Texto sobre eu Amo meu Irmao
A felicidade é simples assim
A felicidade eu sinto:
Porque sinto-me no vento;
Porque sinto - me na flor;
Sinto-me repleta de amor!
Depois sou sol...
Posso ser a chuva...
Posso ser o arco-íris também!
De repente sou verdes matas
Sou frondosa árvore...
Mas, de repente vôo
e uma borboleta posso ser!
Se canto, sou passarinho
e na liberdade vou...
Corro na minha imaginação
Percorro às linhas de uma nuvem,
Deixo fluir as coisas como devem ser!
Ser feliz é vencer
apredendo todo dia!
Meu coração é feito de canção...
Sou livre e liberta;
Sou paz e gratidão;
Sou céu de estrelas...
Sou constelação!
Às vezes, sou feito fases ...
Em lua me transformo:
Fico prateada lá no céu;
Fico parecendo um anel;
Às vezes, sou metade
e outras vezes sou apenas um pincel!
Vou colorindo o mundo
Vou pintando tudo
com gotinhas de coração
e florzinhas coloridas pelo chão!
Não julgo ninguém
senão à mim mesma
porque, às vezes sou dúvida,
mas também sou certeza!
Por fim a felicidade é simples assim...
Não há o que complicar...
Basta a gente se amar!
Maria Lu T. S. Nishimura
Só Pra Te Amar
.
Eu tenho todos os motivos do mundo,
Na vida, pra te amar.
Pra te amar, eu tenho todas as razões,
Até mesmo quando não mais vida em mim há.
Porque eu acredito no além do aqui,
No infinito que só o amor constrói,
E no eterno de um querer maior.
Creio nos passos que o amor segue
Nos sabores que ele sente
Nas veste que me perfuma de ti.
Ah, eu tenho todos os pretextos,
Os inúmeros contextos,
Dos incontáveis desejos pra te querer.
Eu poderia listar um por um,
Contar para o tempo, jogar ao vento,
Falar aos céus e revelar ao mar,
O quanto eu bem sei te amar.
Sim, eu poderia...
Mas eu te sinto em cada detalhe,
Sempre te encontro nos meus dias,
Vejo-te dentro do meu sol,
E te guardo no meu pôr do sol.
Dia e noite estás em mim
Sem palavras, sem dizeres, sem som,
Apenas com os meus tantos motivos
E pretextos, dos incontáveis desejos da vida,
No mundo, só pra te amar.
Totalmente vazia, cansada, eu não sei o quão longe eu ainda consigo aguentar essa jornada que não à fim, os dias parecem se repetir cada momento, e quando algo muda, sempre acaba me machucando no final, eu estou cada vez mais morta, não sinto as mesmas emoções que eu costumava sentir, a felicidade está acabando aqui dentro, quanto tempo mais eu vou ter que suportar? Quando eu vou parar de ser sobrecarregada?
Ainda à esperança?
O que eu mais admiro em uma pessoa é o bom senso.
Isso inclui senso de limpeza, de convivência e de espaço.
Se você compartilha um ambiente, deixe-o sempre pronto para o outro usar...
Se convive com outras pessoas, lembre-se que cada um tem seu quadrado (hábitos, horários, gostos, intimidade...), não importa o quão eufórico(a) esteja, sempre respeite!
Se você está carente e gosta de tocar, pergunte se a pessoa quer ser tocada antes de agir impulsivamente. Se você só chega e abraça, é egoísta, pois só pensa em satisfazer a sua necessidade sem se colocar no lugar do outro. É também uma invasão do espaço alheio que, por sua vez, é totalmente deselegante.
A regra é simples: se a pessoa tem, de bom a absoluto senso, ela me ganha; se não tem, ela entra na minha lista de ranços.
Noite fria pensamentos profundos, passei um tempo olhando pro céu, talvez mais tempo do que eu deveria. Então me dei ao luxo de imaginar uma fábula. Onde o grandioso sol se apaixona pela imensa beleza da lua, mas percebe que aquele amor era impossível . A luz com o escuro, o fogo com o gelo. Eles nasceram pra ser os opostos, a madrugada se aproxima me envolve, cantando uma singela melodia que embala meus sonhos, mais embala também as tristezas, destrói meu sorriso. Meus pensamentos estão soltos vagando sem direção sem saber onde parar, olho as estrelas sinto o vento gelado em meu rosto, preciso estabilizar e tranquilizar, aquilo que dentro de mim, bate sem parar. Preciso de alguém com quem eu possa contar.
