Textos da Grandeza do Senhor

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CIDADE SORRISO

Em minha memória, uma saudade
Dos tempos de outrora, um aviso
Daqui fui, aqui voltarei, realidade
Uma mineira cidade, cidade sorriso
Onde sempre fui, territorialidade
De minha alma, aqui sou indiviso...

Neste um universo, versa a beleza
Gente de minha história, de contos
Em um recital duma incrível pureza
Poesia nas velhas cadeiras, pontos
Seresteiros cheios de doce certeza
Nada ali é pequeno. São confrontos!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Tudo na vida tem jeito

Você é uma pessoa que se repete muito? Vai sempre aos mesmos lugares, conversa sempre com as mesmas pessoas, até o seu problema é igual? Conta sempre a mesma história,ri da mesma piada? Tem gente que é assim. Será que esse não é?
É a pessoa videoteipe, que está sempre repetindo tudo igual. Parece uma fotografia, porque fica eternamente parada naquilo. Por que uma pessoa fica assim igual com tanta coisa curiosa na vida? Às vezes, é porque ela está aprendendo a ser segura, a ser organizada. Então, ela passa por um período de monotonia. Fica meio emperrada, meio engasgada consigo mesma por um período grande.
Que esquisito, pois com tanta coisa acontecendo nesse mundo moderno, tão dinâmico, a pessoa fica sempre igual. Está sempre com o mesmo cabelo. Mas o povo é assim. Tem aquela que troca de cor de cabelo toda semana. Ela também exagera. Toda hora está trocando de cara porque é mais fácil
trocar a cor do cabelo do que mudar de atitude.

Mas tudo tem a sua hora. Cada um está exercitando, de algum jeito, o seu modo de criar, de viver. Veja, por exemplo, a questão do destino, que toca a todos nós. Todo mundo quer forçar o destino a realizar o seu sonho, para que dê certo no amor,na carreira.


Acho que a gente pode mesmo fazer o destino e tem uma certa consciência disso. Nem sempre sabe como fazer, mas a gente quer forçar. Faz o possível para as coisas irem de um jeito e não de outro, embora a gente erre, porque não sabe bem como fazer o destino funcionar. E, às vezes, a pessoa tenta tanto que passa a ser autoritária e arrogante:

- Eu quero assim, porque tem que ser desse jeito.

Não aceita que seja diferente. Acho que isso é descontrole. Mas, no fundo, a pessoa está apenas querendo a felicidade. Você já pensou que tudo que você faz, de certo ou de errado, é porque pensa que isso vai levá-lo à felicidade? Aquele que rouba, que mente, que é sincero, tudo que o pessoal faz é pensando que vai trazer a felicidade.

Que força tem a busca da felicidade em nós! A gente quer viver, quer se realizar. Uns com dinheiro, outros com amor, com a esperança de que aquela pessoa vá fazê-la feliz. Quantos sonhos de felicidade todos nós temos. E quando a gente se decepciona, porque não consegue, então, não quer sonhar mais. Quer brigar, quer chorar. E quanto maior a revolta, mais mostra que o desejo da felicidade é grande, pois se o desejo fosse pequeno, a revolta seria pequena. E a gente vê que também o revoltado, o agressivo, o amargo quer a felicidade.

Sorte daquele que sabe parar para analisar e ficar só olhando tudo, sem emoção. Vai fundo e, daí é que descobre as coisas. Quando fica só contemplando, se liga na consciência cósmica, começa a entender as coisas.

