Textos de Fernanda Mello

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Regra número um: a gente tem memória seletiva e SÓ lembra das partes boas. Dos anos que foram coloridos. Das pessoas legais. Dica pra não cair nessa furada: seja realista e lembre-se de todos os defeitos alheios e todos os sentimentos ruins que você sentiu. Regra dois: pra mim, um cara (ou um trabalho ou um amigo) que não te dá o devido valor deve ser rebaixado. É, rebaixado mesmo. Então, se o cara resolveu te dar valor AGORA, ao invés de você agradecer e bater seus enormes cílios, se pergunte: um indivíduo que vive nesse estado de insatisfação constante vale a pena? Regra número três: essa é a mais difícil. Sinta-se agradecido. Verdadeiramente agradecido. Por tudo o que você tem HOJE. Por tudo o que você É. Seja honesto com seus sentimentos. Não se supervalorize. Nem tampouco se subestime. Seja forte. E bote pra quebrar (se vier a calhar). No mais, é só viver com o coração ABERTO. Afinal, o mundo anda tão louco que quem não aproveitar o presente vai se arrepender amanhã. Essa é a minha única certeza.

Vim ao mundo para questionar. Para me entender. Para ser feliz. Por isso, escrevo. Palavras são minha terapia. Meu remédio. Meu ponto de fuga e encontro. Na arte, eu me busco. É lá que eu sempre estou. Procurando o verbo, indagando a letra, consolando a frase que chegou ao fim. Quer me conhecer? Me encontre naquele romance antigo, segundo parágrafo, mostrando que a solidão não deve se atravessar a sós. Talvez eu possa – e isso é quase certo – me mudar pros tons daquela bela música e por lá ficar: “feita de luz mas que de vento”... Ah, me desculpem os Jungs, Freuds e Lacans. Mas Chico Buarque me entenderia! Alguns artistas – e nisso incluo poetas, músicos e demais sonhadores - parecem conhecer a fundo a alma humana. Quando falam de si, mostram um pouco também de nós. Quem nunca pensou, ao menos por um segundo: essa canção foi feita pra mim? Eu já me apropriei de centenas de músicas (com o devido crédito ao autor, é claro), que dizia serem "minhas". Naquele momento, elas - e só elas - pareciam entender o que eu sentia. Letra por letra. Rima por rima. Em cada nota, um espanto. E uma sensação de pura comunhão com o mundo: é, eu não estou sozinha. A arte também foi feita pra unir. Pra protestar. Para seduzir. Por isso, passo a vida escrevendo. Lendo. Garimpando frases. Buscando o verso certo. A estrofe perfeita. Ou um conhecimento maior sobre mim mesma. Se estou conseguindo? Não sei. A arte nem sempre é bondosa. Um dia nos pega no colo e, no outro, nos faz enxergar o que ainda é difícil de ver. Mas tudo bem. Enquanto houver um poema pra nos consolar e uma boa canção pra nos comover, "a gente vai levando"."

Eu quero nós. Mais nós. Grudados. Enrolados. Amarrados. Jogados no tapete da sala. Nós que não atam nem desatam. Eu quero pouco e quero mais. Quero você. Quero eu. Quero domingos de manhã. Quero cama desarrumada, lençol, café e travesseiro. Quero seu beijo. Quero seu cheiro. Quero aquele olhar que não cansa.

Suas certezas mudam, suas prioridades deixam de ser prioridades já que você nem sabe mais o que deseja. Até sabe, mas está tão longe e você tão cansado que o mais fácil é deixar que as prioridades te encontrem e você pode fugir do que não interessa. Seus princípios enfraquecidos te cobram uma atitude e você cobra a coragem.

Sinto dizer: desapontar pessoas faz tão parte da vida quanto tomar café. Leio e releio esta frase e engulo seco. Minha alma está de dieta. Não cabe em mim o peso de mais uma cara amarrada. Decepções não acontecem porque deixamos de fazer alguma coisa para alguém ou porque não somos como a imagem que projetaram de nós. A verdade é que as pessoas (nas quais me incluo) não sabem o que querem de si mesmas e jogam suas frustrações nas costas do outro. Em cima de alguém que obrigatoriamente deveria ter a resposta. Mentira minha? Não creio. E não há resposta na última página, sua verdade não está em ninguém (a não ser em você mesma), a decepção te engole, a culpa inflama, dias e noites são perdidos por emoções não conferidas no guichê. Vamos simplificar? Pegue a senha e aguarde. Pessoas sempre se decepcionarão com você. Pessoas sempre se apaixonarão por você. O importante é: não permita nunca que VOCÊ se decepcione, pois só VOCÊ tem o poder de fazer isso.