Boa noite.
Sabe a imensidão dos seus olhos ?
Foi nela que me encontrei,
Nela eu encontro a beleza e a riqueza de uma vida ao seu lado,
Nela eu vejo o amor, a paixão, os desejos de um futuro,
Nela eu encontro a minha outra metade, a parte que me completou,
Foi na imensidão dos seus olhos que viajei no destino.
Foi na imensidão dos seus olhos que encontrei o meu caminho .
Foi na imensidão dos seus olhos que ancorei o meu refugio.
Foi na imensidão dos seus olhos que encontrei alguém com o mesmos pensamentos q eu.
Foi na imensidão dos q deixei o passado para trás para focar apenas no futuro.
Uma vez ouvi q uma pessoa não muda e qnd muda não dá mas para confiar nela,
Mas na imensidão dos seus olhos descobrir q posso me fazer e me desfazer quantas vezes eu quizer.
O seus olhos me fizeram descobrir lugares inexplorados,
Me fez navegar em oceanos nunca encontrados.
Foi nos seus olhos que encontrei abrigo e proteção.
Foi nos seus olhos q encontrei a mim e a salvação.
FOI EM SEUS OLHOS ✨
Ilumina-me Senhor, para que eu possa enxergar além do óbvio. Ensina-me a valorizar as pequenas coisas e a buscar a paz interior em meio ao caos do mundo. Faça com que eu seja uma luz na vida daqueles ao meu redor, transmitindo amor e compaixão em cada gesto e palavra proferida...
- Edna Andrade
Sabe, quando eu era criança, acreditava em tantas coisas mágicas: Papai Noel, Coelhinho da Páscoa, contos de fadas... Tudo parecia possível, tudo era cheio de encanto. Mas aí a gente cresce, e a vida começa a nos dizer que é besteira acreditar nessas coisas, que precisamos ser mais “pé no chão”. Só que, honestamente? Eu não consigo ser assim.
Eu ainda acredito em clichês. Ainda me pego sonhando com finais felizes, ainda choro em filmes românticos, ainda acho lindo quando vejo um pedido de casamento. E, às vezes, isso me faz sentir meio bobo, como se o mundo dissesse que eu deveria ser mais duro, mais cético. Mas por que eu deveria? O que há de errado em querer enxergar a beleza e o amor nas pequenas coisas?
A vida já é cheia de momentos difíceis, de dores e decepções. Então, se acreditar no amor, nos finais felizes, ou até mesmo em um pouco de magia torna tudo mais leve, por que eu abriria mão disso? Talvez seja isso que ainda mantém viva aquela criança dentro de mim, aquela que nunca deixou de sonhar. A magia não está lá fora, está dentro de nós, e eu ainda escolho mantê-la viva.
Evitando eu o risco, e abraçando o medo como guardião, poderia então estender meus dias nesta existência passageira?
Ou a prudência, por mais justa e, em sua lógica, até sábia, não passará de atraso para a alma, que, sem a travessia da dor, se condena a reencarnar indefinidamente, até que aprenda, enfim, aquilo que a fuga sempre lhe negou?
Falar de silêncio é algo muito importante — e, ao mesmo tempo, difícil.
Toda vez que eu paro pra falar de silêncio, eu vejo o abismo que eu sou.
E toda vez que o vejo, percebo que vou me salvando através dele.
Quantas vezes a gente questiona o outro sem ter empatia pelo que ele vive — e, às vezes, nem é uma escolha.
Faltam três meses pro ano acabar, e eu já começo a sentir saudade.
O silêncio me faz respirar.
Ao mesmo tempo que ele me cansa, ele também me desafia.
Às vezes, ele atravessa a gente — de um jeito que nem dá pra explicar.
Engraçado como, a cada dia que passa, surge uma nova sensação sobre o meu trabalho.
Hoje foi um dia triste, e tive a certeza de que o meu trabalho leva um pouco das minhas tristezas com ele.
Ainda assim, eu agradeço muito.
Vou sentir falta quando acabar.
E toda vez que eu digo isso, penso: que clichê!
Mas, na verdade, quando a gente se despede de um trabalho — de um ciclo, né? — a gente se despede de muita coisa dentro da gente também.
Às vezes, me pergunto: o que as pessoas sentem quando leem meus textos?
O que está chegando delas até mim?
Será que elas sentem essa avalanche de emoções que a gente sente ao escrever?
Ou será que não sentem nada?
