Textos de Lua
Se o meu coração falasse
Ele não falaria nada
Por que nada o tem a dizer
Se o meu coração pudesse sorrir
Ele não sorriria
Por que motivo algum faz o rir
Se o meu coração sentisse
Um amor verdadeiro, intenso, e puro
Ele poderia falar da experiência única de um amor assim
Ele poderia sorrir, sorrir bastante
Por ter sentido esse amor.
É manhã!
Eu vejo como o sol sorri pra mim e sei que não é recíproco.
Estou tomada pelo enjoo da ressaca, e consequentemente perdi.
Perdi o que há de melhor para começar o dia.
A contemplação da manhã, do sol, do ar puro de dia novo.
Perdi!
Haverá outras manhãs, outrora, eu queria que fosse esta.
Tu estás mais frio
Que o meu café
Que te esperou
Junto comigo
Durante um dia inteiro
Meu cigarro
está apagando
E a chama que havia
dentro de mim
Parece se apagar
junto com ele
No ritmo do tango
Lamento
Sabe meu bem
Me embriaguei
Diversas vezes
Dei meu corpo a outros
Mas nenhum mereceu o meu fogo quanto você
Onde estás agora
Aquele a quem
Entreguei minha alma ?
Esta carta deixei
Antes de acabar
meu whisky
E assim parti para outra vida
A qual eu não carregasse
Junto de mim nenhuma dor
Eu espero muito
que não volte
Não quero que sinta
toda dor que senti
Queria ter te dado o último beijo, não foi possível
Na verdade
Não te esperei
A penas um dia
Já se passaram 10 anos
Desde a última vez que te vi
Com amor
Luísa
Existem mil razões pra se desprender,
Existem 7 dias pra depositar o desapego,
Eu te quis o dia inteiro.
E a lucidez chegou antes de eu imaginar perder - me lentamente por ti.
Domingo, encontro, amigos,
o pensamento longe.
Quero que vás,
quero que fiques,
quero permanecer,
quero sentir e
E sempre senti sozinha.
Assim desejo continuar,
Até encontrar uma razão para novamente amar.
Saudades de quando tudo era leve,
De conversas paralelas,
De como nos entendíamos.
Daí você olhou pro lado, olhou pro outro,
Resolveu seguir.
Ê laiá, a saudade aperta o peito,
Mas se te faz feliz desse jeito,
Eu aceito.
É assim, um dia um cresce e amadurece, no outro
A gente brinda de novo.
Aquele velho abraço de amigos,
Talvez fique pra mais tarde,
Talvez fique apenas na lembrança.
Minhas tardes não são das melhores,
Meus pensamentos chega a doer dentro da cabeça.
O estresse chega no auge,
Eu vejo então, as folhas caindo, o vento com pressa, e me sinto mais morta do que viva.
Invejo um pássaro diversas vezes, só por que ele tem a liberdade de voar,
Mas no fim da tarde, ele morre que nem eu.
Se não for pelas mãos do homem, morre pelo término cíclico de vida.
Sinto falta da época de criança
Quando tocava a música
Da formosa dança.
Quantas pedrinhas joguei
Em cima do telhado rachado.
Quantas gotas de chuva engoli
Pra molhar a garganta seca.
Hoje sinto falta
Dos tempos de alegria
Da inocência que um dia houve
Nesse coração machucado.
1 coríntios 1:27
"Pois Deus escolheu justamente o que para o mundo é insensatez para envergonhar os sábios, e escolheu precisamente o que mundo julga fraco para ridicularizar o que é forte" (King James)
"E ainda Deus escolheu as coisas loucas do mundo para confundir os sábios". (João F. Almeida)
Após ler um Doc chamado Fortaleza do inconsciente, me chamou atenção a relação de um texto bíblico com boa parte das informações contidas no jornal Diário do Nordeste.
O mundo julga aqueles que tem uma doença mental, por se acharem mais sensatos. Pois estes são como crianças capazes de nos ensinar muitas coisas.
Eles não são fracos como julga boa parte da população, são verdadeiros artistas, poetas, comunicadores, amantes da arte.
Apesar do baixo índice de falta de cuidados com estes, eles continuam sempre felizes, espalhando a loucura da arte, e do amor ao próximo.
O que vemos é que inúmeros formantes da psicanálise preferem abrir um consultório particular, do que prestar concurso para o governo para trabalhar na saúde pública.
Hoje muitos prédios de psiquiatria estão sendo demolidos, fechados, para construírem prédios domiciliares, ou mesmo clínicas particulares, o que é um verdadeiro desrespeito ao cidadão que necessita de uma série de cuidados, e muitos não tem condições financeiras, nem apoio familiar para se tratar em clínicas particulares.
É um direito do cidadão uma saúde pública, é um dever do governo reabrir as clínicas, colocar mais profissionais competentes para trabalhar com essas pessoas, e que por parte da mídia seja mostrada essas pessoas, que não são de forma alguma uma parte insignificante da sociedade, eles não são minoria, eles fazem parte, e tem esse direito de serem lembrados, não por sua doença, mas por sua arte, por sua coragem de enfrentar uma sociedade ainda tão preconceituosa.