Fernanda Mello
Princesa de Rua

Eu sei amar.
Mas não sei fugir.
Por isso, não tente me parar.
Não me peça para não ir.
Não me diga pra tomar cuidado.
Eu não sei amar mais ou menos.
Quando eu decido, eu vou.
Me entrego, me arrisco, me corto, me estrepo, azar meu, sorte minha que nasci assim:
Vim ao mundo para sentir...

RECOMEÇOS
Já que a semana está em branco e um novo dia sorri, vamos escrever a vida. Sem medo. Sem aquela expectativa surreal de ter-que-fazer-perfeito. Sem aquela cobrança de fazer tudo o que queremos (e não o que precisamos).
Que tal pararmos de pular a primeira página pra treinar a letra ideal? Vamos escrever do jeito que for, afinando e desafinando, errando e acertando e - sempre - amando e aceitando o melhor e o pior que existe em nós. Afinal, cada dia é um novo ano. E a gente merece ser feliz e recomeçar sempre.

(Quantas vezes for preciso).

Eu acho que ser mulher é a coisa mais bacana que existe. Nós somos complexas. Levemente malucas. Fofas. Temos obsessões por coisas que só nós entendemos. Morremos de frio quando a temperatura desce míseros graus. E viramos onças quando é preciso.
Somos, na verdade, seres completamente hormonais e emocionais. Nós inventamos a doçura, sabia? E gostamos de criar e recriar por natureza.

Eu não acredito no amor como falam por aí
Eu acredito em nós
Acredito em mim e em você.
Nossa liberdade
Nossos sonhos
Eu acredito no que somos
e no que sentimos
Quando estamos juntos.

Será que isso só não basta?
Será que amar é só o começo do dia?

Eu não acredito no amor que leio nos livros
Um amor perfeito e sem desculpas
Eu acredito no que sinto
Quando olho pra você
Seu cabelo despenteado
Nossos dias embaraçados
Verdades reais
Dias quase iguais

Será que isso só não basta?
Será que amar é só o começo?
Ou será o fim
Se não pararmos de ter medo
E acreditarmos em nós...

Há 20 e poucos anos eu descobri que amor tem nome. Sobrenome. E um jeito de sorrir que é remédio para todo mal. Sabe quando você ama alguém tanto, a ponto de fazer qualquer coisa por essa pessoa? Pois é. Eu sou. Por ela eu mato, morro e cometo os maiores pecados. Por ela eu estouro meus cartões de crédito, eu minto, eu chego atrasada no trabalho, eu roubo, eu paro de escrever. Ou escrevo feito louca. Por ela eu abro o meu armário e digo: leva! (E fecho os olhos, sabendo que ela vai pegar todas minhas coisas novas. Mas e daí? O que é um sorriso dela perto dos meus dois perfumes NOVOS E CHEIOS que eu acabei de comprar?). Tudo bem, às vezes a gente exagera. Mas é assim. Não tem jeito. Somos exageradas. Por ela eu acordo e penso: quero ser uma pessoa melhor. Muito melhor! Todo dia. O dia inteiro. Porque ela é motivo. Ela é referência. Ela é minha poesia bonita. E bota bonita nisso! Quando eu olho pra ela eu acredito que há esperança no mundo. Afinal um Deus que faz uma pessoa com aquele cabelo é capaz de criar o impossível. Concorda? E o melhor de tudo não é isso. Com ela eu aprendi o que é amor incondicional. Com ela eu aprendi como é melhor a vida quando a gente SABE RECEBER. Porque ela sabe. (E como sabe!). Acho que hoje em dia as pessoas perderam um pouco essa coisa bacana de RECEBER. Porque acham que o que vale é DAR. Bobagem. Os dois são importantes e SABER RECEBER (qualquer coisa) já é presente. Seja um elogio, uma crítica, um objeto, um abraço, um amor infinito. Quem me conhece, entende. Eu não sou daquelas pessoas que falam ao receber um embrulho: “pra quê foi se incomodar, não precisava”... Ou: “quê isso, essa letra bacana que eu fiz é horrível”. Não. Eu adoro receber. Eu APRENDI a receber. Me dê o que for que eu vou pular no seu pescoço e te dar um beijo. Porque saber RECEBER é dar de volta. E em algum texto eu falei “é dando que se recebe”. Lembram? Pois é. Agora eu quero mostrar onde eu aprendi isso. E eu aprendi com ela. Ela que é mais alta, mais linda, mais determinada, mais inteligente e tem a doçura mais certa que já vi. E eu olho pra ela - a mochila grande nas costas e as unhas enormes pintadas - e só sinto uma coisa: AMOR. ORGULHO. ADMIRAÇÃO. Engraçado como as coisas são. Eu estou escrevendo agora e pensando: não existe uma pessoa perfeita, um amor perfeito, um namorado perfeito, uma frase perfeita. CERTO? Errado! Vou discordar de mim agora. Eu sou a favor da imperfeição (sempre), mas isso não quer dizer que não existam alminhas bonitas no mundo que - aos meus olhos – pareçam perfeitas. Dá licença? SIM, a perfeição existe. E - embora a Camilla seja de lua (seria de família?) - pra mim, ela é perfeita. Porque o que eu sinto por ela é infinitamente maior que todas as coisas desse mundo.