Será que a falta é minha?
Ou será que elas só não querem entrar em contato com as coisas que doem?
Mas aí, de repente, a gente recebe o gesto de alguém que poderia julgar quem sofre — e não julga.
A pessoa encosta a mão em você e diz:
“Posso te fazer um elogio? Muito obrigado. Eu me vejo em você.”
E, na verdade, quem agradece sou eu. Porque é a escrita que me faz ficar viva. Enquanto eu tiver oportunidade, eu vou escrever o melhor que eu puder.
Cada momento contigo
traz uma paz que eu nem sei explicar.
Cada mensagem tua
parece um pedaço de luz entrando no meu dia,
me lembrando o quanto é bom ter alguém
que faz tudo parecer mais leve.
Mesmo quando estamos longe,
é como se eu sentisse tua presença por perto.
Teus gestos, tuas palavras,
têm algo que me alcança de um jeito único,
como se o coração entendesse o que os olhos não veem.
E no meio desse silêncio,
é teu nome que sempre ecoa baixinho.
Não sei explicar o que é,
mas é diferente, é certo, é real.
Tem algo em nós que o tempo não apaga,
um sentimento tranquilo, firme,
como se o destino tivesse esperado por esse encontro.
Com o passar dos dias,
vou percebendo o quanto és especial.
Cada riso, cada conversa,
cada pedacinho de tempo ao teu lado
me mostra que o amor pode ser simples,
e ainda assim, imenso.
Por isso, sem precisar prometer nada,
eu já sei — és o amor da minha vida.
Não por acaso, não por sorte,
mas porque meu coração
encontrou descanso no teu.
Amizade Improvável
Se eu contar a história, talvez digam que é besteira.
Se ouvirem só a versão sem o contexto, até eu mesma diria que não faz sentido.
Mas, Maria Clara é exatamente isso: uma amizade improvável.
E, ao mesmo tempo, uma das mais preciosas que já tive.
Ela tem uma lealdade imensurável e uma gentileza rara.
É daquelas pessoas que, mesmo de longe, fazem questão de estar perto.
Nós nos falamos mais por aqui(redes sociais), quase nunca nos vemos pessoalmente.
Mas a maior raridade de tudo isso não está na frequência dos encontros, e sim na qualidade da conexão.
Porque amizade verdadeira não precisa de presença constante, ela se sustenta nos valores, nos princípios, no cuidado silencioso.
E foi com Maria Clara que entendi: amizade de qualidade é aquela que se percebe na essência.
Eu sou bastante seletiva com quem deixo entrar na minha vida.
E talvez por isso ela seja tão única.
O amor é uma prisão sem muros que eu possa ver, mas cujas correntes sinto em cada batida do coração. Ele me prende a você desde os meus vinte anos, e mesmo após dezenove invernos separados, nenhuma distância conseguiu enfraquecer sua força. Pelo contrário, ela cresce dentro de mim, feroz e silenciosa, como um fogo que queima e ilumina, me mantendo vivo e, ao mesmo tempo, aprisionado.
Cada lembrança sua é um sussurro que ecoa pelos corredores dessa cela invisível, cada memória um muro que nunca consigo transpor. A dor é intensa, mas nela há uma lição escondida: aprender a amar sem possuir, a sofrer sem me quebrar, a sentir sem esperar reciprocidade, a existir plenamente mesmo na ausência. É um aprendizado cruel, mas sagrado, e a prisão se revela como uma escola silenciosa.
O destino inscrito nas estrelas nunca quis que estivéssemos juntos; ele quis que eu me confrontasse com minha própria alma. Saturno me ensina a esperar, Plutão me força a me transformar, Netuno me revela a beleza de um amor que transcende a razão. E assim, lentamente, a dor se torna consciência: o amor que me prende também pode me libertar, desde que eu aprenda a aceitá-lo tal como é.
Aceitar que não posso tocá-la, que não haverá reencontro, que não há espaço para a posse. Aceitar que este amor eterno é também uma lição eterna, que ele existe para me ensinar sobre mim mesmo, sobre a intensidade, sobre a profundidade de sentir sem limites, e que, paradoxalmente, a maior liberdade se encontra dentro desta prisão.
O amor é uma prisão que me prende a você, e, ironicamente, é nela que me descubro inteiro. Mesmo carregando um sentimento que nunca será correspondido, mesmo sentindo a ausência como um abismo, percebo que posso viver, que posso crescer, que posso me transformar. A prisão não me destrói; ela me revela. E assim, aprendo que amar para sempre, mesmo sem ter, é a forma mais pura de eternidade.
