Texto sobre eu Amo meu Irmao
A primeira noção à qual precisamos dar forma de modo a refletir sobre o Tempo Histórico é a de que este é um tempo necessariamente humano. O tempo dos historiadores refere-se essencialmente à existência dos homens. O que de fato interessa a um historiador é a passagem do homem sobre a Terra, o que inclui tudo aquilo que, tocado pelo homem, transformou-se, e também aquilo que, vindo de fora, transformou a vida humana. As modificações na vida humana ao longo dos séculos, o confronto entre diversas sociedades, as múltiplas maneiras como se desenvolveu o poder no decorrer da existência das sociedades humanas, o surgimento e a elaboração da cultura, a luta pela sobrevivência com a concomitante edificação de um sistema de práticas que podem ser consideradas como a base da economia, o surgimento e desenvolvimento das mais diversas formas de expressão e criação, as mudanças nos modos de pensar e de sentir ao longo dos séculos, tudo isto, e também as interferências impostas pelos homens no seu meio ambiente, constituem objetos de interesse dos historiadores, sempre considerados sob a perspectiva de suas transformações e permanências no tempo.
O tempo dos historiadores, portanto, é sempre um tempo humano. Ele não é o tempo dos físicos ou dos astrônomos. Tampouco é o tempo dos calendários ou da mera cronologia, ainda que destes modos de situar o tempo objetivamente o historiador precise se valer no decorrer de suas narrativas e análises historiográficas. Ao lado disto, um físico ou um astrônomo que observam os fenômenos celestes, materiais ou geológicos também podem pensar historicamente; mas não se trata aqui, obviamente, da mesma história dos historiadores.
[trecho extraído de 'O Tempo dos Historiadores'. Petrópolis: Editora Vozes, 212, p.20-21].
Uma pitada de solidão
Quando acordo e reflito sobre a vida,
me parece que nada faz sentido mas sim, faz sentido sim!
Até o não fazer sentindo faz sentido para alguém.
Quando muito me entristeço, um rio deságua por entre os caminhos de meu rosto mas uma música me procura animar e quando me sinto em demasiada alegria, me lembro de uma receita fantástica que é uma pitada de solidão para equilibrar minhas emoções lubriantes.
Fazer o quê?!!!
Buscar viver e viver ainda mais, independente dessas coisas.
Consigo sim.
Um empreendedor não busca ganhar sobre os outros.
Ele luta e não barganha porque ele batalha junto com os outros.
Porque se não, quem ganha de quem?
...e oque ganhou, ganhou pra que?
Seríamos meros expectadores de ruínas próprias e do que andou ao meu lado.
O algo que lá na frente teria que ajudá-lo, porque se não, já não haveria de quem barganhar pra supostamente ganhar. Compreende?!.
Hamlet Cabisbaixo
Segundo Hamlet, o que diria sobre postar fotos no instagram? Ele é o personagem fundador da modernidade, primeiro homem moderno onde a metafísica não possui poder e apesar de por sua peça aparecer 3 aparições de um fantasma, apesar da peça promover discursos religiosos sobre o enterro de Ofélia ser lícito ou não, sobre o príncipe matar ou não o rei Cláudio, com medo de que o matando ele vá para o céu, porquê estava rezando.
Dono de seu destino, ele é o primeiro personagem que vive “O Príncipe”, de Maquiavel, tem a crença no poder do eu e na glória. Estamos diante de quem toma poder através de lógicas e estratégias e a crença no poder do nosso eu, da ação e da liberdade.
Sendo assim, é a glória e a tragédia em nosso tempo e exclusivamente a nossa crença profunda no eu, e o primeiro ser que proclamou o eu como elemento fundante do mundo e a primeira coisa que eu tenho que fazer é consertar a Dinamarca. É dele, e de mais ninguém, o poder de se proclamar e a decisão de não se matar. Ele é, sobretudo, um grande crítico da retórica da etiqueta, dos personagens que interpretam o tempo todo e que sempre dizem apenas o que deve ser dito.
