Texto Pai do Mario Quintana

Cerca de 11139 frases e pensamentos: Texto Pai do Mario Quintana

⁠Porta aberta

Mesmo quando você me disse
Vá, pois a porta esta aberta.
Não há nada que lhe impeça de voar
Não se prenda a mim
Siga seu vou
Mesmo quando você me disse
Que não tinha nada para me oferecer
Que não havia nada para se prender
Pois na porta
Nem fechadura mais não há
Para que se tranque
Eu entendi tudo que quis dizer
Só que você é que não entendeu
Que eu só aprendi a lhe amar
Não aprendi a lhe desamar.

Inserida por VJCPoesia

⁠Matando a saudade

Eu já matei a saudade
Milhares de vezes
Tantas foram às vezes
Que já me sinto um assassino
Mais ela sempre teima em volta
Sempre se aproveitando da sua ausência
Basta um breve momento
E já esta ela a me rodear
Como um predador
Em busca de sua presa
Por isso me desculpe
Pelas vezes que te ligue
Sem quase nada a falar
Era a saudade que eu estava a matar.

Inserida por VJCPoesia

⁠O NOSSO SONETO

Para você, é para você, somente para você
Este soneto, ímpar, bocado de mim mesmo
De nós, de versos ao acaso, e talvez a esmo
De terno instante, prazer, do amor à mercê
Um soneto singelo, de emoção e sentimento
De um significado na composição, e prescrito
Pelo coração, em versos tão cheios de infinito
E de sensação. Ressaltando um rico momento

Está prosa com paixão, de desabafo e brado
Que rasga o peito em felicidade, enamorado
Compondo o soneto em alindada dedicatória
Aquarelas perfumadas, coloridas, doce feito
Emoção viva que escorre com atraente jeito
D’alma, no afeto de narrar a nossa história!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14 janeiro, 2023, 21’16” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

Soneto garimpado

Na peneira da vida eu joeirei o amor
Entre vários cascalhos que separei
Nesta labuta e suor, aí te encontrei
Pois ele acontece, não é um eleitor

E assim árido, pelo tempo eu viajei
Bem acreditei, tive pouco ao dispor
Num certo dia pude sentir o frescor
E passei do silêncio pro apaixonei

Desde então vivi o perfume da flor
O garimpo do coração abandonei
E neste gigante afeto tenho ardor

Ai em uma nova luz me entreguei
Pude ser palavras, gestos, e odor
E que noutros versos eu não amei

Luciano Spagnol
2016, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Soneto da saudade tua

Não consigo ficar sem te escrever
cada cheiro teu que comigo ficou
tornou versos que comigo chorou
aqui nesta ditadura no meu viver

São sonetos que a paixão poetou
São momentos de amor sem ter
perdidos nesta dor, dói pra valer
latejando no coração, ali aportou

Sem o teu sorriso a quem recorrer
o teu olhar a recordação eternizou
os meus retalhos, estou sem coser

Por fim, vagueio, não sei onde vou
é trilha sem som, sem como finalizar
é tal saudade, que ainda não passou

Luciano Spagnol
2016, 07 de junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Tenha felicidade na medida para ser livre...
Dificuldade para criar afiados ensinamentos...
Tristeza para vazar o amargo do interior...
Esperança suficiente para lhe dar momentos...
E percepção para ver que, o que vale, é ter excesso de amor.

Luciano Spagnol
Cerrado goiano
*parodiando Clarisse Lispector

Inserida por LucianoSpagnol

Soneto de perda

A perda é igual ao um fio de navalha
fende-se num leve resvalo do destino
que engole a alma num apetite ferino
no alto e baixo de uma eterna batalha

Nos testilha, pouco a pouco, sem tino
como o fogo atiçado a uma seca palha
espalhando desnorteada e vil bandalha
no peito amargo duma saudade a pino

Inquieto e silente sempre é o término
num drama ao desalento se espalha
tornando séquito no avivar matutino

O tal estrago é uma senhora canalha
que faz ao poeta um poetar pequenino
e dor que da alegria não resta migalha

Luciano Spagnol
08/06/2016, 05'05"
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Fim do outono

Perdoa-me quimera ressequida
Aos amuos dos ventos, plainar
De ti me perdi nesta sovina vida
Nas trilhas áridas do caminhar
E no choro pela ilusão esquecida
O coração arde no pouco amar
Tal qual folha seca desprendida
Pelo ar... Num voante abandono
Como uma saudade desmedida
Vagindo no beiral do fim do outono
Que desnudo vai-se em despedida.