O Amor que não toquei
Eu te amei no silêncio mais profundo,
como quem carrega em si o eco de um milagre.
Tua presença era luz e condena,
era abrigo e abismo — céu e inferno em um só nome.
Não ousei tocar teu corpo.
Temia que o gesto rompesse o encanto,
que a pele profanasse o que era divino,
e que o desejo, impuro e humano,
manchasse o amor que nasceu casto e sem tempo.
Amei-te com as mãos atadas pela reverência,
com o olhar preso ao chão, como quem ora.
Havia em mim uma devoção doente,
um anseio que queimava, mas que não ardia em voz.
Eu sonhava contigo nas horas em que o mundo dormia,
quando até o vento parecia ter piedade de mim.
Falava contigo em pensamento —
em preces, em delírios, em lágrimas que não caíam.
Teu nome era meu sacramento.
Tua ausência, minha penitência.
E eu, exilado do toque, vaguei entre o desejo e o medo,
entre o amor que salva e o amor que destrói.
Hoje, sou o que sobrou do que senti:
um corpo vazio, um altar sem fé.
O tempo passou, mas tua sombra permanece,
sentada ao lado do meu silêncio.
E se há céu ou perdão, não sei —
só sei que, no fundo,
a maior dor não foi perder-te...
foi nunca ter ousado te possuir.
O Barco e as Marés
Se eu me sentisse vivo,
minha vida perderia a graça.
Minha mente, perdida,
se encontra vagando por praças.
A vida é bela —
e o contrário disso,
ninguém fala.
Me sinto perdido,
mares e oceanos
já não afogam minhas mágoas.
Mas sigo sorrindo.
Cresci acreditando em contos de fadas —
não o de Notre Dame,
mas o peso nas costas
me mata.
Tropeços nos fazem crescer,
não é isso que falam?
Então daqui uns anos
serei tão grande
que esses problemas
já não me param.
Até lá, vou levando.
São idas e vindas
de coisas tão rasas.
O barco balança...
mas poucas marés
realmente me abalam.
Por Gabriel Alves
“Eu não morreria por ti”
Não, eu não morreria por ti.
Viveria por nós.
Tentaria por nós.
E quando tudo parecesse difícil,
faria o impossível, o possível e até o inexplicável,
só pra ficar ao teu lado.
Nos momentos mais sombrios, te ajudaria.
Nas tuas crises, te acalmaria.
E nas tuas águas, mergulharia.
E em um poema que jamais verás,
escreverei meus sentimentos mais profundos,
meus pensamentos mais secretos.
E se um dia, por acaso do destino, os leres,
perdoa-me por ser tão tolo...
tão tolo por ti.
Às 23h47 da noite, me pego pensando em nós.
Pensando em como poderíamos ser.
Amei-te, e ainda amo, por quem tu és.
E, mesmo com todos os teus mil e um defeitos,
vos amarei também.
Cada
um
deles.
Mas tu ficastes cega,
e meu amor não enxerga
que aos teus olhos,
não passa de uma simples paixão.
que logo desabrochará e morrerá.
E assim, como meu último ato de amor,
eu vos digo:
Sim, eu morreria por ti.
Certo dia, eu estava assistindo a uma série e ouvi a seguinte frase:
“É isso que o abuso faz com a gente. Me transformou nessa isca grudenta pra todas essas pessoas esquisitas. Uma ferida aberta pra farejarem.”
Aquela frase me atravessou como uma espada enferrujada, rasgando todo o meu interior. Quantas vezes me peguei pensando exatamente isso, tentando encontrar uma resposta para, repetidas vezes, ser esse ímã que atrai pessoas capazes de abusar, aproveitar, machucar...
Muitas foram as vezes em que me questionei sobre quais atitudes minhas me colocavam nesse lugar de vulnerabilidade.
Quão frágil eu sou?
O quanto eu não sei impor limites?
O quanto eu mesma me abuso, por não saber dizer “não”, pelo medo de deixar o outro desconfortável?
Tem dias em que me sinto um amontoado de dor, amassada em paredes e invadida, como se eu não significasse mais nada a não ser um pedaço nojento e miserável de carne.
Como aquela pequena garota de cachos e olhos estatelados podia despertar algo além de pena? Eu só queria poder abraçar aquela garotinha e dizer que vai ficar tudo bem, que aquilo nunca mais vai acontecer, mas eu estaria mentindo.