BEBÊ, PARABÉNS! TE AMO AD INFINITUM!

Dizem que a gente tem o que precisa. Não o que a gente quer. Tudo bem. Eu não preciso de muito. Eu não quero muito. Eu quero mais. Mais paz. Mais poesia. Mais verdade. Mais noites bem dormidas. Mais noites em claro. Mais eu. Mais você. Eu quero nós. Mais nós. Grudados. Enrolados. Amarrados. Jogados no tapete da sala. Nós que não atam nem desatam...

Fernanda Mello

Nota: Trecho de um texto de Fernanda Mello.

Dizem que a gente tem o que precisa. Não o que a gente quer. Tudo bem. Eu não preciso de muito. Eu não quero muito. Eu quero mais. Mais paz. Mais saúde. Mais dinheiro. Mais poesia. Mais verdade. Mais harmonia. Mais noites bem dormidas. Mais noites em claro. Mais eu. Mais você. Mais sorrisos, beijos e aquela rima grudada na boca…

Fernanda Mello

Nota: Trecho de um texto de Fernanda Mello.

Hoje eu vou dar o braço a torcer. Sem ais nem uis. Mas com um sorriso gigante estampado na cara. É assim. Às vezes a vida nos prega peças inesperadas. E o que é melhor: nos mostra um jeito novo de caminhar. (Ou um caminho diferente a seguir).

A verdade, pouca gente sabe. Sempre fui dona do meu próprio nariz. Do meu espaço. Do meu dinheirinho que nunca sobra. Da minha liberdade, do meu jeito apressado de fazer tudo sozinha. Não tenho hora pra nada, minha bagunça tem seu lugar, sou meio cabeça-dura. E minto. Digo que malhei, que comi direito, que dormi 8 horas, que eu me viro, que não precisa se preocupar, que aquela dorzinha passou, que está tudo bem, obrigada! Mas tem horas que não dá. Cansa fazer tudo sozinha. Cansa não ter ninguém ao seu lado. Cansa não dividir. Cansa não poder dizer: aqui, pega pra mim? Cansa fazer tudo e tentar ser tudo ao mesmo tempo. É, não é fácil não. Dá um puta trabalho DAR CONTA DA GENTE. Mas sou adepta da frase de Nietzsche: "Odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia". EU ODEIO.

Sou uma ótima companhia para mim mesma, adoro ficar sozinha, lendo, escrevendo ou fazendo o meu nada. Prefiro me afundar em mim a ter que ouvir gente falando besteira ou contando vantagem. Bom, mas deixa eu não me perder. Todo esse blablablá só pra dizer o seguinte: EU DEI A CHAVE DO MEU CORAÇÃO PRA ELE. Vocês ouviram? Eu, logo EU! De repente me vi olhando pra aqueles olhos lindos e falei: TOMA, É SUA. Pega, entra e não vai embora. E ele entrou. Na minha vida. Na minha casa. Confesso que não foi fácil. Mas admito que estou conhecendo (num gerúndio de amor sem fim) essa coisa maluca de gostar de verdade. É. De conhecer família, manias, amigos e piores defeitos.

