Textos de Espera
A noite, fria, aguarda-me, espera-me...
conforta-me...
em sua escuridão reflete meu tormento.
Meu pensamento, triste, sombrio, um pouco de luz procura.
A noite, escura, se faz mais escura
por um momento...
envolve-me, dissolve-me...ameniza meu sofrimento,
diminui meu tormento.
A noite, sombria,
lúgubre, triste, cada vez mais triste...
se faz mais noite a cada dia.
A noite... em sua escuridão absoluta...
resoluta me diz: chego na frente, chego primeiro...
abro caminho, abro espaço
e te recebo, e te abraço...
e te conforto nos meus braços.
Impressionante...
mesmo que tudo tenha dado errado ontem
hoje você acorda e espera que dê tudo certo.
Impressionada, você me deixa impressionada...
você não se abala com nada.
Mesmo que hoje dê tudo errado,
você espera que amanhã, ou depois de amanhã, ou logo aí adiante, ou num futuro um pouco mais distante,
dê tudo certo...ou algo dê certo.
Impressionante, pra você, um dia dar certo é tão certo!
Impressionada... você me deixa impressionada!
Expectativa: estado ou situação de espera.
Quais são suas expectativas? O que você espera dos outros?
E o que você espera de você?
Você já contou quantas vezes o resultado de sua espera não foi o esperado?
Expectativas frustradas... total frustração, desilusão.
O outro decepcionou, você fracassou... que vida desesperada.
Até que um dia você se dá conta.
Suas expectativas eram enormes (por demais da conta),
e que ninguém ia dar conta.
O outro, você... cada um é exatamente o que é,
dá exatamente o que tem e pode dar.
E é só isso que você pode esperar.
A V I D E Z
Tanto ávido à espera
Da esfera
Por armilar,
Para se poder guiar
No mar da ganância
E jactância
Onde se vai afundar.
São como cegos
Coxos e moucos,
Para alimentar os egos
Neste inferno de loucos.
Calcam e recalcam
O pai, a mãe
E todo o alguém
Que assaltam
Em nome da avidez,
Da sofreguidão
Que alguma vez
Os há de fazer penar
E findar,
Então!
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 15-11-2022)
AVÓ ESPERA
Eu já me ia esquecendo
Na voracidade do tempo
De te lembrar, estremecendo,
Neste nevoeiro tão tenso.
Tudo o que pediste, eu cumpri:
"quando fosses velhinha,
Que te desse ao menos, uma sopinha.
E eu dei-ta e muito mais
Que o que me pedias, avó.
Fui teu confidente,
Tua companhia no só,
Teu neto, sempre de frente.
"Põe-me, quando eu morrer,
Florzinhas no meu jardim,
Uma luz para eu ver,
Quem é que gosta de mim..."
Disso, avó, não me esqueci
E tu sabes bem que não,
Os que sempre gostam de ti,
São flores vivas em botão.
(Carlos De Castro, in Há um Livro Por Escrever, em 15-03-2023)
ESPERA DESESPERADA
Na velha gare esperei por ti;
Na esperança anunciada
De te ter como coisa amada
Naquilo que ao ganhar perdi.
Só depois é que vi
Que as estradas
E os carris das vidas
São feitos de tudos e nadas.
Nem sempre são retas desejadas
Para alcançar o sonho final,
Se não a mim e ao mundo
Vai um logro tão profundo,
Um medonho e abismal
Desígnio infernal
Nas encruzilhadas do mal.
Dessas, eu nunca me lembrei...
Por descuido me esqueci.
Agora, eu sei
Porque peno assim por ti.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 04-06-2023)
GUERRA E PAZ
Da guerra... o que se espera?
São filhos meus... são filhos seus.
São olhos que se fecharam.
Para sempre num permanente breu.
São céus enegrecidos
por fumaça escura.
Dias como noites anoitecidos...
Cadê o Sol?
