Texto de Saudade de um grande Amigo
AGRADO ..
Quando a saudade me aperta o passado
de quando nostálgico me acho perdido
vejo que de tudo pouco me foi temido
e que todo o afeto me foi bem amado
Sempre no mais valioso e mais cuidado
tudo que a emoção valia me era podido
os desenganos, as venturas, tudo válido
tudo querido, um tanto e mais arrojado
Os sonhos que solevava o pensamento
no ponto supremo do prazer os erguia
chorava, ria, mas vivia cada momento
Que diversas somas nos faz a fantasia:
alegria, tristura, vida e morte. Sustento
de ternura, agrado e o saciar na poesia! ...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/03/2021, 14’58” – Araguari, MG
TORTURA ...
Aqui – um soneto de amor enrabichado
Torturado, com saudade, cheio de emoção
Lembrando cada olhar e cada beijo dado
Em ti, que fez de teu servo o meu coração
Aqui – um ritmo poético e compassado
De um sentimento tão pleno de paixão
Afeto e promessas dum desejo arrojado
Onde minh’alma teve mais que sensação
Aqui – é um soneto de minha sofrência
De um passado no cerrado de carência:
Da tua atenção, teu abraço, o teu calor
Vai, aqui, a minha poesia falar-te, então,
Do quão de te sinto falta, falta de vazão
Da dor, que sinto no vazio do teu amor! ...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
29/03/2021, 05’05” – Araguari, MG
PERMUTA ...
Se peço a tristura que saudade
não seja de um sentimento ardil
dizes que sou ingênuo e infantil
sem a realidade e sem maldade
De onde vem está barbaridade
se a boa lembrança não é hostil
quando a recordação nos é sutil
sensação leve, e com suavidade
...do amor. Há o tal mal que chora
roga, solidão que suspira e, assim
empapado em agonia, vem a fora
Esse dói, corroí, mas é por apuro
e neste reviver escuro, em mim:
acontece um desejar mais puro!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09/04/2021, 14’19” – Araguari, MG
AMARGURA
Dia e noite a lembrar de ti. Saudade
aperta o peito, e a emoção redobra
cada uma sensação de falta, ô sobra
no sentimento, ao sentir é vontade!
E, no sofrer que a tristura manobra
chora, implora, triste é a felicidade
e a dor, a ferralhar, traz calamidade
com solidão, notória, tão sem sobra
Dolorosa a recordação, o momento
a alma baixa, achacado de tal crime
assim, se vê, cair no esquecimento!
Tudo, ante ao fatal que afadiga tanto
o amor sem ter sua distinção sublime
vai se amargando sem ter o encanto...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22/04/2021, 06’05” – Araguari, MG
SOLIDÃO ATROZ
Quando fores dormir, ó saudade tenebrosa
na noite negra insone de uma agonia, e não
tiveres por alcova o ardor e o abraço, senão
o silêncio, uma ausência dum dedo de prosa
Adormeça-te, enxugue tua lágrima medrosa
na vil dor, e me deixe nesta aflitiva lassidão
com o meu pranto e o arfar do meu coração
então, não venhas me consolar aventurosa
O suspiro que tem um confidente em mim
pois, o esbaforir há de adormecer o poeta
da insônia sombria dessas noites sem fim...
Dir-te-ei: de que serve a calma completa?
se os teus estardalhaços, nos faz mais sós!