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Ilusão (soneto)

No beiral do cerrado a vida que passa
tal passada larga e velocidade feroz
num galope de ilusão faz-se algoz
da mocidade se tonando fácil caça

O tempo traga um vinho sem graça
da ilusão ser iludida pela face tardoz
de que é possível ter mundo de "oz"
no tardar veloz do fado que nos abraça

E assim, nesta altiva e devaneadora voz
tenta comandar com cortina de fumaça
a ilusão sonhando em não chegar a foz

Doce ledo engano desta ilusão trapaça
servindo a esperança do que já é após
de amarga fantasia em cuia de cabaça

Luciano Spagnol
11 de junho de 2016
06'30"
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Dor secreta (soneto)

Se a saudade que escuma, alternasse
com o pesar que perfura, e caísse fora
e nalma tirasse o dragão que devora
as lembranças seriam uma catarse

O coração é um ser que também chora
que põe o suspiro a escorrer pela face
prensa o sufoco no peito num repasse
e quando encontra a solidão, tudo piora

Há, ilusão, uma piedade que causasse
uma esperança que pudesse ter agora
um alento que no ombro cochichasse

Se se eu pudesse ter uma outra outrora
mesmo na dor que chora, e estampasse
um parecer venturoso, eu iria embora...

Luciano Spagnol
12/06/2016, 16'10"
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Soneto da Ave Maria

Na fenda de ter crença eu já sabia
O pouco de amor se tinha nobreza
Na alma o homem trazia pobreza
E no olhar a mão que oferta, vazia

Nos caminhos, trilhados, uma certeza
O embate de quem clama na Ave Maria
Que na vida a nós é a Mãe da soberania
Via esperança, chama da ternura acesa

E neste sustento de fé, a paz em poesia
E no peito o afeto se dando em surpresa
Sentir a prenda de se ter uma real alegria

Após rezar, contemplar toda está beleza
À luz de Jesus desce da cruz, em romaria
E beija nossa face com humilde riqueza

Luciano Spagnol
13/06/2016
Dia de Santo Antônio

Inserida por LucianoSpagnol

Soneto do cerrado no inverno

Chegaste, inverno no cerrado árido
Manhãs mais frias, ventos cortantes
As seriemas e seus cantos fascinantes
Noticiam o entardecer não mais cálido

Os pássaros engurujados e suplicantes
Pousam nos galhos tortos e desfolhado
O rubro céu pelo acinzentado é trocado
Do inverno no cerrado e seus instantes

A melancolia toma conta do dia gelado
Noites mais longas e mais pensantes
Oferece pinga pra aquecer o agrado

No fogão de lenha prosas fumegantes
Aquenta a alma e ao inverno versado
Propício aos sentimentos mais amantes

Luciano Spagnol
14 de junho, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Saudação ao cerrado goiano

Caro cerrado goiano
te saúdo
e sem ter engano
mesmo eu este carrancudo
és soberano.

Aqui, pude te apreciar
aprender a lhe ver
diria até amar
mesmo daqui eu não ser
me sinto parte do seu despertar
belo, e também do entardecer.

Ali, cá, acolá
chão cascalhado
de frutos que são maná
arbusto desencontrado
flores, como não elogiar
tão mágico cerrado.

Então, minha gratidão
por tudo, pouco é o enaltecer
e o sentir que se leva no coração
e se saudade haver
volto, pra mais uma saudação.