Corrente da Felicidade
Saiba tudo, em poucas palavras, sobre as estrelas e seu destino.
Entenda o Iluminismo mais puro, cujos pensadores nos tiraram das trevas com o mundo racional, lógico e tudo mais acima de nossa cabeça aos pés na Terra, assim como no Céu e o subsolo, solo ou Infinito no Universo pequeno, sem precisar ler nem ir à Universidade!
O Iluminismo representa a saída dos seres humanos de uma tutelagem que estes mesmos se impuseram a si. Tutelados são aqueles que se encontram incapazes de fazer uso da própria razão independentemente da direção de outrem. É-se culpado da própria tutelagem quando esta resulta não de uma deficiência do entendimento mas da falta de resolução e coragem para se fazer uso do entendimento independentemente da direção de outrem.
Agora ficou fácil ver o Mundo, seja à noite ou de dia, com a luz que vem da estrela iluminar nosso caminho pleno de pedras, pedaço dela do tamanho de cada um.
Está explicado?
Passe esta mensagem adiante à dez amigos, para fazer o dia e a noite dele ou dela mais alegre e feliz e evitar que uma caia na sua cabeça e a abra literalmente a mente embotada.
Feliz dia da consciência e inconsciência Humana e do espectro da bestialidade que assola o Mundo.
Racionais do mundo uni-vos, nós não temos nada a perder exceto os grilhões da nossa liberdade e da sabedoria, porque o que te preocupa, te escraviza.
Já me conheço, tudo que fores a falar sobre mim, não me ofende.
Conheço os meus limites e sei o que fazer com eles. Por isso, a sua opinião é sua opinião, a sua observação é sua observação. E eu respeito.
Você tem o direito de pensar o que quiser sobre uma pessoa. É um direito constitucional de liberdade de expressão.
Se fores a falar mal de mim, o problema é seu. Se fores falar bem de mim, o problema também é seu. Isso não me encomoda.
Ataque é veneno, só funciona quando eu tomar. Infelizmente a vida é muito curta, para eu perder tempo com babacas cheios de ódio.
Não me traga flores,
flores não dizem nada sobre o amor.
Não me traga flores,
Me traga a leveza da tua companhia
Não me traga flores,
Me traga respeito no dia a dia
Não me traga flores,
Me traga amor, lealdade e parceria
Não me traga flores,
Se não for pra trazer a reciprocidade junto
De falsos românticos já está cheio o mundo.
Série: Minicontos
RACISMO X ETNOCÍDIO
Há séculos. Congoleses e Angolanos sobre mar atlântico despiam-se da vida para a morte. E a história continua. Moïse fugia por léguas tiranas em busca de vida, e de maneira torpe encontra a morte. Havia 300 anos, e nos despimos da sorte de apreender a lição...
Neste momemto, reflita
sobre pétalas na palma da mão
como pedaços de uma vida,
linda e passageira,
mas intensamente expressiva
que, mesmo sem intensão,
ensina que o tempo é relativo
quando se vive verdadeiramente
com emoção,
pois assim, continuará existindo
em alguma mente
ou em algum coração.
UMA PROSA SOBRE FERNANDO PESSOA
Fernando Pessoa foi um lunático, visionário, sem dúvida um esquizofrênico consciente, inofensivo e adorável. Homem subterrâneo, viveu isolado, entre aquilo que ele era e aquilo que desejava ser. Tinha, como eu, todos os sonhos do mundo. Não se achava especial, apenas superior a todos os seus contemporâneos.
Para suportar o peso do mundo inventou outros mundos, outro universo, onde ele podia facilmente se livrar do mundo real, ou pelo menos daquele opressivo em que todos vivem, onde se acham normais, pessoas comuns que se casam, têm filhos, bebem e fornicam, sem muita preocupação com arte ou metafisica.
