Texto eu Amo meu Namorado
Poemas Cinéticos para Rodeio
O tempo envia nuvens e seus
poemas cinéticos para Rodeio,
e eu carrego você no meu peito,
Dizem que é regra que para tudo
na vida sempre terá um jeito,
Procuro como pacto interior
sempre viver e deixar viver
mesmo quando não há nada
correndo perfeito como deve ser.
No nono dia do ano
No nono dia do ano
eu quero que você saiba
que você não sinta culpa
pelo mal que te fizeram,
O troco pertence
somente as leis do destino,
Prossiga com a tranquilidade
de quem fez tudo o quê
estava ao seu alcance,
se preocupe em fazer
o bem para o próximo
e realizar os seus sonhos
de fazer pelo caminho
o nosso mundo mais bonito.
Poesia diurna para Rodeio
Você sente necessidade
de falar comigo,
E eu da mesma forms contigo,
Você vai pegar a estrada
e logo estará vindo,
Com este brilho nestes olhos
tão lindos você não faz ideia
do que estou sentindo,
Você na porta de casa chegando
é poesia diurna para Rodeio,
Um capítulo de amor intenso
que por nós dois está se escrevendo.
Lágrimas de Potira
Na beirinha do rio de toda
a minha vida,
Sou eu que conto as lágrimas
de Potira transformadas
por Deus em diamantes
para eternizar o amor
que ela sentia pelo heroico Itagibá,
De poesia em poesia
vou escrevendo a minha Pátria
porque ao menos no meu
peito eu a quero viva
para ninguém com ódio a reinventar.
No vigésimo quinto dia do ano em Rodeio
No vigésimo quinto dia do ano
em Rodeio, eu tenho na beleza
e no acolhimento deste belo
Médio Vale do Itajaí o sossego
perfeito e o espelho que devo
ser na vida mesmo quando
as circunstâncias não andam
correspondendo aquilo
que mereço e para mim desejo.
Etnocida
Se você quer de maneira
forçada ou por subterfúgio
que eu deixe de falar a minha
língua para falar a sua língua,
Que eu até mesmo esqueça
das palavras que aprendi
para falar aquelas palavras
que você acha melhor para mim,
Que eu pare de identificar
os sinais, as paisagens da História
e o vestuário me fazendo
crer que no meu próprio
povo nunca houve nenhuma glória,
Que eu passe a acreditar
que a minha imagem
merece ser suprimida,
Que eu deixe de apreciar
a cultura e hábitos que
a minha identidade se encontra
unida com a do meu povo
por influências que só nos vulgariza,
Você quer acabar primeiro
com a minha liberdade de pensamento
para depois acabar com a minha vida,
O quê acabo de escrever não é poesia,
é para ter dar a faixa que você
merece mesmo: a faixa de ETNOCIDA.
Se eu não me escandalizar
com alguém passando
fome ou por um sofrimento
enorme já morri por dentro.
Se eu banalizar uma fala
agressiva ou uma guerra
pode ter certeza que
estou no final da linha.
O ditado "Quem não vive para
servir não serve para viver"
é calar para a vida e morrer.
Se posso falar nesta vida,
continuarei falando até que
a morte se dê por vencida.
Vem
Como florescem os Guarapuvus
eu faço festa para você,
e você dança descalço comigo
no meio do salão,
eu sei que sou eu a dona
do seu coração e obra do destino.
O Martim-pescador-verde
quando sai até parece contigo
sempre que me procura
como amoroso abrigo,
saiba que de nós eu não desisto.
Vem, larga tudo e fique
para contar estrelas comigo,
deixemos o mundo lá fora
e dele permaneçamos longe,
para que não sejamos tábua
de salvação e livres fiquemos
de todo e qualquer compromisso.
Faço Festa
A pressa de encontrar
um amor não me interessa,
Eu vivo na bela cidade
de Rodeio cercada
pelo Médio Vale do Itajaí,
Nas linhas do tempo por
aqui domino a arte poética
interminável e faço festa
com o Quero-quero e o Colibri,
e te celebro mesmo que
você não esteja comigo aqui.
Rodeio estava em festa
Enquanto a minha cidade
de Rodeio estava em festa,
Eu estava ouvindo a música
entrando pela janela,
E de noite estrelas no salão
celestial da noite dançavam
Jardins surgiam desabrochando
dentro de mim enquanto
escrevia um poema de amor
sem fim por este lugar
onde a tranquilidade elegeu morar.
Poeta sem vergonha
Disseram-me que eu deveria
ter vergonha de escrever poesia
porque a minha escrita é comum,
Graças ao meu bom Deus
que muitos dizem me entender, diferentemente da tal
pessoa que disse não gostar
e desconfio que ela não sabe ler.
Ler não é o ato isolado de ler,
existe gente que só de escutar
ou até simplesmente tatear
sabe com maestria entender,
Na vida só se pode dizer
que sabe ler só se você
de fato consegue entender.
A tal infeliz ainda ratifica que
eu deveria ter vergonha do que
escrevo e de ser chamada de poeta,
Vergonha mesmo eu não tenho,
porque ser poeta sem vergonha
é só para quem nasceu com talento.
Se eu desaparecer
a minha poesia
continuará existindo,
Se a minha poesia
desaparecer eu
continuarei prosseguindo,
Não comecei a escrever
poesia do dia para noite,
Nasci e me criei poetisa
da minha própria vida
e não para nenhum outro
destino que não venha
espontâneo a meu encontro.
Não nasci Poetisa
da noite para o dia,
eu morria de raiva
de ler e até de escutar,
até que chegou
a ironia do destino
que me apresentou
a Fernando Pessoa
que fez a raiva passar.
Em seguida veio
"o Alberto Caeiro,
o Alexander Search
e Álvaro de Campos"
que me apresentaram
a outros tantos.
Mais próxima deles
pude conhecer
"o António Mora,
o António Seabra,
o Barão de Teive,
e o Bernardo Soares"
que me levaram
para muitos lugares.
Pelo caminho fui
apresentada "a Carlos Otto
a Charles James Search,
a Charles Robert Anon,
a Coelho Pacheco,
e a Faustino Antunes"
que fizeram entender
que não há segredo
para compreender
e gostar de poesia.
Praticamente íntima
de todos os anteriores,
fui apresentada
a outros senhores
que me levaram
a outros lugares
que jamais pude sonhar.
E assim fui apresentada
"a Frederick Wyatt,
a Frederico Reis,
a Henry More,
a Crosse, a Jean Seul
e Joaquim Moura Costa"
que de maneira amistosa
na mesma mesa ensinaram
que poderia vir a gostar
de muitos outros mais.
A medida que fui
me reencontrando
com todos eles,
fui evoluindo e pedi
para ser apresentada
por cada um deles "a Maria José,
a Pantaleão, a Pêro Botelho,
a Raphael Baldaya, a Ricardo Reis,
a Thomas Crosse e a Vicente Guedes"
que após a minha rotina de preces
passei a incluir a poesia
e encontrei nela muitas benesses.
Tudo entre eu eles aconteceu lento
e rápido ao mesmo tempo,
que a raiva enorme que sentia
sempre que ouvia poesia
por encantamento passou.
Antes do Lunisticio
e do Solstício de Inverno
que estamos vivendo,
eu te sinto mesmo em pensamento.
Dancei com os deuses
nos braços da Aurora Austral,
Agora ergo em direção
a Tata Inti o Taita Nina no meu ritual.
Agradeco a Mama Kocha
pela vida que se renova
no ventre de Pachamama,
a minha intuição jamais se engana.
Minhas raízes nesta Abya Yala
vivem nas minhas veias
mesmo que você não as veja
celebrando o Inti Raymi a vida inteira.
Poeticamente as minhas letras
têm as cores da Wiphala,
conheço bem a minha pertença
que segue o rumo da ancestral crença.
Eu sou o seu mar,
para compreender
é preciso saber
nadar, estar em dia
com a tua carteira
de arrais e saber
que a tua carta
de navegação,
é mais a sua poesia
do que a minha,
Você como marujo
conhece a direção
das correntes,
E não importa por
onde você decidir
navegar a sua intuição
sabe que irá me encontrar,
porque passar nunca
vou passar porque eu sou
inevitavelmente o seu mar.
Amazônia em chamas
Eu jurei que não queria
mais neste assunto tocar,
Mas eu me obrigo a falar
porque este é o meu lar,
Como não tenho o poder
de fazer por enquanto
só posso mesmo é falar.
Porque algo me diz que
primeiro nos ensinaram
odiar para depois incendiar,
E num passo adiante
quem sobreviver se
verá obrigado a mudar.
A cada dia fica mais
claro o curso da vida
nesta Pátria por causa
de gente que não
tem jeito e que ainda
não entendeu que
queimar florestas
é a mesma coisa
do que queimar dinheiro.
Uns dizem que desejam
ter os seus nomes
escritos com honra
na História da Humanidade,
Com a Amazônia em chamas
toda a honra se queima
com as matas mesmo
que muita gente não perceba.
Não tem como negar
que os nomes de muitos
estão se escrevendo
com as cinzas e a tinta
da infinita vergonha,
Depois não poderão
reclamar quando forem
lembrados da pior maneira
por não terem tomado
de fato uma real providência.
Passaram as alegres festas
de Santo Antônio, São João
e de São Pedro e São Paulo,
e eu sigo namorando contigo
na imaginação com o desejo
ardendo preso e livre como balão
voando no céu do meu coração.
Como se aguarda a fogueira
ser acesa na Festa de São João
e se aguarda por uma Lua Cheia,
ainda espero ser a festa para você.
É inverno com Pinhão no prato,
de Chimarrão para aquecer do frio
intenso que anda fazendo
por aqui e as festas julinas estão
por aí espalhando alegria trazendo entusiasmo para na vida prosseguir.
Das auroras matutina
e vespertina sou eu
a poetisa derradeira
do Ipê-branco-do-cerrado
e de todos os ipês
da minha Pátria Brasileira,
Com os Versos Intimistas
tenho escrito a rota
amorosa para que ninguém
se esqueça da nossa
herança de liberdade plena,
sublime, hemisférica e gloriosa.
Como o Pau-d'arco
floresce sob o céu
do Mato Grosso
eu escrevo sobre
os teus olhos
que inundam com
tudo os meus sonhos,
De Versos Intimistas
em Versos Intimistas
vou escrevendo
a rota que irá mostrar
o caminho da mútua
conquista porque no final
sempre é o amor que dá
todo o sentido para a vida.
Você não me diz nenhuma
palavra e eu também não,
é porque um anda embalando
o outro no ninho do coração.
Como o Pau-d'arco deseja
florescer um para o outro
assim sonhamos ser,
e nem o tempo há de deter.
Tudo entre nós tem parecido
uma orquestra afinada
que até anda fazendo música.
Não duvido do encaixe da gente,
e não preciso nem de cronologia:
somos poesia indelevelmente.
