Texto de Saudade Profunda
HOJE
Tenho experimentado uma saudade doída,
De um tempo que agora, de longe avistado
Me parecia feliz, tão cheio de vida,
Mas, outrora, era só um pedaço do passado.
A lua parecia mais cheia, o céu mais pomposo,
O sol me acalentava, luminoso.
Tanto cheiro, tanto sabor, tanta energia.
Existir era uma aventura, uma alegoria.
Ainda amo a mesma lua exuberante,
Mas ela, agora, me parece uma visitante passageira,
Um dia cheia, outra já minguante,
Não é mais aquela esperada companheira.
Pela vida, ainda sou agradecida,
Mas uma gratidão educada, sem paixão,
Um “tanto faz” existencial, uma exaustão.
Uma visão desfocada, descolorida.
De um lado, um passado expectante,
No meio, um presente entediante,
E o futuro, este amigo derradeiro?
Ah, não se sabe o paradeiro.
Mas aí, chega um novo amanhecer,
A chuva se foi, o sol surgiu faceiro,
O presente, rebelde, se impõe, lisonjeiro.
“Estou aqui”, ele parece dizer.
Então, me curvo a ele, este presente onde moro,
Deixo o passado pra lá, na memória,
O futuro, este desconhecido, ignoro.
E percebo a verdade da minha e de cada história.
O presente é o verdadeiro PRESENTE a agradecer,
É o que nos faz andar pra frente,
Todos os dias, do amanhecer ao anoitecer.
Amanhã pode até ser diferente, mas cada HOJE é que é da gente.
(Elizeth Cunha Valle)
Mulher
Mulher,sentido da vida,
Que desperta a velha saudade,
A que cura velhas feridas.
Mulher,verdadeiro caminho,
Sentido reto, sempre,
Capaz de retirar todos os espinhos,
Capaz de carregar vida no ventre.
Espinhos de uma carne ferida,
Onde a dor é imensa,
Mulher,das subidas e descidas,
Mulher, de virtude intensa.
Mulher, que um homem cativa,
Com seu jeitinho gracioso,
Malícia de menina ativa,
O teu beijo é precioso.
Mulher, criatura bela e rara,
Frágil, meiga ou guerreira,
De pele escura ou de pele clara.
Travessa ou séria como uma freira.
Mulher que tanto ama,
Mulher que muito grita,
Atitudes rebeldes e insanas,
O meu simples âmago irrita.
Irrita,pelo mundo não reconhecer,
O valor dessa nobre criatura,
O seu jeito meigo de ser,
Enche o mundo fútil, de ternura.
Lourival Alves
FOTOGRAFIA
Quando a saudade bater
E no seu peito apertar
Quando o desejo nascer
E não querer mais parar,
Quando a vontade surgir
Quando o coração gritar
Quando não poder resistir
E por fim se entregar,
Olhe naquela gaveta
Que tem na escrivaninha,
Embaixo do seu diário
E olhe a fotografia.
Aquela lembrança antiga,
Que ali ainda está,
É todo o necessário
Pra te fazer lembrar.
Lembrar de todo o desejo
a vontade, a sintonia,
Lembrar de toda aquela época
E de como eram os dias.
Tu vais poder olhar,
E o que te vai despertar
Ao ver a fotografia.
A ALMA DA SAUDADE ...
A alma da saudade é misto de rudeza
De ausência, do vão, pesar e agonia
Tal uma sensação cheia de surpresa
Lágrima, suspiros na presença vazia
Ao reviver, sofrimento, que tristeza!
Uma dor no peito em pranto desfia
E nos sentimentos aquela tal frieza
Que range, inquieta de noite de dia
No silêncio a saudade soluça tanto
Que imagino ser da tristura o canto
Ou, será a solidão sendo um bardo?
Mas, no tempo passa, que contraste!
Sem que nada da lembrança o afaste
A alma da saudade, por certo é fardo!...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
08/03/2021, 17’34” – Araguari, MG
SE A SAUDADE FALASSE...
Talvez, já não mais te lembres, certo dia
Vi tu solidão, recordando ardentemente
Aquela minha sensação tão confidente
Nos momentos outrora de total alegria
No amor. Eu vaidoso, assim, me sentia
Comovido, sincero, simples e inocente
Que por certo do fado o bom presente
No sentimento a emoção, no ter, fazia
Então, silenciosamente num devaneio
Olhei o horizonte de lembrança cheio
Suspirei, comovi, ao notar tudo fugace
Tudo passa, num piscar de olhos, fato!
Deixe tudo andar, não seja um ingrato
- Ah martírio, se essa saudade falasse!...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
12/03/2021, 05’49” – Araguari, MG
Corações entrelaçados
Ao meu amor tão distante
Cuja saudade me traz agonia
Pelo desejo de tê-lo perto
Vivendo comigo todo dia
O teu coração e igual ao meu
Que deseja comigo estar
Ainda vamos meu amor
Nossos sonhos realizar
Daí então seremos um
Com uma história somente
Com nossos corações entrelaçados
Para viver eternamente
Não vejo a hora de acontecer
Este encontro finalmente
Pois só com você serei feliz
Para todo sempre e totalmente.