Não, não tinha como dizer não.

Ele é tão doce, o coração dele é tão grande e o jeito dele é tão determinado que eu fico feliz em sentir o perfume dele grudado nas roupas que ele esquece, largadas pelo chão. (Alguém imaginava que um dia isso fosse acontecer?). A gente é tão igual e ao mesmo tempo tão diferente e eu não tenho mais 20 anos e eu sei, eu sei... Nem tudo é um mar de rosas. Temos dias difíceis, relógios biológicos diferentes, ritmos que às vezes se chocam.

Eu, com minha tpm, meus livros e meu jeito. Ele com seu ciúme camuflado, seus mil programas e seu jeito de abraçar o mundo. Mas quer saber? Eu olho pra ele e fico pensando sozinha: será que alguém nesse mundo faria o que ele faz por mim? Porque ele me escuta, me aguenta, me mima, me inspira, me faz sentir a mulher mais linda e especial do mundo. E eu acredito nele, acredito em mim e acho o amor a coisa mais egoísta que existe.

A gente ama o outro por tudo aquilo o que ele nos faz sentir. (E ser). É, pessoal. Por ele, esvaziei minhas gavetas, meu armário e meu coração. Pra reciclar energias. Pra ele entrar, ocupar o espaço em branco. E ficar. Não importa se a gente vai se casar, se vamos nos matar daqui a um ano ou se o mundo vai acabar amanhã. Nada interessa. (Embora eu espere que tudo o que eu sinto dure pra sempre). Estou agora com coração nos olhos e um sorriso grudado na boca. Para mim, a melhor hora do dia é ver o sorriso dele entrar porta adentro. Nesse momento, o tempo pára e não há nada que me faça sentir como eu me sinto.

"Torna-te quem tu és", disse o filósofo.

E EU SOU. (Por nós).

A FAVOR DE GENTE DE VERDADE

Eu sou uma eterna apaixonada por palavras. Música. E pessoas inteiras. Não me importa seu sobrenome, onde você nasceu, quanto carrega no bolso. Pessoas vazias são chatas e me dão sono. Gosto de quem mete a cara, arrisca o verso, desafia a vida. Tem muita coisa dentro de você? Então jogue essa porra de identidade fora e senta aqui. Pára de falar da rave. Da viagem. Das 200 horas que ficou sem dormir ouvindo tuntztuntz. Ok, pode falar! Mas seja breve. Eu quero saber sobre você. VOCÊ! Você não é só uma festa, uma foto de orkut, um carro bonito que te custa caro. Você não é só um i-phone, uma tv de plasma, uma notícia barata de jornal. VOCÊ É GENTE! E gente sente. Gente ama, sofre, sente sono. E tem medo. EU TENHO MEDO. Eu, na verdade, tenho muitos medos. E um deles é que as pessoas virem apenas uma IMAGEM. Não para os outros (que se fodam os outros!), mas para si mesmo. Meu Deus, aonde vamos parar? Antes que a conversa se estenda, quero esclarecer logo. Não sou hipócrita, veja bem. Também adoro um auê, uma frescurinha, champagne boa. Tenho um ego chato que apaga fotos em máquinas alheias. Fico emburrada se a calça jeans não entra. Brigo cá com meus defeitos (que são caros, fartos e meus). E acho que todo mundo também. Mas o que vim dizer hoje não é isso. Ou melhor, é sim. O que eu quero falar na verdade é que: A GENTE PODE SER BEM MAIS QUE ISSO. Que tal preocupar-se um pouco mais com SER do que com o TER, nem que seja pra variar? Me conte suas viagens, me mostre sua história, mas seja sincero: você detestou aquele lugar que todo mundo ama! VOCÊ ODIOU, na verdade. Então pra quê dizer que foi uma viagem “do caralho” e colar aquelas fotos com aquela gente cretina bem no meio do seu mural? Não precisa fazer linha comigo, nasci desalinhada, você sabe. Lembre-se de quem você era, DE QUEM VOCÊ É. (Você se lembra?). É sua essência, tudo o que há por trás desse sorriso lindo e óculos escuros. É minha gente. Estou naqueles momentos silenciosos em que pouca coisa parece fazer sentido. Sigo a vida conforme o roteiro, sou quase normal por fora, pra ninguém desconfiar. Mas por dentro eu deliro e questiono. Não quero uma vida pequena, um amor pequeno, um alegria que caiba dentro da bolsa. Eu quero mais que isso. Quero o que não vejo. Quero o que não entendo. Quero muito e quero sem fim. Não cresci pra viver mais ou menos, nasci com dois pares de asas, vou aonde eu me levar. Por isso, não me venha com superfícies, nada raso me satisfaz. Eu quero é o mergulho. Entrar de roupa e tudo no infinito que é a vida. E rezar – se ainda acreditar – pra sair ainda bem melhor do outro lado de lá.

