemia

E eu continuo batendo na tecla de que o bom seria escrever só sobre o belo, o que nos alegra e conforta o coração, falar de coisas leves... das borboletas... das flores... de sons e sabores maravilhosos mas...
Os dias estão aí para mostrar que há o outro lado...
dias maus...
o mundo parece estar estilhaçado - já escrevi isso outro dia... parece que faz tanto tempo.... mas foi mais ou menos anteontem.
e quando escrevi pensei: o fim dos dias maus está logo aí...
e esse logo aí que não chega.
notícias de morte não param de chegar... Covid... mortes de causas naturais... acidentes... e, ainda, há aqueles que tiram vidas... como está comum isso. Não quero me acostumar a abrir o Whats de manhã e achar normal que mais alguém... ou mais alguéns se foram...
mas quem sou eu?
nesse Universo enorme... sou um pontinho tão pequenininho, só não sou invisível porque sou visível... mas me sinto invisível... e jogada de lá pra cá ao sabor das ondas... faz tempo que não sinto meus pés pisando o chão com segurança.
tanta coisa empacada. Até planos que eram tão comuns fazermos, hoje parece que não há lógica em fazê-los. Nossas vidas, nossas decisões, nossos futuros - nada está sob nosso controle.
na verdade sei que é meio ilusão achar que minha vida pode estar totalmente em minhas mãos... que quem tem bem forte preso nas mãos o timão sou eu... não é bem assim, né?
mas eu tinha a ilusão e isso já me ajudava bastante... ter ilusão... era um sentimento que me ajudava bastante... acho que isso é uma grande ilusão... também.
e fim... por hoje.
Cuide-se... use máscara... evite aglomerações... lave muito bem as mãos... e vamos que vamos ❤

Inserida por RosangelaCalza

⁠Oh! Minh'alma

Oh! Minh’alma… calma
Não te sintas cega
Não te furtes à tua sina.
Seja sempre aquela menina.
Sei... sedes tens...
Sede de luz!
Sedenta és da fragrante luz do amanhecer...
Da luz mestiça do anoitecer...
Da luz morta da noite a mais e mais escura se fazer.
Descalça-te do medo – inimigo perigoso.
Misture as cores do destino.
Ouve a voz da lucidez.
Tu mais forte do que a morte já te fizeste... mais de uma vez.

Inserida por RosangelaCalza

⁠Sentimento negativo

Ódio... sentimento de rancor violento.
Ódio mortal... imortal dentro de mim.

Dizem os cientistas que amor e ódio nascem no mesmo lugar.

Sabe o que Balzac escreveu? "O ódio, tal como o amor, alimenta-se com as menores coisas, tudo lhe cai bem.Assim como a pessoa amada não pode fazer nenhum mal, a pessoa odiada não pode fazer nenhum bem."

E eu acho que ele tem toda a razão.... odeie e você perceberá que o alvo do seu ódio é incapaz do bem... ele só faz mal e faz mal... o mal que faz...

Mas para que serve o ódio? O amor todo mundo sabe: 'o amor move o mundo'... a gente pode morrer de amor.... e continuar vivendo.

Mas, e o ódio? Se você morre de ódio, você continua vivendo? Ah! não vive.

Cristalize o ódio dentro de você e veja o que acontece.....você esmorece, enfraquece... e morre. O ódio não cria nada... só mata... devagar, lentamente, sutilmente, docemente até.... mas mata.

Já li que quando nosso ódio está vivo demais nos colocamos abaixo dos seres odiados.... e também que o ódio só pode existir na ausência de inteligência. Quer saber o que eu acho? Depende. A chama do ódio dentro de você pode expulsar pra bem longe o objeto odiado... então você não fica abaixo dele - só fica longe; e às vezes acho que certos ódios só podem ser sentidos por pessoas extremamente inteligentes - que sabem exatamente até que ponto podem odiar... e param exatamente nesse ponto.