E ao sentimento, falto, uma solidão atroz...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
01 de maio de 2021 – Araguari, MG
DOR DE AMOR
Ao pesar, o poema meu, pela solta saudade
do vosso encontro, onde o querer palpita
por vosso olhar extasiante, beleza infinita
triste afeto distante, de uma vil crueldade
É que, ai de mim! Aperto que no mal brade
me arde, sai exaltado, vai louco, em grita
sentidos vagos em sensações tão eremita
haurindo em mim a sorte duma felicidade
Eu choro, e choro... e sofro, tanto, tanto
no entanto cada gemido de dor é pranto
e cada pranto um gemido em canto e dor
O suspiro dado é desilusão e não apenas
o penar amargurado, são fados e penas
de um poeta em sua sofrência de amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02 de maio, 2021, 05’44” – Araguari, MG
SUSPIRO OFEGANTE
Que é saudade sem ter-te? apenas um vão
Dum sentir frio e o vazio sem a face da lua
O desejo sem te ter? Esvaziado na solidão
Emoção que pelo céu a recordação flutua
Passo a passo. O caminho sem ti? Imensidão
Da noite usurpando o dia, grito e agonia nua
Sofrência? Lágrimas, ai! E pranteia o coração
Pra esquecer o encanto, a graça, prenda sua
Que é de meu poetar? Calado e pobrezinho
Sem o teu olhar. São palavras soltas sem lugar
Peregrino solitário, infecundo e sem carinho
Íngreme e pesado fado, sou eu sem instante
Onde o afeto vive perdido e sem poder amar
Na sobra da tristura e num suspiro ofegante!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Maio, 11, 2021, 09’46” – Araguari, MG
PERJURO
Busco à noite, o silêncio, exausto de saudade
Pois é justo o repouso do sentimento fatigado
Novo instante, entanto! Lembrança que brade
Na emoção solitária. O desassossego acordado
Penitência ou vigília? Eu sei que n’alma invade
Toma de todo o pensamento, cada um pecado
Nesta disputa do coração, tão dura eternidade
Largando o meu olhar no tormento assustado
Bem aberto, tenho a sensação ali dormente
Na escuridão, cego, sinto mais que um vidente
Cada batida, cada som do suspirar no escuro
Assim, de dia a poesia, e de noite, à traição
Por que hão de me tirar a poética e a paixão
Dum amor que não deu, se era pra ser puro!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
14/05/2016, 13'40" – Araguari, MG
MADUREIRA
Minha Madureira, além cerrado, lamento
Tê-la deixado, no passado, saudade havia
Em cada ideia, indo mais longe a cada dia
Silêncio, falta do agito, penoso detrimento
Para ti, então, voltar não mais alimento
Nem nos sonhos, nem na ávida fantasia
Certo de contar é envelhecer na agonia
Que há de trovar memória e sofrimento
De toda a dor, pudera eu em ti caminhar
Olhar, estar e sentir o movimento, enfim
Esperar é navegar na ilusão, eu bem sei
Porque por não te ver é que vivo a poetar
E nem a poesia é um conforto para mim
Pois, por tuas ruas, julgo, não mais andarei...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
21 maio, 2021, 15'15" – Araguari, MG
DE SAUDADES MORRO
Eu senti uma saudade que renderam
sutis recordações ao coração, coitado
e que, doído, assim, se viu assustado
contra mim sofreguidão arremeteram
Me vi na solidão do que prometeram
um prosar do meu destino já cansado
e que, aqui pelas bandas do cerrado
pesar nos versos que um dia elevaram
Remédio ao mal que sofro, sem pista
cresce a dor, no engano então presente
no rendido suspiro: que pede socorro...
Assim, vejo que não há como resista
toda lembrança na saudade presente
E, de lembrar-te, de saudades morro!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
2021 maio, 22, 11'09" – Araguari, MG
QUESITO
Ao ver-te, saudade, na dor em glória
Altiva, tristonha, dando à vida pesar
Eu lacrimejei todo o meu festo olhar
... também sou parte nesta memória
Engasgada e atada toda essa estória
Tão frios breus, guardado a me sugar
Quem sabe donde saltar desse lugar
Se já ido cada tom, cada dedicatória
Agora sós, e a vaguear por lembrança
Ao léu, somos passados sem o porvir
Trovados na ilusão sem ter esperança
Então, fico detido sempre a refulgir
O olhar, a nossa promessa, a aliança
Por que então tivemos que partir?
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29/maio/2021, 13’34” – Araguari, MG
CHEIROS DE TI
Cheiros de ti ficaram na sensação
Que pegado à saudade, padece!
Enquanto percorro na escuridão
Do vazio, os suspiros são a prece
A recordação é tanta, e o agror
Da sua solidão em nossos lençóis
Arde na memória viva ao dispor
Tal como a valia que tu destróis...
Surge o raiar e me dou comigo
Em lágrimas a desafogar o sono
Mas, passar-te eu não consigo
Porque de ti tenho o abandono
E se nesta poética estou perdido
No amor sou amador sem dono!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06, junho, 2021, 07’47” – Araguari, MG
SUSPIROS DE AMOR
(dia dos namorados)
Quando à saudade amorável no poetar
A sensação é sempre aquele palavroso
Carinhoso, que a recordação vai buscar
No rastro daquele suspiro tão gostoso
Da paixão, do coração, ó emoção rara
Do ardor que n’alma então aconteceu
E que rompeu cada sentido, e amara
Cada momento que o afeto anoiteceu
Posso então exaltar o nada esquecido
O tudo a palpitar e cheio das histórias
Do desejo, da quimera, jamais perdido
Tornando ao destino doces memórias
Prazer, glória e nostálgico pensamento
Vai o dia e fica o consorte sentimento!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
12, junho, 2021, 12’26” – Araguari, MG
SAUDADE ANTIGA
Há qualquer coisa de saudade antiga
na poesia que suspira e chora agora
alguma coisa tal uma sensação amiga
na trova o brilho de sol posto, outrora
Há a razão de toda a agonia, que diga:
pesar que estrangula e vai noite afora
no sentimento, pensamento, ó urtiga
que pinica, intriga e não vai embora
É dor com alma, é dor humana, dor...
