Textos de Lua

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Costumamos pensar que o amor e a vida são as nossas únicas certezas, mas, é o contrário, são as maiores incertezas que possuímos.
Como a vida poderia ser uma certeza, se desde que nascemos, estamos sujeitos à morte? Seja como for, viver é um risco, é assim que penso.
E como dizer que o amor é realmente um pássaro que na maioria das vezes acaba voando, sem destruir a ilusão de quem ama? Como eu, que amo tão intensamente. É difícil pensar no fim das coisas, passamos por isso várias vezes em nossas vidas, como aquele primeiro amor que você fez juras eternas, e na primeira pedra no caminho, a eternidade se perdeu e tudo então chegou ao fim, e você chorou, dias e dias, sem saber o que fazer, pensando que nunca mais encontraria alguém que pudesse te fazer sorrir como aquele alguém fazia, mas aí você tem uma nova chance, diante de seus olhos, e então vê que um outro alguém, este novo alguém, te faz sorrir mil vezes mais, que o primeiro amor não significa único, e que um novo amor, sempre pode te fazer ser melhor, isso faz parte do conceito das realidades diferentes, nada nunca será igual, como foi, tudo é diferente, de um jeito melhor, ou pior, isso é relativo.
Mas voltando, as coisas tem um fim, e é bom viver tudo enquanto elas existirem, sem medo, sem pensar no quanto você estará se entregando, sem medo algum, ame mais, ame e seja feliz enquanto puder.
Eu carrego comigo apenas duas certezas nessa vida: tudo vai passar, e confie em si mesmo. Só!

"Muitos destes pássaros eu tinha nos dedos, mas um à um voaram para bem longe, cortando-me os dedos e o coração, mas hoje, tenho novos pássaros e a certeza de que mais dia, menos dia, eles acabarão partindo também, mas deixaram-me os dedos e o coração intacto, dessa vez."

Inserida por GabrielaLua

Quem sabe de mim sou eu.
Minhas atitudes não condizem com o que eu falo. Meus pensamentos não são meus sentimentos.
Meus sentimentos são minhas atitudes. O que eu falo são meus pensamentos.
Os pensamentos são os sentimentos, e as atitudes são minhas palavras.
No final, é tudo ao contrário. Eu vim pra confundir, e não pra me explicar.
Eu sou assim. Eu me invento.

Inserida por GabrielaLua

Meu coração é o papel em que eu escrevo incansávelmente quando sinto. Dentro dele: a vida, as pessoas, sentimentos e o mundo. A saudade é a minha maior inspiração, sou altamente nostálgica, sensível e intensa. Meu negócio é sentir, enquanto bater esse coração aqui, sentir e escrever.
E quando parar de bater: não dobre, não rasgue, não jogue o meu papel fora. Eternize em você.

Inserida por GabrielaLua

Fazer planos enquanto ouço a sua voz concordando, sentir aquele frio na barriga antes de você aparecer. Quero abrir a porta e ver o seu rosto, um sorriso, um beijo, um abraço longo e apertado.
Queria ter mais fé e acreditar que essa distância vai acabar um dia, e queria que esse dia, fosse hoje.
Já não quero mais ser só…
Eu quero ser você.

Inserida por GabrielaLua

BIG BANG

Provocada pelo filho do vento


Disforme e rejeitado


A partir da erupção quente e densa


Do vulcão dantesco


A expansão dos meus dissabores


Arranca minha pele


Dilacera minha carne


Deixa expostos meus temores.










Com a alma em carne morta, eu existo


Nascida da explosão vazia


Que ecoa num grito expressionista


Da arte demente de Munch


E percorre, tortuoso, o papel


Misturando letras com lágrimas


De água e óleo na pedra calcária


Imprimindo meu pesar


Em recitativa ária










De uma diestesia evoco o grande Shaman


Que cala todos os sinos para que eu vire poeta


Transformando em arte a minha agonia


Porque o Big Bang da Alma é a poesia

Inserida por linelua

IMORTAIS

No fim do arco multicolorido


da Mensageira de Hera


Me aguardava leviano


O anjo que combinava o som com o silêncio


Que sucedeu a morte dos filhos de Urano






A voz grave e melódica


De coração dissonante


Cantava o silêncio de força orquestral


Que profetizava o arranjo final.