Envergonhado... ficou, entre nuvens espessas, dos homens escondido.
É tanta morte.
É tanta noite.
É tanto sangue.
Açoite, atrás de açoite.
O rio segue seu curso.
O mar – maré vermelha – a vergonha da Lua espelha.
Cadáveres armados
lado a lado...
Heróis... anti-heróis...
A paz... na guerra... era só o que haviam buscado.
... desesperados... desesperançados!
Quando menos se espera, ela vem e você não se livra dela tão cedo. É uma consequência de quem soube amar mas não soube ser amado. Solidão...
E você insistiu em amar
amar e não ser amado...
Não diga que não avisei,
falei, argumentei, gritei...
E você insistiu em se fazer de surdo
alto e bom som falou:
eu mudo, ah! eu mudo
eu mudo o mundo se preciso for
mas eu vou ter dela todo o amor.
Não mudou... nem ela, menos ainda o mundo
que se fez de surdo pro seu amor,
pro seu clamor.... e agora,
pra sua dor.
E não diga que eu avisei não
avisei....
ta aí a consequência de quem amou e não foi amado:
Solidão....pra todo lado.
Instintos à solta... como fera
aponta o alvo e não erra
espera que da vida só lhe cheguem primaveras...
Hiberna no inverno,
no outono e no verão.
Testemunha efêmera
longínqua... como o som de um trovão.
Fingidor ferido,
caído, prostituído,
bárbaros ruídos...
teoremas de ilusão....
sortilégio, bruxaria, maldição.
Dor... quem já não a sentiu? Ela vem, é inevitável.
Ela aparece quando você espera, quando menos espera... quando não espera.
Chega devagarinho ou como uma tempestade... simplesmente chega.
Invade sua alma (pior) sem pedir licença, se apossa de todos os seus momentos.
Você suplica que ela vá embora... e ela surda toma conta de todos os cantos.
Transforma-o em caquinhos, às vezes tão minúsculos que você tem a impressão de que jamais poderá juntá-los.
O tempo passa e você nota que tem de continuar... e continua de qualquer jeito... cola aquilo em que você se transformou... porque em pedaços fica muito difícil continuar... você precisa estar inteiro.
Inteiro... de qualquer jeito, mas inteiro.
Por ser de qualquer jeito, alguma coisa não se encaixa, ou fica fora de lugar, ou fica faltando... (na pressa, você esqueceu algo por aí, em algum momento).
Como não quer lembrar de onde deixou... não volta.
E lá vai você... com as cicatrizes fazendo-o lembrar continuamente.
Eu e a dor
Sei que vem... não me importo que venha.
Pode vir... vivo-a, sinto-a, aceito-a.
Ela me derruba, me arrasa, me sufoca, me estraçalha... me transforma em pó.
E eu deixo...
Espero um pouquinho (ou um pouco mais... depende do dia, depende da dor).
Daí começo... lentamente... devagarinho... bem devagarinho... a colocar tudo no lugar.
Vou juntando, vou moldando (virei pó, remember?).
Tudo calmamente, com doçura... tranquilamente.
E o tempo passando... e eu me moldando.
Sem cicatrizes... estou diferente, mas sem cicatrizes... simplesmente eu mesma.
A mesma que era antes da dor, diferente da que era antes da dor.
Sigo adiante... pronta pra outras dores...
Ah! E já percebi que às vezes a felicidade é tão grande que dói também.
Contra toda a esperança,
você espera...
e você cansa.
Mas espera,
cansado,
desesperançado...
um fio de esperança.
O que faz você assim agir?
Não consegue do que está destinado fugir?
Um caminhante... só um caminhante.
Existe coisa mais humilhante?
Sem esperança,
só e no caminho...
um simples andante.
Você segue adiante.
Uma luz no fim do túnel?
Um oásis no meio do deserto?
Fica esperto...
Se você reparar bem
não há nada por perto...
a não ser esperança
e isso é bobagem de criança.
