Texto sobre Medo de Mario Quintana
mês de julho
dia vinte e dois
farias sessenta anos
mais os quatro decorridos
sobre o ano que adormeceste
a palavra pai é como um balão aceso
sobre a imprecisão contígua da boca cerrada
só a prejuízo a poderei pronunciar com a leveza certa
porque arde e não sei quando se fará noite dentro de mim.
(Pedro Rodrigues de Menezes, "vinte e dois de julho")
MULHER REALEZA
Conheço uma mulher realeza
Não falo de força e beleza
É sobre fé, luz e clareza
Saída do casulo escuro
Em meio à natureza
Com asas virou borboleta
É como digo a vocês
Muito do que carrega
São dores, culpas e entrega
Dos filhos que alguém cuidou
Amor do peito brotou
Aos seus pais pode honrar
E com sabedoria perdoar
Nas rodas, danças, fogueiras
Expurgando os sofrimentos
Nas pedras da corredeira
Em cada gota que pulsa
Viveu lindos momentos
Sabendo que vai vencer
Um dia vivido por vez
Se por hoje escolheu viver
Foi em nome dos filhos de Deus.
Dos anti-olavistas dos anos 90, a única recordação ainda viva são as piadas que fiz sobre eles. O mesmo destino aguarda os de agora. Que cada um dê logo sua gozadinha diante do espelho, pois o fim da festa está próximo.
Será que são mesmo tão estúpidos ao ponto de achar que suas fofoquinhas do dia suprimirão o lugar permanente que os meus livros já conquistaram na história da cultura nacional?
A coisa mais óbvia em tudo quanto essa gente escreve a meu respeito é a sua total incapacidade de apreender minha obra numa visão de conjunto, que então os bobocas substituem por invencionices pueris camufladas em dialeto uspiano kitsch.
A única esperança desses bostas é o fim do Brasil, pois não há outra maneira de me fazer desaparecer junto com eles.
O SEGREDO DA LUA
Eu e a lua conversando sobre vc:
Ela me diz que seu corpo nu
era tudo que alguém poderia querer.
E me mostrou as noites
em que caminhava só,
de tão triste, ela própria sentia dó.
E vi suas lágrimas e vi também sua dor,
E a lua sentiu um amor
que nunca antes houvera .
e chorando me contou toda sua quimera.
Que o sol havia aparecido
e vc desaparecido no âmago da solidão
que era só sua e da alva lua.
TU, A ESTRADA
Aquela beleza disforme
Lançou sobre mim
A tristeza de um olhar informe
E tudo cintilou-me a alma
descomedida e desamada.
Lancei-me à mão daquele
pequeno e estanho ser.
E era amor, e era paixão.
Pude ver o cintilar da retina
Mas era noite desatina.
Caminhei os seus passos
como as borboletas
Que não deixam rastros.
Tudo disforme, nada informe
naquela estrada.
Tu, a estrada!
Quando essa pandemia ( COVID-19 ) passar.
Que sobre forças pra continuar. Que sobre coragem para mudar os pensamentos .Que sobre esperança pra amar. Que sobre forças para encarar as grandes mudanças. Que sobre alternativas pra escolher. Que sobre argumentos para-se expressar. Que sobre desejos para novas conquistas. Que sobre vontade para realizar os sonhos. E uma nova vida cheia de alegria encontrará. Com fé em Deus tudo se renovará.
Com um gesto fulgurante o Arcanjo Gabriel
Abre de par em par o pórtico do poente
Sobre New York. A gigantesca espada de ouro
A faiscar simetria, ei-lo que monta guarda
A Heavens, Incorporations. Do crepúsculo
Baixam serenamente as pontes levadiças
De U.S.A. Sun até a ilha da Manhattan.
Agora é tudo anúncio, irradiação, promessa
Da Divina Presença. No imo da matéria
Os átomos aquietam-se e cria-se o vazio
Em cada coração de bicho, coisa e gente.
E o silêncio se deixa assim, profundamente...
Mas súbito sobe do abismo um som crestado
De saxofone, e logo a atroz polifonia
De cordas e metais, síncopas, arreganhos
De jazz negro, vindos de Fifty Second Street.