- Quer dizer, então, que o conhecimento de tudo está dentro de nós?
- Está mesmo. Se a natureza nos põe para viver, tem que pôr também o conhecimento para termos condições de fazer as coisas. É que você é muito afobado, muito emocionado, muito indisciplinado e não pára para ir fundo. Então, as coisas ficam confusas. Feliz daquele que sabe parar e ficar calmo, só olhando a situação, abrindo a mente e o coração na boa vontade para entender: esse vai dominar a vida e vai ser feliz.
Tudo que consegui de bom na vida foi assim. Mas a gente fica doido, desesperado, emocionado e fica repetindo o que já fez. Uai, se já fez e não deu certo, por que repete? Tem que parar, contemplar, ir fundo, acreditar que tem jeito. Tudinho tem jeito. Pare de ficar desesperado que isso não leva a nada. Só dá dor de cabeça
.
Tudo tem jeito. Tem sim, tem muito jeito. Tudo é aprendizagem.

• Aquele que está aflito está aprendendo a movimentar sua energia de ação.

• Aquele que está encruado, parado na vida, está aprendendo a usar o breque.

• Aquele que está trabalhando, está aprendendo a usar as suas faculdades.

• Aquele que trabalha com a moleza, com a preguiça, está aprendendo o valor do tempo, a trabalhar sem estresse.

• Tem aquele que está trabalhando afobado, angustiado, preocupado, que também está aprendendo a assumir responsabilidade.

Tudo o que você chama de defeito, na verdade, é uma das suas virtudes que está aprendendo a usar.

• A raiva é a virtude da coragem, que você está aprendendo a usar.

• A crueldade é a força da transformação, que a gente também está aprendendo a usar.

• A mentira é a força do manuseio, da interpretação, da adequação à situação, que você está aprendendo a usar.

• A falsidade é a nossa capacidade de conter e suprimir elementos perigosos da nossa vida.

• A traição é porque a gente está aprendendo as questões do compromisso. Quem trai acaba tendo as suas reações e acaba aprendendo o que é se compromissar, quando deve se compromissar e de forma deve fazer os compromissos.
Quando há traição é porque a pessoa não tem coragem de encarar a verdade.

• Quem está fugindo está aprendendo a se afastar daquilo que o incomoda.

• Quem está confrontando está aprendendo a transformar aquilo que o incomoda. Todo mundo está em trabalho

• Quando a pessoa bebe muito, está aprendendo a dominar o seu orgulho. Claro que é de uma forma dramática e dolorosa, mas está aprendendo.

• A doença está ensinando você a se tratar melhor. Você, que não gosta de si mesmo, que se queixa que têm pernas finas, orelhas grandes, nariz torto, então, pega as doenças, empesteia o corpo para aprender a se gostar e a se tratar melhor.

Todo mundo, minha gente, está na lição. O povo diz:

- Quanta crueldade, quanto sofrimento nesse mundo, quanta gente ignorante, quanta violência...

Vocês falam que a sociedade hoje é muito violenta. Mentira! O homem sempre foi assim, em qualquer sociedade. E vai continuar a guerrear porque está aprendendo a usar os poderes de transformação, os poderes do direito humano, os poderes dos princípios de liberdade, dos princípios de individualidade. Tudo isso é feito da maneira que o homem sabe fazer, de acordo com o seu estado de evolução. Um dia melhora, como já melhorou em muitos aspectos porque a humanidade já aprendeu. Então, está tudo certo.

Está tudo certo, porque Deus não erra. Você é que vê erro, porque não entende. E o que não entende, você acha que é errado. Mas se você pudesse, de algum modo, sentir o pensamento de Deus, ia ver que está certo, que é isso mesmo o que Deus quer. Se não quisesse assim, já teria mudado.

Você gosta de se queixar da vida porque ela não é do jeito que você queria. Sinto muito dizer, mas está certo. É você que fica achando erro. Toda crueldade, tudo está certinho. É bom você parar de se queixar e tentar entender, se quer mesmo ser feliz. É preciso entender os porquês, mas você não procura, então por que diz que é difícil?

A vida não esconde nada. É você que não quer ver.

Vamos sair desse delírio de enganos e erros, de obstáculos e pessimismo? Vamos viajar juntos e descobrir isso tudo?

