Texto para minha Sogra

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​Ó meu ex-amor, meu caos e minha calmaria,
A ti não resta rancor, mas uma estranha gratidão.
Eu era a argila mole, entregue à tua alquimia,
E o teu adeus forjou a minha reconstrução.
​Teu nome ainda ecoa, um sussurro na memória,
Mas já não é tormenta, é a marca que me fez.
A vida que findou, de luto e velha história,
Foi o solo onde floresceu a minha nova vez.
​Obrigado por ter me transformado, sem querer,
Nesta alma de aço polido que hoje se levanta.
Eu sou a prova viva de que a dor pode vencer
E que a maior ferida é o que mais nos implanta.
​Não sou mais quem te amava, a sombra submissa e frágil,
Sou a força que nasceu quando a ponte se quebrou.
O teu abandono, duro, frio e indizivelmente ágil,
Foi o preço que paguei pela pessoa que eu sou agora.
​Fica o passado à deriva, a saudade que se esvai.
Eu sou o teu legado, a obra que a dor lapidou.
Vai em paz. Eu brilho sozinho, e isso me basta.
Fui destruído por ti, mas a ti, muito obrigado.

Eu nasci pra capoeira.


Eu nasci pra capoeira,
Ela para mim nasceu,
Mas a minha gratidão,
Vai para o mestre Tadeu.


No congresso de varões,
Foi que ele apresentou
o Grupo de capoeira,
que então mim conquistou.


Eu nasci pra capoeira,
Ela para mim nasceu,
Quem não ama a capoeira,
Não valoriza o que é seu.


Sou da Tribo de Judá,
Me alegro em dizer:
Tenho Cristo no coração,
E a capoeira é o meu lazer.


Quem não ama a capoeira,
Não sabe o que está perdendo,
Pois quem treina capoeira,
Cada vez mais vai aprendendo.


Capoeira não é luta,
É uma ginga genial,
Quem treina capoeira,
Entra em qualquer lugar,
De cabeça erguida e sem medo de apanhar, porque sempre estar.

Quando minha dor quer me prender, eu abro mão de senti-la como fim.
Escolho elevar o peso em resiliência, e sigo mesmo quebrado.
Fé me sustenta quando minhas forças se esgotam.
Propósito me empurra para além do que é visível.
Extraordinário não é não cair, é levantar pela missão.
Cada passo que dói se torna semente de futuro.
Sou só instrumento, mas instrumento forjado no fogo.


Purificação.

🌟 Transformar em Resiliência
Quando minha dor quer me prender, eu escolho sentir e também transformar.
Cada peso se torna impulso, e a queda se converte em resiliência.
Fé me eleva quando a força parece faltar.
Propósito me guia além do medo e da dúvida.
Transformar o ordinário em extraordinário é minha missão.
Cada passo que dói se torna ponte para o outro.
Sou só instrumento, mas instrumento que brilha na luta.


Purificação.

Não abaixo a cabeça para ninguém. A história é minha.
Eu levanto do chão, do caixão, do que tentaram me enterrar.
Cada queda que me jogaram é combustível para a minha força.


Quem torceu contra vai engolir o próprio espanto.
Não há pressa, não há dó, não há perdão — só a minha verdade.
Eu existo, eu comando, eu destruo qualquer expectativa que tentou me definir.


O mundo pode gritar, pode tentar esmagar, mas eu sigo vivo, imbatível, meu tranco ninguém segura.


— Purificação

Não abaixo a cabeça. A história é minha.
O mundo pode virar contra mim, mas eu seguro o tranco, porque ninguém pode roubar o que já está gravado no meu peito.


Ninguém consegue bater em alguém para sempre.
E quando um morto levanta, o velório acaba.


Eu saio do caixão, eu cancelo o luto.
Quem apostou na minha queda vai ter que assistir meu recomeço.


Levanto. Respiro. E escrevo minha própria história.


— Purificação

Como você toca minha alma por fora
sem sequer tocar meu corpo?


Chegamos até aqui tão rápido,
e eu adoraria me ver
através dos seus olhos


Sou transparente
você me lê inteira,
das poucas falhas às qualidades escondidas
E ainda assim, diz ser apaixonado por mim


Nem eu tive essa ousadia,
Levei anos para conseguir
Você é real?!
ou nasceu da minha falta de imaginação?


Queria te mostrar como te vejo
cada parte oculta de você
se revela em mim como enigma


Nem olhei nos seus olhos,
mas sinto constelações
me esperando,
um infinito onde quero morar


E enquanto recebo tudo que você me entrega,
me surpreendo com a facilidade
com que te dou tudo de mim.


Sou feita de vidro para os seus olhos:
tudo exposto,
tudo seu.

Hoje faz 1 semana que descobri que minha psicóloga partiu (...) uma pneumonia muito forte, e que pessoa iluminada...


Em sua memória venho registrar alguns dos ensinamentos que ela me conduziu, pois ela me salvou, literalmente.

>> Permaneça ao lado e ofereça sua presença à quem faz questão de ser você, todo o restante não merece um segundo sequer da sua atenção, quiçá apreço.


>> se alguém te desprezar ou desrespeitar, deve primeiro oferecer as suas costas, depois, sua ausência... quem fizer isso não compreende seu valor e não merece desfrutar da sua riqueza (não tem a ver com dinheiro).


>> enquanto for recíproco, fique... há quem cujo chamado tenda à filantropia, porém, o pleno para as relações normais é a empatia mutua, a reciprocidade e os laços legítimos.


>> tudo na vida tende à acabar um dia, a morte é o ponto final de tudo, então, se permita desfrutar, o momento para viver é o agora, e o amanhã é construído pelas coisas que você realiza no hoje.


>> não seja o único que procura/busca/deseja, relações plenas e saudáveis tem iniciativa de ambas as partes, se não é assim, saia porque você não tem um relacionamento.


Esses 5 só já resolvem 70% das situações problema da vida, agradeço a Deus por todas as madrugadas de conversas que me permitiram a cura... Mah, que Deus à tenha :'(

Obrigado, Deus!

Obrigado, Deus, pela minha redenção,
Obrigado, Deus, pela minha salvação,
Obrigado, Deus, de todo meu coração,
Obrigado, Deus, pela minha salvação.

Enviou Jesus pra morrer em meu lugar,
Obrigado, Deus, por nova vida me dar!
Obrigado, Deus, pelo seu imenso amor,
O que faço eu, para te agradar, Senhor?

Eu me coloco à tua disposição, e te entrego o meu coração.
Obrigado, Cristo, por morrer em meu lugar, aqui hoje estou, pra teu nome anunciar.

Acordo todo dia,
com o mesmo sorriso,
alegre de dia,
quebrado de noite.


Minha mente destruída,
meu psicológico afeta,
pensamentos me atormentam,
gritam em silêncio.


Caminho sem medo,
no abismo onde caio,
num vazio imenso,
perdido em mim mesmo.


Rodeado de gente,
mas sempre só,
carrego o peso,
dos meus próprios pensamentos.

Passei dias pensando por que minha vida não anda, me cobrando para desengavetar projetos e não permanecer tanto na inércia, na indecisão do que fazer.


Quando há excesso, há confusão.


Parei.
Me retirei, sem decisão, sem saber para onde me movimentar, como uma peça no tabuleiro de xadrez que não vê mais saída para a próxima jogada.
Me cobrei, me julguei, me achei inútil.
Eu não poderia me permitir estar daquele modo.
Precisava seguir, pois a vida é movimento...


Até que eu entendi que permanecer no recolhimento também é movimento,
movimento de descanso, movimento de se retirar para se reconhecer e se reconectar.


A vida acontece em ciclos.
Tudo o que um dia nasce e cresce também precisa morrer.
Nós, mulheres, somos cíclicas.
Dentro dos nossos processos há crise e transição, para que surja a transformação.


Devemos respeitar os nossos processos internos, reconhecer que dentro de nós também há sombras, faz parte da dualidade da vida.
Com mais clareza, podemos escolher não ver dualidade e sim unidade, percebendo que tudo faz parte deste ciclo infinito da consciência cósmica.


Com isso, reconheço que não devo me cobrar tanto.
Entender que os meus processos de transição também são necessários para o meu crescimento, amadurecimento e fortalecimento na guiança divina.
Porque, quanto mais eu reconheço a minha incapacidade de mudar ou controlar qualquer dos meus processos, mais sábia me torno para entregar a Ele, que tudo sabe.