New York acorda para a noite. Oito milhões
De solitários se dissolvem pelas ruas
Sem manhã. New York entrega-se.
Do páramo Balizas celestiais põem-se a brotar, vibrantes
À frente da parada, enquanto anjos em nylon
As asas de alumínio, as coxas palpitantes
Fluem langues da Grande Porta diamantina.
Cai o câmbio da tarde. O Sublime Arquiteto
Satisfeito, do céu admira sua obra.
A maquete genial reflete em cada vidro
O olho meigo de Deus a dardejar ternuras.
Como é bela New York!
Aço e concreto armado
A erguer sempre mais alto eternas estruturas!
Deus sorri complacente. New York é muito bela!
Apesar do East Side, e da mancha amarela
De China Town, e da mancha escura do Harlem
New York é muito bela! As primeiras estrelas Afinam na amplidão cantilenas singelas...
Mas Deus, que mudou muito, desde que enriqueceu
Liga a chave que acende a Broadway e apaga o céu
Pois às constelações que no espaço esparziu
Prefere hoje os ersätze sobre La Guardia Field
Vinícius de Moraes
Crepúsculo em New York
Rio de Janeiro , 1954
APENAS QUERIA
Queria escrever sobre a dor, mas a dor me impediu!
Queria escrever sobre a solidão, mas a solidão, que me angustia, não deixou!
Queria escrever sobre o fracasso, mas fracassei!
Queria escrever sobre a saudade e, ao invés disso, chorei!
Queria escrever sobre nós, mas descobri que não existe nós!
Queria escrever sobre você, mas não o conheço!
Queria escrever sobre mim, mas me perdi!
Queria escrever sobre a vida, mas percebi que estou quase morta!
Queria escrever sobre a morte e tive medo!
Queria escrever sobre o medo, mas não tive coragem!
Queria escrever sobre o amor, mas me senti tão infeliz, que decidi não escrever mais nada...
Mariluci Carvalho de Souza
Desafie os desafios!
Sempre que reflito sobre a vida chego a uma conclusão muito simples, que somente vivemos se sobre a vida pensarmos, pois cada vez que buscamos soluções a vida nos apresenta mais problemas que somente solucionamos se novos desafios surgirem.
Portanto, desafiando os desafios descobrimos os segredos que a vida tem guardado para nós.
Desafie os desafios! Ouse ousar!
A NÉVOA DE PANDORA
Assentadas na colina pênsil sobre a selva de pedra,
Pessoas lançam seu olhar ao firmamento
E veem numa marcha frenética
Se aproximar delas a sádica névoa do tormento.
Os olhos transidos,
Como a injetar um ânimo febril no cérebro,
Esquadrinham particularíssimas congostas
Onde sabem que afloram escaninhos seguramente sombrios.
Alheia a tal ardil,
A névoa desprende de si
Diminutos cilindros de chumbo que descerram
Escarlates cataratas sem calma ou fecundam
Sementes, flores, florestas, floras do crepúsculo.
Quão, quantos
Cristais, Pérolas, Seivas potencialmente producentes
Que não serão
Carmelas, fulgurantes Auroras, Auréolas,
Diamantes de lume pungente, A Ébana Florescência mais Bela...!
No entanto, em vez disso,
Ela evoca tétricas noites diurnas
Que transformam airosas rosas betúmicas
E açucênicas aquarelas européia-iorubânicas
Em cálidas sepulturas.
Finalmente,
É assim a jacarandânica câmara de gás contemporânea...
É assim a aura da vil-metálica chama...
É assim que caminha a extrordinária e magnânima civilização humana!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
ESCRIBIR EN CIELO DE AMARGURA
Sou aquele que bivaga sobre gases de desejo e lágrimas de Concreto
Sou aquele que jaz na cama da ultra-abstrata fome absoluta
Sou aquele que sempre fica á margem do pleiástico santuário
Sou aquele que carrega sobre o dorso do cérebro inúmeras
Chagas de inépcia
Sou aquele que a monótona verbena perpétua encarcera
Sou aquele cuja estrada é pavimentada pelo vórtice da miragem
Finalmente eu sou aquele que sempre está fadado a interromper
Sua viagem.