Fernando não teve um grande amor, pelo menos não foi correspondido, por isso achava que o amor era uma perda de tempo, uma ilusão que causa muito sofrimento e dor.
Eu sou visionário, como ele, mas tenho um amor correspondido, tive filhos, publiquei mais que ele em vida. Tenho bons e maus hábitos, similares aos dele. Gosto de vinho, de café e de solidão para pensar e escrever. Sou músico, ele não foi. Vivo em uma época fascinante com muitas facilidades e distrações que poderiam muito bem me desviar do meu objetivo cósmico-divino, e com isso me diminuir, no que diz respeito ao talento do qual fui dotado. Tenho a obrigação, assim como ele de contribuir com a evolução da humanidade, no que tange ao desenvolvido cultural e espiritual do homem.
Portanto, não isento-me dessa responsabilidade, cada artista deve entender qual é sua missão, seu papel no mundo.
Não se faz necessário ser erudito, estudar em grandes faculdade, coisa que Fernando não fez, ora por não desejar isso, ora por não corresponder aos critérios exigidos na sua época. Ele poderia ter se formado em letras, mas percebeu que sabia muito mais do que seus instrutores, foi isso que lhe permitiu produzir tanto, pois sua formação intelectual era algo incomum pata qualquer mortal, ele já tinha ajuntado todo cabedal de conhecimento suficiente para compor sua obra. Este conhecimento oriundo dos livros, os quais ele lia com uma velocidade espantosa. Chegou ao ponto de dizer que não havia mais nada de interessante para ler, foi quando percebeu que era hora de observar mais a natureza e as atitudes dos homens, para completar sua magistral obra.
Eu penso assim como ele, que já li tudo que valia a pena, rejeitei, como ele a instrução formal de uma faculdade de jornalismo, onde aprendi algo muito significativo, o que é estudar. É saber ler, saber escolher o que ler... Abandonei, como ele a faculdade para me dedicar ao meu oficio, escrever, produzir conhecimento.
Fernando teve muita preocupação com o mito; leia-se Deus, religião, espiritualidade, às vezes ia muito fundo nesta busca, outra hora retrocedia e negava tudo, mesmo que por intermédio de outros, com seus heterônimos. A verdade é que ele mesmo não cria em nada além da vida, e muitas vezes duvidou de que a vida de fato fosse real, se perdia em delírios de que a vida devia ser uma grande ilusão.
De qualquer forma ele foi único a definir o mito, de forma poética e filosófica resumiu o mito e toda metafisica em uma frase: “O Mito é um nada que é tudo.”
Fernando Pessoa, mesmo não crendo em metafísica, nem em vida em outro lugar, continua vivo, e escrevendo com a mente e as mãos de muitos autores em todo o mundo.
Quem mais escreveu com a sapiência e astúcia de Fernando Pessoas, foi José Saramago. Saramago deu sequência à obra dele, boa parte do que produziu teve influência direta da mente criativa de Fernando Pessoa. Se você não sabe do que estou falando, leia este livro do Saramago. O Ano da morte de Ricardo Reis, contudo só vai inferir completamente o que eu afirmo se for capaz de se aprofundar nas obras dos dois autores portugueses geniais.
Evan do Carmo
Tão ela no jeito de ser, tão ela na maneira agir, ela é tão ela que para falar, sobre ela é difícil resumir, pois o resumo limita ela, e ela na magnitude dela,não se deve resumir.
Poderia passar horas elogiando ela, pois mesmo sem a conhecer, quando você conversa com ela, facilmente se encanta por ela, na maneira de agir,falar e conversa. E quanto mais você conhece ela mais você se encanta pois acaba descobrindo o quão especial ela é pras pessoas em volta dela, porque sempre se dedica de coração a quem ela ama, seja você da família,amigo ou até mesmo conhecido! Um ser humano não digo perfeito pois perfeição não existe mas que chega próximo disso pois em tudo ela da o seu melhor! Tão ela menina tão ela mulher, as pode ate ficar confusa mas sempre sabe o que ela quer, ela quer ser feliz, ser amada, ser respeitada, ser o que ela quiser ser! Pois ninguém limita ela! E isso é tão ela!