É triste se apaixonar por alguém
Que não te enxerga
Alguém que espera por um semideus ou um príncipe encantado
E você sabe que é só um ser humano apaixonado
Que entregou o coração pra ser feito em pedaços
É triste amar e ser feito de palhaço
Ser sincero e verdadeiro
Enquanto é humilhado
É triste ama a quem não se importa
Com o amor que está acima de todos
E ignora os sentimentos de quem ama
Pois quem ama não espera nada além
Do próprio amor
Por que quem ama
só ama com toda a vida como único bem de valor...
Desilusão
Quando um fazendeiro contrata um caseiro, espera, no mínimo, que ele saiba distinguir uma vaca de um vira-lata ou, ao menos, que não deixe o gado escapar por um portão escancarado. Afinal, confiança é algo sério: entregar as chaves da fazenda não é como emprestar seu celular pra criança do vizinho. É delegar responsabilidade. É dizer: “Eu confio que você vai cuidar disso como se fosse seu. Ou até mais, porque não é.”
Só que tem caseiro que parece ter entendido o cargo como “hóspede permanente com direito a salário”. Deixa o pasto virar selva, o gado desaparecer sem deixar rastro e ainda reclama do latido dos cães de guarda — aqueles mesmos cães cujos nomes ele nem sabe, mas que, coitados, continuam defendendo uma fazenda que ninguém mais parece querer proteger.
Ah, e quando algo dá errado? Bem, aí entra o toque final do profissionalismo: culpar o cachorro. “Foi ele que não latiu na hora certa.” “Devia estar dormindo.” “Talvez seja preguiçoso.” E lá vai ele, o grande estrategista rural, pegar uma pá e resolver o problema eliminando quem, pelo menos, tentava fazer o seu papel — sem férias, sem 13º, sem plano de carreira, apenas fiel ao dever.
Só que essa história não é sobre fazendeiros, caseiros nem mesmo sobre cachorros.
Na fila da padaria de um supermercado fiz uma breve reflexão. Quando cheguei ao balcão, a atendente logo me informou que os pães estavam no forno e que ficariam prontos em 10 minutos. Pensei, pensei e resolvi esperar. O segundo da fila ouviu e logo se espalhou a notícia para todos que chegavam. Fiquei num local onde eu tinha a visão do tempo regressivo do forno e, portanto, acompanhei minuto a minuto o fim dessa espera. Também pude notar que muitos ficaram na fila por 5 minutos, mas desistiram no meio do caminho. Outros chegaram a esperar até 7 minutos, mas por não saberem que estavam tão perto, também foram embora. Novos clientes chegaram e perguntaram para quem estava no fim da fila sobre o tempo que demoraria e obtiveram uma resposta errada dos 10 minutos quando a verdade já tinham se passado 8. Diante disso tudo, podemos aprender algumas coisas. Na “fila” do tão esperado e sonhado “pão”, não leve em consideração só a opinião de quem está esperando. Nem todos tem a visão correta. Quando tiver dúvida sobre o tempo, pergunte para a pessoa certa. Só Aquele que está preparando o seu “pão” sabe a hora exata. Pode ser que a sua bênção esteja mais perto do que você imagina. Não desista, tenha paciência enquanto estiver na fila!