13/07/2021 19h12
Karina Megiato

Simetria


Na mais bela simetria do universo,
Na mais bela face em minha frente,
Corrompida pela egoísmo,
Quebrada em milhares de pedaços.


Fragmentos do tempo que orbitam o espaço,
Memórias que tingem o presente de preto,
Na mais perpétua escuridão,
Surgiu a consciência.


Ó demônio que deu sentido a existência,
Que desbravou a infinitude dos momentos,
Sobreviveu até ao horizonte de eventos,
Por que se faz tão cético?


Na visão necessária para se portar,
Viu o mundo como bastardo,
Odiado por todos,
E jogado nas ruínas do espaço.


A mais perfeita estrutura,
Só poderia ter sido criada por Deus,
E seus olhos que vêem além,
Além do infinito.


Por que então me diz chorando,
Que o sentido foi tu?


Que a lua tão bela,
É mais cruel que a humanidade.


A perfeição deve ruir,
Para existir algo para se olhar,
O pensamento deu a razão,
Para humanos poderem amar.


Quando o sangue quente que desce,
Congelar cada artéria do seu ser,
Respire lentamente,
Pois nem o infenro impediu você de ficar em pé.


Caminhe então até a função imortal,
Abra completamente esse portão trancado,
Sinta a brisa do céu e o canto dos pássaros,
Pois até mesmo demônios podem amar.

Parte da minha vida foi movida pela arte. Quadros, cartas, letras de músicas, livros, instrumentos, fotografias e desenhos por todos os lados formaram um universo afetivo, no qualuma famíliaprofundamenteligada ao artesanal me ensinou o valor da sensibilidade.

Crescer rodeada de livros, pinturas e liberdade criativa — ainda que levemente restringida por opiniões sociopolíticas distintas da minha visão — moldou a maneira como vejo o mundo.A arte me ensinou que, para ser compreendida,era preciso colocar-me no lugar do outro, observar o mundo por diferentes perspectivas.

Com o tempo, percebi que essaexperiência estética não era apenas expressão, mas sobrevivência. As cores, as melodias e as palavras foram, para mim, mais do que adornos: foram abrigos.Em meio a uma sociedade que frequentemente banaliza o sentir,encontrei na arte um espaço legítimo para existir. Este ensaio busca refletir sobre a arte como veículo de resistência e autoconhecimento, um meio de compreender a mim mesma e ao outro dentro de uma estrutura social que, por vezes, desumaniza as emoções.



Crescer entre livros e pinturas moldou minha forma de perceber o outro.Lev Vygotsky (2001)afirmava que“a arte é um meio de comunicação entre as pessoas através de emoções vividas”, e talvez por isso eu tenha aprendido, desde cedo, quecompreender o outro é também um gesto artístico. A empatia, nesse sentido, foi uma lição estética antes de ser moral.

Com o passar dos anos, a escrita tornou-se meu refúgio. Em cada palavra, havia o desejo de libertar o coração das correntes invisíveis que o mundo insiste em apertar.Clarice Lispector (1999)compreendia essa força da linguagem ao dizer que“a palavra é o meu domínio sobre o mundo”. Escrever, para mim, é transformar dor em criação, e criação em sentido.

Costumo pensar que sou muitas em uma só. Esse constante processo de (re)criação ecoa o pensamento deCarl Gustav Jung (2012), para quem o ato criativo está profundamente ligado à individuação, nessa a jornada de integrar as várias partes do ser.Em cada gesto criativo, há uma tentativa de reunir o que o mundo separa.

Friedrich Nietzsche (1992)afirmava que“temos a arte para não morrer da verdade”, reconhecendo o poder vital do ato criativo. A arte é mais do que estética: é um modo de permanecer humana diante da brutalidade do real.Ernst Fischer (1983)reforça essa ideia ao afirmar que“a arte é necessária para que o homem se torne capaz de conhecer e mudar o mundo”.Transformar o que sinto em arte é, assim, um gesto político, como uma maneira de afirmar o valor do afeto em um mundo que o despreza.