Penso muito sobre razões para ações em que realizamos ao longo do dia.
O que de fato me fascina, são as maneiras em que cada um de nós adquirimos para sobrevivência.
Algo que questiono todos os dias é: por que somos tão influenciados a fazer certas decisões?
Poderíamos "ser quem somos ".
Muitas de nossas ações são reflexo da pressão de muitos ou talvez algo dentro de nós que gostaria de se sentir superior e não algo considerado "estúpido".Nos falta sabedoria para ser quem nascemos para ser.
Algo que percebi e que deve ser questionado é que nossos medos e emoções nascem a partir de reflexos de ações.
O significado do evento sobre nós e concedido por nós.
Independente do evento o significado é concedido por nós, ou seja, existem pessoas que diante de colossal dor conseguem extrair um conhecimento essencial para sua evolução. Portanto, tudo é aprendizado basta uma mudança interior de cognição sobre os fatos para compreender que eles são imprescindíveis para a nossa evolução. E não existem para nos abater. Nessa caminhada é vital o uso da aceitação, da fé e da perseverança.
No seu amor turvo
Na intensidade das tuas carícias
Sobre o breu da noite escura
Onde só a chama do momento nos aquecia
Momento em que ambos se entregaram
Corações e almas
Corpos juntos como um só
Amores e traições
Somos causa perdida
Nós amamos e odiamos na mesma intensidade
#PEREGRINO
Cortei as rosas...
Arranquei as dálias...
Joguei-as, tristes, sobre a calçada...
Tudo passa e nem tudo fica na história...
Às vezes nem sobra uma simples memória...
Tal qual bolha de sabão...
Ao longe uma canção...
Um caminho e nada mais...
Sem querer voltar atrás...
Um peregrino a sonhar...
Distinguindo das vozes os ecos...
Alma velha em traje de festa...
Cuja única esperança: orar...
Tendo andado muitos caminhos...
Tenho aberto muitas veredas...
Tenho vivido com minhas incertezas...
Se é bom viver...
Melhor é despertar...
Sabeis agora...
Que a verdade veste-se de ilusão...
Podeis voar...
Sem tirar os pés do chão...
Sandro Paschoal Nogueira
facebook.com/conservatoria.poemas
Ao enxergar o mundo na perspectiva da eternidade da alma sobre a temporariedade da vida humana , eleva-se o teu encontro com teu eu maior, sente-se a fluidez e reduz-se, naturalmente, os sobrepesos e importância excessiva da conflituosidade humana e do não-controle.
À resistência, resiliência.
Ao medo, nossa presença.
Ao aparente insolucionável, o Tempo como grande mestre e maior parentesco de Deus e de nossa alma, a oportunidade do exercício de amar sem apegos
Sobre pessoas que se vão...
Pessoas vem e vão em nossas vidas pelos mais diversos motivos. Desde mudanças de endereço, telefone. Carreiras profissionais diversas e etc. Algumas idas são alívios. Outras eternas saudades. Agora, quando leio ou ouço sobre "descartar pessoas" simplesmente por "incompatibilidade de ideais" isso me machuca. Me dá idéia sobre a "descartabilidade" de uma pessoa. "Hoje você me serve. Amanhã já não mais". Isso é falta de visão além de pura irresponsabilidade emocional. Cortar laços as vezes é necessário. Mas gosto das coisas claras e bem esclarecidas. Coisa mais doida do que a morte é a dúvida da vida.