Também acho que talvez o ódio tenha alguma utilidade... talvez ele pudesse me ajudar a decidir quem confrontar ou desprezar.

E concordo com o que diz esta frase: "Se não estás disposto a matar aquele a quem pretendes odiar, não digas que o odeias; estás a prostituir tal palavra." (Henri Montherlant)

Se eu odeio alguém? Não, claro que não.... eu jamais desceria tão baixo.

Sim, claro que sim... ou você acha que eu tenho sangue de barata?

Inserida por RosangelaCalza

⁠Voltarei...

Esboço, palidamente embora,
meu olhar sobre o dia de amanhã.
Medos, receios... temores
Segredos jamais revelados.
Guerra
Falta de paz pra todo lado.
Vamos embora?
Chega de extermínios.
Estou cansada de destroços.
Quero que pare toda e qualquer destruição
É na significação integral da palavra
um crime.
Em condições subumanas segue a humanidade...
Em total falta de empatia
em extinção estaremos um dia.
Quando meu corpo virar pó,
depois do adeus e despedidas
estou tão certa que voltarei...
Do reino dos mortos regressarei – com uma única intenção:
desatar os nós... colocar as coisas no lugar.
Fazer deste mundo um bom lugar pra morar.

Inserida por RosangelaCalza

⁠O dia em que morri...

Não que morri um pouquinho mais (porque todo dia a gente morre um pouquinho), mas que morri definitivamente....

Você acha estranho eu escrever sobre o dia em que morri... se já estou morta? Não, não ache estranho... pra mim, a coisa mais natural do mundo é escrever sobre esse dia... e se você é um bom leitor vai lembrar de Memórias Póstumas, de Brás Cubas, o defunto mortinho da Silva contou sua história... e, se ele contou toda a sua história, posso contar pelo menos o que aconteceu em um dia de minha morte: o dia em que morri.

Sabe o que foi mais difícil pra mim nesse dia? Abandonar meu projeto de vida. Cara, vou te contar... foi uma dificuldade imensa... porque eu tinha tantos projetos, mas tantos projetos pro meu futuro, que nunca me fixei no meu presente... eu vivi um presente sempre ausente... porque o que eu queria mesmo ainda estava por vir. E me desapegar de algo tão valioso - pra mim - foi supermegahiperdifícil.

No dia em que eu morri... o problema maior não foi a minha morte... foi sim a morte de tudo o que eu havia planejado, sonhado, projetado. E o meu pobre coração bateu forte dentro de mim... completamente desolado, descontrolado... quando se deu conta de que era realmente o fim... de que não haveria mais esperança de bater feliz por mim.

Porque eu morrer... isso era coisa certa, não foi nenhuma surpresa - dado que todo ser que respira um dia deixa de respirar... não é bem assim?

Mas ver morrerem junto comigo meus sonhos, meus 'farei isso, e farei isso, e farei isso... amanhã, e amanhã, e amanhã'... meu, vou te contar, doeu... doeu por demais da conta ver a morte de tantos amanhãs que não chegariam jamais.

Morri... morri e tirei uma grande lição: ninguém garante a existência do amanhã, ninguém.

Ainda bem que acordei - foi um sonho, viu... isso do dia em que morri...
Alguns diriam: um pesadelo isso sim.... mas eu digo: um sonho sim... a melhor lição da vida nele aprendi.

Sei que o post é sobre a morte... mas só encontrei figuras macabras sobre a morte... então)

Inserida por RosangelaCalza

⁠Você quer parar de sofrer?

Então venha pra Jesus.

Aiaiai... você acredita em tudo o que lê? Em tudo o que falam pra você?

Cuidado, amiguinho, esse não é o caminho. Pura propaganda enganosa, maldosa até.

O sofrimento nesta vida é inevitável. Pessimista eu? Naum mexmo... realista...

Nasceu!? Sofrimento à vista. Sim, sim...não tem jeito, é assim que acontece neste mundo com tanto defeito.