Um outro dia, um outro cigarro, e minha vontade de escrever sobre você apenas aumenta. Seria isso solidão? Seria isso esperança? Não, eu acho que é apenas mais uma forma do meu coração aliviar a vontade de te ver, dar o salto que meus medos me impediram de dar. Será que se houver uma proxima oportunidade eu vou agarrar e não deixar passar, ou será que eu não conseguirei superar meus medos, minha timidez? Eu não sei, tudo que eu sei é que eu não consigo parar de te procurar na multidão, em cada rosto que eu vejo, na esperança de ver seu rosto mais uma vez. O que fazer com um sentimento desses em uma situação com possibilidades tão baixas? Esperar, eu imagino, esperar que o destino seja bondoso, e me de apenas mais uma chance, o medo de deixar essa chance passar já é maior que o de arriscar e ir até você. Eu não tenho certeza se isso tudo é em vão, ou se tudo tem um motivo, e se tiver, qual será esse motivo? Eu posso fazer algo para descobrir? Ou às vezes, tudo que posso fazer é esperar? Esperar você cruzar meu caminho, ou esperar a vida inteira por algo que não era para acontecer? No fim, eu acho que esse é o grande dilema do amor, essa espera agonizante por alguém ou por algo, que pode ou não vir, e assim a vida segue, nos prendendo nessa espera, sem dicas, sem nada, apenas viver, tendo esperança no incerto, ou convivendo com a possibilidade de que talvez, não estejamos esperando por nada afinal.
.."O tempo constrói ou destrói, ele pode ser antídoto ou veneno. O tempo tem duas caras e duas formas, pode ajudar ou conspirar. O Tempo é um espaço necessário à acomodação sem dimensão, duração ou extensão exatas, que tem na paciência o único esteio como real telespectador."... Ricardo Fischer
Quando vc faz algo, o que quer que seja, vc desprende seu tempo, seu trabalho, sua dedicação.Seus pensamentos ficam focados apenas naquilo que vc esta fazendo, o objetivo é a satisfação em ver algo que se imaginou terminado, pena que poucas são as pessoas que valorizam isso, que entendem e se colocam no seu lugar, sem que vc tenha necessariamente que ficar mencionando todo o processo pra colocar na cabeça do outro, que não é tão simples assim. O que se espera é apenas o simples e tão almejado reconhecimento.
O amor não é uma coisa descartável, não é algo que pode usar e guardar pra usar mais tarde. Hoje em dia as pessoas se encantam e se desencantam muito rápido. Amar é muito mais que dizer "eu te amo" ou "Eu preciso de você". É seguir os passos dessa pessoa e a segurar sempre quando ela tropeçar. É estar de braços abertos a qualquer hora para essa pessoa. Amar é querer o bem, é sacrificar dias, semanas, anos, décadas por uma só pessoa. É ser fiel não somente ao relacionamento, mas também a sua própria palavra. Isso é o significado de honra. Quem ama, espera, cultiva, crê, acredita, sente falta, chora.
Tão difícil controlar meus pensamentos quando se trata de você. Enclausurada numa enorme amargura, questionando a minha sanidade quando eu já nem sei mais quem sou. Olhar pela janela e não conseguir ver nada já se tornou um habito da minha rotina de viver de memórias. Tantos dias fiquei a sua espera, sempre olhando por essa mesma janela, e você nunca mais voltou... Paralisada nesse inverno permanente, adormecida no silencio desse ex amor. O barulho da tv ao fundo, o tic-tac do relógio e a esperança morta de te ver chegar. O dia passa lentamente, e minha mente, mente, quando pelo meu nome escuto você chamar. Tem sido assim por todos esses dias, a casa sempre vazia, completamente abandonada nessa solidão. Então eu choro, perdida entre meus remorsos e essa minha paixão. Sinto sua falta o tempo inteiro, ouço seu riso, sinto seu cheiro, viajo nessa escuridão. Meu Deus, como minha alma é pequena, ligada a um simples teorema, abandonada em outra dimensão. E cai em mim outra vez a realidade, talvez seja culpa da claridade do sol dessa manha... E enquanto tomo meu café eu ouço o barulho dos seus passos, você me envolve em seus braços e eu caio em pleno adormecer. Perdida e meio viva, nos meus olhos volto a me esconder.
Hoje eu acordei e ouvi um sussurro, não consegui entender quais eram os reais sentindo daquelas palavras, mas algo me dizia que tudo estava apenas começando. E no levantar eu me dei conta que, ainda não é hora de desistir. Que toda provação gera uma espera,mas que a espera traz grandes bençãos.