Fabio Junqueira Franco
[A HISTÓRIA DE HOJE SOBRE UMA OUTRA ÉPOCA, É UMA REALIZAÇÃO DA NOSSA PRÓPRIA ÉPOCA, E TRAZ AS MARCAS DE NOSSA ÉPOCA]
Ainda que certamente úteis para compreender as épocas que estudaram, as obras produzidas pelos historiadores de todos os tempos não deixam, também, de falar enviezadamente sobre suas próprias épocas [...] Ao escrevermos sobre Zumbi, e sobre a revolta e guerra de quilombolas contra um poderoso sistema escravista que os violentava, falamos também das nossas desigualdades atuais – muitas delas herdadas do período escravista – e das variadas formas de lutar contra estas desigualdades. Zumbi, Chico Rei, Xica da Silva, ou outros personagens históricos negros – além do que tenham sido efetivamente na história que ficou para trás no tempo – representam também distintos modos de ação ou programas de luta contra desigualdades que precisaram e precisam ainda ser enfrentadas, nas diferentes ressignificações que os historiadores lhes dão. A História é este fascinante gênero literário e científico no qual os diferentes tempos se entrelaçam através de discursos e esquecimentos. Ao falar ou silenciar sobre os índios que habitam ou habitaram nosso continente em diversas épocas, ou ao mostrar interesse em ler um livro de História que fale sobre estes, os homens e mulheres que habitam as nossas cidades falam também de suas relações com os índios da atualidade. Falam de sua admiração pelos índios, de seu estranhamento, culpa, solidariedade, preconceitos, sentimentos de identidade e alteridade. Falam dos projetos públicos de preservação das populações indígenas, ou das ameaças de extinção e aculturação que as espreitam em nossa própria época.
[trecho extraído de BARROS, José D'Assunção (org.). Petrópolis: Editora Vozes, 2022, p.10]
[A COMUNIDADE HISTORIOGRÁFICA E SUA INFLUÊNCIA SOBRE OS HISTORIADORES]
Como em todo campo de saber – da Física à Biologia ou à Antropologia – os praticantes deste campo que é a História também precisam de seus pares, não se achando deles descolados, ainda que conservando a sua evidente autonomia. Esta comunidade invisível e indefinida, mas bem real, pressiona cada historiador de muitas formas, impedindo que ele se afaste significativamente da matriz disciplinar da História sob pena de que seu trabalho perca a legitimidade entre os praticantes reconhecidos da área. A comunidade historiográfica – formada por todos os historiadores atuantes no campo – pressiona cada um dos seus pares conforme o seu lugar na rede humana configurada pela totalidade de historiadores. Estes enfrentam os limites que o campo lhes oferece em cada época: podem desafiá-lo, inovar, introduzir desenvolvimentos inesperados, propor novos temas, mas sempre enfrentando pressões para que não se afastem muito daquilo que se espera de um historiador em cada momento da história da historiografia. Obviamente que, se não tivessem coragem ou vontade para desafiar em alguma medida o campo, ainda que respeitando os limites implícitos, os historiadores sempre escreveriam as mesmas coisas e do mesmo jeito, e a historiografia como um todo se modificaria muito pouco. Mas não é isto o que ocorre, como sabemos, pois existe uma relação dialética entre cada historiador e a comunidade historiográfica como um todo. Se a comunidade historiográfica pressiona cada historiador a observar os seus limites , níveis de reconhecimento e interditos, também cada historiador que faz parte do campo – e todos eles em combinações diversas – são capazes de exercer pequenas ou grandes pressões na comunidade historiográfica como um todo e com vistas às mudanças que vão ocorrendo na historiografia de cada época.
[BARROS, José D'Assunção. "História e Historiografia – todas as interações possíveis" In A Historiografia como fonte histórica. Petrópolis: Editora Vozes, 2022, p.29].
Em 30/04/2004, escrevi esta cronica, sobre um menino baiano que completava 90 aninhos,
e que agora está compondo e tocando sua música para o Amigão,
deixando uma lacuna que jamais poderá ser preenchida...
Bom passeio menino baiano, nós que aqui ficamos, jamais te esqueceremos...
Fica esta homenagem para o querido e já saudoso menino baiano DORIVAL CAYMMI,
que tantas alegrias e felicidade nos deu...
Nunca é demais homenagear Caymmi, então aproveito para republicar o texto de 30/04/2014...
SAUDADE DE UM MENINO BAIANO
Marcial Salaverry
Existe na Bahia, um menino que ainda vai dar o que falar... Tenho certeza de que ainda será conhecido, pois tem um certo talento musical digno de nota. Podem acreditar no que estou falando. Esse garoto não se cansa das coisas da Bahia, ele adora passear em Maracangalha, e de vez em quando pega um ita no norte, e vem ver as coisas do sul. Também acha que é doce morrer no mar, ou então numa lagoa escura, arrodeada de areia branca. Ele se chama Dorival Caymmi. Guardem esse nome, pois ainda será conhecido...
Esse menino na flor de seus 90 aninhos, sempre impressionou por sua alegria de viver, por sua maneira de encarar as vicissitudes da vida. Sempre passou incólume por situações políticas, por ditaduras, e também por certos conterrâneos. Ele simplesmente é uma lição de vida. Nunca se ouviu histórias que pudessem lançar quaisquer duvidas, por menores que fossem sobre sua vida. Simplesmente é um personagem da vida brasileira que pode servir de exemplo para qualquer pessoa que queira levar uma existência digna, calma, sem maiores sobressaltos.
Claro que seu início foi difícil. Até formar seu nome, teve que mostrar seu talento. Há que se notar que na época, sem os recursos da mídia de hoje, os artistas tinham que vencer por seu talento, ainda mais em se considerando os preconceitos que existiam contra os artistas de modo geral, sempre encarados como marginais, como pessoas que deveriam viver à margem da Sociedade, apenas servindo como entretenimento. Não podiam se misturar “com a gente de bem...” Felizmente esse pensamento mudou, e foram nomes como Dorival Caymmi, Ary Barroso, e tantos outros artistas de escol os responsáveis por essa salutar mudança.
Então, esse jovem baiano chega a essa idade, fazendo com que todos sintam um certo orgulho de sabe-lo brasileiro, e um brasileiro amado em todo o mundo. Creio não existir nenhum cantinho deste nosso planeta onde não se saiba quem é Dorival Caymmi, e que não saiba cantarolar uma de suas músicas. Sou testemunha disso, pois escutei no interior do Congo, um garotinho assobiando Maracangalha, sabendo tratar-se de uma musica brasileira, e quando perguntei onde a tinha escutado, trouxe-me uma fita cassete de Dorival Caymmi... Não preciso dizer que quase caí de costas, ao ver que até lá, naquele canto perdido do mundo, nosso menino baiano já era conhecido...
Parabenizo Nana e Dori pelo pai que tem. E chega a ser emocionante o carinho com que eles se referem ao menino Dorival.
Dorival Caymmi... Espero estar novamente falando sobre você daqui a 10 anos, comemorando seu centenário, pois será sinal de que nós dois continuamos vivos e em atividade, e vou adorar falar mais um pouco sobre você, que sempre foi um de meus ídolos maiores.
Vamos juntar-nos num demorado aplauso, que é a melhor maneira para se saudar esta figura ímpar da arte brasileira. E vamos todos ter UM LINDO DIA, porque desta vez, a jangada ainda não voltou só... O garoto continua no leme...
30/04/2004
O Amigão está precisando de gente de talento lá em cima, e resolveu não permitir que o menino baiano pudesse chegar ao centenário... Em todo caso, espero poder fazer minha parte, e possa comemorar o centenário de nascimento deste genial menino baiano, e que estou fazendo agora, 30/04/2014...
Descanse em paz, querido menino, e do céu, continue nos encantando com sua arte, que jamais será esquecida por quem souber viver com amor no coração...
Marcial Salaverry - 20/02/2022 - De Santos para o menino baiano...
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