Então, insatisfeito? Venha pra Jesus de qualquer jeito (ou melhor, deixe-se encontrar por Jesus)... Ele, somente Ele pode ajeitar seu caminho bem direitinho, mas não espere que saiam dele todos os espinhos... saem, não... 'estreito é o caminho'... bem estreitinho e você vai sair dele bem arranhadinho.

Tá, mas então, o que ganho entregando a Jesus minha vida, minh'alma, meu coração?

Você ganha vida... vida eterna sem dor, sem sofrimento... total consolação... na eternidade.... é bem verdade ;)

Você é capaz de esperar?

Ou você prefere morte e destruição?

Batata quente na sua mão...

Inserida por RosangelaCalza

⁠Um barquinho de esperança...
num mar de incertezas...
a vida ao sabor das ondas...
pra lá... pra cá... pra lá... pra cá...

Dia e noite, noite e dia...
tenta preencher sua vida de alegrias vazia...
pra lá... pra cá... pra lá... pra cá...
monotonia, monotonia, monotonia...
a única certeza: a morte

Encontrar Jesus seria sua maior sorte...
pra lá... pra cá... pra lá... pra cá... pra lá...
se não encontrar... vai lhe tragar a morte.

E fim.

Inserida por RosangelaCalza

⁠Superar você é morrer um pouco em vida a cada dia, devagar, como quem se afoga e ninguém estende a mão.
É gritar no vazio, rasgar a garganta, mas só ouvir o próprio eco sufocado.
É acordar todos os dias com o peso de uma ausência que esmaga o meu peito, queima a minha alma e arranca qualquer vontade de continuar.
E é cruel saber que, por mais que doa, ninguém pode dividir essa dor comigo — ela é só minha, íntima, insuportável.

Inserida por evlin_garmatz

A dor de estar morrendo por dentro

Por fora, um sorriso disfarçado,
Por dentro, um grito abafado,
A alma em pedaços, sem chão,
Ninguém ouve o eco da escuridão.

Caminha sozinho, sem direção,
Nas sombras, se perde a razão,
O peito, uma tempestade sem fim,
O peso da vida, um fardo ruim.

Olhares que não veem a dor,
Palavras que não tocam o amor,
O silêncio, um abrigo fatal,
A dor de estar morrendo, é surreal.

Se ao menos uma mão se estendesse,
Se ao menos alguém percebesse,
Que viver é um ato de fé,
E que o amor pode ser a única saída de pé.

Mas a dor de estar morrendo por dentro,
É um abismo profundo, um tormento,
Que se esconde atrás de olhos cansados,
E deixa corações quebrados.

Que nunca falte empatia e cuidado,
Para quem está perdido e calado,
Pois às vezes, o maior grito é o silêncio,
E o socorro vem do amor intenso.

Inserida por RosahyarahAlves

⁠Sim, transformaram-nos em coisas:
Em quantos carros temos na garagem ,
No patrimônio material que juntamos ao longo da vida ,
No volume de nossa conta bancária .
Grandes coisas!
No caixão serás só tu.
E uma roupa que de favor te vestiram,
Qual tal o mendigo que humilhastes ,
Ou o operário que explorastes .
Um corpo em breve fétido,
Como a consciência que nunca tiveste .
E pelos cantos dirão:
Morreu a peste!

Inserida por zatonio

O que é a vida?

⁠O que é a vida? — pergunta que ecoa,
No peito cansado, na mente que voa.
É brisa que passa, é chama que arde,
É dança de sonhos, tão doce e tão tarde.

Vivemos cercados por mil afazeres,
Repetem-se os dias, iguais os deveres.
Na roda do tempo, giramos sem ver
O tempo escapando sem a gente entender.

Esforços vazios, caminhos traçados,
São passos mecânicos, já programados.
Mas onde a mudança? Quem vem despertar
A alma que dorme sem se questionar?

Seremos eternos escravos da pressa,
Ou vamos enfim romper essa peça?
Quem somos no fundo? Quem vamos ser?
Se o mundo é espelho, por que não ver?