UM POEMA DE AMOR

Escrevi esta crônica no dia 23 de outubro de 1994. Faltavam dois meses para Déborah completar dois anos e eu já começava a perceber que não poderia exigir que a flor pudesse ter asas ou que falasse, como se isso fosse a única forma de ser feliz, pois descobri que um simples olhar de felicidade dela era suficiente para eu ser também, então, se minha filha era feliz, o que mais eu poderia exigir de Deus ?
E assim eu consegui ser muito mais feliz como sou até hoje ao lado de Suelane e de nossas duas filhas: Déborah, nossa flor e Barbarah, nosso raio de luz.
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Déborah,
Criei um mundo só nosso. Abandonei sonhos antigos, renunciei a tudo. Nada mais fazia sentido a não ser lhe fazer feliz, Déborah. Procurei em livros respostas para as minhas perguntas, mas em nenhum deles consegui encontrar algo que pudesse preencher o vazio que crescia dentro do meu coração, por lhe ver tão distante de mim, mesmo estando ao meu alcance.
Os dias para mim se passavam rápido, mas para você era como se tivesse parado, pois continuava, lentamente, tentando acompanhar o ritmo deste mundo tão longe do seu. Várias vezes refugiei-me num mundo imaginário, e nele eu lhe via correndo para me abraçar, ao chegar do colégio, com o rosto sujo de tinta pintado pelas tias; várias vezes me imaginei na obrigação de todo dia ir pegá-la na porta do seu colégio, e só depois que a última criança saía era que eu voltava a realidade... e lá estava você indiferente a mim e aos seus intocáveis brinquedos, se esforçando para engatinhar alguns centímetros do chão, que pareciam léguas.
E o que para muitos era rotina, para mim era um sonho, pois eu vivia num mundo só de fantasia, imaginando você correndo no lugar daquela criança que passava fazendo barulho na calçada; pensando ser você me pedindo a bênção aquela criança que me puxava pela roupa no centro da cidade, estendendo a mão pedindo uma esmola. Vi sonhos nos seus olhos tão meigos, quando em silêncio, me acariciava com o olhar como se lesse os meus pensamentos, querendo dizer-me para não abandoná-la um só instante. Talvez nem sabia que era eu quem lhe pedia a mesma coisa, pois ao seu lado aprendi a ser feliz. Aprendi a sorrir com a simplicidade de existir, e percebi o quanto são felizes os lírios do campo que se curvam, em agradecimentos, ao toque da mais leve brisa que lhe acaricia ao cair da tarde ou ao nascer do dia, mostrando-nos o quanto devemos ser gratos a Deus por nossa existência.
Em cada sorriso seu eu percebi a esperança brilhar, brilhar no seu rosto tão singelo, como se pedisse desculpa por alguma coisa.
Hoje você já nota a minha presença, talvez até distingue-me das outras pessoas, mas se não distinguir não importa. O importante é que já consegue me abraçar como eu sonhei um dia.
Talvez sinta a minha ausência, mas se não sentir, não importa. O importante é que sorri para mim toda vez que me ver. Seria tão bom se corresse para os meus braços ao me ver chegar, mas se não consegue, não importa. O importante é que me espera sentadinha com um sorriso que torna-me feliz como nunca fui antes.
Ah! Como eu queria que pudesse, mesmo que baixinho, e nem que fosse uma única vez, chamar-me de papai, mas se não consegue, não importa. O importante é que, apesar do seu silêncio, eu consigo escutar um voz mais baixa que o pensamento, me chamar.
Eu queria tanto que pudesse entender as estórias que lhe conto quando estamos sozinhos, ou que pudesse pedir-me para cantar uma canção de ninar para lhe fazer dormir, nas noites quando acorda sem sono. Talvez até queira e não consegue, mas não importa. O importante é que continuo a contar-lhe estórias e a fazer-lhe poesias, pois sei que um dia irá lê-las, então, se hoje elas falam de você para o mundo, amanhã falarão de mim para você.
Te amo, minha filha.
É impossível existir tanto amor e tanta felicidade, e no entanto existe. E o que eu posso querer mais ?
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Déborah já conseguiu com as mãozinnhas juntas, como se segurasse nela mesma, andar sozinha, para os meus braços. Hoje já não anda mais, porém ao me ver vem de joehos na maior alegria, parece até que vem levitando, chego a imaginar que é um pequeno anjo em oração.
___________________________________________________ Transcrito do livro : “O Diário de Déborah”