A teóricabell hooks (2000)escreve que“o amor é definido como ‘a vontade de se doar com o propósito de nutrir o próprio crescimento espiritual ou o de outrem’. O amor se manifesta em suas ações. O amor é um ato de vontade — tanto uma intenção quanto uma ação”.Enxergo na arte esse mesmo gesto de amor: um compromisso com o sensível e o que ainda é humano.Quando a arte se torna linguagem de afeto, ela deixa de ser apenas individual e passa a ser uma força coletiva de resistência, capaz de restaurar o que a estrutura social insiste em ferir.



A arteme ensinou que sentiré um ato revolucionário.Num mundo em que a superficialidade se tornou norma e a emoção é vista como fraqueza,criar é resistir. Por meio da escrita, da música ou das imagens, encontrei não apenas expressão, mas também sentido.

Fischer (1983)nos lembra quea arte é necessária para transformar o mundo; eu acrescentaria que ela tambémé necessária para não nos perdermos dentro dele.Transformar o sentimento em arte é afirmar a vida, é insistir na beleza mesmo quando tudo parece tentar negá-la.

Assim, sigo usando a arte como veículo, não apenas para dizer o que penso, mas paraexistir com sentimento num mundo que tantas vezes tenta nos ensinar o contrário.

Hj refletindo sobre minha vida cheguei a conclusãoque
"As minhas deliberações, forjadas ao longo do caminho, culminaram em um abismo de desilusão, fruto das minhas próprias escolhas. Mas foi nesse precipício que Deus, em sua infinita sabedoria, permitiu que eu me despedaçasse, para que, das ruínas, eu pudesse erguer-me novamente, reconstruído e renovado.
A queda foi um convite à reflexão, um chamado à introspecção e ao autoconhecimento. E é na quietude do silêncio que encontramos a sabedoria para trilhar novos caminhos, forjar novas amizades e cultivar um novo modo de pensar.
A vida é um ciclo de morte e renascimento, e é nas cinzas do passado que encontramos a semente do futuro. Que eu possa, pois, erguer-me das ruínas, com a sabedoria dos que aprenderam com os erros e a humildade dos que foram reconstruídos pelo amor divino."
E quero agradecer a vcs 3 por fazerem parte desta minha reflexão pois sem o caráter, bondade, sabedoria e luz ainda estaria na escuridão com grande apreço agradeço a tio mal , Liz e Alex! Obrigado por fazerem parte da minha vida!!
Pianco

Eu deveria ter pensado bem antes de te deixar ir embora da minha vida.
Essa frase ecoa, fria e cortante, na escuridão da alma.
Atrás de mim, só resta o deserto da saudade infinita,
E o silêncio pesado de uma história agora póstuma e calamitosa.
Se eu soubesse que a ausência era esta dor que me devora,
Este vazio abissal que engole o ar e a esperança,
Teria amarrado o teu passo, implorado para que não fosses embora,
Teria trocado meu orgulho pela tua última e derradeira confiança.
Fui tolo, fui cego! Pensei que o amor era um rio manso
Que esperaria meu regresso, que jamais secaria a fonte.
Mas o rio levou-te, e o que resta é este corpo imenso
Navegando à deriva, sem velas, sem bússola, sem horizonte.
Oh, a ironia cruel do tempo que não volta e que me castiga!
Cada batida do meu peito é um martelo a cravar a verdade:
Eu te deixei ir, e agora a solidão é minha única amiga,
Uma amante fria vestida de eterna e lúgubre saudade.
Volta! Por favor, volta! Não importa que seja em sonho, em vulto, em bruma!
Pois este coração que te ofereço jaz quebrado, inútil, e sem luz.
Eu deveria ter pensado bem... E por não ter pensado, o meu mundo ruiu em suma.
E o meu castigo é viver para sempre à sombra da minha própria, terrível cruz.
Sinto muito pela dor que inspirou seu pedido. É uma emoção muito profunda.