Talvez sejamos nós o vento que vira,
A mão que renega, a voz que inspira.
Pois se ninguém vem... então somos nós
Que temos a força, o grito, a voz.

Inserida por AndersonS

TALVEZ NO COMEÇO DA PRÓXIMA HISTÓRIA, UM BOTECO NO CÉU.
Aqui na terra não está nos meus planos montar um boteco. Mas e depois que eu morrer e for para o céu?... talvez sim! por entre as brancas brumas reluzentes, monte enfim o meu boteco. Porque ouvi dizer que por lá a galera celestina toma bastante vinho e às vezes, veja só, até umas geladas! Será mesmo?!... Mas e se eu for pro inferno!?... Ah! ai terei que mudar os meus planos, e estando naquela região mefistofélica, quem sabe tentarei ganhar a vida, ou melhor, a morte, vendendo artigos religiosos!?

Inserida por SergioAugusto999

21 gramas

Na vida, somos todos malabaristas nos equilibrando na tênue linha que divide a vida da morte, num profético ritual de passagem. Um dia inevitavelmente teremos 21 gramas. Nesse fatídico dia, o cíclico elo se fechará e, somente então, será aberto o portal para nosso verdadeiro lar, ou não...

Inserida por ednafrigato

⁠Um dia a gente descobre que somos obrigados a viver sem as pessoas que fizeram parte atuante do cenário da nossa felicidade, dos momentos mais bonitos, das memórias mais queridas, das risadas mais sinceras.
Um dia a gente descobre que viver sem essas pessoas não é opção, é uma exigência da vida e que ela não é nem um pouco complacente conosco. Nesse dia, descobrimos também, que mais que viver sem elas, somos obrigados a ser felizes sem elas. E isso acontece não porque nos tornamos insensíveis ou porque somos especialistas na arte de lapidar egoísmo, muito pelo contrário, isso acontece porque descobrimos que o melhor lugar para guardar a memória dessas pessoas tão especiais é um coração feliz, com todas as janelas abertas para o infinito.

Inserida por ednafrigato

Ouro dos tolos

⁠Quem pensa que a vida é gratuíta está redondamente enganado. Ao longo de toda ela carregamos sobre as costas o peso dos iludidos, a sina dos miseráveis, a angústia dos malditos e a ilusão cega dos nécios. Vez ou outra brilha a nossa frente pequenas fagulhas de vida, mas como pirilampos velozes rapidamente se dispersam. E a caminhada continua sobre o solo do delírio, essa terra amaldiçoada, minada de sofrimento até que completamente exauridos, perdidos em nossos desertos, recebemos o golpe final "o tiro de misericórdia". Antes, porém das pálpebras cerrarem-se, abre-se o grande portal e os tolos finalmente descobrem que o tempo todo carregaram a morte com a ilusão de que era a vida.