O anjo enfermo que quer curar


E se cura


Almas expostas que sangram


E sangrando se misturam


Até se tornar singular






E a alma ensolarada e siamesa


Regra os excessos e duplica sua força


Surgida do vazio original


Amparada por Eros percorre do Caos ao Cosmo


Se tornando imortal.

Inserida por linelua

MÚSICA ALTA

Ontem eu fui ao inferno em busca de aventuras


O som estava alto do jeito que eu gosto


O cheiro era morno, a cerveja era quente


Risadas histéricas, uma loira gelada


Dançando lindamente






O inferno acolhe em seus braços


Bancando o indulgente


As almas enfermas, de olhar embebido


Em água e sódio


Que carregam o triste sorriso do incoerente


E celebram para abortar o ódio






O inferno te envolve em um enredo


Te lambe sem segredo


Com sua língua bifurcada e repelente


Enquanto a vida, obediente


Segue o curso que seguiria se você não tivesse o medo


De viver e de ser gente.






Tudo o que você ama e preza


O inferno ignora


O vendedor do ingresso te despreza


Quem você amava, morreu


A bússula que te norteava


Agora só aponta para baixo


As crianças cresceram e não carregam nada seu.


Você agora é um morto-vivo


Que passa os dias olhando sua vida estagnada


Através de uma janela trincada pelo calor


Você não sente nada.






A música fica alta demais quando você quer descansar.

Inserida por linelua

Pequenos raios dourados remanescentes do falso brilho do sol, arrancam alegria da amargura e personificam o quantum de amor que exite em todo o ódio.
Inocência que sai pelos poros da luxúria frívola daquilo que deveria ter sido amor, mas não foi, para não ocupar o lugar da doçura quente, tardia e atemporal que traz à tona a verdadeira insanidade que é o amor confrontado à realidade.

Inserida por linelua

Insones conversas

Insones conversas desencaminhadas
Que mudam a vida e não levam à nada
Só eu e você enquanto a noite vira madrugada
Eu, você e nossa vida em pauta
Soluções na bandeja
Teoria musicada

O amanhecer transforma
Os garranchos em vida
jogando no lixo a certeza lírica
Da poetisa que se conscientiza
Que só o que sabe
É tornar arte
Palavras difíceis
Que nunca sentiu

Triste essa artista
Que fez do papel
Seu coração
Triste essa artista
Que recebeu o dom
De emocionar
Sem emoção

Insones conversas desencaminhadas
Que mudam a vida e não levam a nada
Que tentam viver e se perdem na estrada

É nas falácias da madrugada
O único momento em que me encontro
Desarmada
E eu, menina, sempre tão desalmada
Assumo que tudo não passa de medo
De não ser amada

Inserida por linelua

ENQUANTO OS ANJOS DORMEM

O adormecer dos anjos


Desperta o desejo sonegado.


Declinamos corpo, alma e espírito


Aos prazeres do pecado.


Libertos desse dogma,


Desobrigados da culpa,


Atraídos e embriagados


Ofertamo-nos à divindade


Que habita o ser amado





O despertar da sutileza amaldiçoada


Faz desabrochar a flor nascida


Nas pegadas de Buda Gautama


Que nos conduzem ao Éden,


Entorpecem


Para atingirmos juntos o Nirvana

Inserida por linelua

Enquanto lá fora os espelhos se partem, escuta por favor o meu abraço, que sai detrás da máscara que me cala gritando o amor aprisionado no coração de gelo, agora derretido, pingando as lágrimas que eu queria chorar e não consigo porque a máscara que ostento é blindada, feita para fazer com que os sentimentos me corroam por dentro.
Escuta meu abraço porque ele é a única coisa que me restou.