"Como Tudo Deve Ser" – Charlie Brown Jr.
Antes, essa era a minha música favorita . Eu ouvia e me sentia forte, confiante, com aquela sensação de que tudo ia se ajeitar, de que eu podia ser quem eu sou, sem medo. Era uma música que me fazia bem.
Mas aí… ela começou a me lembrar de você.
Cada verso, cada batida, começou a carregar o teu nome, teu jeito, nossas histórias, nossas conversas. De repente, ela deixou de ser só uma música pra mim. Virou lembrança. Virou saudade. Virou você.
Hoje eu escuto e não sei se sorrio ou se fico com o coração apertado. Porque ela me lembra de tudo… do começo, dos detalhes, da forma como você me fazia sentir. Me lembra o que a gente teve, o que ficou e até o que não deu certo.
Talvez ainda seja minha música favorita, mas agora por um motivo diferente. Porque, de alguma forma, você ficou gravado nela. E toda vez que ela toca, é como se você ainda estivesse aqui.

MINHA BOÊMIA


Boêmio,
Que anda sem pressa,
Sentindo o chão,
Peito aberto e o copo na mão,
Gole de cana,
Verso sagaz,
Vagando no mundo,
Querendo mais,
Beijo na boca,
Esquina qualquer,
Sem hora marcada,
Gostoso o riso,
Cheiro de madrugada,
Coração sem tranca,
Rolê é poesia,
É andança...

Estação Paraíso

Acordei numa manhã de domingo.
O que mais temia... aconteceu.
Minha esposa em prantos me chamando:
Acorda... nosso filho morreu!

Foi uma sentença dura, imperativa da parte de Deus,coisa dura de suportar, coração apertado, grito cravado no peito.

Então o vi meu filho,entrando naquele trem, aquele que o levaria, onde nós todos iremos também.
Para Estação Paraíso, lá onde não sofre ninguém, as lágrimas já passaram, para lá, iremos também.

Foi uma devolução dura, coisa que não espera ninguém, ver seu filho ir adiante, deixando luto e pranto sem fim.

Perdida em versos… perdida em pensamentos…
Minha alma desliza nesse emaranhado de sentimentos que não são entregues a ninguém.
É como se eu fosse destinada a amar ao máximo, porém sem amar alguém.
É estar presa dentro desse monte de sentidos que dilaceram minha alma, sem ter alguém que possa compreender a intensidade disso…
E por vezes, chega a doer.

Inexplicável… seria esse o destino do poeta?
Amar de forma intensa sem ter alguém para amar?
Essa busca incessante por alguém que desperte o máximo disso chega a ser cansativa.
E quando achamos que encontramos, nossa alma está dividida em vários amores.
Por quê?
Por que, alma?

E talvez seja esse o castigo dos que sentem com a pele da alma…

Amar sem direção, desejar sem destino, entregar sem receber.
A poesia nasce do que falta, do que escapa, do que não se encaixa.
E a alma, essa inquieta viajante, insiste em buscar o que a faça transbordar — mesmo sabendo que o mundo não está pronto para tanto.

Por vezes, ela se divide… não por querer vários amores, mas por não caber em apenas um.
Ela se espalha, se fragmenta, se entrega em pedaços…
E cada pedaço ama como se fosse inteiro.

Mas quem entenderia isso?
Quem saberia ler os silêncios entre os versos, os gritos por trás dos sorrisos, o desejo escondido na delicadeza?
Talvez ninguém.
Talvez só outro poeta.
Ou talvez… só o tempo.

Que a minha dor não me impeça de ver a Tua graça.
Mesmo quando tudo em mim parece cansado, quando o coração pesa e as forças se vão,
que eu ainda consiga perceber a Tua presença me sustentando em silêncio.


Que as minhas lutas não me façam duvidar da Tua fidelidade.
Nos dias em que os caminhos parecem confusos e as respostas não chegam,
ensina-me a confiar no Teu tempo, a descansar em Teus planos e a esperar com fé.


Que a escuridão que hoje me cerca não me faça desistir de buscar a luz.
Que eu não perca a esperança de que há um novo amanhecer preparado por Ti, mesmo quando a noite parece não ter fim.


E quando as lágrimas insistirem em cair,
lembra-me, Senhor, de que elas também regam o terreno onde brotarão novos sorrisos.
Que eu jamais me esqueça de que, após o choro, vem a alegria;
após o inverno, a primavera; após a dor, a Tua paz.


Sustenta-me com Teu amor, renova em mim a fé,
e faz-me enxergar que, mesmo nas horas mais difíceis,
a Tua graça continua me envolvendo e me conduzindo à vida.


Amém.