JESSE BARBOSA DE OLIVEIRA
Como eu te amo meu amor ... Como eu queria poder te tocar .. sentir teus lábios sobre os meus, sentir teu corpo, sentir tua pele ...
Meu coração já não aguenta mais sofrer por tua ausência, meus olhos estão cansados de tanto chorar, meu corpo encontra-se destruido de tanto esperar-te ...
Tudo o que eu queria era tê-lo um dia... um dia em que fosse só meu... um dia em que não existisse tristeza, que não existise lágrimas... um momento que fosse só nosso; que me amasse como eu te amo e se entregasse ao nosso amor... Que pudessemos viver em um mundo onde só nós dois importassemos, onde eu pudesse ter a certeza de que me ama também ...
Como dói saber que não podemos ficar juntos, como dói não poder ter a pessoa que amo ao meu lado e saber que ela me ama também ... como dói desejar e não poder ter ... procurar e não encontrar... querer e ter que fingir ... se manter calada quando minha vontade é de gritar para o mundo o tamanho do meu amor, o tamanho da minha ângustia e receio de ser rejeitada ...
O mundo não mede a ignorância de não ter a capacidade de aceitar um ao outro... de não saber amar ... de não QUERER amar... e assim, acabar destruindo corações e deixando-os dilacerados pela incompreensão de quem nunca amou ...
Enquanto tantas pessoas tem a oportunidade de ter seu amor ao seu lado e destroem suas vidas com coisas caóticas se esquecendo de amar, tudo o que eu queria era um dia ao seu lado... enquanto as pessoas se ignoram e se desprezam eu te amo mais ... enquanto elas brincam com o amor, eu queria um dia brincar de te amar e te ter ...
Sonho com você, vivo por você, respiro você ... És a minha fortaleza, minha luz na escuridão, a solução dos meus problemas, as respostas para as minhas perguntas, a alegria em meio a minha tristeza, a mão que me guia e me direciona quando me encontro perdida, é a força que me mantem viva ...
Você é o amor e a essência que habita em mim... Sem você não sou ninguém, não tenho motivo para existir; se ainda estou aqui, é porque ainda tenho a esperança de te ter comigo e te fazer só meu ... Talvez isso nunca aconteça, mas por você eu sou capaz de esperar pela eternidade ... Mesmo sofrendo eu sei que valerá a pena... pois o motivo da dor e da espera será você, e onde estiver eu quero estar, mesmo que para isso eu tenha que entregar a minha vida e todo o meu tempo ... pois sem você nada mais faz sentido !
Procuro um poeta
Que escreva sobre tudo
Principalmente o amor
Fale-me deste sentimento
Que hora nos deixa feliz
E também nos causa dor
Procuro um poeta
Que me fale da saudade
Desta dor que ela invade
No coração de repente
Quando alguém que a gente gosta
Fica bem longe da gente.
Procuro um poeta
Que me fale da paixão
Por que este sentimento
Parece queimar por dentro
Incendiando o coração
E se não correspondido
Dilacera o coração
Procuro um poeta
Que me faça acreditar
Que o amor e a paixão
Não maltrata o coração
E porque esta saudade
Atormenta toda hora
Quando o amor vai embora.
AMOR CORTÊS
Lança sobre as rebaixadas flechas de encantamento.
Inventa o doer, corrobora a persistência da dor.
É a certeza inconsistente dentre amar e padecer.
Tem a mais aguda lealdade de um trovador submisso.
Oh criatura supina!
Que toma a liberdade dos homens com o domínio de suas pomas.
Torna vassalos os mais conservados cernes.
Aprisiona os encéfalos nas ondas de seu corpo molhado.
Não é pequena pra não ser jamais menor.
É inspiração de gênio, fruto da mais perfeita criação.
Dona de todos os encantos corporais.
Envolve com pujança. Oh ser superior.
Marca à servidão com suas unhas grandes.
Prende seus escravos em sua respiração.
Deixa-os presos no aroma de seu cheiro.
Escraviza-os até o esgotamento dos corpos.
Transforma-os em pó com os dotes de seus feitiços.
Oh dona da dor, oh dama do amor.
Pensando Sobre a eternidade...
Veremos que Deus não deu o direito a ninguém de viver eternamente nesse nosso mundo...