Inserida por linelua

Há quatro horas da liberdade do corpo, a mente já percorre vales de fogo.
A fotografia é fria mas a verdade transpira implorando um gole da garrafa vazia.
Uma cerveja e uma pinga, são a chave que abre a algema.
Uma volta de carro, depois um cigarro e aí tudo bem.
O balcão e o banquinho, esse sim é o caminho que busquei a semana inteira esperando a sexta-feira.
Espero o momento perfeito do sol encontrando a lua promovendo o encontro dos amigos de sempre que percorrem a estrada do zodíaco para brindar e respirar o ar seco e empoeirado de Brasília, do Cerrado, até a lua encontrar o sol.
A liberdade gelada do fim de semana me chama, aos gritos, aos berros, mas ainda estou presa em um sistema falho, de paisagem bucólica e ares de retidão.
Mas quando quebrarem-se os grilhões,as estrelas se apagam e a luz do seu isqueiro é a única que eu vou ver.
Passo a semana inteira esperando a liberdade e a minha liberdade é me prender à você.

Inserida por linelua

é domingo
o carro que dá partida é o mesmo há alguns anos
o caminho é quase o mesmo
a mesma estrada
os mesmos lamaçais
os mesmos vira-latas nas calçadas
as mesmas bicicletas
talvez sejam os mesmos os homens que ali vendem abacaxis
a senhorinha da barraca de verduras
ainda é a mesma

O paradoxo da pobreza material
e da riqueza
daquele ar romântico
e meio bucólico
são os mesmos

as mesmas galinhas nos quintais
o cavalo que puxa a carroça
o pasto
o curral
o Sol que reflete na vegetação
o trem que anuncia passagem
todos ainda são os mesmos

entro pela mesma porta
encontro ali
a mesma poltrona
a TV ligada no mesmo canal
o mesmo café
o mesmo bolo de fim de tarde

a rotina é a mesma
um passeio pelas plantinhas da varanda antes de pôr a mesa
uma indicação de um remedinho pra tosse antes de partir
exatamente a mesma Helena
exatamente o mesmo João

eu, que há muito já não sou a mesma
minha cor preferida já é outra
já não leio a mesma coleção de livros do Pedro Bandeira
já não vejo mais os filmes de antes
e a cada instante mudo um pouco mais

conservo exatamente a mesma vontade
de que aquilo contrarie o tempo e a natureza
e permaneça
naquele mesmo vazio de grandes construções
atrás daquele mesmo trilho de trem
e que a cada domingo que a vida guarde
baste atravessar a mesma estrada
o mesmo lamaçal
e aquele amor continuará ali
exatamente o mesmo
desde o meu primeiro abrir e fechar de olhos
há vinte e dois anos atrás

Inserida por lulimap

Fogo cruzado

Anoiteceu
E na boca da favela
O pequeno grupo dos moleques se reúnem
Mães dobram os joelhos
Diante da imagem do santo
Invoca o nome do Deus Pai
Aguardando a volta
Do filósofo do morro

O bagulho na boca
Os olhos fixos na outra dimensão
Pra fugir da realidade desse mundo cão
A metralhadora na mão
Daquele que não parcela no cartão
O filho da mãe
Pede perdão
E um outro bagulho na mão
Não paga a dívida não

Eles querem reembolso
Do bagulho que venderam
Na bocada do Mato Grosso
E tem Pedro de 14
Tem João de 16
Os menor não trabalha não,
Aprenderam desde cedo
Que o sistema não é esse não.
Não quis enriquecer os truta de terno
Ajudou o irmão lá dentro do inferno
Pra ser apunhalado sem dó nem piedade
E ele morreu dizendo: - "eu faria tudo outra vez pra não viver essa dura realidade. Mãe, fé em Deus".

Inserida por Bateforteotambor

Em ti me agrada
Cada fio branco
Tua melanina
Os óculos de uma mulher sábia
As marcas que estão em ti
De um caminho de muitas batalhas vencidas
Marcas de dor
Sofrimento
Mas principalmente marcas de um lindíssimo caminho de muito amor
Tuas primaveras
Se completam
E todos os corações se alegram
Tua delicadeza é permanente em cada toque seu.
Tua lesura é bonita de se ver
Não existe pressa no seu roteiro de vida
O cuidado que existe dentro de você
Com cada palavra
É simples
É mulher
É Sebastiana.