Então, com sua licença, deixe eu e minha culpa em paz. Eu e meu delicioso perdão por mim mesmo. Eu só te peço uma coisa. Pare de culpar a vida. Pare de ter pena de você. Se assuma. Se aceite. Se culpe. Se estrepe. Se mate. Mas se perdoe. Pelo amor de Deus, se perdoe. Somos todos culpados, se quisermos. Somos todos felizes, se deixarmos.

Gosto do que me tira o fôlego. Venero o improvável. Almejo o quase impossível. Quer um bom desafio? Experimente gostar de mim. Não sou fácil. Não coleciono inimigos. Quase nunca estou pra ninguém. Me irrito fácil. Me desinteresso à toa. Bonito mesmo é essa coisa da vida: ser quem a gente é.

Fernanda Mello

Nota: Trecho de um texto de Fernanda Mello.

Eu, com minha tpm, meus livros e meu jeito-gato. Ele com seu ciúme camuflado, seus mil programas e seu jeito de abraçar o mundo. Mas quer saber? Eu olho pra ele e fico pensando sozinha: será que alguém nesse mundo faria o que ele faz por mim? Porque ele me escuta, me aguenta, me mima, me inspira, me faz sentir a mulher mais linda e especial do mundo. E eu acredito nele, acredito em mim e acho o amor a coisa mais egoísta que existe. A gente ama o outro por tudo aquilo o que ele nos faz sentir. (E ser). É, pessoal. Por ele, esvaziei minhas gavetas, meu armário e meu coração. Pra reciclar energias. Pra ele entrar, ocupar o espaço em branco. E ficar. Não importa se a gente vai se casar em Pipeline, se vamos nos matar daqui a um ano ou se o mundo vai acabar amanhã. Nada interessa. (Embora eu espere que tudo o que eu sinto dure pra sempre). [...] Para mim, a melhor hora do dia é ver a chave girar e o sorriso dele entrar porta adentro. Nesse momento, o tempo pára e não há nada que me faça sentir como eu me sinto. "Torna-te quem tu és", disse o filósofo. E EU SOU. (Por nós).

Tanto tempo eu perdi em outros olhos, outros nomes, outros lugares. Tudo estava ali tão perto, mas era difícil o medo ir embora e te pedir: fique aqui. Porque sempre foi você. SEMPRE. Mesmo quando eu insistia que não, eu secretamente rezava à noite para você aparecer de repente e me dizer meio sem jeito: é, eu também não te esqueci.

Rapazes, ouçam bem! Preferimos mil vezes que vocês digam (sem muitos rodeios) que estão cansados. Que não nos querem mais. A cair no clichê mais manjado do mundo: o do homem distante. (Existe coisa mais angustiante que isso?). É um tal de não dar notícia. Desmarcar encontros. Inventar desculpas. Dizer que não tem dinheiro... E insistir que aquela velha amiga é apenas uma amiga. Quando vejo uma situação dessas, penso logo de cara: eles estão subestimando a nossa inteligência? Agora descobri que não. Eles estão apenas escondendo o medo absurdo que eles têm da gente. Medo da nossa reação. Medo da gente chorar. Rodar a baiana. E afogar o poodle da mãe deles na panela de água fervente.

Toda mulher é uma surpresa, uma torta mil-folhas, um bombom diferente em um lindo papel celofane. Quer provar? Eu posso acordar doce, ficar amarga e até dormir ácida sem você perceber.Mas eu quero que você perceba. Eu quero que você se alimente do que há de melhor e pior em mim. Eu quero te mostrar cada gosto, te misturar, te revirar o estômago, te virar do avesso, jogar a receita fora. (Nada de banho-maria!). O amor não tem regras, o desejo não tem limites. Minha boca é do tamanho do meu coração.