Esta palavra saudade
conheço desde criança
saudade de amor ausente
não é saudade (é lembrança)
saudade só é saudade
quando morre a esperança

Aonde eu chego, não vi
Mal que não desapareça
Raposa que não se esconda
Bravo que não me obedeça
Letrado que não me escute
Cantor que não endoideça

DESCONHECIDA

Olhar triste...boca a espera de um beijo...
Forte em meio as lutas...
Uma menina no coração.
Te surpreende a cada instante,
levando a pensar:
Quem é esta? que adormece em meus braços?
Seduz com teus versos...comanda um exército?
Quem é esta? que ao mundo alcança,
e chora ao ver lendo, uma criança?
Quem é esta? que acolhe aos amigos...
e aos inimigos, faz comer em suas mãos?
Quem é esta? que não desce do salto...
mas sabe ser dura, até com doçura?
Quem é esta? que desperta paixão,
sem acaso perceber, produz ilusão?
Eu !!! Mulher Desconhecida...Aos
poucos mostra a todos o teu valor.

TEU OLHAR!!!!!!!!!!!
Sandra Ribeiro
Distancio-me de tudo... Esta menina,
Para encontra-me em teu olhar.
Porto Seguro... Desfruto da tranqüilidade
Deste momento sem vacilar.
Com minha imagem refletida em tua retina
E a tua imagem marcada em minhálma
Acalenta desejos incontidos...
Que só o olhar de quem ama pode decifrar.
Ah, teu olhar! Teu olhar! Teu Olhar!

Reflete o que meu coração sente.
Quando fitas tão profundo, ai ai...
Chegando onde ninguém consegue chegar.
A timidez que me falta em segundos
Torna-se presente com teu olhar...
Falta o chão, o ar, o fôlego...
Fico a sonhar... Fascinada... Encantada...
Ah teu olhar! Teu olhar! Teu Olhar!

— Tem uma pessoa. Ela sempre ficou em casa por mim. Mas não tão rápido. Primeiro, eu devo ficar.
— Para lutar?
— E amar e chorar. Quando eu era um Irmão do Silêncio, meus amores e minhas perdas emudeceram lentamente, como a música ouvida à distância, uma harmonia genuína, porém abafada. Agora... agora tudo desceu sobre mim de uma vez só. Estou curvado debaixo de tudo. Tenho que estar mais forte antes de vê-la — o sorriso dele era melancólico. — Você já sentiu seu coração preenchido por tanta coisa a ponto de se romper?

— Eles já desistiram. Não viu o que Tessa escreveu? — respondeu Zacarias. — Uma cura nem sempre pode ser encontrada, não a tempo. Eu sei, digo, aprendi, que não se pode contar com isso. Não pode ser nossa única esperança. Temos que sofrer pelos Crepusculares como se já estivessem mortos, e confiar no que somos: Caçadores de Sombras, guerreiros. Temos que fazer o que fomos moldados para fazer. Lutar.
— Mas como nos defendemos de Sebastian? Já estava ruim o bastante quando era só com os Crepusculares; agora temos que combater o Povo das Fadas também! — retrucou Tomas. — E você é só um menino...
— Tenho 146 anos — rebateu Zacarias. — E esta não é a minha primeira guerra invencível. Acredito que podemos transformar a traição das fadas em uma vantagem. Para isso precisaremos da ajuda do Labirinto Espiral, mas se me escutarem, direi como fazer.