Inserida por Bateforteotambor

Aquela do amor a distância

Eu não quero toda sua atenção
Eu só quero o seu coração
Passo o dia pensando em você
Mas a noite preciso adormecer
E sonhar
Com seus beijos
E carinhos e outras coisas que não posso nem pensar
É meu destino
Te querer
Mas quando acordo a realidade vem me dizer
Que estou sem você
São quilômetros a nos separar
Tantas estradas e placas até enfim chegar
Um oceano inteiro de incertezas
Minhas amigas dizem para eu esquecer
E francamente estou a enlouquecer
Conheci homens que são encantadores
Tem alguns que te tiram para dançar
Mas só com você posso voar
Tem outros que te levam para jantar
Mas só com você posso me saciar...
Tantos outros com mil predicados e prendados
E mesmo você
Estando distante
Irritante
Errado
É quem eu quero
Desejo
Sonho
Pois eu te
Poderia escrever a palavra que não menciono
Mas há tantas coisas entre uma linha e o coração
Os desejos, coragens e medos
Que transpassam essa sensação
Fantasias de um sonho sem fim
De acordar e de não ter você em mim ...

Inserida por LuaParana

Aquela da perita em errar com você

Nossos olhares se cruzaram há muitos anos atrás
E foi automático aquela sensação
Que de mim, você não sairia mais
Tem horas na vida que somos reféns da sorte
Tem horas na vida que tentamos acertar
Você é meu erro
E posso afirmar
Que virei perita em errar
Que tempo bom, aquele dos nossos erros?!
Andar de mãos dadas
Então um dia o vento do tempo soprou
Cada um para um canto
Um oceano entre nós
Não havia mais presença
Mas você ainda estava aqui
Na marquise do velho mercado abandonado
Numa mesa vermelha de bar
No balanço do parque esquecido
E como eu não gostava disso!
Como lidar com a ausência de alguém aqui fora
Quando esse alguém é presente aqui dentro?
Quando você, não saia do meu pensamento?
O relógio da vida é rápido demais
Um ano, três, seis, dez... nem lembro mais
A chuva caia lá fora
Foi quando novamente te avistei
O que teria sido do nosso tempo?
Não, confesso que eu não sei
A carne que não fica junta
O toque que não se dá
Nada disso importa
Quando o sentimento está
Olhei seus olhos por um minuto
Ele ainda está lá
Ele ainda está lá
Ele está aqui

Inserida por LuaParana

1994

Você me olha
Mas não me vê
Você me vê
Mas não me toca
Você me toca
Mas não me sente
Você me sente
Mas não compreende
Você me compreende
Mas não me escuta
Você me escuta
Mas não me fala
Você me fala
Mas não me faz
Quem pode fazer?
O amor
Quem pode falar?
A coragem desenterrada
Quem pode escutar?
A humildade praticada
Quem pode compreender?
A sabedoria errante
Quem pode sentir?
Eu e você amantes
Quem pode tocar?
A verdade vivida
Quem pode ver?
A esperança colorida
Eu vejo você!

Inserida por LuaParana

Deixar morrer


Sim, eu sei que vai morrer
A lembrança de mim em você
E eu vou deixar seguir
Apesar de ter em ti algo como luz e vida
A luz ficou no passado
A luz hoje esta perdida
Mas é verdade meu bem,
Há muito de você em mim
Há muito de mim em você
Não adianta negar
Não adianta mentir
Mesmo separados
Quem nos impedirá de sentir?
Mas nessa noite e por muitas outras
Vamos esse sentimento omitir
E assim lentamente deixar morrer
O passado em mim
O passado de você

Inserida por LuaParana

Lembro da primeira vez que te vi
Ligeiramente por entre um por do sol alaranjado
Assim começou o nós aqui em mim
Uma paixão dessas que a gente não escolhe
Rasga o peito atravessa a alma
Aqueles breves dias que estivemos juntos
Recordações que jamais esquecerei
No dia em que seguimos caminhos diferentes
Yndaiá... Doeu demais
Afinal tem dores e sabores que não se explicam aos mortais



* Som

Inserida por LuaParana