Anna Pallot
Não só bate
Coração se aperta também
Por saudade
Por vontade
Pelo que não entende
E mais ainda pelo sentimentos
Que tomam espaço sem pedir licença.
Não só se aperta
Coração se dilacera também
Em projetos de esperança
E teima, mesmo sozinho
Segue caminho
E pulsa, além de amor, sofrer.
"SAUDADE"
Saudade é o monstro que te come sem você ver;
é o vazio que te devora a alma...
é a noite que nunca some dos teus olhos
é a flecha que acerta o âmago do que te faz sofrer;
assume que nenhum método está funcionando...
e por isso você está com raiva de si mesmo,
assume que festas e baladas não estão remediando,
volta e meia está lá você de novo chorando no seu travesseiro;
assume que o tempo não está te curando,
você apenas deu um jeito de conviver com sua dor.
assume que saudade está te matando...
não. ela está te escravizando e isso chega a ser pior.
Não há misericórdia para nenhum coração,
que loucamente se entrega a amar alguêm.
você nunca encontrará o motivo e a razão
- a razão de uma saudade que rouba a razão de você.
Então, se dói...não busque anestesia,
Porque o veneno que te adoece é o mesmo que te cura, todavia...
O teu amor será sempre o teu maior tormento.
a tua maior recompensa, e o teu doce ferimento.
Soneto de saudade
Um sentimento tão especial
Que percorre todo o meu ser
Imenso, profundo e natural
Toque sublime em nosso viver
Saudade do tempo que já passou
Ou de alguém que não vemos mais
Marcas eternas a vida deixou
Boas lembranças de fatos reais
Saudade que invade minha alma
Mexe comigo e tira minha calma
Desperta a verdade em meu coração
Não importa qual foi o motivo
É essa saudade que me mantém vivo
E preenche o vazio do meu coração
Amanhecer.
Amanhece, eu sei
Não sei se dormi ou sonhei,
Manhã de apressada saudade
Esquecida do sentimento,
Agora lembrado, profundamente calado.
Não tenho certeza do dia.
Quero vê-lo. Está lindo!
Me cumprimenta gentilmente
Reverencia que não mereço.
Retribuo, durmo novamente e esqueço.
"Ô saudade!"
A saudade é um perfume forte que quase não se suporta a princípio, porém com o passar do tempo, aquilo vai suavisando e o que fica são doces nuances no ar. É assim que deve ser a tal saudade, de coisa boas ou pessoas queridas que fizeram parte de nossas vidas.
Saudade
Num abraço gelado
A saudade vem
Vem fria e rápido
Rápido como um trem
Quebrando o calor da madrugada
O meu coração congela
Batendo saudades
Muitas saudades dela
Saudade essa que é incontrolável
Chega até a ser desconfortável.
Saudade desgraçada,
Saudades de você minha amada.
SGE
AGRADO ..
Quando a saudade me aperta o passado
de quando nostálgico me acho perdido
vejo que de tudo pouco me foi temido
e que todo o afeto me foi bem amado
Sempre no mais valioso e mais cuidado
tudo que a emoção valia me era podido
os desenganos, as venturas, tudo válido
tudo querido, um tanto e mais arrojado
Os sonhos que solevava o pensamento
no ponto supremo do prazer os erguia
chorava, ria, mas vivia cada momento
Que diversas somas nos faz a fantasia:
alegria, tristura, vida e morte. Sustento
de ternura, agrado e o saciar na poesia! ...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/03/2021, 14’58” – Araguari, MG
Saudade
Uma incessante necessidade
Que me enche de uma falsa verdade
Um pensamento recorrente
Traiçoeiro como uma serpente
Uma euforia
Um grito de agonia
Um insuportável pranto
Uma dor cheia de desencanto
Sinto falta daquele tempo
Sinto falta daquela pessoa
Eu apenas lamento
Não ter mais aquela época boa
Só te quero ao meu lado
Por que está tão longe
Preciso de teu afago
Quero o seu toque
Saudade
Ninguém sabe o quanto dói,
Abrindo no peito um tão grande
Buraco que me destrói!
Fico que nem criança,
Esperneando ao pé da cama,
Com a felicidade que me chama
Composta de lembrança!
E me aperta, e me envolve,
Mas não há mão nem braço,
E sim um nó, um laço
De saudade que me revolve...
Aos solavancos vou resistindo,
Com esta bomba sem pino...
Detonada, que vai me consumindo.
Soneto para Ayronn
Ayronn, meu filho amado
vim aqui te visitar
A saudade bateu forte
que não pude controlar
neste local está seu corpo,
mas sua alma está com DEUS.
Hoje me encontro perdido,
nem sei se quero me encontrar
A realidade fere a alma,
e desta dor quero afastar...
O vazio tomou conta da casa,
é um pro canto, outro pro outro
os momentos de nossa interação
nos perseguem dia após dia...
Filho lindo, descanse em paz,
até que um dia irei te encontrar
então iremos nos abraçar eternamente.