⁠Se somos realmente a geração eleita e do arrebatamento, somos nós quem precisamos agir, precisamos mudar!
Se o Reino de Deus está em nós e o que o impede também, somos nós quem precisamos agir, precisamos mudar!
Se o mais importante são seres humanos e não coisas deste mundo, somos nós quem precisamos agir, precisamos mudar!
Se o mais valioso da Terra (ouro) só servirá como pavimento em nosso mundo, somos nós quem precisamos agir, precisamos mudar!
Se os vivos estão mortos, precisamos então despertar à VIDA.

PODER DA MULHER QUE CHORA

Lágrima que flui... Deste olhar em aflição,
Um biquinho nos lábios, revelando coração
Triste, em agonia, desamparo...
Seja filha, mãe, esposa,
Que poder tem a mulher que chora...
O gigante esmorece... Bravo fica impotente
Assumindo a humanidade:
Mas que lágrima valente!
Molhando um rosto tão belo.
Que poder que tem a mulher que chora...
Do homem tira o sossego, o impossível promete
Com o choro em desalento, em silêncio e tão sonora,
Tudo ele faz, tudo é capaz...
As estrelas ele alcança... O sol ele faz parar
Comove-se igual criança... Á guerra decreta paz.
O pranto tornar-se riso... A bela feliz se achar.
Ele diz; tudo é preciso... Para que não volte a chorar.

(27 DE FEVEREIRO)

Dia e mês que levo os anos
Nas costas, cada vez maior
Sem fronteira e sem planos
Nos males e sonhos o suor

Levo com cuidado esta data
Num rígido e reto itinerário
Afinal não é ouro nem prata
Mas é especial no calendário

Nunca posso dar um até mais
Pois veloz já é naturalmente
Triste é ficar sentado neste cais

E sempre deixo um posposto pendente
Pois ficar mais velho, são fatos anuais
E ser lerdo, retarda receber o presente

Da saudade

Saudade palavra agridoce
Contigo o mel e o amargo
Na secessão é tão precoce
No desengano desencargo

Da solidão

A solidão não é estar só
Seu silêncio é necessário
Tem seu charme seu xodó
Quietos no nosso breviário
Ter solidão é de ti sentir dó
E não ter qualquer destinatário

Da tristeza

De ti triste tristeza
Só nos traz incerteza
Afasta o belo da beleza
Ora nos traz profundeza
Ora nos traz aspereza
Que seja então breve
E nas tuas ruínas, leve

Da sabedoria

A sabedoria filha do entendimento
Tão desentendida pelos homens
Homens de guerras e sofrimento
Na ganância de ter bens
Como se fossemos dono de alguma coisa, somos momento.

Da alegria

Da alegria trago o sorriso
Gargalhar se faz preciso
Pro fado se fazer conciso
E o pleno prazer indiviso

Do amor

Do amor se espera encanto
Sem se frustrar na emoção
Do outro se quer santo
Se santo não é o coração
Então se cria o espanto
E no espanto a desilusão
Mesmo assim, queremos tanto, tanto...

Luciano Spagnol

Coração

Tu não sabes nada!
Sofre por impulso
Anuncia a estrada
Pulsa no ato do expulso
Acelera e contagia
Sonha, e tem o avulso
Sentimento, com ousadia
Fazendo-se de recluso
Na certeza da batida certa
Acredita, sendo tão confuso
Ai então fica alerta
Se desperta
Me sustenta
Apimenta
E volta a ser placenta
Frágil, cheio de ilusão
És tu coração!