Porem, ele nos permitiu que um pedacinho de nós pudesse ser passado eternamente por nossos filhos e netos e futuras gerações vindouras.
Por isso saiba educá-lo ensine o respeito também o caráter a o seu filho e acima de tudo o ame e esse amor o seu legado e o seu nome, ira se perpetuar...
Bem resumo a vida eterna existe sim e nós a repassamos por nossa prole.
Do que sei.
Quando souber um pouco mais sobre a minha história fará de conta que nunca existi, os lugares nos quais já fui, as pessoas que eu conheci eu até já esqueci quando te vi. Fazer o que está escrito nas estrelas, aprender a ler sua mão, mas quando a toco vejo o quanto ela está fria tanto quanto o meu coração machucado e ferido, amado por mim e esquecido por você.
Eu já não tenho mais tantas chances, tantas oportunidades pois o fim está próximo. E cada segundo que te olho, penso e imagino em te amar, mas não quero!
Então retorno ao meu ser, meu viver, minha história... Muitos sabem, outros sabem ler e escrever sobre esta história e alguns acreditam saber, mas eu sei entender. Entendo porque a vida não me dá outra escolha, faço de mim um teste de laboratório, o resultado vem logo após e adivinha quem vem trazendo essa história para que eu possa ler e reler?
Borboletas, a vida é uma só quando aqui acabar continuarei acreditando em sua existência já que tu puderas me deixar tão rápido e todos os dias choro pelo ''Adeus''.
Você
Emiliano Lima de Araujo
Procuro longe sobre o que falar
não queria que meus poemas sinonimassem a: “Amo você.”
Mas meu amor, quão rico sou, se no meu alfabeto
só existem as letras do seu nome.
Posso falar do brilho das estrelas, de toda imensidão do universo
Posso falar do brotar de uma simples semente, ou da divisão de um célula,
mas meu bem, poesia só existe em você.
Não quero me limitar, falar só sobre amor,
Mas devo concordar e agradecer, seu amor que
Me poetizou.
E à você dedico, toda beleza que existe, e tudo que um dia vá inspirar,
fazendo de você hoje, a dona de toda a poesia que existe.
Sobre as coisas inesquecíveis sobre a vida:
O tempo passa,
Os momentos não se repetem,
A distância não existe,
Nem tudo é o que parece ser,
As pessoas mudam, mas nem tanto,
Se apaixonar é uma arte, esquecer faz parte,
A vida é breve,
Tudo passa,
O mundo dá muitas voltas,
A responsabilidade é medida pela realização dos nossos próprios atos,
Não chore pelo que passou,
Experiência requer um considerável tempo,
As coisas que deixam marcas nem sempre são temporárias,
Por vezes desaparecem gradativamente,
O nascer do sol queima as lástimas dia após dia,
O vento leva TUDO,
Agradecer não é para todos,
Assim como compreender também não,
A paciência é a suprema virtude,
A pressa é uma fiel inimiga da perfeição,
Os sonhos quando reais, são realizáveis,
Em um piscar de olhos, tudo pode mudar,
O tempo responde tudo,
Se enganar menos, significa viver mais,
Tudo tem um propósito.
Voz silenciada
É o grito negro
É a pele escura sobre os ossos da minha gente
É o querer inapto de um indigente
É uma boca mal aberta
Para quem não pode se expressar
É querer sem poder, aliás
Nem é uma nem é outra
É voz silenciada
Voz silenciada
Não é voz das cordas vocais
Mas sim voz que não se ouve mais
Voz de quem nunca teve voz
Voz minha, minha voz
Que para ouvi-la basta estar de longe
Porque de perto ela não se ouve
Voz silenciada ainda pode ser a tua
Se junto com a minha
Permanecerem trancadas no silêncio.
Há um brilho dourado
majestoso sob a mira de um eterno deus
há cânticos
sobre as sombras de um lago
brotam mares e luares
há auto amor nas suas mãos
mas sinceras despedidas
libertarão correntes
que bailarão e seguirão sempre
os céus sabem
o agora e o que fazer?
se és a luz
que meus olhos vigiam
seguem
longe da plena escuridão
depois da tarde
enquanto a noite não chegar
viver ou morrer
é ter a sorte de sempre ...
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