ó Senhor, preenche este verso incolor
com mais agrado e agrado possa ter
Ah! aflijo sem nome, ah! aflijo infrator
que o fado verse com cuidado e amor
prosa suave e, assim, sossego no viver!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Araguari, MG – 24/07/2021, 18’58”
UMA SAUDADE
Saudades sinceras a tristura sincera
Quando há solidão no coração, dor
Do vazio que a lembrança não altera
Transtorna, amorna e torna rancor
Saudade é um agridoce instante
Que escadeira a alma e a tortura
É pesar que norteia e vela errante
Cuja a lágrima na sensação figura
Saudade não teme o tempo, a hora
Embora na noite ser uma imensidade
E, com inquieta perturbação sonora
E quem se afirma não ser verdade
Se isso é fingido, e fingido passou
Não amou, e da saudade não provou...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14/08/2021, 05’58” - Araguari, MG
DESLIZE
Eu da saudade sou quem chora
Da ausência, ilusão, desencanto
Se eu caminho na solidão agora
São motivos de trovar em pranto
A saudade é dor, volúpia ardente
Viva sensação, um remorso vão
Dá-me emoção amarga e quente
Injetada gota a gota no coração
E nessa saudade tão fria e feroz
Da tua privação, a aflição corre
Rimando versos tristes e tão sós
Vivo a suspirar como quem morre
E a lamentar se assim vale a pena
Essa saudade do amor de te amar
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
22/08/2021, 15’18’ - Araguari, MG
ESPÍRITO DE UMA SAUDADE
Carrego comigo a tua recordação
No coração eu carrego a saudade
Nunca estou sem ela, uma prisão
Na minha calmaria, na liberdade
Onde quer que vá, comigo estão:
- o teu nome, o cheiro, a vontade
Você é o meu castigo, a sensação
A emoção suspira na calamidade
Eu carrego essa saudade comigo
Eu a carrego no aturado coração
Sem você o desejo é um mendigo
Comigo essa saudade eu carrego
No aturado coração, dura solidão
Saudade, a ti meu espírito entrego...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
29/08/2021, 15’31’ - Araguari, MG
ENFADA SAUDADE
Está saudade enfada que me devora
numa melancolia igualmente sentida
em uma ausência que brada e chora
aperta o ar numa sufocante batida
É uma sensação que do peito evapora
nesta aflição interior, inquieta, abatida
em mistérios duma sofreguidão sonora
que me atinge, desorganizada, sofrida
Entrego-te todo este mísero alvoroço
o sorriso, a nostalgia, a tranquilidade
quero contigo suspirar, sair do fosso
Então, não me deixe nesta imensidade
de sensações, vazio, o padecer vosso!
que me devora nesta enfada saudade...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
30/08/2021, 06’19’ - Araguari, MG
Dois anos de morte de meu 5º irmão.
SOB UM RETRATO
Aqui tens amarelado, um retrato desbotado
Numa saudade que dói e na saudade versa
Em um silêncio mudo, contudo, encharcado
De memória, histórias, de casos e conversa
Foto piedosa, meiga, de um tempo passado
Ante o vazio do olhar, da atenção dispersa
Olhos amorosos, em um sussurro chorado
Ó contemplação de uma sensação perversa
Ante ele, recordando a tão doce formosura
Ente amado, as preces para a eternidade
Que o tempo leva numa nostálgica ternura
É que Deus, Ente, lhe doirou em santidade
Dando-lhe a paz e o caminho da alma pura
E cá eu vou carpindo sob a infinda saudade...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
13/09/2021, 10’10” – Araguari, MG
UM POEMA
Tu, que este versejar, o teu nome chama
Que deixa a saudade suspirar pelos versos
Arqueja na alma em sentimentos diversos
Sussurrando nostálgica rima, denso drama
Nesta prosa poética onde o amor derrama
Diante da inspiração os sonhos submersos
O olhar, de olha-los, são desejos imersos
Em cada trova, sensação daquele que ama
Todo o amor qual andei sempre embebido
Pulsa no peito ao dizer-te em verso terno
O que sempre no meu amar teve contido
É a sedutora teimosia do encanto interno
Dum coração repleto, e pleno de sentido
Esperança, à espera do encontro eterno...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
13 setembro, 2021, 21’12” – Araguari, MG
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