Inserida por ednafrigato

⁠O céu está pálido, nem nublado, nem limpo, o ar está parado, nem frio, nem calor, ontem à noite choveu um pouco, o dia amanheceu estranho, triste, esquisito, a vida amanheceu de luto.
Houve um tempo em que as cadeiras enchiam as calçadas ao entardecer, e as pessoas donas dessas cadeiras ali se sentavam, não havia celular, a vida tinha outro ritmo.
Era ali, naquelas calçadas, naquelas rodinhas de amigos, que a vida se atualizava, ali se falava sobre tudo, quando o tudo valia alguma coisa, ali se lembrava de um tempo que todos tinham vivido no verdadeiro sentido da palavra viver.
Viver era se emocionar, lembrar os que se foram, os que estavam chegando, dos problemas que todos tínhamos, que todos temos; Bicho humano gosta de sentir saudades apesar de ela machucar, doer, e então as calçadas amanheceram vazias, tristes pela falta de alguém.
E agora? Aonde vamos com nossas cadeiras? Matar as saudades de um tempo que nunca mais vai voltar?
Sou saudosista, gosto de lágrima que brota e foge do olho, do nariz escorrendo, do nó na garganta, de ouvir histórias, de um tempo que não vivi e nunca viverei, a não ser pelas histórias.
Estou triste, Cidinha se foi, sem se despedir, foi mansa, em paz, vai deixar saudades, deixou saudades, Maria Aparecida Gomes Rodrigues, a Cidinha do "Zé Luiz"; Não sou um cara de rodinhas, de calçadas, de cadeiras, mas gosto e muito de falar, conversar, e com ela era bom, sempre tinha algo de bom pra dizer, sabia ouvir, sábia quando o assunto era vida, quando tinha um história para ser contada.
Conhecia o bairro, todos que por ali passaram, aprendi muito com ela; A vida foi fanfarrona com a gente, egoísta, levou Cidinha sem aviso prévio, de sopetão, e tudo ficou triste, ficamos tristes, o passado visitava constantemente a esquina da Saldanha Marinho com a Primeiro de Março, e agora naquela esquina tá faltando ela e a saudade dela está doendo em mim.
Como a vida leva à morte, a única certeza da vida, que sempre tentamos adiar e evitar, mas nunca conseguimos fugir, é fato, mas e se lá do outro lado existir vida?o outro lado está em festa, vão ter muito o que comemorar, relembrar, certamente desde ontem as nuvens estão cheias de cadeiras, e todos que antes sentavam aqui estão reunidos lá, e dentre eles Cidinha e terão muito o que falar, relembrar, e aqui a calçada ficou vazia.
Todo caminho leva a Roma, todo caminho levava até aquela esquina quando se precisava pôr o assunto em dia, dirão as más línguas que tá falando? Você nem ia lá!
E te respondo: É verdade, mas isso não torna aquela esquina menos importante, aquela amizade menos marcante.
Caraca! É foda envelhecer, ver todos indo embora e saber que nunca mais os verá, infelizmente é assim, todos um dia partiremos.
E o dia amanheceu estranho, parece que falta algo, creio que esta sensação seja sintoma do luto, da perda de alguém, e de repente as palavras começam fugir, saudades de algo, não sei o que, possivelmente a certeza de não ter mais ninguém para tirar aquela dúvida de como era tal coisa, ou onde alguém morava.
Cidinha se foi, vai em paz minha amiga,todos aqueles que você sentia falta estarão lá do outro lado de esperando, felizes, de braços abertos, te esperando.
Tomara que lá não tenha celular, mas tenha cadeira, morro de saudades do tempo das cadeiras nas calçadas, das crianças correndo nas ruas, das bolas furadas cheias de jornal, dos bons tempos idos que não voltam nunca mais.
Toda vez que sentir saudades do passado lembrarei, a partir de agora, das cadeiras nas calçadas e de todos que ali habitavam, lamento os celulares, se por um lado abriram as janelas para o mundo, por outro fecharam - nos cada qual no seu mundo.
As pessoas não se falam mais, se fecharam em seu mundinho,em sua telinha, ali o tempo passa mais rápido e quando vemos tudo acabou.
Continuamos nas cadeiras, mas elas saíram das calçadas, nos isolamos, ficamos mais tristes, mais ansiosos, menos solidários, menos próximos, não falamos mais do passado,nosso bom dia é robótico, automático, em grupo, com figurinha, florzinha, desejamos que seja um bom dia simplesmente por conveniência, por ser necessário dizer "bom dia".
Aquela cadeira, naquela esquina, agora vazias, vão deixar muitas saudades, não tem mais pra onde ir quando quiser jogar conversa fora, fofocar, tricotar, matar as saudades, ali a vida passava e parava, era impossível passar sem parar, era um pote de doce grátis que quem quisesse poderia se servir.
E amanhã doerá menos, mas não fará menos falta, e a vida seguirá, agora sem cadeiras nas calçadas, ou rodinha de bate-papo, pena, tudo se acomoda, gostando ou não, querendo ou não, é a vida, um Adeus infinito, onde a vida é hoje, agora, e o agora só dura um segundo.