Eu conto : saudade de contar meus “causos”.
Meu cachorro Branco passou mal ontem, tadinho. Sujou a varanda e jogou o tapete por cima, o levado. Faz bagunça e esconde … mas não tinha tapete pra tanta coisa !
Ficou lá na varanda, o bichinho; não entrou mais na sala, onde gosta de ficar.
Quando eu cheguei na varanda e vi aquilo tudo, olhei pra ele, ele olhou pra mim ainda deitado e ficou esperando.
Eu falei pra ele : passou mal porque comeu a ração do gatinho, né Branco?
Ele levantou, veio pra perto de mim, me olhou com carinho como que me pedindo alguma coisa. Depois foi até o portão e de lá olhou pra mim de novo. A Pequena Preta ficou impaciente, parecia chorar mas não estava brava como de costume. Ela ja sabia, eu ainda desconfiava.
“Você quer ir pra rua né Branco?”, perguntei pra ele. Há muita verdade nesse olhar de cão.
Falei com ele : vai um pouco, quando eu voltar você entra, tá bom?
E fui comer a canjiquinha do Marcinho, aquele manjar dos deuses. Não sei quem ficou mais triste sem aquela delícia … não fez ontem mas ja temos um encontro pra próxima quinta. Ele prometeu.
Chegando em casa, “lá vem” ele - como falava meu amigo contador de histórias inventadas, que adora o “lá ia” - . Chegou, brincou, pediu carinho - que retribuí, lógico -.
Não entrou. Foi andando, olhando pra trás me mostrando o caminho como se me chamasse pra ir - pra eu me alegrar com o convite -, mas era só mesmo pra mostrar que ia e por onde iria. Desconfio até que tem uma morada fixa por ali, mas sempre volta.
Ainda agorinha (umas 4 e pouquinho) acordei, li mensagem triste que não quis ler ontem pra dormir tranquila, e fui lá fora abrir o portão pra ele. Não estava. Ainda não. Com esse frio, cão de rua que é, certamente achou um abrigo pra dormir. Quem sabe a tal morada fixa? Mais tarde vem tomar o leitinho dele. Tomara!!!Comidinha caseira é bom mas o que cura mesmo é a grama, o capim da rua.
Depois conto o retorno do Branco e a alegria da Pequena Preta. Ela nao sai do portão.
Essa historia é verdadeira, uma “fábula parabólica”.
Bom dia pra quem é de amor.
Bom dia pra quem não é de amor … ainda!
Princesa e sereia
Quando você viaja eu sinto uma parte de saudade.
Que me deixa triste e feliz porque é assim...
Feliz por ser amada e tudo certo no seu riso.
Triste as vezes por querer está a jardinar no seu paraíso.
Você se vestiu do melhor brilho
E fez as lembranças de menino
Voltar em pensamento do baú do tempo.
Era só um fim de tarde sua imagem no pensamento.
Coisa de pintor que leva na boca o pincel e um juramento.
Pintar o perfeito e a beleza do seu silêncio.
Não ia chover só a tarde e seu escurecer
Trazendo.
O melhor da sua presença esse olhar pequeno.
Eu devoro sua carne em sentimento,
Seus olhos me frita por dentro.
As vezes sou apenas o invisível da ilusão
As vozes de homem calando na alma e coração.
Eu não sei o que você arruma
Eu não sei se você vai ou você vem.
Eu fico ali no banco no mesmo lugar
Espero uma luz te espero chegar.
Peço a Deus que não sejas sempre assim.
Não te ver chegar e não te ver partir.
Pois o mundo é para quem arisca,
E acredita que o mundo é inconstante.
Já vi sonho pequeno sonhos ficarem gigantes.
E o valor do sentimento de um rato não é melhor que do elefante.
Sentimento é sentimento tem a essência do mais importante.
Cuidar para que o outro se torne o próprio navegante.
As viagens que fiz com você é puro prazer...
Foi a melhor miragem que a saudade escreveu de você.
Seu vestido longo e seu corpo quase nu na areia.
É assim que viajo contigo horas é princesa e outras é sereia. 23.05.2022
PRELÚDIO
Estes versos que faço estão dispersos
Em uma saudade que me faz perdido
Tal um bardo com versos sem sentido
De sentimentos duramente perversos
E a intensidade de afeto encandecido
No olhar, agora, vazios, e tão reversos
No acaso vil, fadados a findar imersos
No silêncio... de um poetizar repartido
Versos sem poética, sem a singeleza
De um toque, do cheiro, e da certeza
Do ter mais. Um prelúdio enfadonho!
Falte tudo ao aconchego, a inspiração
Mas, me reste a sensação da emoção
Da paixão na poesia, cheia de sonho!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
23 de maio, 2022, 04’39” – Araguari, MG
...
Existem situações que nos levam a uma saudade imensurável, e aí vemos o Universo parar no tempo. Se melancolia remete a coisas não experimentadas, nostalgia é a lembrança vivida na prática.
Ontem senti uma agrura psicológica e quis ser 36 anos mais novo. Balbuciei uma juventude de barba e cabelos brancos.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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