Luciano Spagnol
Junho, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

PLURAL

Quando o tempo nos é percebido
Distantes estão os anos ditosos
Conosco à frente dias penosos
E vai ficando o devaneio diluído

As horas sem segundos, gulosos
são os desejos, tudo é divertido
Eis que num as, se é envelhecido
E os enganos tornam-se facciosos

Então, tudo nos passa a ter sentido
Até mesmo os lamentos, saudosos
O que era ufano, vira comprometido

E vemos que nos plurais saborosos
Tem também o curso transcorrido
Num rugido de passos vertiginosos

(E lá trás o tempo de rapaz esquecido)

Luciano Spagnol
2016, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO AFETIVO

O meu amor é para que seja amado
Gentil, e na composição seja ditoso
Tanto quanto na vida tão precioso
E nos sentimentos oferta e agrado

A nós mortais nunca seja enganoso
Torne ao olhar um prazer dourado
O abraço no abraço bem enlaçado
E aos carinhos suave verso mimoso

Vinde amor, sempre, fruto consagrado
Que seja na alma zéfiro bem gostoso
Airando os lábios com uivo adornado

Ah, amor meu, ser amado é saudoso
Se se os delírios ao outro é alcançado
E derramado da emoção licor vigoroso

Luciano Spagnol
Junho de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SAUDADE TRISTE

A saudade que no adeus existe
Só traz solidão tão descontente
E que o tempo seja brevemente
E que faça doce tal fado triste

É sabido que nela a dor existe
Num aperto que a falta consente
Tal abafar-se num tinido fulgente
Dum fulgor vagido que persiste

Mas, se deixar de ser descrente
De um fervor aos Céus, ouviste
Não te irrite a demora aparente

Ah! Clame com amor no que resiste
Que bem cedo terás uma vertente
E a saudade será a paz que pediste

Luciano Spagnol
19 de junho, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DAS ROSAS

Rosas, poemas da natureza, poetadas
Por mãos, que também oferecem rosas
Cativantes, ao amor tornam suspirosas
E ao desafeto são tristes e desfolhadas

Já as vermelhas para paixão, afanadas
Ornando o olhar, se dando primorosas
Cheias de significado, e tão formosas
Também, bem às emoções esfalfadas

És cheiro nas lembranças silenciosas
Lágrima infeliz nas perdas passadas
Sois trovas alfombradas às amorosas

Ah! Belas damas várias e tão encantadas
As primeiras, as derradeiras, carinhosas
Só tu rosas, para coroar nossas estradas

Luciano Spagnol
Junho de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

ECOS DA SAUDADE

Oh! Ilusões acordadas nas madrugadas
Segregadas no meu poetar tão sagrado
Que goteja as saudades de um passado
Entornando na alma quimeras sonhadas

Oh! Lua pujante no tão árido cerrado
Dá-me tua companhia nas derrocadas
Das demências por mim vergastadas
Que redige insônia num tal desagrado

Longe está a luz que fulge as enseadas
Do mar, tão cotidiano, agora tão calado
E nas lembranças a ferro e fogo grifadas

Ah! Se meu fado não fosse condenado
Em tuas noites voltaria para as baladas
Num cometa de um fulgor apaixonado

Luciano Spagnol
Junho de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Anos vividos

Da vida, eu fui mais que se está vendo
Da felicidade eu fiz parada e repouso
E nem mais sei se fui tolo ou penoso
Nas trilhas de estar feliz ou sofrendo

Se estou enganado, ou fico glorioso
Não posso medir apenas no sendo
Sou fausto, e da paz eu vou vivendo
Tentando buscar só o bem precioso

Agora que a velhice é um havendo
Nada sei, eu persisto, e pouco ouso
Pois o fado não é claro no referendo

Disso, amei sem ter sido enganoso
Fui além, dum olhar, do só querendo
Na morte, vou do viver ser saudoso

Luciano Spagnol
20/06/2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SABER

Talvez sonho, que de ti eu soubesse
Que no fado no cerrado aqui estaria
Pois na vida o escrito tem o seu dia
E não adianta querer outro na prece

Contudo, o fato é que se envelhece
Um logro, pois envelhecer não devia
Cria-se ausência, e a casa fica vazia
Quando da parceria mais se apetece

E se perde o entusiasmo da alegria
Sozinho, a saudade não nos aquece
A atitude só quer estar na nostalgia

No certo, paga-se o preço, e agradece
São as prendas de se obter a sabedoria
Saber, dá alforria e harmonia nos oferece

Luciano Spagnol
21 de junho, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol