Texto sobre eu Amo meu Irmao
Eu poderia renunciar ao descanso e atravessar mil madrugadas apenas para ouvir o sussurro da sua respiração, como se cada fôlego fosse a batida secreta que sustenta o universo. Quando, em meio ao sono, um sorriso se abre em seus lábios, é como se a aurora despedaçasse a escuridão , uma vitória da beleza sobre a noite.
Você sonha em terras distantes, em reinos que meus olhos não conhecem, mas sua ausência jamais me afasta. Eu me torno guardião da sua quietude, vigia dos seus sonhos, guerreiro da sua eternidade. Porque amar você é erguer-se contra o tempo, é permanecer desperto diante do infinito, é viver em chamas sem jamais arder em vão.
Eu poderia ficar acordado
apenas para ouvir sua respiração,
um sopro leve que embala a noite
como canção de ninar.
O seu sorriso, discreto e sereno,
floresce em meio ao sonho,
e ilumina a escuridão
com uma ternura silenciosa.
E quando você viaja distante,
eu permaneço aqui, quieto,
acolhendo a paz que encontro
só por estar ao seu lado.
O Eu Superior
O poder infinito
A consciência pura: Deus
Flui através de ondas
Frequências: Infinitas possibilidades
E quando permitimos que esse fluxo
Esse poder avassalador, Flua através de nós
Vemos o impossível manifestar_se
Em nossas vidas
Porque vemos partículas finitas
Mas o campo vê tudo: sabe tudooooooooo....
Paz no 💓
Eu com certeza não quero experimentar a tranquilidade de um dia sem pensar em você, porque aí sei que talvez não voltarei a sentir mais. Prefiro viver a completa agonia do dia a dia de me preocupar com o que você está pensando, fechar os olhos e ver você nas cenas claramente impiedosas que a minha mente insiste em trazer de volta ao centro de meus pensamentos e, como se não bastasse amar a tal ponto, me perco totalmente na ideia de um sono tranquilo quando em algum momento da noite meu corpo decide que talvez criar um cenário que não existe e nunca existiu, me faça acreditar em algo.
Eu vivo um filme de romance, todos os dias, desde o acordar até o adormecer e quando meus olhos finalmente se fecham para o descanso, me vejo sonhando e lutando para acordar, todos os dias, mesmo que meu corpo saiba que não fará diferença estar dormindo ou acordada pois em ambos momentos estarei vivendo voce.
Eu já morri muitas vezes nessa vida...
Porque gente morre um pouquinho
Quando se perde alguém que ama...
Quando sofremos uma decepção...
Quando perdemos um bichinho de estimação...
A gente morre um pouquinho quando vamos alguém sofrendo e por mais que se queira ajudar não é possível...
Quando deixamos o lugar onde nascemos...
Quando nos deparamos com a traição...
A gente morre um pouquinho quando um projeto não deu certo...
Quando um amigo vai embora...
Quando deixamos de amar e alguém chora...
A gente morre um pouquinho quando os filhos deixam nossa casa...
Quando eles batem asas e passam a viver suas vidas...
A gente morre um pouquinho até que um dia de pouquinho em pouquinho a gente morre...
Renato Jaguarão.
O que eu sinto por ti não cabe em palavras
É como mergulhar em um oceano de definições e não saber me encontrar
Tão profundo como a extensa fossa
E tão belo quanto os raios de sol que refletem na água
De todas, você é a mais bela
É a que faz meu coração mudar de rotação
Esse seu jeito meigo me encanta
E me faz ter vontade de viver
Ter a ti em minha vida é como o meu mais lindo sonho
É como achar sentido nas mais complexas questões
Minha felicidade ao seu lado é genuína
Como uma carta de amor escrita à mão
Eu gostaria de lhe dizer tudo o que vejo
De te fazer enxergar com os meus olhos
Pois tua luz é capaz de curar qualquer cegueira
Tua luz é capaz de guiar ao mais perverso
Hoje convivo com o desprazer de não ter-te ao meu lado
E não sei como lidar com a dor que sinto em meu peito
Vejo em ti meu alicerce para o futuro
Vejo em ti a voz que rodeia o mudo
Pensar em você é como me debruçar em uma mistura de tristeza e felicidade
É como pensar em um mundo melhor
É como pensar na irmandade
Pois só tu és capaz de curar a mim
De enfaixar minhas feridas
De me fazer ter vontade de seguir
Neste exato momento, se o livro da vida me concedesse um único desejo, eu não hesitaria: pediria para me transformar em um pequeno passarinho — discreto, de asas firmes e coração leve. Voaria pelos céus em silêncio, guiado apenas pelo desejo de pousar suavemente em sua janela. Ali, por breves segundos, eu te observaria com ternura, sem perturbar tua paz, apenas existindo na tua presença.
Mas não seria um pássaro qualquer. Carregaria comigo uma fragrância singular, sutil e envolvente — um aroma que ninguém mais poderia perceber, exceto você. Ao senti-lo, teu coração reconheceria, sem dúvida, que aquele instante, aquele voo, aquele perfume... era meu. Leoni T. Steil
Por uma fresta, um fio de neblina, dançava como a seda mais fina. Lá dentro, um coro baixo que eu ouvia: eram gritos calados ou só melancolia?
Recém-chegada a este corredor, minha mão curiosa bateu, sem temor. Então, um toque, um afeto gentil no meu ombro, neste outono de abril.
Uma música clássica enchia o lugar, não era terror, era só um bailar. E eu caminhei pelas salas vazias deste lar de esquecidas alegrias.
Quem me tocara com mão tão serena? Era o meu outro eu, que me livra da pena. Mas não havia porta, nem música, nem mão... Só o eco dançando da imaginação, no palco sem luz do meu próprio roteiro, assinado por um nome estrangeiro: Esquizofrenia.
Tudo mudou.
Um dia eu era a mulher que você dizia admirar, aquela que te despertava desejo, carinho e respeito. Hoje, diante dos seus olhos, pareço ter perdido essa essência — como se o tempo tivesse apagado o brilho que antes você enxergava em mim.
Você já não me olha mais como mulher, não me enxerga como alguém que pulsa, que sente, que precisa ser vista. É como se eu tivesse virado apenas presença, rotina, um corpo que existe ao seu lado, mas não desperta nada dentro de você.
E isso dói. Dói porque eu continuo sendo mulher, com minhas forças, minhas fragilidades, minhas vontades e a necessidade de ser reconhecida. O que mudou não foi em mim, mas em como você escolheu me ver — ou melhor, deixou de ver.
Agora carrego em silêncio a ausência do seu olhar, e percebo: pior do que perder o amor, é ser esquecida como mulher.
Glaucia Araújo
' ENQUANTO ESTOU AQUI.'
Eu só queria ouvir a tua voz
Dizendo sim,
Abraçando-me forte
e tua voz enviasse
Num num som pra' o
Mundo inteiro ouvir ....
Queria ouvir você dizer:
"Não, eu não vou embora
Preciso cuidar de ti"
Enquanto estou aqui
Talvez,
Se ouvisse a sua voz
Fosse curada
Toda dor e angústia
Que invade meu ser
Que aos poucos me mata .
De saudades de ti !
Mas sei que breve a terra
clamará meu nome
Levando-me pra si.
Mas
Eu queria ouvir a tua voz
Uma última vez
Enquanto estou aqui.
Maria Francisca Leite
Direitos Autorais Reservados Sob a Lei -9.610/98
REGISTRO N° 122958067065
Desde que me conheço, os olhos me chamam antes de tudo. Eu os desenho, os observo — e por vezes juro que os escuto, porque falam mais que a boca e carregam histórias que um cérebro inteiro talvez não caiba.
Fascinam-me como galáxias: cada olhar é um mundo distinto, às vezes repleto, às vezes vazio.
Acho que a maior dádiva é poder observar. Observar me dá vontade de viver: detectar minúcias, e desvendar outros olhares, torcendo para que alguém queira desvendar os meus também.
Olha só como o jogo virou ne!!
Um dia por vez — é assim que eu tento me concentrar,
colhendo pequenos segundos como quem junta cacos de vidro.
Sua ausência me assusta; sua falta, curiosamente, me cura.
Ando, e a cada passo desato um pranto de amor —
choro o que fomos e me reconstruo com as próprias mãos.
Você já me amou? Pergunto ao eco, porque duvido,
mas sei — havia pedaços seus que cabiam em amor.
Sinto seu cheiro no travesseiro, sua pele em lembrança quente,
mas não posso te tocar; não posso mais me enrolar em você.
Sinto falta do seu beijo — daquela risada que vinha depois,
do riso ao beijar sua barriga, daquela alegria desajeitada.
Às vezes sinto que tomei a decisão certa; outras, vacilo.
Nessas horas a solidão sussurra desejos que já não fazem sentido,
uma força antiga querendo voltar onde o fogo só consumia.
Mas sigo: um dia, um passo, uma respiração —
aprendendo que cuidar de mim é não apagar o brilho,
é deixar as brasas virarem memória e não prisão.
E se ainda chego a duvidar, permito ao menos esse perdão:
hoje me escolho, mesmo que doa, mesmo que trema.
Porque amar também é soltar, é aprender a costurar a própria alma —
e um dia por vez, reaprendo a ser inteira.
MONÓLOGO
“Eu Sou Tereza, Eu Sou Quilombo
Por Eli Odara Theodoro
(Para o Julho das Pretas)
:
Axé…
Axé, minhas irmãs!
Eu cheguei.
Julho chegou.
E com ele, eu me levanto.
Não sozinha — nunca sozinha.
Me levanto com Tereza.
Sim, Tereza de Benguela…
Mulher preta, mulher quilombola, mulher rainha.
Liderança. Inteligência. Força política e amor pelo povo.
No século XVIII, quando mataram seu companheiro,
ela não fugiu.
Ela ficou.
Assumiu o Quilombo do Quariterê.
Criou um governo, um parlamento, uma resistência com nome de liberdade.
Ela sabia…
Que resistir era também amar.
Que ser preta, mulher e viva
já era um ato revolucionário.
E eu…
Sou continuidade de Tereza.
Sou Eli Odara Theodoro .
Mulher preta. Quilombola.
Mãe. Viúva. Educadora.
Filha da terra e dos tambores.
Minha pele carrega o barro da luta,
minha voz carrega as palavras que tentaram calar.
Como diz Beatriz Nascimento:
“O quilombo é um lugar de liberdade possível.”
E eu sou esse lugar.
Meus passos são quilombo.
Minha fala é quilombo.
Minha sala de aula, meu terreiro, meus textos, minha lida — tudo é território de reexistência.
Sueli Carneiro grita comigo contra o apagamento.
Lélia Gonzalez me lembra que o mundo é racista e tenta nos empurrar pra margem.
Mas nós somos centro!
Centro da cura, do cuidado, da criação.
Conceição Evaristo sussurra aqui dentro:
“Escrevivência…”
E é isso que faço.
Eu escrevo com o corpo.
Escrevo com as dores e alegrias que a vida preta me deu.
IBGE diz: somos 28 milhões de mulheres negras no Brasil.
Mas isso é só número.
Nós somos mais!
Somos as que levantam antes do sol.
As que dançam pra Oxum e marcham contra o racismo.
Somos as que cuidam dos filhos dos outros enquanto sonham com futuro pros seus.
Djamila Ribeiro me lembra:
“Nosso lugar de fala não é favor.”
É luta.
É direito.
Nilma Lino Gomes grita comigo:
Educação quilombola é território de sabedoria viva!
Não tem sala de aula mais forte que o chão de nossas comunidades quilombolas.
E como diz bell hooks:
Amar também é ato político.
Eu escolho amar quem sou.
Escolho amar os meus.
Escolho amar as mulheres que vieram antes,
e aquelas que ainda virão.
Hoje…
Eu não só homenageio Tereza.
Eu a convoco.
Tereza está em mim.
Tereza está em nós.
Porque, como diz Conceição Evaristo:
“Nossos passos vêm de longe.”
E eu completo:
Vêm de longe…
E seguem firmes.
De cabeça erguida.
Pés fincados na terra.
E o coração batendo no ritmo da ancestralidade.
Axé, Tereza!
Axé, Mulheres Negras!
Axé, Julho das Pretas!
Manhãs não acordadas
Hoje eu acordei.
Acordei em mais uma manhã de céu nublado,
com as luzes embaçadas
pelas nuvens que cobrem todo o céu.
Hoje eu acordei.
Diferente de outras manhãs,
em que durmo acordado de olhos abertos,
vendados pelo vazio,
cobertos pelo nada
e preenchidos pelos vasos quebrados,
sem flor.
Hoje eu acordei.
Acordei sonhando com a vida
que mato todos os dias
ao não levantar da cama.
Parado,
cansado,
paralisado por mim,
em mim,
dentro de mim.
Esse sou eu?
Ou o eu já foi embora
nessa manhã
em que levantei?
Entre Delírios e Suavidades
Estrada de Chão Batido
Pedra quente de Assuntá
Como eu posso estar atrasado na vida
Se a vida é só minha
Não há atraso onde não há relógio, nem mapa pra chegar antes do vento
A vida é um rio que inventa seu curso, e eu, barco sem pressa, desenho meu tempo
Alguns correm na pista, outros voam sem asas
Planto sementes no chão da demora
O sol da pressa não queima minha pele, minha colheita é feita de agora
Não me digam que perdi passos, quando cada ausência foi um encontro
A estrada não é linha reta, é o desvio que trouxe meu canto
Se comparo meu ritmo ao dos outros, perco o compasso do meu próprio passo
Não há dívida no voo das andorinhas, nem calendário pro brotar dos mangues
Sou tarde e sou madrugada, o fruto que cai quando pesa
Minha vida não cabe nos ponteiros, ela dança onde o tempo não pressa
Não me medem por horas, mas por raízes e horizontes
Pois quem chega "tarde" demais
É
Quem traz as flores mais belas
Do seu andarilho lento
Que
Escreve versos no caminho
Querer
Eu só queria que o mundo fosse mais abundante, não dá a prosperidade material, pois isso é inegável, mas sim de uma leveza de uma clareza, uma lucidez que o fizesse mais sublime, que cada sonho de magnanimidade fossem empreedidos...
O meu seria a profundidade das palavras onde a alma de cada um, sobrepor-se as questões inerentes a subterfúgios.
Leveza não constrangimento suavidade não sofrimento... Onde enfim, não seria mais o querer...Particularizadamente viver...
Coração Traiçoeiro
Hoje eu te contei
que estava apaixonada por você
não era pra ter te falado
não era pra ter te contado
mas eu abri a boca e falei
soltando o que meu coração pedia
Eu não respirei no momento
fui fraca
a razão mandou eu me calar
mas eu escutei o coração
Meu coração traiçoeiro
fazendo pegadinhas comigo
não quero viver assim
me entregar e ouvir "não quero nada sério"
Eu sei se aparecer outra pessoa mais interessante
e que ela goste
ela vai ficar com a pessoa
vai assumir nos quatro cantos do Brasil
e irá assumir relacionamento em menos tempo do que eu possa imaginar
Agora eu sei que sou um estepe momentâneo
e não posso te culpar
Você avisou eu não quis escutar
Mas eu gostaria de dizer que
Você perde uma pessoa incrível
que faria de tudo por você
que queria estar ao seu lado
e jamais te trairia ou quebraria sua confiança
Hoje enfim entrou no meu coração
minha razão entendeu
não é você
não pode ser
não basta eu querer
as duas têm que estar de comum acordo pra acontecer
Se só uma quer e a outra não
não adianta
melhor me prevenir
guardar os sentimentos
viver, só pra mim
Desculpa se te assustei
com minha imensidão
desculpa se fui intensa demais
Recolho minha insignificância
saio de onde não posso ter paz.