Luciano Spagnol

Louco

Na alegria escarno a tristeza
Incógnito fico a rir e a chorar
Esta é minha louca realeza
Doido, verso e reverso o poetar

Cada desatino de ser violador
Chora a minha total lucidez
De um insano no seu fingidor
Onde mascara a loucura de vez

Se existir é que é muito louco
Então existo mais que o viver
Ser louco ainda é muito pouco
Nos acertos do normal saber

Sem rumo, louco, afortunado
Desatinado e cheio de muafo
Da vida, vivo para ser amado
De amor, louco, sem parágrafo
(Quero da loucura ser inventado!)

Araguari

(Parodiando "Cante lá que eu canto cá" de Patativa do Assaré)

Ô Araguari, arguem já te poetô
Eu sempre tenho poetado
E ainda poetando eu tô
Cadquê, chão amado
Ocê é trem bão dimais
E óio aqui os sêus mistério
Tão difícil, decifrá jamais
Tal arrilia é tão sério
Que o poeta proseia, proseia
E ainda fica o quê proseá...

SONETO DE 27 DE FEVEREIRO

Dia e mês que levo os anos
Nas costas, cada vez maior
Nos sonhos hão-se planos
No afã do fado, gentil suor

Levo com cuidado esta data
Num único e poético itinerário
Afinal não é ouro nem prata
Mas é especial no calendário

Nunca posso dar um até mais
Pois, veloz já é naturalmente
Nas ilusões deixadas no cais

E busco ter posposto pendente
Ser mais velho, são fatos anuais
Ser feliz, é ter a vida de presente...

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano

Sísifo

Vai e volta, vinda e partida, recomeço
Aí é o tal preço, nesse caminho duro
Da vida, afinal se não for com apreço
A angústia, o medo, inundam o futuro

Recomeça, se desejares, sem pressa
No passo o compasso do passo dado
Na liberdade doada, que a razão meça
Os alcances, pois, o desejado é alado

E enquanto, ainda, tu não alcances
Não descanses na ilusão da metade
Se saciares com os poucos lances
A sorte não lhe será uma realidade

Sonho tem sempre parte de loucura
Onde a lucidez reconhece cada azar
E nesta queda livre que é a aventura
Não esqueças jamais do vetor amar

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Mês de maio, 2017
Cerrado goiano

ENTRE SOMBRAS (soneto)

Ao pé de mim vem o entardecer sentar
No cerrado, a noite desce, sombreando
Vem ter comigo hora pensativa, infando
Em uma visão das saudades a lamentar

Pousa tua mão áspera em mim, causando
Nostalgias no coração dolorido a chorar
São suspiros vaporosos ecoados pelo ar
Tão tristes, ermos, do vazio multiplicando

Na noite há um silêncio profundo a orar
Exalando a secura da dor impactando
No peito, que põe os olhos a lacrimejar

Eu a escuto imóvel, apático, sem mando
No vago da solidão, e me ponho a urrar
Às estrelas, que no céu voam em bando

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano

Sou Caipira

Sou pé na terra
poeta na estrada
mineiro da serra
e sua esplanada...

Eu vim do cheiro do cerrado
fogão de lenha, teto esfumaçado
lamparina, sem forro o telhado
chão batido, manhãs com mugido do gado.

Cresci no curral, junto de peão
viola, causos, anedota e mentira
nutrindo a inocente imaginação
sem que o tempo a aluíra

Sou araguarino, menino, alma cuíra... Caipira!

FISIOTERAPEUTA:
Avalia...trata...reavalia...trata...reabilita... alivia...
No passo a passo o passo da evolução, às vezes lenta, mas com ágil dedicação, especialização, com o coração.
Pronto para ouvir, sentar junto, animar... Se preciso for, até chorar...
É um oferecer, dar o olhar, abraçar, apoiar...

Profissional do movimento
Auxílio na dor, no alívio atento
Ombro amigo, manobra, alento
Ao aflito, ali presente, insistente
Dedicação, amparo consistente
Perito aliado na reabilitação...
Ao Fisioterapeuta saudação!
Feliz dia!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Rio, 13/10/2010

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