Inserida por jodejau

⁠Agora entendi o porquê de a vida ter se tornado um peso para mim, e em como participar de uma vida que não quero viver. Eu morri aos 16, e quando ressuscitei aos 19, as únicas boas novas que encontrei foram palavras ardilosas, proclamando-me nada mais que culpa. Mas eu já tinha morrido aos 9, quando quem me mantinha neste mundo se fora. Quando meu propósito se esvaeceu e quando minha alma se fragmentou que, em uma ação desesperada, segurou meu cadáver, com medo de perder o que lhe protegia.

Agora arrasto as correntes gélidas desse pesar, com o único objetivo de redenção à vida: alimento vermes com minha carne. Ora, que alma boba e tola. Seria o mesmo que uma árvore dar um machado a um lenhador e, após sua decadência, abraçá-lo, dando-lhe conforto e dizendo-lhe que não foi sua culpa — mas que, ainda assim, ele queimaria a lenha para suas próprias vontades.

Sou instável, em busca de uma redenção confusa e incerta, e muito provavelmente inalcançável. Busco um futuro não palpável, pois o presente já não se torna um presente para minha alma.

Inserida por Gesiel_Modesto

Cantiga para Sandra

Hoje a minha amiga Sandra nos deixou subitamente, ceifada pelo mal que aterroriza o planeta.

Voou com a altivez, a maestria e a elegância que lhe eram peculiares, a um plano que até então desconhecemos. E está em paz. E está sem dor alguma. Livre das mazelas e das coisas tristes desse mundo ainda tão incerto.

Sandra, de onde estiver agora, continuará atenta e zelosa ao seu grande e único real companheiro de vida, meu amigo-irmão Claudemir, sempre cuidadosa em absolutamente tudo, e com quem edificou uma história linda, numa casa linda, abençoada por companheirismo e crescimento mútuo. Sandra era aguerrida, destemida, corajosa ao máximo dos níveis.

Sandra vai zelar, com olhos de leoa, por cada mínimo detalhe de sua princesa Helena, seu amor maior e incondicional, agora e para sempre. Sandra vai acompanhar as atividades da escola; a adolescência de Helena que já se inicia; as conquistas, as paixões futuras; a carreira profissional que está fadada ao brilhantismo certo; as frustrações eventuais do dia-a-dia e as superações vitoriosas de sua filhota. Porque Sandra a ensinou a curiosidade, a busca do mais nobre conhecimento, a resiliência, a temperança e a coragem. E porque a Sandra continua aqui conosco - só que Sandra agora é invisível.

Sei que a prova - incontestável, aliás - de que a Sandra vive para sempre não está na bioquímica somente. Sandra é um legado indelével. Uma bela e inesquecível história de momentos desfrutados pelos tantos que tiveram a honra de estar em sua companhia; uma história resumida em sorrisos francos, generosos, típicos dos corações mais nobres.

Sentiremos sua falta em todos os dias de nossas existências.

Foi-se uma grande dama.

(em 27/03/2021)

Inserida por andrercostaoliveira

O que dizer da agonia e do desespero incrédulo quando percebemos que alguém que nós amamos tanto está, aos poucos, indo embora?
Quando aquela mente outrora inquieta começa a apagar-se tal qual lamparina úmida?
O que dizer das cordas desamarradas e da âncora já içada que permite ao barco navegar para a eternidade sem o capitão que o comanda, desaparecendo na neblina densa lá no fim do mundo?

Inserida por andrercostaoliveira

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Achei muito bonito da parte da família do Gugu realizar um velório aberto ao público. Só agora, depois de sua morte, pude ter uma ideia de quem ele era. Pelo jeito, pelo modo como a família se comporta, dá para perceber que ele, o Gugu, era uma pessoa do bem. Parabéns, e que Deus continue dando a eles o suporte necessário.

Inserida por reconceituando

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