Soneto da flor
Um dia eu amei tanto uma flor
Que tive que me afastar dela
Um dia eu fiquei tão triste
Que a dor, eu já não sentia mais
Uma noite eu lembrei da flor
Que era linda, mas não era minha
Que amar era perder
Que a flor precisava crescer
Um dia eu amei tanto uma flor
Que eu senti a dor
Que tive que me afastar dela
Que amar era carregar a dor
E não ela, a flor
Eu tive uma flor, amei ela
O nome de Deus
Estava no portão de casa
Quando alguem me perguntou
Se eu sei o nome de Deus
Lhe respondi sim senhor
Quando eu era criança
O meu pai me ensinou
Que Deus chama Pai Eterno
É o grande criador
Criou o céu e a terra
As estrelas, o sol, a lua
A fauna, a flora e o homem
Semelhante a imagem sua
E viu que era muito bom
Tudo que Ele criou
E o comando de tudo
Ao homem Ele entregou
O Deus filho Jesus Cristo
É o nosso Salvador
Veio trazer as boas novas
Para o povo sofredor
Deu um novo mandamento
Fundamentado no amor
Padeceu morte de cruz
Pra salvar o pecador
E o Deus Esperito Santo
Que é o consolador
E distribui o Carisma
Conforme o receptor
Os apóstolos no cenáculo
Estavam desconsolados
Ao receber o Paraclito
Ficaram reconfortados
Saíram pregando a palavra
No meio de tanta gente
Porque o Espírito é o mesmo
Mas, os dons são diferentes
Então o moço me disse
Já que é experiente
Queria o nome de Deus
Falado biblicamente
Conforme o que está escrito
A minha resposta vai
Falando biblicamente
O nome de Deus é pai
Jesus disse aos fariseus
Pela aparência julgai
Eu não julgo de mim mesmo
Faço a vontade do Pai
Tambem disse aos discípulos
Ter cuidado quando orar
Não façais grandes discursos
Nem é preciso gritar
Da multidão de palavras
Meus amigos, acautelai
Pois o que é necessário
Bem sabeis o vosso Pai
Quando orareis dizeis
Pai nosso que está no céu
Seu nome seja santificado
Venha a nós o vosso reino
Seja feita a vossa vontade
Assim na terra como no céu
Dai-nos hoje, nosso pão de cada dia
Perdoa as nossas ofensas, como perdoamos
A quem sempre nos ofendia
Não nos deixe cair em tentação
Mas livrai-nos do mal
Porque vosso Pai celeste
Vos dá tratamento igual
Se perdoardes aos homens
Tambem perdoado está
Mas, se não perdoardes!..
Tão pouco vosso Pai, perdoará
Pois se conhece uma árvore
Pelo fruto que ela dá
Não pode colher bons frutos
De uma árvore que é má
Nem todos que diz Senhor, Senhor
Entra no reino do céu
Só quem faz a vontade do meu Pai
Ser perseverante e fiel
E lá na cruz do calvário
Numa hora de agonia
Quando todas as suas forças
No momento se exauria
Demonstrou seu grande amor
Dizendo a bendita frase
"Pai perdoa-lhes
Porque não sabem o que fazem."
Francisco Garbosi
Lembrando da minha infância
Quando eu era criança
Nós morava no interior
No sitio que nós morava
Meu pai era lavrador
Ele sempre me ensinava
Que o homem pra ter valor
Além de andar direito
Tem que ser trabalhador
Alembro e tenho saudades
Do banho de ribeirão
Do munjolinho batendo
Lá no fundo do grotão
Minha mãezinha cantando
Socando arroz no pilão
De vez em quando fazia
Uma formada de pão
Os passarinhos cantando
Quando vem rompendo o dia
Orquestra da natureza
Que faz sua sinfonia
No momento que alembro
Desta hora de alegria
Dá uma saudade danada
Até meu corpo arrepia
Hoje em meu coração
Só tenho tristeza e ais
Lembrando da minha infância
Que os tempos não trazem mais
Tenho que ser realista
Nas considerações finais
Quem viveu neste paraíso
Pode descansar em Paz
Francisco Garbosi