Muitas pessoas preferem nem chegar perto de quem tem uma doença mental, muitas vezes por medo. Mas eles sabem quando alguém sente medo deles, e eles se sentem mal por isso, se acham incapazes de viver como todos vivem, em sociedade.
O uso abusivo de calmantes pode fazer com que o paciente uma hora ou outra fique agressivo, apesar de serem controlados por pequenas cápsulas de remédios continuamente, eles sentem toda a pressão da situação, no fundo eles só querem ser lembrados, e querem que todos os vejam como pessoas normais, pois é o que eles são.
Não devemos encarar a doença mental, como algo contagioso, ou surreal, o subconsciente de fato é surreal, talvez eles sejam mais prestigiados do que nós seres "normais".
Talvez eles contemplem uma natureza diferenciada, eles vêem tudo de um outro ângulo, eles tem um poder de percepção diante dos olhos, diante dos sentidos.
Procure visitar, conversar, fazer parte da vida dessas pessoas, que já se sentem tão afastadas por familiares, tão rejeitadas pelo sistema, até por parte da nossa governança, faça alguém sorrir, nem que seja por apenas 5 minutos, mas esta sempre irá lembrar que um dia você fez parte de um momento que foi unicamente seu e dela.
Isso vos digo, depois de um elo rompido.
Isso vos peço, após o chá da tarde.
Isso vos entrego, talvez tarde de mais.
Ainda assim tardio, arrependida estou.
Não valorizei o tempo entregue a mim, entregue a ti.
Não deixei que o amor, (ainda que esse mal colocado) me tocasse.
Entrego - te minha poesia, minhas mais delicadas palavras.
Peço - te o perdão, perante a dor da perda, (mesmo não tendo te perdido fisicamente).
Como foi possível que o amor paterno se rompesse assim ?
Pela dureza dos nossos corações, eu resolvi me render.
Eu quero o "herói" que toda criança diz ter.
Eu quero ainda que tarde, recuperar dia após dia o tempo perdido.
Quero com toda delicadeza e paciência, amolecer esse seu coração.
Eu sei, que por detrás dessa capa de espinhos, você é imensidão.
E o que vos digo no princípio,
Te amo!
Homem.
José.
Eu entregava flores a todo instante, e sempre me furava com os espinhos das mãos de quem as recebia.
Sangrava na maioria das vezes, então eu resolvi ser espinho por um dia.
Ninguém teve coragem de sangrar como eu sangrava por algumas mãos.
Ninguém me entregou nenhuma pétala se quer, só por medo de se machucarem.
Concluí que quem sangrava mais não era eu, era quem recebia as flores com as mãos de espinhos.
Pois sim, nem todo mundo está acostumado com um ato de gentileza.
E esse é um ato que não escolhe pessoas, é um hábito diário pra todos.
E eu? Eu continuo entregando flores, e resolvi não escolher uma mão sem espinhos, porque talvez um dia, de tantas outras mãos furar - me com seus espinhos, diante da delicada flor que vos ofereço, seus espinhos possam acabar - se.
Eu tive muita pressa de sobreviver,
de não me deixar submergir.
Queria chegar na superfície pra poder respirar.
Eu sinto que todo esforço que eu fiz não foi em vão, por outro lado,
foi um pouco inútil.
Às vezes não me sinto parte dalí,
às vezes sinto que não quero incomodar, não quero causar alvoroço por conta da minha aparência.
Eu admito que sempre fico na defensiva, e sempre quero me manter minha, sem me expôr.
Não sei, eu sou muito ar, pras pessoas quererem que eu seja terra, apesar de ter vindo do pó, o fôlego me orienta. Eu decidi voar.
Demorou um pouco pra entender,
que aquela sanidade que eu buscava
eu jamais iria ter.
O por que? Ah! Eu apenas quis ver as coisas de uma maneira menos lúcida.
Pois ver o caos do mundo
tirava minha paz.
Então eu reinventei esse mundo
da maneira que eu acredito
que ele deve ser.
E nesse mundo que eu reinventei
Havia sorrisos
Havia amor
Havia uma fraternidade
Uma compaixão
Um mundo sem inimizades
Eu queria chamar de mundo "perfeito"
Mas ele não era, por que no mundo que eu inventei na minha cabeça, existia dor, dores que se transformavam em poesias, e mesmo assim alguém era tocado
e no final de tudo,
Sorria.
Eu quis escrever mil versões sob mim
Eu quis me descobrir na multidão,
e eu era apenas uma
Queria ver o que tinha de diferente
no meu eu interior
Eu vi que eu não brilhava como a multidão
Eu vi que eu era um minúsculo grão
no meio daquela plantação frutífera
Eu entendi depois,
que eu era a única que estava descobrindo como é bom e estranho ao mesmo tempo, estar em sua própria companhia.
O que tínhamos não era amor.
O que tínhamos não era atração.
O que tínhamos era mais forte.
Nunca soubemos explicar o que era,
até hoje não sabemos.
Se nossos corpos se encontrarem,
por um descuido os nossos olhos
se cruzarem, e o nosso sorriso aparecer, é sinal de que por mais distantes que estejamos, nossa conexão jamais acabou.