Aquele acontecimento te marcaria como um gado, te fazendo lembrar todos os dias de que você é propriedade dessa trágica realidade.
É estranho pensar que a dor faz parte de mim, que eu preciso senti-la para saber que estou viva. Quantas foram as vezes em que me machuquei, me invalidei, apenas por sentir que não era digna de ter nenhum respeito.
Parece que não estou apta a ser feliz...
Diário 03/11
Faz muitos anos que eu não ia a um centro espírita de Umbanda… Hoje, fui. Fui acompanhada de amigos queridos e da minha esposa. Enquanto esperava, observei os sons, as velas, o cheiro de ervas… era como se um pedaço do que eu já fui me reconhecesse ali. O ambiente estava sereno, cheio daquela energia que mistura respeito, mistério e fé. Fui a sétima a ser atendida pela entidade espiritual. Fizemos oração juntas, e quando chegou minha vez, ouvi a pergunta simples, mas poderosa:
— O que posso ajudar?
Respirei fundo e pedi: “Me ajude. Cure-me de todas as dores emocionais. Me ajude a respirar melhor.”
A entidade me olhou por um instante e disse apenas:
“Cada pensamento é uma nuvem na sua pele… você está sozinha e precisa de ajuda.”
Essas palavras me atravessaram. Pediu para que eu me abrisse mais, pois as dores emocionais estavam se transformando em dores físicas. Disse para eu buscar ajuda psicológica, conversar mais com minha esposa — que relacionamento é partilha, é transparência — e que ela também precisa participar dessa cura.
A entidade explicou que não poderia fazer muito além, mas faria uma limpeza espiritual profunda, especialmente no meu coração e nos pulmões. Disse que eu dormiria bem naquela noite.
Assenti com lágrimas nos olhos, querendo mais respostas, mais direção… Ela olhou fundo em mim e perguntou:
— Vai seguir minha orientação para o banho?
Assenti de novo, silenciosa. Pediu que eu voltasse. Saí de lá meio desesperançosa, mas com algo dentro de mim insistindo em lembrar da mensagem da abertura: para curar, é preciso ter fé.
A orientação foi simples — um banho com folhas de Guiné, amanhã à noite.
Sigo ainda refletindo… talvez a cura não venha de fora, mas comece na entrega, no acreditar, no permitir-se sentir e confiar.
"A Jaula e o Espelho"
Eu era o problema que me fizeram crer,
Até que um dia me ousei conhecer.
As grades eram minhas, a chave também,
Quem as construiu, as pode desfazer.
A sombra que temia, agora é minha luz,
O caos que vivia, hoje é minha cruz.
Não sigo rebanhos, não busco lugar,
Sou meu próprio norte, meu próprio mar.
Calei mil vozes, carreguei mil dores,
Transformei em força todos os ardores.
Quisram que duvidasse, que baixasse a face,
Mas ergui meu espelho no mesmo espaço.
Não peço licença para ser quem sou,
Nem troco minha essência por nenhum vou.
Deus na minha estrada, eu no meu caminho,
Plantando verdades no mesmo carrinho.
Quem tentar invadir, encontrará fronteiras,
Não há mais feridas, nem velhas trincheiras.
Sou terra renascida, sou fênix de cinzas,
Escrevo minha história com letras mais linhas.
E se ainda me julgam, se ainda não veem,
Seguro meu silêncio — ele tudo saneia.
Pois aprendi na guerra, sangrando calado,
Que o trono mais alto é o que foi conquistado.
“Você por você”
Desde criança, eu me perguntava em silêncio,
por que os outros sempre partiam primeiro,
por que as mãos que eu segurava com afeto
soltavam tão fácil, sem olhar pra trás.
Fui leal — até nas horas que doíam,
e mesmo assim, vi portas se fecharem,
vi sorrisos trocados como moedas gastas,
vi meu nome se perder nas conversas alheias.
Cresci, e o eco se repetiu:
amores que se desfazem,
família que esquece,
ausências que doem mais que palavras.
Passei dias trancada em mim mesma,
com o mundo batendo à janela
e ninguém notando o som do meu silêncio.
Aprendi que laços também se rompem,
que o sangue nem sempre aquece,
e que a solidão pode ser casa —
quando o amor não é abrigo.
Hoje, caminho leve, mesmo ferida,
porque entendi o que a vida grita:
no instante em que o cordão umbilical é cortado,
é você por você —
sempre foi.