Somos um do outro, mesmo o destino não querendo, mesmo que você e eu tenhamos que seguir um outro rumo, virar a esquerda e seguir na direção contrária.
Nenhuma pessoa irá sentir o que senti contigo, ninguém terá o que eu tive com você, o que você teve comigo.
Da forma que te beijei, ninguém te beijará, das vezes que te olhei, ninguém te olhará, dos carinhos que te fiz, não existirá outro igual.
É, recordar o passado
Deixa marcas,
Aperta o peito,
Esmaga a saudade.
Retrato II – Poema escrito em considerações ao Poema RETRATO de CECÍLIA MEIRELES
Eu era assim, como você
E nunca me vi tão longe do que já fui antes
Do que sou agora
Diga-me o que aconteceu com o tom
Do meu cabelo, da minha pele
A cor dos meus olhos já se apagara
Onde eu estava que não enxerguei essas mudanças?
Porque tive eu de fugir para não ver tais marcas?
Já me chamam de Senhora e me sinto tão invisível
Ao mesmo tempo que me vejo tão presente.
Como posso ter mudado tanto
E não ter morrido como sempre desejei
No memento instante, no tempo ausente.
Encanto
Presenciar tal beleza me arrepia dos pés à cabeça
Um olhar que parece me chamar para atravessar oceanos
Um sorriso turbulento
Ao mesmo tempo meigo, claro e lento
E esses cabelos enrolados que o vento conduz para a pista de dança
Sem se preocupar com o tempo
Nunca avistei nada igual
E encontrei no acaso aquele que fará da minha vida
Um eterno carnaval.
Leve e Quente –
Teus seios quente
Tua pele roçando a minha
Me deixa sem equilíbrio
Como é erógeno a curva das tuas nádegas
E me arrepia a alma
Passar a minha língua
Sob teu corpo
Venha minha amada
Deite-se ao lado daquele que treme de desejo
Ao avistar seu corpo despido
Renda-se ao nosso prazer
Como é celestial tocar-te
Firme, forte e com paixão.
Que vire pó- Poema escrito sob considerações da música MINHA MORTE de RAUL SEIXAS
Que vire pó e o vento leve
Toda mágoa, toda tristeza, toda dor
Que vire cinzas no cinzeiro
E o vento leve
Toda doença, toda fonte de morte
O câncer instalado na alma
Que vire poeira
E o vento leve
Toda mentira que nos cega
Toda gente que nos odeia
O mau olhado alheio
E que o pó levado
Alimente o vício de algum homem
Que como eu já experimentei do mais puro
Que as cinzas sejam queimadas
Depois de roubar a vida
Do homem que não conseguiu apagar o cigarro no cinzeiro
E toda essa poeira
Seja levada ao fundo do mar
Para guardar em segredo os altos e baixos
Que a vida nos dá.
RASO
Você fala em cortar o mal pela raiz
Fala em desatar nós
Cortar laços, relações
Virar o rosto, ver defeitos
Falar do outro
Fala que não se importa
Mas se ver uma porta aberta, qualquer brecha, quer logo entrar.
Aponta o erro alheio
E se diz sempre acertar
Aquela pequena pedra no meio do caminho
Virou muralha a te incomodar
Mas tente ir mais fundo
E gaste tempo com coisas grandes
Deixe de alimentar sua alma de desamor
Cresça e amadureça
Pois você ainda é muito raso.
é domingo
o carro que dá partida é o mesmo há alguns anos
o caminho é quase o mesmo
a mesma estrada
os mesmos lamaçais
os mesmos vira-latas nas calçadas
as mesmas bicicletas
talvez sejam os mesmos os homens que ali vendem abacaxis
a senhorinha da barraca de verduras
ainda é a mesma
O paradoxo da pobreza material
e da riqueza
daquele ar romântico
e meio bucólico
são os mesmos
as mesmas galinhas nos quintais
o cavalo que puxa a carroça
o pasto
o curral
o Sol que reflete na vegetação
o trem que anuncia passagem
todos ainda são os mesmos
entro pela mesma porta
encontro ali
a mesma poltrona
a TV ligada no mesmo canal
o mesmo café
o mesmo bolo de fim de tarde
a rotina é a mesma
um passeio pelas plantinhas da varanda antes de pôr a mesa
uma indicação de um remedinho pra tosse antes de partir
exatamente a mesma Helena
exatamente o mesmo João
eu, que há muito já não sou a mesma
minha cor preferida já é outra
já não leio a mesma coleção de livros do Pedro Bandeira
já não vejo mais os filmes de antes
e a cada instante mudo um pouco mais
conservo exatamente a mesma vontade
de que aquilo contrarie o tempo e a natureza
e permaneça
naquele mesmo vazio de grandes construções
atrás daquele mesmo trilho de trem
e que a cada domingo que a vida guarde
baste atravessar a mesma estrada
o mesmo lamaçal
e aquele amor continuará ali
exatamente o mesmo
desde o meu primeiro abrir e fechar de olhos
há vinte e dois anos atrás
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